Candidato do PS à Câmara da Murtosa reúne com administração da Unidade Local de Saúde
Augusto Vidal Leite, vereador do PS e candidato à Câmara Municipal da Murtosa, acompanhado dos autarcas socialistas Hugo Figueiredo e Diamantino Matos, membros da Assembleia Municipal e da deputada à Assembleia da República Susana Correia, reuniram, na passada segunda-feira, 10 de março, no Centro de Saúde da Murtosa, com a coordenadora da Unidade de Saúde Familiar (USF) Terra Marinhoa e com a Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da região de Aveiro.
Redação
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a reunião teve como objetivos obter mais informações sobre o atual funcionamento dos cuidados de saúde primários que servem a população da Murtosa. “A integração dos cuidados de saúde daquela região na Unidade Local da Região de Aveiro é uma realidade desde janeiro de 2024, que impôs uma mudança e, portanto, Augusto Vidal Leite, entende ser necessário acompanhar a organização e o funcionamento dos cuidados de saúde no concelho da Murtosa, para o bem de toda esta comunidade”, lê-se.
Na nota da concelhia do PS da Murtosa é ainda sublinhado a importância de Augusto Vidal Leite “ouvir no terreno a voz dos cidadãos e dos profissionais numa área tão importante como a saúde, constituindo um dos pilares da existência humana e um direito fundamental a preservar”.
Atual vereador da oposição, Augusto Carlos Vidal Leite, de 41 anos, casado e natural da freguesia do Monte, no concelho da Murtosa, é licenciado em Comércio pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda da Universidade de Aveiro e doutorando em Território Riscos e Políticas Públicas, pela mesma universidade.
Recomendações
Autárquicas: Rui Dias (PSD/CDS) espera ter condições para governar Câmara de Ílhavo
Rui Dias dá como referência os quatro anos em que o movimento Unir para Fazer dirigiu a autarquia sem maioria absoluta, em que “teve condições semelhantes para governar”. “Não tem que haver necessariamente mais vereadores, porque basta-nos fazer um entendimento com quem tem menos vereadores para construirmos uma maioria absoluta”, disse. O novo presidente da Câmara referia-se às condições de governabilidade de que o seu antecessor, João Campolargo, do movimento de cidadãos Unir para Fazer, que perdeu as eleições para a Câmara, beneficiou, reclamando agora reciprocidade. A coligação PSD/CDS ganhou as eleições no município de Ílhavo, mas sem maioria absoluta, obtendo para a Câmara 6.580 votos (35,74%), encanto o movimento Unir para Fazer foi o segundo mais votado, obtendo 6.405 votos (34,79%) e o PS foi a terceira força mais votada, com 2.458 votos (13,35%). No executivo municipal, a coligação PSD/CDS liderada por Rui Dias elegeu três mandatos, os mesmos do Unir para Fazer, enquanto o PS mantém um eleito. “O processo está no início, sendo fundamental identificar pontos de convergência entre os projetos políticos envolvidos”, comentou Rui Dias, considerando que “há que perceber os possíveis alinhamentos”. O novo presidente da Câmara de Ílhavo, que recuperou a autarquia que foi PSD até 2021, mencionou a experiência anterior de quatro anos na Câmara, liderada por João Campolargo do movimento Unir para Fazer, agora na oposição. “Nós estamos a começar, estamos a arrancar, temos que perceber que pontos de convergência existem entre os nossos projetos e os outros e perceber o alinhamento possível”, concluiu.
