RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

País

Portugal foi o sexto pior da União Europeia em mortos na estrada em 2023

Portugal foi, em 2023, o sexto pior país entre os 27 da União Europeia (UE) no número de mortos na estrada por milhão de habitantes, tendo sido ultrapassado apenas por Grécia, Croácia, Letónia, Roménia e Bulgária.

Portugal foi o sexto pior da União Europeia em mortos na estrada em 2023
Redação

Redação

03 mar 2025, 16:02

Segundo o Relatório Anual de 2023 da Sinistralidade a 30 dias, só hoje divulgado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o número de vítimas mortais por milhão de habitantes em Portugal foi então de 60,8, acima da média de 45,6 da UE, numa tabela liderada pela Suécia (21,8).

Em 2013, a taxa nacional tinha sido de 63,8, o que se traduz numa diminuição de 4,8% numa década no número de mortos por milhão de habitantes em Portugal.

Na Europa, a média de redução foi 17,2%, posicionando-se Portugal "em 23.º lugar entre os Estados-Membros com as diminuições mais significativas".

Em sentido inverso, o número de acidentes com vítimas por milhão de habitantes em território nacional aumentou de 2.888 para 3.480 entre 2013 e 2023 (+20,5%).

A média europeia foi de menos 28,6%, com 2.076 em 2013 e 1.483 em 2023.

De acordo com o Relatório, há dois anos morreram nas estradas portuguesas 642 pessoas, 163 das quais nos 30 dias seguintes ao acidente, admitindo a ANSR que a sinistralidade no continente está a regressar aos níveis pré-covid-19.

Em 2023, registaram-se 36.595 acidentes, dos quais resultaram ainda 2.500 feridos graves e 42.873 ligeiros.

A UE tem como meta reduzir em 50% as mortes na estrada até 2030.

Recomendações

Campanha para ajudar pessoas carenciadas a comprar medicamentos arranca hoje
País

Campanha para ajudar pessoas carenciadas a comprar medicamentos arranca hoje

“A campanha terá lugar em cerca de 600 farmácias de todo o país, nas quais a população é convidada a doar o seu troco para o Programa Abem, que apoia pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade económica a adquirir os medicamentos de que precisam”, refere o comunicado da campanha do Programa abem: Rede Solidária do Medicamento, coordenado pela Associação Dignitude. A diretora executiva da Associação Dignitude, Maria João Toscano, disse à Lusa que um em cada 10 portugueses não consegue pagar os medicamentos prescritos por não terem dinheiro, destacando que a 14ª Campanha "Dê Troco a Quem Precisa", que decorre até ao dia 26 de dezembro, pretende reduzir o número de pessoas incapaz de comprar remédios por razões financeiras. Neste grupo de pessoas carenciadas, 64% tem entre os 18 e 64 anos, 24% têm mais de 65 anos e 12% são crianças, referiu Maria João Toscano.A dirigente indicou que existem casos de pessoas que têm de escolher entre “pôr comida na mesa para os filhos e para a família ou comprar os medicamentos”. Para mostrar o impacto do Programa Abem, a diretora enviou à Lusa um depoimento de uma pessoa que foi ajudada pela iniciativa e que para pagar a renda da casa não podia comprar os medicamentos que precisava. “O Programa foi muito importante na minha vida, ajudou-me muito. Tenho uma despesa muito grande de medicamentos, tenho muitos problemas de saúde, hipertensão, diabetes, depressão, muita coisa mesmo. Antes não conseguia pagar as despesas todas, para pagar a renda não tinha dinheiro para os medicamentos. Estou muito agradecida pelo apoio, ajudou-me muito a mim e ao meu filho”, indicou a beneficiária da iniciativa, que pediu o anonimato. Maria João Toscano destacou que alguns cêntimos podem fazer a diferença na vida das pessoas, referindo que algumas vivem com doenças crónicas e que, sem medicação, podem ver agravado o seu estado de saúde. Os beneficiários do Programa abem: Rede Solidária do Medicamento são pessoas em situação de pobreza sinalizadas por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), pela Santa Casa da Misericórdia, entre outras organizações solidárias. Os beneficiários têm acesso a um cartão, que deve ser apresentado numa farmácia aderente à campanha para adquirirem os medicamentos prescritos. Para ter o cartão, as famílias em situação de carência podem ser sinalizadas pelo programa através de entidades locais, que vão desde Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais, a IPSS e outras instituições da área social. A iniciativa, que se realiza duas vezes por ano, angariou 13.102 euros para o programa, em mais de 500 farmácias aderentes, entre 26 de maio e 06 de junho de 2025, o que permitiu ajudar 79 pessoas. Na edição de maio de 2024 foram angariados 14.837 euros, o que permitiu ajudar 90 pessoas e em dezembro de 2024, a campanha angariou 24.101 euros, ajudando 146 pessoas. Através do ʽsiteʼ da Associação Dignitude também é possível fazer doações para o Programa abem por mbway ou por transferência bancária, durante o ano inteiro.

