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PS apresenta José Eduardo Leite como candidato à Junta de São Jacinto e reforça críticas à Câmara

O Partido Socialista (PS) de Aveiro apresentou este sábado, 30 de agosto, em São Jacinto, José Eduardo Ferreira Leite como candidato à Junta de Freguesia. Ao longo da sessão, José Leite defendeu a gestão socialista e respondeu às críticas da coligação “Aliança com Aveiro” (PSD/CDS-PP/PPM). O candidato prometeu ainda reforçar os serviços públicos, preservar o património local e melhorar os transportes e a segurança. Por sua vez, Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, criticou a gestão da autarquia e anunciou medidas para o turismo, desporto e mobilidade na freguesia.

PS apresenta José Eduardo Leite como candidato à Junta de São Jacinto e reforça críticas à Câmara
Redação

Redação

31 ago 2025, 19:29

Foi no Salão Paroquial de São Jacinto que o PS de Aveiro apresentou José Eduardo Ferreira Leite como candidato à presidência da Junta de Freguesia. Tal como noticiado pela Ria, a escolha não constituiu surpresa, já que o socialista tinha liderado a lista do PS nas eleições intercalares de 2022, também em São Jacinto.

No seu discurso de apresentação, José Leite optou por começar a “afastar o elefante presente na sala”, numa referência direta às críticas sobre a gestão socialista no executivo da Junta. Recorde-se que essas críticas foram sublinhadas em julho, na apresentação de Cristina Gonçalves, candidata da coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM). Na altura, Cristina Gonçalves, Arlindo Tavares, atual presidente da Junta, e Luís Souto de Miranda, cabeça de lista à Câmara, responsabilizaram o PS por salários em atraso, penhoras, dívidas superiores a 700 mil euros e pelo que definiram como um verdadeiro “pesadelo” herdado em 2022.

O candidato pelo PS rejeitou essas acusações, defendendo ser preciso “destrinçar a realidade do mito daquelas mentirolas tão próprias destes períodos eleitorais”. “Pequenas, mas não inocentes porque seguem as recomendações de António Aleixo”, frisou. Ao procurar desmistificar essas críticas, José começou por abordar o papel do atual executivo na recuperação financeira da freguesia. Nesse ponto, apontou a falta de reconhecimento por parte da Câmara Municipal: “Fora de épocas eleitorais, de uma testemunha suspeita, Ribau Esteves, em carta dirigida à população de São Jacinto em maio de 2024, não lhe reconhece qualquer papel”. Ainda assim, o socialista admitiu mérito ao executivo local “pelo trabalho de recolha de documentação e contactos com os credores”, embora tenha frisado que esse processo “foi conduzido em audiência escrita com as instituições camarárias”.

Outra “mentirola” identificada pelo candidato foi a alegada extinção da freguesia. “Até podemos aceitar que possa ter surgido em desabafo à mesa do café ou no recato dos gabinetes, mas não é conhecida qualquer iniciativa que, de acordo com os normativos legais, pudesse levar a tal resultado”, afirmou.

José Eduardo Ferreira Leite abordou ainda a gestão de António Aguiar, eleito presidente da Junta pelo PS em 2021 e que renunciou ao cargo em julho do mesmo ano, poucos dias depois de a Câmara Municipal de Aveiro (liderada pela coligação) ter retirado à Junta a gestão do parque de campismo, alegando “graves e reiterados incumprimentos”. Sobre este ponto, o candidato socialista recordou que “o Tribunal de Contas fez uma primeira avaliação e nada comunicou ao Ministério Público, obrigatório em casos de suspeita de crime”.

Apesar disso, reconheceu que “houve alguma má gestão por parte de um autarca do Partido Socialista”. “A população de São Jacinto não gostou e castigou o PS nas eleições intercalares. Mas não temos de nos envergonhar. A gestão socialista marcou São Jacinto”, afirmou. Como exemplos, apontou o edifício da Junta de Freguesia, o complexo desportivo e o parque de campismo. Considerou ainda que o partido está presente nas “ruas e nos passeios, nas redes de água e saneamento”.

