RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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INEM alerta bombeiros para possíveis atrasos no pagamento do subsídio mensal

O INEM alertou, numa carta enviada às corporações de bombeiros com ambulâncias de emergência médica, para a possibilidade de atrasos no pagamento mensal dos subsídios devido ao “aumento significativo dos montantes” resultantes do novo acordo de financiamento.

INEM alerta bombeiros para possíveis atrasos no pagamento do subsídio mensal
Redação

Redação

19 jun 2025, 18:23

Em fevereiro, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e o Instituto Nacional de Emergência Médica assinaram um acordo que determinava os novos subsídios a atribuir pelo INEM às corporações de bombeiros com ambulâncias de emergência médica, que passaram a receber, com efeitos retroativos a janeiro deste ano, 8.760 euros mensais, traduzindo-se num aumento de 2.000 euros.

Esta semana, o Instituto enviou uma carta às associações humanitárias com ambulâncias do INEM, alertando-as para “a possibilidade de eventuais atrasos no pagamento mensal dos referidos subsídios”.

Na missiva a que a Lusa teve hoje acesso, o INEM explica que as suas receitas são provenientes da taxa aplicada sobre os prémios dos seguros, um modelo de financiamento que tem como objetivo “garantir a sustentabilidade do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)” e permitir “a manutenção dos meios operacionais, a qualificação dos recursos humanos e uma resposta atempada às necessidades da população”. “Contudo, importa referir que a cobrança desta receita não depende apenas do INEM, o que faz com que nem sempre seja possível assegurar a tesouraria necessária para o pagamento atempado dos subsídios devidos aos parceiros do SIEM”, refere a carta assinada pela coordenadora do Gabinete de Planeamento e Controlo de Gestão do INEM.

Segundo o instituto, “este constrangimento tem sido agravado pelo aumento significativo dos montantes dos subsídios, decorrente do novo memorando de entendimento em vigor”. O INEM assegura que está empenhado em desenvolver “todos os esforços para garantir os pagamentos dentro dos prazos estabelecidos”, mas “face às limitações” poderá, “em determinados momentos não ser possível cumprir rigorosamente esse objetivo”.

Contactado pela Lusa, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses confirmou o atraso no pagamento, precisando que os bombeiros receberam hoje o subsídio que já devia ter sido pago a 10 de abril.

António Nunes criticou o INEM por ter enviado esta carta às corporações de bombeiros sem conhecimento da LBP, uma vez que as duas entidades são parceiras e na próxima segunda-feira haverá a reunião mensal do grupo de acompanhamento permanente do acordo assinado em fevereiro. O responsável acrescentou que o INEM apenas comunicou à Liga que ia enviar às associações humanitárias a carta sobre o atraso no pagamento dos subsídios.

“De uma forma traiçoeira, o INEM anda a tentar justificar situações que deviam ser feitas no grupo de acompanhamento”, disse, frisando que existe um acordo homologado pela ministra da Saúde que não está a ser cumprido.

António Nunes sustentou que o INEM tem que dizer ao Ministério Saúde que precisa de reforço orçamental para cumprir com o acordo, que “não é clandestino”.

Recomendações

Cruz Vermelha com nova campanha de recolha de alimentos face ao aumento de pedidos
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Cruz Vermelha com nova campanha de recolha de alimentos face ao aumento de pedidos