TikTok reativa centro eleitoral para acesso a informação credível
País

TikTok reativa centro eleitoral para acesso a informação credível

Num comunicado, a plataforma, que já usou este instrumento nas eleições legislativas e autárquicas, assegurou que tem um “compromisso contínuo” em “oferecer um espaço respeitador, onde as pessoas possam expressar-se e construir comunidades”. Por isso, está a tomar “medidas proativas” para as presidenciais. “A nossa equipa local de eleições continuará a trabalhar, juntamente com a tecnologia, para limitar conteúdos prejudiciais e capacitar os utilizadores a distinguir factos de ficção”, indicou. Assim, “para ajudar as pessoas a aceder facilmente a informações fidedignas sobre a votação e as eleições”, o TikTok lançou o seu centro eleitoral na terça-feira. “Este recurso dentro da app fornece detalhes essenciais sobre as eleições presidenciais em português, incluindo links para fontes credíveis que explicam onde e como votar”, além de destacar “datas importantes, dicas de literacia mediática do TikTok e informações adicionais sobre os candidatos”. De acordo com a plataforma, antes do seu lançamento, “o TikTok colaborou com os reguladores nacionais portugueses responsáveis por proteger a integridade do processo eleitoral para apresentar a sua abordagem”, acrescentando que “durante o período eleitoral, os utilizadores são direcionados para o centro eleitoral através de sugestões de pesquisa dedicadas, marcadores em vídeos relevantes e tags em conteúdos publicados por GPPPA [contas de partidos, políticos e governos]”. Na mesma nota, o TikTok aponta que, neste âmbito, identifica “contas de meios de comunicação afiliados ao Estado” e atribui “selos de ‘verificado’ para indicar que as contas são autênticas”, exigindo que “os criadores etiquetem conteúdos realísticos gerados por IA”. “Estamos altamente atentos a tentativas de minar as interações autênticas no TikTok e contamos com equipas que trabalham em tempo integral para combater comportamentos enganadores”, salientou, apontando uma proibição de “operações de influência oculta”, em que “redes de contas atuam de forma enganadora para tentar influenciar a discussão pública sobre temas sociais importantes”. “Também proibimos o roubo de identidade e tentativas de aumentar artificialmente o alcance de conteúdos através de interações falsas, como redes de bots”, salientou. Por fim, destacou, “o TikTok proíbe há muito tempo a publicidade política paga” por considerar “que não é compatível com experiências autênticas e criativas dos utilizadores”. Assim, “contas de governos, políticos ou partidos políticos (“GPPPA”) não podem usar funcionalidades de publicidade ou monetização e estão sujeitas a regras adicionais devido ao seu papel de interesse público nos processos cívicos”.