Na ocasião, Paula Urbano Antunes, presidente da concelhia do PS Aveiro, aproveitou ainda para recordar o discurso de José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, em novembro de 2022 [nas eleições intercalares], onde mostrou “disponibilidade para resolver os problemas do parque de campismo e para colaborar no equilíbrio financeira da junta de freguesia. No entanto, segundo a presidente da concelhia, São Jacinto continua a aguardar a “nova vida prometida”. No seguimento, acusou Ribau Esteves de ter “chantageado” a freguesia. “Fê-lo porque o presidente não era José Eduardo Ferreira Leite”, disse. “Este é um homem assertivo e reivindicativo. É de São Jacinto. Está em São Jacinto”, reforçou.

Quanto à gestão do atual executivo, José Leite descreveu-a como “sem tempo, nem disponibilidade para a população, ignorando-a e seguindo de forma subserviente as orientações camarárias”. A título de exemplo, apontou os problemas com os “transportes e os cães vadios”. “Agora, nos últimos meses, está à disposição para apoiar a população”, atirou.

Mobilidade e segurança entre os objetivos da candidatura socialista para São Jacinto

Sobre os princípios que guiarão a sua candidatura, o candidato à junta pelo PS caracterizou-os como “simples” e “básicos”. O primeiro objetivo será “ouvir a população” para perceber como “construir um futuro comum a todos”. “Avaliar os custos financeiros, garantir capacidade para suportar, definir objetivos e estabelecer prazos de concretização”, detalhou, garantindo que estes princípios também se aplicarão à Junta de Freguesia.

Posteriormente, apontou a melhoria dos transportes como prioridade: “A mobilidade é necessária para o trabalho, lazer e acesso a serviços. A falta de transporte público em áreas de baixa densidade contribui para o isolamento e para o despovoamento”, alertou, criticando o fim da “carreira 13” e a inexistência de uma “instalação sanitária” no cais do Forte da Barra. Criticou ainda os danos na estrada nacional e exigiu que a população de São Jacinto volte a usufruir da marginal “na sua plenitude”. “Está degradada (…), a regulamentação contra viaturas existe, mas não é aplicado”, frisou.

Apelando também à segurança local, José Leite afirmou que a população de São Jacinto “tem direito a esse bem-estar”. “Nós temos cá (…) quatro forças de segurança com competências em São Jacinto para além da Polícia Municipal e realmente passamos dias sem dar por ela”, atentou. O candidato alertou também para a limpeza de terrenos urbanos, para a ocupação do espaço público, para o reforço do turismo, para a melhoria da marina, para a regulamentação do alojamento local e para a criação de um parque campinho e de caravanas.

José Leite acrescentou ainda que pretende preservar “ao máximo” o património da freguesia, apontando o Parque da Lomba como exemplo, e garantiu apoio às associações locais. O candidato referiu ainda que, até aos dias de hoje, São Jacinto “não tem um espaço comunitário” e quer criar um serviço de apoio ao cidadão em coordenação com a Câmara.

Já na reta final do discurso, o candidato apontou o descontentamento da população, que considera estar “cansada de quatro em quatro anos, ser a única praia do concelho de Aveiro”. “Nos intervalos, o concelho preocupa-se apenas com o fácil acesso dos habitantes à Barra e à Costa Nova”, criticou.

Alberto Souto responde às críticas da Aliança e faz comparação com a Junta de Aradas

Seguiu-se a intervenção de Alberto Souto de Miranda que apelou à necessidade de São Jacinto sair do “marasmo” em que caiu “nos últimos 12 anos”. Em tom crítico, ironizou a inauguração da Piscina Municipal, realizada nesse mesmo sábado, lembrando que o equipamento “já existia há 40 anos”. O espaço foi alvo de uma requalificação profunda, num investimento de 730 mil euros da autarquia. “Toda a gente sabe em São Jacinto que a piscina foi construída no tempo do Dr. Girão. (…) Mas eles estão a tentar reescrever a história e o grande paragone é que vieram hoje inaugurar a piscina”, sublinhou, acusando a autarquia de querer passar um “atestado de burrice à população de São Jacinto”.