Em comunicado, a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) adianta que a campanha “Vale +” vai realizar-se até 19 de outubro em exclusivo em 280 lojas Lidl em todo o país e que, face ao aumento de pedidos de auxílio, entre 2023 e 2024 “o número de famílias apoiadas pela CVP aumentou 60%”. A anterior edição da Campanha "Vale +", realizada em julho passado, permitiu garantir 43.488 refeições a famílias mais vulneráveis, adianta a CVP. Com esta nova edição, será possível apoiar famílias em situação de maior fragilidade socioeconómica através da compra de vales solidários disponíveis nas caixas de pagamento da cadeia de retalho, enquanto no fim de semana de 11 e 12 de outubro, equipas de voluntários da CVP estarão presentes em diversas lojas aderentes para recolher alimentos e produtos de higiene doados diretamente pelos clientes. Assente no conceito “A sua escolha VALE MAIS. Para que ninguém fique por ajudar!", a iniciativa “apela à mobilização e à responsabilidade social dos portugueses, num contexto em que os pedidos de ajuda continuam a aumentar de forma significativa, fazendo com que a campanha dê resposta às necessidades básicas das famílias portuguesas”. Na edição anterior, foram angariados 60.273 euros em vales, 71.883 produtos recolhidos em loja (equivalentes a 91.937 euros). Em 2024, o número de famílias apoiadas com ajuda alimentar pelas 159 Estruturas Locais da CVP aumentou cerca de 58,6%, passando de 60.000 em 2023 para 95.169 em 2024, em todo o território nacional, através da entrega de géneros ou de cartões alimentares, permitindo uma resposta mais ajustada às necessidades individuais. Com esta nova ação de solidariedade nacional, a CVP afirma que pretende reforçar a importância de envolver e mobilizar a comunidade para dar resposta a esta emergência social cada vez mais abrangente, que afeta não apenas desempregados, mas também famílias com emprego que já não conseguem cobrir despesas básicas. A CVP explica que os cidadãos podem contribuir com a compra de vales solidários (de 1, 2 e 5 euros) disponíveis nas caixas registadoras das lojas Lidl aderente, vales estes que representam produtos essenciais que serão distribuídos às famílias apoiadas, garantindo um apoio mais flexível e adaptado às suas necessidades. Pode igualmente ser feita a doação de bens essenciais no próximo fim de semana (de 11 e 12 de outubro) diretamente aos voluntários que estarão presentes em 93 lojas aderentes.

Ministro garante medidas para tornar mais atrativa profissão de professor
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Ministro garante medidas para tornar mais atrativa profissão de professor

Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem da sessão comemorativa dos 25 anos da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Fernando Alexandre apontou que 60% dos professores atualmente no ativo em Portugal se vão reformar nos próximos 15 a 20 anos. “Durante décadas, vamos precisar de formar professores, porque nós vamos ter 60% dos professores a reformarem-se nos próximos 15, 20 anos, o que é uma mudança muito rápida e que exige um reforço muito grande da capacidade de formação”, referiu. Nesse sentido, acrescentou, o Governo vai contratualizar com as universidades e os politécnicos “as vagas que forem necessárias para superar as necessidades”. “São quase 4 mil por ano, todos os anos, é isso que nós vamos ter e por isso nós precisamos de ter essa formação”, vincou. Para Fernando Alexandre, “uma parte do problema pode ser resolvida trazendo os professores que tinham abandonado a carreira de regresso à profissão”. “No ano passado, conseguimos trazer para a profissão seis mil novos professores”, adiantou, sublinhando que este é um sinal de que se está a conseguir passar a “mensagem da valorização dos professores e da importância que o país tem de lhes dar”. O ministro criticou o facto de, “durante demasiado tempo”, não se ter dado esse reconhecimento, “o que levou os professores a abandonarem a carreira, a tomarem outras, a seguir outros caminhos”, adiantando que quem escolhe a profissão de professor, tem de saber com o que vai contar, o que vai acontecer em 2027, com o novo estatuto da carreira docente. Fernando Alexandre lembrou que o Governo anterior recuperou o tempo de serviço que os professores reclamavam há muito tempo “e a que tinham direito”, num investimento de centenas de milhões de euros que “é um sinal de reconhecimento da importância que os professores têm”. O ministro acrescentou ainda que em 2024 foram vinculados 1.700 professores num concurso extraordinário e que agora os professores que têm apenas habilitação própria e estão vinculados condicionalmente por quatro anos nas zonas mais deficitárias vão poder fazer a profissionalização através de cursos da Universidade Aberta e sem quaisquer custos. O Governo vai pagar integralmente esses cursos e os professores vão ter condições para, ao mesmo tempo que estão a dar aulas, poderem concluir a profissionalização e ficarem com o vínculo permanente. “Espero que esse tipo de medidas faça com que os novos alunos sejam formados, que olhem para a profissão de professor com a importância e com o peso que ela tem, no fundo”, disse Fernando Alexandre.