Segundo dia de greve da função pública com 75% de adesão na educação
País

Segundo dia de greve da função pública com 75% de adesão na educação

“Ainda é cedo para dados mais concretos, mas neste momento estamos com 75% na educação, com muitas escolas encerradas, 90% das cantinas das universidades e politécnicos estão fechadas e na área da saúde ainda não temos números, mas também está a ser afetada”, disse à Lusa Jaime Santos, presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores dos Organismos Públicos e Apoio Social (SITOPAS). De acordo com Jaime Santos, nos serviços municipalizados, mais concretamente na recolha do lixo, a indicação é que esta só era feita na segunda-feira, logo a greve no setor é elevada. O SITOPAS convocou dois dias de greve, na quinta-feira e hoje, contra as propostas do pacote laboral apresentado pelo Governo, que dizem ser um “desrespeito para com os trabalhadores”.

Em 2024 editaram-se menos livros e o preço aumentou face a 2023
País

Em 2024 editaram-se menos livros e o preço aumentou face a 2023

No relatório anual estatístico de Cultura de 2024, o INE explica que os dados em relação ao mercado livreiro são provisórios, mas demonstram que os 11.615 livros editados representam o segundo valor mais baixo em cinco anos. O INE faz uma comparação do mercado livreiro entre 2020 e 2024, indicando que em 2020, ano marcado pela pandemia da covid-19, foram editados 10.279 livros. Nos anos seguintes, o número de livros impressos foi subindo gradualmente - 12.302 livros em 2021, 13.157 em 2022 e 13.557 em 2023 -, registando-se no ano passado 11.615 obras impressas. Estes dados têm por base a atribuição do número de depósito legal, da Biblioteca Nacional de Portugal. Do total de livros impressos editados no ano passado, 87% foram primeiras edições e os restantes 13% reedições. Em Portugal, a literatura dominou a tipologia de livros editados em 2024 (67,4%), seguindo-se as denominadas “obras de referência”, como dicionários e enciclopédias (4,9%), e os manuais escolares (4,1%). Em 2024, publicaram-se obras de 9.484 autores, o que representa uma diminuição de 6,5% face ao ano anterior. Os livros foram o terceiro bem cultural mais exportado por Portugal em 2024, representando 7,3% do total de exportações. Segundo o INE, as exportações de bens culturais atingiram 244,8 milhões de euros em 2024, com um aumento de 6,6% em relação ao ano anterior, e os livros foram o terceiro produto mais exportado (7,3%), logo a seguir aos artigos de joalharia (39,2%) e aos bens de artesanato (36,8% do total). Quando às importações, o valor total atingiu 513,7 milhões de euros, numa ligeira diminuição de 0,8% face a 2023. Nesta área, os bens culturais mais importados foram os artigos de joalharia (34,3% do total), os livros (15,8%) e os “bens de audiovisual e média interativa” (13,3%).

Últimas

Entrevista: Joana Regadas recandidata-se à AAUAv e destaca redução da dívida em “100 mil euros”
Universidade

Entrevista: Joana Regadas recandidata-se à AAUAv e destaca redução da dívida em “100 mil euros”