Dirigindo-se à coligação, a que chamou de “Aliança Contra Aveiro”, o candidato à Câmara pelo PS reconheceu apenas um mérito: o ferryboat. “Tudo o resto foi esquecido”, atirou. Ainda assim, sublinhou a necessidade de criar uma lancha de passageiros como transporte alternativo, para que, em caso de avaria, a população de São Jacinto não fique “isolada” nem “refém”.

Alberto Souto de Miranda questionou ainda a falta de respostas da autarquia para promessas antigas: “Como é que está o Parque de Campismo? (…) Onde está a tal Marina Atlântica? (…) Onde está o Complexo Desportivo? (…) Onde está a pista de bicicletas até à Torreira? (…) Onde está o parque de caravanas?”.

Em resposta às críticas da coligação sobre a gestão socialista em São Jacinto, voltou ao “elefante da sala” e lembrou: “Houve muito ruído, mas até agora não há nenhum processo-crime”. Para comparação, apontou a Junta de Freguesia de Aradas, liderada por Catarina Barreto, onde, segundo disse, “há muito ruído, muita tentativa de abafar esse ruído e já há vários processos”. Recorde-se que, como noticiado pela Ria no dia 21 de agosto, a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) esteve a inspecionar a Junta de Aradas após uma queixa laboral apresentada por uma funcionária. Mais recentemente, a Ria teve ainda acesso a um documento assinado pela presidente da Junta, Catarina Barreto, datado de 11 de novembro de 2024, em que exigia ao líder do movimento independente Sentir Aradas, Gilberto Ferreira, o pagamento de cerca de três mil euros para disponibilizar documentos administrativos à oposição.

Aproveitando o momento para se dirigir diretamente a Luís Souto de Miranda, candidato da 'Aliança Com Aveiro' (PSD/CDS-PP/PPM) à Câmara, o candidato do PS partilhou com os presentes que este começou a semana na “caça ao voto” através da “demagogia fiscal”. “Começou a prometer que baixa impostos. (…) Não diz quanto nem precisa de dizer porque quem não vai ganhar as eleições não precisa de fazer conta nenhuma. Pode prometer baixar os impostos todos, não tem responsabilidade”, atirou. No caso do PS garantiu: “não procuramos baixar nem alterar impostos (…) antes de avaliarmos com rigor qual é a situação financeira da Câmara”. “Não há outra forma”, insistiu.

Já sobre o programa do PS para São Jacinto, Alberto Souto de Miranda destacou medidas como a extensão do Porto de Aveiro, a criação do aeródromo municipal, a construção do parque de caravanas, a requalificação do parque desportivo e de campismo, o reforço do turismo lagunar e da náutica oceânica, a construção da pista ciclável até à Torreira, a dinamização da reserva natural e da casa-abrigo, bem como a disponibilização de BUGA’S [Bicicletas de Utilização Gratuita de Aveiro] na freguesia e a criação de um programa de atração de empresas sustentáveis.

No campo do desporto, o socialista deixou ainda o desafio à Associação Distrital de Futebol de Aveiro para que invista “no complexo desportivo, no campo de futebol, na piscina, no polo desportivo” com o seu “centro de estágio distrital”. “Eu já fiz uma primeira conversa muito preliminar, mas se for eleito presidente esta é uma ideia que vou trabalhar a sério com eles”, confidenciou.