Autárquicas: Campolargo assume derrota em Ílhavo e lugar de vereador da oposição
A coligação PSD/CDS-PP ganhou as eleições no município de Ílhavo, no distrito de Aveiro, mas sem maioria absoluta, obtendo para a Câmara 6.580 votos (35,74%), enquanto o movimento Unir para Fazer foi o segundo mais votado, obtendo 6.405 votos (34,79%) e o PS foi a terceira força política mais votada, com 2.458 votos (13,35%). No próximo executivo municipal, liderado por Rui Dias, a coligação PSD/CDS-PP tem três mandatos, os mesmos do Unir para Fazer, enquanto o PS mantém um vereador. “Tomarei posse e estarei entre os vereadores, e estaremos disponíveis para trabalhar em conjunto com o executivo que irá ser formado”, disse João Campolargo. Sobre o papel do movimento Unir para Fazer nos órgãos autárquicos onde está representado, João Campolargo diz não abdicar do papel fiscalizador que lhe cabe, agora na oposição. “Faremos a nossa avaliação, a nossa fiscalização, desejamos sempre que seja um mandato dessa aliança com um serviço muito próximo e de responsabilidade”, afirmou em declarações à Lusa. Refletindo sobre os resultados eleitorais, o presidente cessante da Câmara de Ílhavo reconhece que o seu movimento “sofreu uma derrota, apesar de um apoio significativo”. “O movimento de cidadãos perdeu por uma escassa diferença de votos para uma coligação de dois partidos, o que foi um sinal de reconhecimento e admiração pelo trabalho feito, e houve uma aproximação significativa em território e mesas de voto, mas não foi suficiente para a vitória”, declarou. Quanto ao futuro, garante que “o movimento atuará como força de fiscalização, reconhecimento do que é bem feito e usará o conhecimento adquirido para se preparar para dar melhor resposta e participação na discussão democrática ao longo dos próximos quatro anos”.
Autárquicas: Jorge Ratola com maioria absoluta para devolver “qualidade e confiança” a Espinho
“Depois de tanto que aconteceu, é realmente uma felicidade que tenham reconhecido a minha disponibilidade para servir Espinho, para que a cidade volte a ter qualidade de vida para quem cá reside e quem nos visita, e de modo a que o município aproveite um conjunto de oportunidades que viu desperdiçadas nos últimos anos”, declara à Lusa o vencedor das eleições nesse concelho do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto. Essa estratégia passará por valorizar a frente de mar, por reabilitar infraestruturas e equipamentos “que são únicos na região e no país” e por desenvolver projetos de habitação a custos controlados. Quanto à sua primeira medida quando iniciar funções, já está definida: “Pôr a Câmara a funcionar e a corresponder ao que se espera dela, para que os habitantes e os investidores possam voltar a ter confiança nos serviços municipais”. A vitória de Jorge Ratola marca o fim de uma campanha eleitoral particularmente disputada em Espinho, onde na corrida às urnas também participava Maria Manuel Cruz – que ainda é a presidente em funções e avançou como independente depois de ser preterida pelo PS – e Luís Canelas – que, tendo começado por integrar o executivo dessa autarca, acabou por liderar a candidatura socialista. Para o próprio PSD, o percurso também foi irregular, já que a concelhia começou por indicar Ricardo Sousa, mas a direção nacional do partido avocou o processo e impôs o nome de Jorge Ratola, adjunto do primeiro-ministro, ex-vice-presidente da Câmara de Aveiro e ex-chefe dos gabinetes da presidência tanto de Joaquim Pinto Moreira na Câmara de Espinho como de Emídio Sousa na de Santa Maria da Feira. Agora, com 35,46% dos votos em Espinho, num total de 6.532 boletins, o candidato do PSD elegeu quatro elementos para o executivo da autarquia, que tem cerca de 21,4 quilómetros quadrados e 33.000 habitantes. A Oposição ficou-se pelos 24,39% e 4493 votos do PS, que elegeu Luís Canelas e Nuno Almeida, e pelos 15,3% e 2819 boletins do movimento independente liderado por Maria Manuel Cruz, que assim passa de presidente da Câmara a vereadora minoritária. Natural de Aveiro e atualmente com 59 anos, Jorge Ratola tem o 12.º ano de escolaridade e, segundo a sua nota curricular, quase sempre exerceu funções em serviços públicos, iniciando a carreira como vice-presidente da Casa da Cultura da Juventude de Aveiro e adjunto do Instituto Português da Juventude, em ambos os casos logo aos 23 anos e pelo período de 1989 a 1997. A partir de 2000 trabalhou dois anos como comercial da companhia de seguros Tranquilidade, após o que, de 2002 a 2005, foi chefe de gabinete do então Governo Civil de Aveiro e, nos quatro anos seguintes, adjunto da presidência na Câmara Municipal de Vale de Cambra. Daí passou para a autarquia de Espinho, onde de 2009 a 2013 assumiu a chefia do gabinete da presidência, e para a Câmara de Aveiro, onde foi vereador de 2013 a 2015 e vice-presidente de 2015 até 2021. Os últimos cargos que assumiu foram o de chefe do gabinete da presidência na Câmara da Feira, de 2021 a 2024, e o de adjunto do gabinete de Luís Montenegro, que exerce desde maio de 2024. Nas autárquicas de 2021, e após 12 anos de gestão PSD por Pinto Moreia, foi o PS a ganhar as eleições, com 40,23% dos votos, o que deu a presidência da Câmara ao arquiteto Miguel Reis. Os quatro eleitos socialistas estavam então em maioria face aos três vereadores do PSD, que se ficaram por 37,35% dos votos, mas Miguel Reis renunciou ao cargo na sequência da sua detenção no âmbito da Operação Vórtex, por alegada corrupção em negócios imobiliários.