Apesar de se recandidatar com o mesmo lema do ano anterior, Joana Regadas rejeita a ideia de que o novo projeto represente uma mera repetição do mandato em curso. “A decisão foi muito ponderada. (…) Para mim não faria sentido encabeçar uma lista, um projeto, para que ele estagnasse de alguma forma”, afirmou. A candidata sublinhou ainda que houve um longo período de reflexão sobre a forma de evoluir e crescer, mantendo os pilares considerados essenciais no ano passado, mas “sem cair no erro do conforto”. Nesse sentido, destacou a renovação “considerável” da equipa, que conta agora com “59%” de novos elementos, bem como a necessidade de dar resposta às atuais preocupações dos estudantes. “Não é por acaso que continuamos com o mesmo lema do Unidos pela Voz, porque de facto é a voz de cada um dos estudantes que faz com que este projeto se mova”, alertou. Numa outra fase da entrevista, a candidata foi questionada sobre a situação financeira da Associação Académica. A atual presidente classificou o processo de reajuste como “desafiante” para toda a equipa. “Foi termos uma idealização do projeto que expusemos à comunidade (…) e depois quando nos deparamos com esse relatório de atividades e contas teve de haver um reajuste e tivemos de agir de uma forma mais fria”, recordou. Recorde-se que, tal como noticiado pela Ria, só no ano de 2024, a AAUAv terminou com um saldo negativo superior a 250 mil euros.Perante este cenário, Joana Regadas admitiu a existência de alguns “problemas associados à grande estrutura de recursos humanos”. Segundo a dirigente, foi realizada uma “reformulação no início do mandato”. “Por isso, é que mantemos ainda uma presidência maior neste ano para conseguirmos ter um acompanhamento mais próximo, porque não temos nenhum gestor de recursos humanos e, neste momento, temos uma estrutura profissional de 19 funcionários”, atentou. Ainda assim, a presidente adiantou que a AAUAv conseguiu reduzir a dívida total em cerca de “100 mil euros” ao longo do primeiro semestre do ano civil. “Esta redução deve-se muito aos acordos que foram feitos, ao longo do ano, quer seja para perdões de dívida, quer seja por métodos de pagamento da dívida a longo prazo”, explicou. Joana Regadas frisou ainda que esta diminuição resultou de uma gestão “muito cuidada” por parte da tesouraria, do gabinete financeiro e de toda a estrutura associativa, destacando também a aposta na formação interna como um eixo a reforçar ao longo do próximo mandato. Questionada sobre o Integra-te e o Enterro, iniciativas que, de acordo com o manifesto da Lista A, se manterão no próximo ano, a candidata esclareceu que, à semelhança da edição deste ano, o Integra-te continuará a não contar com a tradicional semana de concertos. “Confesso que não foi uma decisão de todo fácil. Foi uma decisão muito ponderada”, exprimiu. Segundo a dirigente, esta opção resultou de um dos principais reajustes impostos pela análise ao relatório de atividades e contas do ano anterior. “Foi o principal reajuste e o grande responsável para aquilo que será o relatório de atividades e contas que iremos apresentar em breve”, garantiu. “Por isso, de uma forma muito resumida, a decisão será para manter”, continuou. Relativamente ao Enterro, Joana Regadas reconheceu que se trata do evento que mais impacto tem “a nível financeiro”. Apesar do receio