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Cais do Paraíso: Deputados acusaram-se de “não pensar pela sua cabeça” e levaram posições até ao fim
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A novela do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso acabou por ficar selada na discussão de ontem da Assembleia Municipal de Aveiro. De acordo com as contas já feitas pela Ria, seria difícil que a decisão tomada pela Câmara Municipal de revogar o documento fosse viabilizada, mas isso não impediu que a discussão se prolongasse por cerca de duas horas. Tiveram de ser substituídos nesta sessão, que serviu de continuação à sessão da passada quinta-feira, os deputados Arlindo Tavares e Armando Vieira, do PSD, Gonçalo Caetano Alves, do CDS-PP, e Diogo Gomes, da IL. Também Bruno Ferreira, presidente da Junta de Freguesia da Glória e Vera Cruz, e Miguel Silva, presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, estiveram ausentes da reunião. Bruno Fonseca, deputado do Livre, ainda não tomou posse por estar “em comissão de serviço oficial no estrangeiro”. O PSD cedo mostrou que o Plano de Pormenor se ia manter em vigor. Catarina Barreto, presidente da Junta de Freguesia de Aradas, justificou que a revogação seria um “ato de improviso político” e que fragilizaria a confiança de cidadãos, investidores e parceiros institucionais. Como tinha sido feito por Luís Souto na reunião de Câmara, Catarina Barreto também se baseou no º1 do artigo 127º do Decreto-Lei nº 80/2015, de 14 de maio, que determina que “os programas e planos territoriais podem ser objeto de revogação sempre que a avaliação da evolução das condições ambientais, económicas, sociais e culturais assim o determine”. A presidente, profissional de advocacia, defendeu que mudança na composição dos órgãos autárquicos não se pode qualificar como “evolução das condições sociais”, mas apenas como “a democracia a funcionar. Do lado do PSD, também se pronunciaram em defesa do Plano os deputados Leonardo Maio, Armando Peres, Joaquim Marques e o presidente da Junta de Freguesia de Óscar Ratola Branco. Os eleitos acabaram por reafirmar a posição já defendida pelo executivo. Foi no mesmo sentido que também se manifestaram os colegas do CDS. A deputada Ana Oliveira assumiu que o partido ia votar contra a proposta do Partido Socialista pela “estabilidade”. No entendimento da eleita, o Plano de Pormenor “não é um processo descartável” e “revogá-lo sem que esteja claro o modelo que o substitui introduz incerteza”. A principal voz da oposição foi Clara Cruz Santos, líder da bancada do PS, que argumentou que a revogação não seria um “bloqueio”, uma vez que “o bloqueio está todo no Plano de Pormenor”. Para além dos argumentos já apresentados pelos socialistas durante a reunião de Câmara, a deputada acrescentou também que “aquilo que vemos quando analisamos o mapa do contencioso da Câmara é que há um inquéritocriminal […] relacionado com o Plano Pormenor do Cais do Paraíso […]e também há ações cíveis intentadas por particulares”.“Isto é muito novo, não se diga que não há novidade”, defendeu. Luís Souto viria mais tarde a recusar “a ideia de que há aqui uma investigação criminal e de que a Polícia Judiciária está em campo”. Segundo o autarca, as diligências em curso prendem-se apenas com “denúncias anónimas”, naturais de processos em que há muitos “interesses” em jogo. A palavra “interesses” despertou a curiosidade de Armando Grave, do Chega, mas Luís Souto também esclareceria que se estava a referir a proprietários, promotores e ao interesse público. Como já tinha feito Alberto Souto através de publicação feita nas redes sociais, Cláudia Cruz Santos fez um apelo para que os deputados sociais-democratas – nomeadamente, o líder de bancada Joaquim Marques – “pensassem pela própria cabeça”. Em resposta direta, o eleito do PSD viria a afirmar que “pensa e continuará a pensar sempre pela sua própria cabeça”. O assunto viria a estender-se até mais tarde, quando Luís Souto acusou os socialistas de também não pensarem pela sua cabeça. Depois de o autarca ter deixado no ar a ideia de que as votações do PS eram determinadas por Alberto Souto, João Sarmento, deputado do partido, defendeu-se e disse que não queria ser “paternalizado”, aceitando que todos pensam pela sua própria cabeça. Dirigindo-se a Luís Souto, presidente da CMA, o deputado socialista Fernando Nogueira acusou o autarca de ter descontextualizado uma frase sua durante a reunião de Câmara. Na altura, o presidente tinha dito que “não é inusitado um Plano de Pormenor ser usado para apoiar um investimento privado”. “A mesma frase também dizia: «se acautelado o interesse coletivo». E a frase seguinte sublinhava que o interesse coletivo tinha sido atropelado, neste caso”, apontou. Por seu lado, Luís Souto veio dizer que a frase “não tinha sido descontextualizada”, mas antes “escolhida” por ser “a de que mais gostou”. “Só tive pena de não ter lido isso durante a minha campanha”, ironizou. Fernando Nogueira atirou também a Rui Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ao dizer que o responsável também não era adepto do Plano, pegando nas palavras do próprio em reunião de Câmara. Recorde-se que o vereador tinha dito que também gostaria que o hotel tivesse uma menor volumetria e número de pisos, mas frisou que “nunca apareceu ninguém para um investimento desta envergadura”, apontando que “o investidor também procura sítios estratégicos” e que “cabe ao decisor político fazer essa gestão”. Luís Souto acabou também por passar a palavra ao colega para que este se defendesse, ao que Rui Santos esclareceu que tinha ficado claro que a sua intervenção em reunião de Câmara tinha sido em defesa do Plano.Apesar de compreender o ataque político dos socialistas, o vereador não deixou de dar uma nota negativa à comunicação social que, nas palavras do presidente, criou um “facto político”. Armando Grave, do Chega, lembrou que o partido “avisou que ia usar a opção da revogação se as condições não se alterassem”, considerando que tal não veio a acontecer. Como já tinha feito o vereador eleito pelo Chega Diogo Soares Machado, Armando Grave assinalou também que “há terrenos que não pertencem ao promotor” e que daí podem advir problemas para a CMA. Para o representante do Chega, existem ainda problemas de transparência e ataca o responsável pelo empreendimento previsto para o terreno ao dizer que, com a construção do hotel, “um ganha, todos perdem”. Ao deputado do Chega, Luís Souto apontou que “nunca tinha havido tanta transparência relativamente a uma matéria como a esta”. Para Tomás Pereira, deputado eleito pela Iniciativa Liberal, o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso devia ser revogado, uma vez que “não serve o interesse público”. O deputado argumenta que o hotel “rompe com a escala da cidade” e sublinha que Aveiro “não rejeita a requalificação do Cais do Paraíso, mas sim a volumetria do hotel”. Antes da votação, Cláudia Cruz Santos sugeriu que os presidentes das Juntas de Freguesia não afetadas pelo Plano se deveriam abster, uma vez que não é na qualidade de deputados que assumem funções na Assembleia Municipal. Se assim fosse, a oposição acabaria por ficar com a maioria dos votos – dos 21 contra 16 que se contavam, passaria a haver 12 contra 16. No entanto, o PSD não viu a proposta com bons olhos e a revogação do Plano acabou por mesmo por ficar pelo caminho.