Mais de 2.000 grávidas ou pessoas em licença parental dispensadas do trabalho
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Mais de 2.000 grávidas ou pessoas em licença parental dispensadas do trabalho

Segundo o jornal Público, que cita um relatório da CITE, este valor é o segundo valor mais elevado em cinco anos, apenas superado em 2020. Nos despedimentos, 2024 foi o pior ano, de acordo com os dados do mais recente relatório sobre o progresso da igualdade entre mulheres e homens no trabalho, no emprego e na formação profissional citado pelo Público. O Código do Trabalho indica que as empresas são obrigadas a comunicar à CITE a intenção de pôr fim à relação laboral com trabalhadoras grávidas, puérperas ou lactantes, além de trabalhadores que se encontrem a gozar a licença parental ou que sejam simultaneamente cuidadores. Esta comunicação serve para que a CITE possa analisar a validade do motivo para o fim do vínculo laboral. De acordo com o relatório, em 2024, a CITE recebeu 1.894 comunicações relativas à não renovação de contratos de trabalho a termo, 138 referentes à cessação de contrato em período experimental e outras 138 sobre despedimentos. No total, foram 2.170 comunicações, um valor “apenas ultrapassado em 2020, quando o total chegou às 2.299, graças a um maior peso da não renovação dos contratos a termo (2107), já que o número de despedimentos foi menor, situando-se nos 130”, escreve o Público. Segundo o jornal, depois do pico de 2020, as comunicações têm vindo a subir - foram 1.366 em 2021, 1.625.em 2022 e 1.917 em 2023 —, mas a presidente da CITE, Carla Tavares, diz que não é possível perceber se há mais casos ou se são as empresas que estão a cumprir melhor a sua obrigação, comunicando mais. “Não conseguimos delinear essa fronteira e, provavelmente, nunca saberemos”, disse Carla Tavares, acrescentando: “Já propus que se estabelecesse uma interligação de dados, que nos permitisse perceber se as pessoas que obtêm licença por maternidade continuam a fazer descontos, o que nos permitiria saber se havia casos que não estavam a ser comunicados. Mas não foi feito”. Seja qual for a razão, a responsável assume que os números “são sempre elevados” e, nestes últimos anos, têm envolvido mulheres com nomes estrangeiros. “Pode não significar nada, mas temo-nos apercebido de que há muitos nomes estrangeiros. Não significa que não sejam pessoas portuguesas, mas há esta coincidência”, conta. Nos cinco anos referidos no relatório (2020-2024), o total de comunicações de não renovação do contrato de trabalho a termo envolvendo grávidas ou as outras situações referidas chegou às 8.299. Já os despedimentos chegaram aos 534 e a cessão do contrato de trabalho em período experimental afetou 544 pessoas. Ou seja, “no total das três situações houve pelo menos 9.377 pessoas afetadas”, escreve o Público, acrescentando que a intervenção da CITE permitiu “reverter algumas destas situações”, mas os números são reduzidos. O relatório indica que no ano passado houve 15 casos comunicados de não renovação do contrato a termo em que a entidade empregadora acabou por recuar.

'Burnout' e saúde mental afetam portugueses mas só 3% fazem terapia
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'Burnout' e saúde mental afetam portugueses mas só 3% fazem terapia