associado ao atual contexto de maior dificuldade económica, a dirigente assegurou que a edição deste ano registou um “resultado positivo”. Num comentário breve às críticas surgidas nas redes sociais relativamente à decisão da AAUAv de não permitir que os espaços dos estudantes apresentassem temáticas que “apelassem à violência”, “contivessem cariz sexual explícito” ou “entrassem em conflito com parceiros da associação”, Joana Regadas adiantou que, “em princípio”, esta será uma medida a manter. “Sei que foi controversa, há muitas coisas a melhorar e o tema será novamente levado ao Conselho de Núcleos, para limar algumas áreas cinzentas que é importante colocar a preto e branco. Ainda assim, consideramos que, no final de contas, toda a gente teve oportunidade de experienciar a melhor semana do ano, nas melhores condições”, refletiu. No seguimento da conversa, Joana Regadas alertou ainda para a necessidade de se melhorarem as instalações da Universidade, face à “sobrelotação” das mesmas. No caso da Escola Superior Aveiro-Norte (ESAN) atentou para o facto da mesma ainda não ter uma cantina - apesar de já existir um projeto de construção - o que tem impossibilitado os estudantes de acederem a uma “refeição social” e a uma “refeição completa”. “É necessário dar foco a este problema e, de uma vez por todas, deixarmo-nos de pequenos remendos e pequenas soluções e tentar encontrar uma solução definitiva para aquilo que é um problema que se arrasta há anos e anos”, vincou. Alargando a análise aos campus de Santiago e do Crasto, a candidata apontou também fragilidades na resposta das cantinas universitárias. No caso do Crasto, a candidata atentou para o fecho frequente da mesma. “A resposta tem sido a 'cantina fecha, porque é necessário albergar alguns eventos'. (…) Tem umas instalações ótimas, mas é necessário repensar se isto é uma prioridade (…) e, depois, estamos a colocar em segundo plano o acesso à refeição social”, reforçou. Apesar de os Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA) terem optado por praticar o preço da refeição social também no 3D, sempre que a cantina se encontra encerrada, a dirigente alertou que essa alternativa “não corresponde a uma refeição completa”. “O estudante tem de ter a oportunidade de ter uma refeição com sopa, com a peça de fruta, com o prato principal e com tudo aquilo que é necessário nutricionalmente”, continuou. Tal como avançado pela Ria, a partir de fevereiro, a Cantina do Crasto vai passar ainda a disponibilizar um prato simples com o preço de 2,20 euros. Face ao aumento, no início deste ano, da refeição social para 2,80 euros, Joana Regadas justificou que esta foi a “solução” que se encontrou para garantir que os estudantes numa situação “mais complicada” tivessem acesso a uma refeição com um preço mais baixo. Durante a conversa, a dirigente adiantou ainda que está ainda a ser equacionada pela AAUAv a possibilidade de os “estudantes bolseiros terem outro tipo de preço na refeição social”. Prestes a concluir a conversa, Joana Regadas falou ainda sobre a proposta do Governo para a revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), sobre a Taça UA e sobre a dinamização de um “Museu AAUAv”. A entrevista, na íntegra, pode ser ouvida no Spotify. As eleições para os órgãos sociais da AAUAv acontecem já esta quinta-feira, 18 de dezembro.