Firmino Ferreira anuncia candidatura a presidente da Comissão Política do PSD-Aveiro
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Numa breve nota de imprensa enviada às redações, Firmino Ferreira informa que tomou a decisão de avançar com a candidatura, acrescentando que as linhas programáticas e a constituição da lista que o acompanhará serão divulgadas “oportunamente”. Recorde-se que Firmino Ferreira, antigo presidente da Junta de Freguesia de Oliveirinha, assumiu funções de presidente da concelhia do PSD-Aveiro após substituir Simão Santana, que se demitiu das mesmas funções. A saída de Simão Santana ocorreu na sequência da decisão da direção nacional do partido de escolher unilateralmente Luís Souto como candidato à Câmara Municipal de Aveiro nas últimas eleições autárquicas. Apesar do anúncio da candidatura de Firmino Ferreira, a Ria sabe que Nélson Santos, atual presidente da Junta de Freguesia de Cacia, também está no terreno a recolher apoios para uma eventual candidatura à liderança da secção social-democrata de Aveiro. Esta situação não é do agrado de Luís Souto, que preferia uma candidatura agregadora e capaz de unir o partido no concelho. Ainda assim, apurou a Ria, esse desígnio está longe de ser consensual e não se afigura como uma tarefa fácil para o atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro. As próximas semanas serão decisivas.