“No geral, 66% dos europeus já experimentaram esgotamento [‘burnout’], sentiram-se à beira dele ou, pelo menos, relataram sentimentos associados a ele”, um aumento considerável em comparação com o recorde anterior de 60% em 2024”, salienta o ‘STADA Health Report 2025’, realizado em 22 países. Segundo o estudo, a que a agência Lusa teve acesso, os valores mais elevados foram registados na Irlanda (80%) e na Hungria (76%). A nível europeu, as mulheres (71%) são mais propensas a sentirem esgotamento do que os homens (60%) e há também uma diferença marcante na experiência geracional, com 75% dos europeus com menos de 34 anos a relatarem sentimentos de esgotamento, em comparação com 71% dos 35 aos 54 anos e apenas 53% dos com 55 anos ou mais. Portugal ocupa a 8.ª posição entre os 23 países europeus analisados no que diz respeito ao bem-estar psicológico, com 64% dos inquiridos a classificarem a sua saúde mental como “boa” ou “muito boa”. A Roménia (84%), a Bulgária (80%), a Sérvia e a Suíça (ambas com 74%) apresentam os valores mais altos. Já a Hungria surge no lado oposto, com apenas 44% dos participantes a avaliarem positivamente a sua saúde mental. Desde 2022, os portugueses têm mantido uma perceção estável da sua saúde mental, com ligeiras melhorias nos indicadores negativos: A percentagem dos que se consideram com “má saúde mental” caiu de 10% em 2022, para 9% em 2023, 8% em 2024 e para 6% em 2025). Já a avaliação “muito boa” da saúde mental subiu de 13% em 2022, para 22% em 2023, mas registou ligeiras quedas nos anos seguintes: 20% em 2024 e 19% em 2025. O estudo também mostra que a perceção de que o estilo de vida e a situação económica afetam a saúde mental aumenta com a idade: Vai dos 45% nos jovens dos entre os 25 e os 34 anos até 78% nos maiores de 70 anos. Revela ainda que 73% consideram ter um estilo de vida saudável e 55% avaliam positivamente a sua situação financeira. As preocupações financeiras (32%), o ‘stress’ no trabalho (26%) e a solidão (10%) são os principais fatores apontados para os problemas de saúde mental. A solidão é mais referida pelos mais jovens (28% dos 18-24 anos) e pelos mais velhos (39% dos maiores de 70 anos). Apesar do impacto sentido, apenas 21% procuram ajuda externa para melhorar a saúde mental, enquanto 46% recorrem a estratégias próprias e 31% dizem não fazer nada. Entre as principais formas de autocuidado apontadas estão passar tempo com amigos e familiares (23%) e fazer exercício físico (19%). Os principais motivos apontados pelos inquiridos para não procurar apoio são o custo (25%), a perceção de ineficácia (22%), o desgaste emocional (9%), sentirem-se estigmatizados quando procuram ajuda (5%) e terem falta de apoio da família e amigos (4%). O estudo também avaliou o teletrabalho, concluindo que trouxe efeitos positivos para 71% dos portugueses: 42% destacam o melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, 31% dizem sentir-se mais produtivos, 29% afirmam ter menos ‘stress’ e 23% referem melhoria da saúde mental. No entanto, há quem aponte efeitos negativos, como dificuldades em desconectar-se do trabalho (14%), sentir-se mais isolado e sozinho (13%) e ser mais difícil ficar motivado e focado (11%). O inquérito aponta também que 60% dos europeus consideram que a saúde mental e física não são tratadas de forma igualitária no sistema de saúde do seu país. Esta perceção de desigualdade é particularmente forte em Espanha (78%), Hungria e Bulgária (76% cada) e Portugal (70%), ao contrário dos participantes na Suíça (40%) e no Uzbequistão (47%). O inquérito ‘online’ foi realizado pela consultora Human8 em fevereiro e março e contou com amostras de 1.000 a 2.000 inquiridos, entre os 18 e os 99 anos, em cada país.

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Orçamento do Estado para 2026 sem qualquer referência ao hospital e portagens de Aveiro
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Orçamento do Estado para 2026 sem qualquer referência ao hospital e portagens de Aveiro

A análise ao Relatório do Orçamento do Estado 2026, publicado esta quarta-feira, confirma, como seria de esperar, que não há qualquer menção ao Hospital de Aveiro ou a investimentos diretamente associados a este. O documento apenas cita, em listagens administrativas, a “Unidade Local de Saúde de Aveiro, E.P.E.”, sem qualquer dotação inscrita para investimento. Entre os projetos hospitalares com verbas previstas para o próximo ano, o Governo destaca o Novo Hospital Central do Alentejo, o Novo Hospital Lisboa Oriental, os Hospitais de Proximidade do Seixal e de Sintra, o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e o Centro Hospitalar de Setúbal, além de investimentos no IPO de Coimbra, no IPO do Porto ou no Centro de Ambulatório e Radioterapia Tondela/Viseu. Aveiro não surge na lista. Recorde-se que, tal como o presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves, já esclareceu publicamente, o concurso público para a elaboração do projeto de requalificação e expansão do Hospital de Aveiro encontra-se suspenso na sequência de uma reclamação apresentada por uma das empresas concorrentes. Um projeto desta dimensão deverá ainda demorar entre um a dois anos a ser concluído, sendo apenas numa fase posterior o Governo poderá inscrever verbas específicas no Orçamento do Estado para lançar o concurso das obras. No caso das portagens, o Relatório do Orçamento do Estado para 2026 inclui apenas referências genéricas às compensações às concessionárias afetadas pela eliminação de portagens - enquadradas na Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto -, mas sem qualquer menção às portagens entre Albergaria-a-Velha e Aveiro da A25.  Importa ter em consideração que, uma vez que a eliminação das portagens não está contemplada no Orçamento do Estado para 2026, a aprovação de um eventual projeto de lei sobre esta matéria, só poderá produzir efeitos em 2027. Tal decorre da chamada “norma-travão”, prevista na Constituição da República, que impede a criação de novas despesas ou a redução de receitas não inscritas no Orçamento em vigor durante o respetivo ano de execução.