Aveirense Dinis Mota recusa participar na Eurovisão e propõe concerto para ajudar povo da Palestina
Cidade

Aveirense Dinis Mota recusa participar na Eurovisão e propõe concerto para ajudar povo da Palestina

No comunicado, Dinis Mota escreve que “enquanto cidadão, músico, ser humano […] nunca poderia estar do lado do agressor”. Isso significa, portanto, que caso se mantenha a participação de Israel na competição, o artista não marcará presença, caso venha a ser selecionado. Recorde-se que esta já tinha sido uma posição assumida por 11 dos 16 concorrentes do concurso. Dinis Mota explica não ter assinado a declaração conjunta com os restantes músicos, uma vez que “acredita que a música pode ser pensada como um instrumento ativo de paz, diálogo e ação” e, por isso, “necessitou de tempo para uma tomada de posição”. Em alternativa, sugere que Portugal se junte aos outros países que já decidiram não participar na Eurovisão, bem como “a todos os que queiram fazer parte do movimento”, para organizar um festival alternativo na Áustria, mesmo local onde se realiza a Eurovisão. A ideia seria que o evento tomasse a forma de um “concerto solidário” e que os lucros revertessem para ajuda humanitária ao povo palestiniano.

Câmara de Santa Maria da Feira aprova orçamento de 185 ME para 2026
Região

Câmara de Santa Maria da Feira aprova orçamento de 185 ME para 2026

Aprovado esta segunda-feira pelos seis eleitos presentes do PSD e um do Chega, face à abstenção de três vereadores do PS, o documento que vai gerir as contas da Câmara reflete alguma “continuidade”, mas, em declarações à Lusa, o presidente da autarquia, Amadeu Albergaria, afirmou: “Este orçamento tem sobretudo a função de preparar aquilo que queremos concretizar nos próximos quatro anos”. O autarca, que embora já assumisse a presidência da câmara desde a renúncia de Emídio Sousa, em março de 2024, foi eleito nas autárquicas de 12 de outubro, com maioria absoluta, disse que o documento foi “construído com a participação da sociedade civil e que, por isso, expressa preocupações reais e anseios legítimos”, nomeadamente no que se refere a duas empreitadas “estruturantes” para o concelho: “Em articulação com o Governo, avançaremos com os projetos de execução do Tribunal de Santa Maria da Feira e do Túnel da Cruz, preparando o arranque destas duas obras”. Outras intervenções destacadas em 2026 são a conclusão da nova Unidade de Saúde Familiar de Romariz, dotada com 200.000 euros, e o início da de Fiães, com 500.000; o arranque da construção do Centro Escolar da Feira, com 5,85 milhões; a conclusão da 4.ª e 5.ª fases dos Passadiços do Uíma, com mais de 833.000 euros; a requalificação urbana da Avenida Sá Couto, com 1,4 milhões; o arranjo dos centros urbanos das freguesias de Nogueira da Regedoura e Milheirós de Poiares, respetivamente com um milhão e 1,5 milhões; e a execução do projeto do Túnel da Cruz, junto ao nó da autoestrada A1, com um milhão de euros. Com uma dívida municipal na ordem dos 14,3 milhões de euros e um saldo de gerência de 63 milhões, a autarquia propõe-se também proceder à “redistribuição dos seus bons resultados financeiros”, começando pelas freguesias desagregadas em 2025: “As freguesias-sede das antigas uniões terão uma majoração de 20% durante dois anos, enquanto as restantes freguesias desagregadas terão uma de 50% durante quatro anos”. A tesouraria da Câmara permitirá igualmente “manter medidas com impacto direto nas famílias, como o Programa de Apoio à Natalidade, e concretizar um compromisso estruturante: o aumento de 50% do apoio para a construção de novas creches, novos lares e outras valências das instituições particulares de solidariedade social”. Quanto a impostos, o IMI, que continuará na taxa de 0,35%, permitiu angariar este ano mais de 17,7 milhões de euros e em 2026 deverá acumular 18,25; já o IRS, que se mantém nos 5%, diminuirá de um total na ordem dos 7,3 milhões de euros para 7,1 milhões de euros, e a derrama, que na Feira continuará de 1 ou 1,5%, permitiu à Câmara ganhar 5,58 milhões em 2025 e deverá assegurar 5,87 milhões em 2026. Quanto à despesa da autarquia, 33,4% da mesma corresponde a gastos com pessoal, mas esses vão diminuir para 26,5% no próximo ano, porque, se em 2025 a Câmara gastou mais de 38,7 milhões de euros com recursos humanos, em 2026 ficar-se-á pelos 32,4 milhões. Amadeu Albergaria explica que isso se deve aos “ajustamentos efetuados para dotações de vencimentos, que foram revistas em alinhamento com a execução verificada nos anos anteriores, eliminando margens que se revelaram superiores ao efetivamente gasto”. O vereador do Chega, Luís André Santos, votou a favor do orçamento, o que atribuiu à intenção de “democraticamente reconhecer os resultados que o povo feirense decidiu nas eleições de outubro”.  O eleito do Chega pretendeu assim dar “um voto de confiança” ao novo executivo e mostrou-se satisfeito com a inclusão no documento de “algumas propostas” do partido, sendo que, quanto ao Túnel da Cruz, expressou a sua reprovação ao projeto, por ser uma obra “demorada, onerosa e ainda sem estudo adequado”. Os três vereadores socialistas, por sua vez, abstiveram-se, o que Márcio Correia atribuiu a sentido de “responsabilidade política” face ao arranque de um novo ciclo de gestão autárquica. “O PS concede o benefício da dúvida ao novo executivo do PSD, recentemente empossado, na expectativa de que acolha e implemente as propostas que foram apresentadas”, referiu, realçando que o orçamento “não responde de forma adequada a problemas estruturais que continuam a condicionar a vida das famílias e o desenvolvimento equilibrado do concelho”, por prolongar “fragilidades” em áreas essenciais como “a mobilidade, o elevado custo da água e a insuficiente oferta de habitação a preços acessíveis”.