‘Aliança’ vota em bloco e faz com que AM não revogue o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso
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A Assembleia Municipal reprovou há instantes a proposta de revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. A união da oposição, composta do PS, Chega e Iniciativa Liberal não foi suficiente para conseguir fazer cair o Plano de Pormenor – recorde-se que o deputado eleito pelo Livre ainda não tomou posse, uma vez que por estar “em comissão de serviço oficial no estrangeiro”. Assim sendo, os 12 votos dos deputados da ‘Aliança’ (quatro do CDS e oito do PSD) somados aos nove votos dos presidentes de Juntas de Freguesia eleitos pela coligação foram suficientes para que a proposta não fosse viabilizada. Contas feitas, o Plano acabou por não ser revogado com 21 votos contra, 16 votos a favor e zero abstenções. [Em atualização]

Decisão final sobre Plano de Pormenor do Cais do Paraíso deve ser tomada hoje em AM
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A sessão da AMA retoma hoje a partir do ponto 6, “Apreciação e deliberação da Atualização de Taxas para 2026 do Regulamento Municipal de Taxas e Outras Receitas”. Recorde-se que, na passada quinta-feira, decorreu apenas o período antes da ordem do dia, o ponto de “informações” e foi votado o pacote fiscal para 2026, ou seja, a discussão não ultrapassou o ponto 5 da ordem de trabalhos. Entre os pontos a discutir, ficou a sobre o ponto 8, “Apreciação e deliberação da revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso”. A proposta de revogação foi apresentada pelo PS que, em conjunto com o Chega, a aprovou, obrigando a que o assunto passe agora para as mãos da Assembleia. De acordo com as contas feitas pela Ria na passada semana, para que a revogação seja aprovada é necessário que pelo menos quatro deputados eleitos pela ‘Aliança com Aveiro’ divirjam da posição de Luís Souto e Ribau Esteves, presidente e ex-presidente da autarquia – isto porque Bruno Fonseca, deputado do Livre, ainda não tomou posse por estar “em comissão de serviço oficial no estrangeiro” e, por isso, representa menos um voto para a oposição. A viabilização da proposta socialista afigura-se assim bastante improvável, uma vez que a comissão concelhia do PSD-Aveiro já emitiu um comunicado na passada segunda-feira, dia 15, em que manifestava “profunda discordância e preocupação” com a revogação. Por seu lado, a estrutura do CDS não tomou nenhuma posição pública, mas Ana Cláudia Oliveira, presidente da concelhia do partido, esteve entre os vereadores que votou contra a revogação, portanto é possível deduzir que os centristas também estarão do lado do executivo. O grupo parlamentar do CDS representa quatro deputados. Conforme já tinha feito na passada quinta-feira, Alberto Souto, que se candidatou pelo PS à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) nas últimas autárquicas, voltou a recorrer ao Facebook para apelar à revogação do Plano. Na publicação, reforça que a decisão é pessoal e nominativa, não partidária”. Nesse sentido, diz acreditar que “deputados municipais “como Miguel Capão Filipe, Caetano Alves, Joaquim Marques, Armando Vieira ou Manuel Cartaxo” podem “pensar pela própria cabeça e que não alienem a sua autonomia de gosto e de pensamento em benefício de um plano disparatado e urbanisticamente criminoso”. “Não devem nada a ninguém, nem a Ribau, nem a Luís, nem ao investidor. Devem à população de Aveiro que os elegeu”, insiste o socialista.  