BE lança “moeda Souto de Miranda” e acusa PS e PSD/CDS de partilharem políticas urbanísticas
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BE lança “moeda Souto de Miranda” e acusa PS e PSD/CDS de partilharem políticas urbanísticas

“Duas faces da mesma moeda”, explicou João Moniz, candidato do BE à Câmara de Aveiro, ao mostrar o objeto simbólico- uma moeda amarela que exibia, de um lado, o rosto de Luís Souto de Miranda, candidato da Aliança com Aveiro, e, do outro, o de Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à mesma autarquia. Segundo o bloquista, a escolha do local também não foi aleatória. “Optámos por realizar esta ação no Cais da Fonte Nova porque é um exemplo emblemático das políticas de desenvolvimento urbanístico em Aveiro, que consideramos partilhadas pelo PSD/CDS e pelo PS”, afirmou à Ria. “Uma das faces pode ter uma cara mais simpática e outra uma cara menos simpática, mas a moeda é a mesma. A política de desenvolvimento urbanístico é a mesma”, continuou. Recordando a transformação daquela zona da cidade, João Moniz sublinhou que era “ali que se fazia a Feira de Março, o canal estava degradado, eram terrenos ermos, e durante a governação de Alberto Souto de Miranda foi elaborado um plano de pormenor para renovar esta área e transformá-la no que é hoje, com terrenos públicos”. “Fez-se um plano com terrenos públicos onde não havia qualquer garantia ou previsão, ou o que seja, de edificação de habitação a custos controlados ou habitação pública.Esse foi o pecado original do Partido Socialista”, acusou. No seguimento, apontou que na governação de Élio Maia “pouco aconteceu”, e que, com José Ribau Esteves, atual presidente da Câmara de Aveiro, começou uma “massificação da construção bastante intensa”. “Começaram a ser vendidos (…) terrenos públicos que eram aqui [no Cais da Fonte Nova], onde agora está a habitação mais cara de todo o concelho”, continuou o candidato do BE. “Estamos a falar, por exemplo, de apartamentos T3 e T4 em alguns dos edifícios mais recentes, que chegam quase aos dois milhões de euros”, apontou João Moniz, acrescentando que a alienação destes terrenos contou com o apoio do Partido Socialista. “O PS votou sempre a favor da venda destes terrenos, que, sendo públicos, deveriam ter sido mobilizados para fazer habitação a custos controlados ou habitação pública”, reiterou. Questionado pela Ria sobre como inverter esta realidade, João Moniz respondeu prontamente que naquela zona “já não há solução”. “A Câmara Municipal ainda tem um terreno, que é usado agora para as pessoas estacionarem os carros, ali no meio do cais da Fonte Nova. (…) Mas esta zona já está irremediavelmente estragada (…) do ponto de vista das políticas de habitação acessível e a preços que as pessoas possam pagar”, afirmou. Fora do Cais da Fonte Nova, o candidato do BE defendeu que ainda é possível mobilizar outros terrenos municipais, apontando como exemplos o espaço do antigo Hospital de Saúde Mental, em São Bernardo, e a eventual transferência de posse do quartel da GNR. “A nossa proposta é que a Câmara Municipal aumente o seu portfólio de imóveis e compre ou que exproprie imóveis para além destes”, referiu João Moniz, acrescentando ainda a possibilidade de aproveitar as áreas “entre a Nacional 109 e a Avenida Francisco Sá Carneiro”, de modo a conjugar habitação pública, privada e espaços verdes. A um dia de terminar a campanha eleitoral, o candidato do BE Aveiro fez ainda um balanço positivo da corrida autárquica. “O Bloco de Esquerda apresentou-se a estas eleições com uma equipa muito alargada. Estamos a falar de centenas de candidatos. Fomos a nove das dez juntas de freguesia. Temos uma equipa para governar a Câmara e para fazer escrutínio à autarquia e à Assembleia Municipal”, destacou. João Moniz sublinhou também que o partido conseguiu colocar vários temas no centro do debate político local. “Temos ideias que são, neste momento, discutidas de forma unânime por todas as outras candidaturas e pela sociedade aveirense”, afirmou, recordando os “grandes temas” de campanha do BE: “Habitação- o tema que o Bloco de Esquerda anda a insistir incessantemente desde 2017; mobilidade e taxa turística- a proposta do BE que foi discutida em quase todos os debates e todas as candidaturas disseram que estariam disponíveis para executar algum tipo de taxa turística”. “Existe esta abrangência, existe esta aceitação pela sociedade. Nós só podemos fazer um balanço positivo. Agora, o que vai acontecer no dia 12 de outubro, isso cabe aos eleitores de Aveiro”, concluiu.