Debate AAUAv: Leonor Lopes quis mais “luta”, Joana Regadas assumiu a defesa do seu legado
Universidade

Debate AAUAv: Leonor Lopes quis mais “luta”, Joana Regadas assumiu a defesa do seu legado

O debate começou morno, apesar de o primeiro tema ser um dos mais quentes: a dívida que acumula a AAUAv. Joana Regadas não escondeu as dificuldades, mas falou de uma redução de “100 mil euros” do passivo da associação. O trajeto, explica, fez-se graças a acordos com entidades externas, como é o caso da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), e ao acordo de pagamento de dívida com os Serviços de Ação Social da UA (SASUA) estabelecido a 12 anos. Apesar de avaliar o último ano como positivo, a recandidata não se compromete a repetir o feito no próximo ano e confessa também que os problemas acabaram por condicionar a atividade da direção. Das “147” atividades planeadas, “14” ficaram por fazer devido ao resultado negativo de “250 mil euros” apresentado no Relatório de Atividades de Contas (RAC) do seu antecessor. A estudante foi questionada sobre o atual valor da dívida, mas a pergunta ficou sem resposta. Leonor Lopes deixou no ar a ideia de que pode ter havido falhas na gestão da associação, mas focou as críticas na falta de apoio estatal. Segundo considera, o “crónico subfinanciamento” das associações e do ensino superior pode ser uma das respostas para os desequilíbrios de tesouraria e, por isso, é preciso “lutar”. O problema, na sua ótica, não pode ser visto de forma isolada, mas em paralelo com as restantes problemáticas com que se batem os estudantes. Também devido ao desequilibrar das contas, não foi possível realizar a tradicional semana de concertos do “Integra-te”. Joana Regadas recusou que a medida tenha sido fruto de um “ano atípico” e preferiu falar em “inovação”. Para a ainda presidente, a solução encontrada este ano permitiu alargar a abrangência do processo de integração - tanto do ponto de vista temporal, com um mês inteiro dedicado, como na variedade das atividades. A ideia não mereceu discordância do lado de Leonor Lopes, que disse que era uma opção “como outra qualquer”. A candidata da Lista D é da opinião que as festas académicas devem trazer retorno financeiro à associação e enfatizou também que devem representar um momento de “reivindicação”. Joana Regadas já tinha mencionado que o desfile do Enterro era um importante momento para os estudantes se expressarem, mas Leonor Lopes disse que ainda é necessário “limar” arestas. O tema das manifestações e da reivindicação, que Leonor Lopes fez questão de colocar sempre no centro do debate, também não foi descurado pela candidata da Lista A. Joana Regadas, no entanto, assinala que os estudantes podem tomar posição de duas formas diferentes: através da saída à rua, mas também pela via do diálogo privado e institucional com os decisores. A adversária não cedeu na sua forma de apresentar a solução e disse que é preciso mais contacto “cara-a-cara” de forma a mobilizar os estudantes. A fila para as cantinas dos SASUA também foi discutida, com Leonor Lopes a defender o alargamento da oferta da refeição social a outras unidades, como é o caso do restaurante universitário. Joana Regadas preferiu apontar baterias para a Cantina do Crasto, que muitas vezes se encontra fechada devido à realização de eventos. É uma visão que a recandidata não subscreve, uma vez que coloca em causa a oferta de uma refeição digna a muitos estudantes. A responsável da Lista A sugeriu ainda a criação de um preço especial para estudantes bolseiros, de modo que a refeição se torne ainda mais acessível a todos. É uma solução que a Lista D não nega, mas que vê como insuficiente. “Pretendemos que todos os estudantes possam ter acesso a um preço reduzido, uma vez que 2,80€ [preço da refeição social na Universidade de