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Segundo a autarquia, o futuro Conselho Municipal do Desporto pretende afirmar-se como uma “plataforma estável de diálogo e cooperação” entre a autarquia, clubes, associações, coletividades, estabelecimentos de ensino e demais entidades com intervenção no setor, contribuindo para a qualificação da oferta desportiva e para o reforço da participação cívica. A iniciativa, sublinham, está alinhada com os princípios da Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto e com os objetivos do Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo, que preconiza a existência de conselhos municipais do desporto em todas as autarquias, promovendo a articulação entre estratégias locais e nacionais.

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De acordo com a agência Lusa, a decisão foi tomada na última reunião do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), realizada na segunda-feira, “fundamentada na convicção de que o autarca reúne as condições necessárias para a coordenação de políticas públicas e para o desenvolvimento equilibrado do território nacional”.  “Os anos de convivência com Ribau Esteves permitem manifestar confiança nas suas capacidades de articulação institucional, em benefício da região e do país”, declarou Jorge Almeida, presidente do conselho intermunicipal da CIRA. Na manifestação do apoio à candidatura de Ribau Esteves a presidente da CCDRC, os autarcas destacam “a capacidade de trabalho e o conhecimento de dossiês demonstrados” pelo antigo presidente da CIRA e da Câmara de Aveiro ao longo do seu percurso público. “A CIRA enaltece as qualidades técnicas e a sensibilidade do candidato para as matérias do poder local, acreditando que a experiência acumulada assegurará uma relação institucional eficaz entre os municípios e a CCDRC”, refere a declaração de apoio. O antigo presidente das câmaras de Aveiro e Ílhavo, o social-democrata Ribau Esteves, anunciou em 16 de dezembro que é candidato à presidência da CCDRC. “Sou candidato com o apoio oficial do PSD e do PS, no âmbito de um compromisso que aceitei e assumi”, afirmou Ribau Esteves, numa informação enviada à agência Lusa, agradecendo a confiança do presidente do PSD, Luís Montenegro, e do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro. As eleições para a presidência e vice-presidência das cinco CCDR foram marcadas pelo Governo para o dia 12 de janeiro num contexto de entendimento entre o PS e o PSD para a distribuição das lideranças regionais. Segundo o acordo estabelecido, os sociais-democratas deverão liderar as CCDR do Norte e do Centro enquanto os socialistas assumirão as presidências de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. Os presidentes das CCDR são eleitos para um mandato de quatro anos por colégios eleitorais de autarcas das respetivas regiões, constituídos pelos presidentes de câmara, presidentes das assembleias municipais, vereadores eleitos e deputados municipais, incluindo os presidentes das juntas de freguesia. Os vice-presidentes, um por cada região, são eleitos por um colégio eleitoral constituído pelos presidentes das câmaras municipais. No dia eleitoral, a eleição dos presidentes decorre em todas as assembleias municipais, em simultâneo e ininterruptamente, entre as 16:00 e as 20:00. No mesmo dia, as eleições para o vice-presidente decorrem também em simultâneo e ininterruptamente, mas nas instalações das comunidades intermunici­pais (CIM) e das áreas metropolitanas. Os dirigentes eleitos das CCDR estão também sujeitos a regras de limitação a três mandatos consecutivos. Além destes dirigentes eleitos indiretamente, o Governo está a desenvolver alterações para a nomeação de cinco vice-presidentes para as áreas da Educação, Saúde, Cultura, Ambiente e Agricultura, que reportam diretamente ao executivo nacional.