Câmara de Ílhavo assume limpeza florestal da antiga Colónia Agrícola da Gafanha
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Câmara de Ílhavo assume limpeza florestal da antiga Colónia Agrícola da Gafanha

Segundo fonte municipal, o acordo estende-se até 2028 e “visa a implementação e manutenção de faixas de gestão de combustível na antiga Colónia Agrícola da Gafanha”, agora denominada de lugar de Nossa Senhora dos Campos, para proteção contra incêndios. O contrato interadministrativo de delegação de competências celebrado com a ESTAMO, Participações Imobiliárias, S.A., enquanto entidade representante do Estado, entrega ao município de Ílhavo a responsabilidade pela “implementação e manutenção das faixas de gestão de combustível na antiga Colónia Agrícola da Gafanha”.  São também abrangidas “áreas estratégicas de mosaicos de gestão de combustível (MPGC), até agora sem intervenção”, informa a autarquia em nota de imprensa. A intervenção naquela área vai decorrer até 2028 e tem como objetivo “reduzir os efeitos e a dimensão dos incêndios rurais, através da gestão de combustível em locais estratégicos”.  Espera-se condicionar, por essa via, “o comportamento e a propagação do fogo, mitigando os seus impactos no território”. A operação em curso permitirá ainda o controlo da vegetação invasora, “uma das principais ameaças à biodiversidade e aos serviços dos ecossistemas, com consequências ambientais e económicas negativas”, salienta a nota.  A limpeza florestal deverá ainda contribuir para a prevenção e o controlo de pragas florestais. “As ações previstas reforçam a valorização da segurança e do usufruto do espaço florestal da Nossa Senhora dos Campos, enquanto área de recreio e lazer, com relevância paisagística e ambiental”, salienta o texto.

Autárquicas: André Ventura quer dar “cartão vermelho” ao primeiro-ministro no distrito de Aveiro
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Autárquicas: André Ventura quer dar “cartão vermelho” ao primeiro-ministro no distrito de Aveiro

Foi já muito depois da hora marcada que, para alegria das mais de 100 pessoas presentes, André Ventura surgiu em Aveiro para uma ação de campanha no âmbito das eleições autárquicas do próximo domingo, dia 12. Entre as várias fotografias e cumprimentos dos apoiantes, o presidente do partido disse aos jornalistas que estava à espera de “um resultado em linha com aquilo que tivemos [o Chega] nas legislativas”. Sempre acompanhado de perto por Diogo Soares Machado, candidato do Chega à Câmara Municipal de Aveiro (CMA), André Ventura nunca mencionou diretamente os problemas do Município de Aveiro, tendo-se sempre referido ao distrito: “É um distrito de combate, mas em que também muitas das nossas causas se manifestam. Na habitação, na insegurança, na imigração… Ainda agora, no sítio onde parei, um jovem luso-descendente me dizia que se sentia revoltado por sentir que aqueles que vêm de fora têm mais direitos do que aqueles que são filhos de portugueses ou luso-descendentes. Portanto, este é um distrito onde temos muita potencialidade”. O facto de se tratar do distrito de origem do primeiro-ministro Luís Montenegro, natural de Espinho, não passou despercebido. O dirigente disse esperar que lhe seja dado um “cartão vermelho” nestas autárquicas. Olhando para o panorama nacional, Ventura afirmou quer “as coisas não estão bem em Portugal” e que “a saúde do governo não está boa”, pelo que o Chega é que vai ser o “motor do cartão vermelho”.