Aveiro] é um preço excedente e absurdo para algumas famílias”, completou Leonor Lopes. Se a cabeça-de-lista da Lista D ainda apontou críticas à forma de organização da Taça UA, Joana Regadas respondeu que o evento era “único” no panorama nacional e congratulou-se pela promoção de atividade física que o evento representa. As estudantes discordaram ainda no pagamento da quota de sócio da AAUAv. Leonor Lopes quer acabar com a taxa e disse que os benefícios são “irrisórios”. A opinião até foi partilhada por Joana Regadas, mas, para a Lista A, a solução passa por encontrar mais parceiros e reforçar o que é oferecido aos estudantes.  Do lado dos estudantes, que tiveram a oportunidade de colocar questões a ambas as candidatas, as perguntas que se surgiram prenderam-se com a progressão dos estudantes nos 2º e 3º ciclo de estudos do ensino superior e com o trabalho feito pelos núcleos. A líder da Lista A assinala que a progressão dos estudantes em mestrado foi um problema que se adensou este ano, aquando da proposta do Governo para descongelamento da propina do 2º ciclo de estudos. Apesar de a medida ter caído, Joana Regadas assinala que é importante fixar as propinas de mestrado e releva ainda que o problema toma maiores proporções nos doutoramentos. Por seu lado, Leonor Lopes aproveitou para falar da necessidade de reforçar as bolsas e de dar contratos de trabalho aos investigadores precários que atuam como bolseiros de investigação.  O debate sobre os núcleos da AAUAv foi um dos momentos que Leonor Lopes aproveitou para atacar a recandidata. A estudante explica que tem procurado falar com representantes dos núcleos e que tem encontrado queixas relativamente ao tempo de resposta da direção da associação. O feitiço havia de se virar contra o feiticeiro porque, mais à frente, quando era tempo da Lista A colocar uma questão à Lista D, Joana Regadas aproveitou para usar o argumento de Leonor Lopes em benefício próprio. A candidata questionou a adversária sobre como iria dar melhor resposta se sua lista para a direção tem apenas “13” membros. A candidata da Lista D apontou que seu projeto “representa mais que um número” e afirmou que a sua composição não seria um entrave. Quanto à ligação aos núcleos, Joana Regadas reconhece que o trabalho de apoio é “difícil” e que nem sempre a direção da AAUAv consegue dar resposta em tempo útil. Contudo, a candidata afirma que foram dados importantes passos ao longo do último ano, nomeadamente com o alargamento do estatuto de dirigente associativo aos dirigentes dos núcleos.  No momento de questionar a adversária, Leonor Lopes lembrou aquilo que considera ter sido uma fraca mobilização na manifestação contra a propina do passado dia 28 de outubro, que se realizou em Lisboa. A questão, recorde-se, já tinha sido colocada na Assembleia Geral de Alunos (AGA) de dia 6 de novembro. Como na altura, Joana Regadas voltou a justificar que a divulgação não foi feita de forma mais atempada porque aconteceu em coordenação com o Conselho da Associações Académicas Portuguesas (CAAP) de forma a ter “mais impacto”. A dirigente estudantil nota ainda que a AAUAv não conseguiu levar tanta gente como no passado Dia do Estudante, que se comemora a 24 de março, porque nessa altura a maioria dos presentes eram representantes da direção da associação, algo que, por indisponibilidade, não voltou a acontecer. A candidata responde ainda que o trabalho de contacto com os estudantes tem sido feito, quer seja presencialmente, quer seja através das redes de contacto internas da associação, mas reflete que não há adesão. Nesse sentido, diz que não vai “obrigar” os estudantes a estarem presentes e sublinha que vai apoiar sempre que estes quiserem manifestar-se. As eleições para os órgãos sociais da AAUAv estão marcadas para esta quinta-feira, 18 de dezembro.