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Depois de o autarca ter deixado no ar a ideia de que as votações do PS eram determinadas por Alberto Souto, João Sarmento, deputado do partido, defendeu-se e disse que não queria ser “paternalizado”, aceitando que todos pensam pela sua própria cabeça. Dirigindo-se a Luís Souto, presidente da CMA, o deputado socialista Fernando Nogueira acusou o autarca de ter descontextualizado uma frase sua durante a reunião de Câmara. Na altura, o presidente tinha dito que “não é inusitado um Plano de Pormenor ser usado para apoiar um investimento privado”. “A mesma frase também dizia: «se acautelado o interesse coletivo». E a frase seguinte sublinhava que o interesse coletivo tinha sido atropelado, neste caso”, apontou. Por seu lado, Luís Souto veio dizer que a frase “não tinha sido descontextualizada”, mas antes “escolhida” por ser “a de que mais gostou”. “Só tive pena de não ter lido isso durante a minha campanha”, ironizou. Fernando Nogueira atirou também a Rui Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ao dizer que o responsável também não era adepto do Plano, pegando nas palavras do próprio em reunião de Câmara. Recorde-se que o vereador tinha dito que também gostaria que o hotel tivesse uma menor volumetria e número de pisos, mas frisou que “nunca apareceu ninguém para um investimento desta envergadura”, apontando que “o investidor também procura sítios estratégicos” e que “cabe ao decisor político fazer essa gestão”. Luís Souto acabou também por passar a palavra ao colega para que este se defendesse, ao que Rui Santos esclareceu que tinha ficado claro que a sua intervenção em reunião de Câmara tinha sido em defesa do Plano.Apesar de compreender o ataque político dos socialistas, o vereador não deixou de dar uma nota negativa à comunicação social que, nas palavras do presidente, criou um “facto político”. Armando Grave, do Chega, lembrou que o partido “avisou que ia usar a opção da revogação se as condições não se alterassem”, considerando que tal não veio a acontecer. Como já tinha feito o vereador eleito pelo Chega Diogo Soares Machado, Armando Grave assinalou também que “há terrenos que não pertencem ao promotor” e que daí podem advir problemas para a CMA. Para o representante do Chega, existem ainda problemas de transparência e ataca o responsável pelo empreendimento previsto para o terreno ao dizer que, com a construção do hotel, “um ganha, todos perdem”. Ao deputado do Chega, Luís Souto apontou que “nunca tinha havido tanta transparência relativamente a uma matéria como a esta”. Para Tomás Pereira, deputado eleito pela Iniciativa Liberal, o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso devia ser revogado, uma vez que “não serve o interesse público”. O deputado argumenta que o hotel “rompe com a escala da cidade” e sublinha que Aveiro “não rejeita a requalificação do Cais do Paraíso, mas sim a volumetria do hotel”. Antes da votação, Cláudia Cruz Santos sugeriu que os presidentes das Juntas de Freguesia não afetadas pelo Plano se deveriam abster, uma vez que não é na qualidade de deputados que assumem funções na Assembleia Municipal. Se assim fosse, a oposição acabaria por ficar com a maioria dos votos – dos 21 contra 16 que se contavam, passaria a haver 12 contra 16. No entanto, o PSD não viu a proposta com bons olhos e a revogação do Plano acabou por mesmo por ficar pelo caminho.

Firmino Ferreira anuncia candidatura a presidente da Comissão Política do PSD-Aveiro
Cidade

Firmino Ferreira anuncia candidatura a presidente da Comissão Política do PSD-Aveiro

Numa breve nota de imprensa enviada às redações, Firmino Ferreira informa que tomou a decisão de avançar com a candidatura, acrescentando que as linhas programáticas e a constituição da lista que o acompanhará serão divulgadas “oportunamente”. Recorde-se que Firmino Ferreira, antigo presidente da Junta de Freguesia de Oliveirinha, assumiu funções de presidente da concelhia do PSD-Aveiro após substituir Simão Santana, que se demitiu das mesmas funções. A saída de Simão Santana ocorreu na sequência da decisão da direção nacional do partido de escolher unilateralmente Luís Souto como candidato à Câmara Municipal de Aveiro nas últimas eleições autárquicas. Apesar do anúncio da candidatura de Firmino Ferreira, a Ria sabe que Nélson Santos, atual presidente da Junta de Freguesia de Cacia, também está no terreno a recolher apoios para uma eventual candidatura à liderança da secção social-democrata de Aveiro. Esta situação não é do agrado de Luís Souto, que preferia uma candidatura agregadora e capaz de unir o partido no concelho. Ainda assim, apurou a Ria, esse desígnio está longe de ser consensual e não se afigura como uma tarefa fácil para o atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro. As próximas semanas serão decisivas.