Autárquicas: PSD reforça câmaras em Aveiro e mantém liderança da Comunidade Intermunicipal
O PSD, com uma lista encabeçada pelo adjunto do primeiro-ministro Jorge Ratola venceu Espinho com uma maioria absoluta, recuperando este município que tinha perdido para o PS há quatro anos. Em São João da Madeira, a segunda câmara conquistada ao PS, esta em coligação com o CDS-PP, o novo presidente da autarquia é João Oliveira. Em Ílhavo, Rui Dias (PSD/CDS-PP) recuperou a autarquia que o movimento Unir para Fazer tinha retirado aos social-democratas há quatro anos, mas sem maioria. O PSD recuperou ainda a Câmara de Anadia, que era liderada há 12 anos pelo Movimento Independente Anadia Primeiro, criado após divergências com os social-democratas, que não concorreu nestas eleições, e o novo presidente é Jorge Sampaio. Para além destes municípios, o PSD mantém as câmaras de Santa Maria da Feira, Ovar, Sever do Vouga, Murtosa, Estarreja e Vagos, a que se somam mais duas em coligação, com o CDS-PP (Estarreja) e com o MPT (Águeda). O PS passa a governar Castelo de Paiva, que pertencia ao PSD, e renova a liderança das câmaras de Arouca e Oliveira de Azeméis. O CDS, isolado, conserva as três câmaras que já detinha: Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro e Vale de Cambra. Das três câmaras lideradas por movimentos independentes, mantém-se apenas a de Mealhada. O PSD continua a liderar a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, conquistando 9 das 11 câmaras (mais duas do que há quatro anos - Ílhavo e Anadia). As outras duas câmaras são do CDS (Oliveira do Bairro e Albergaria-a-Velha).
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Ana Rita Moreira admite que o “desafio era difícil”, mas garante que o PAN vai continuar a trabalhar
Quatro anos após ter elegido dois deputados municipais, o partido concorreu este ano de forma independente a dois dos três órgãos autárquicos- Câmara Municipal e Assembleia Municipal, mas não conseguiu manter a sua presença. Na corrida à Câmara, o PAN obteve 330 votos (0,85%), ficando na penúltima posição, enquanto na Assembleia Municipal reuniu 381 votos (0,98%), o pior resultado entre as nove listas concorrentes. Em entrevista à Ria, Ana Rita Moreira, candidata do PAN à Câmara de Aveiro, admitiu que sabia que o “desafio era difícil” e garantiu que o partido continuará a trabalhar “no sentido de dar voz às nossas causas e também ouvir aqueles que partilham as nossas preocupações e a nossa visão”. “Claro que ficamos tristes com a situação, obviamente, mas nós respeitamos aquilo que são as escolhas democráticas dos aveirenses e o que posso dizer é que vamos continuar a desenvolver o nosso trabalho”, afirmou. “Vamos continuar a dar voz às nossas causas junto das pessoas”, continuou. A candidata do PAN acrescentou ainda que o resultado, em Aveiro, acabou por “coincidir com as dinâmicas nacionais” do partido. “São coisas naturais que acontecem. É assim que se vive em democracia, por isso, o que importa é que nós vamos continuar a fazer o nosso trabalho”, rematou. Relembre-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Câmara Municipal sem maioria e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.
Câmara Municipal de Aveiro faz balanço “muito positivo” da Aveiro Tech Week
O Techdays Aveiro reuniu especialista nos temas da microeletrónica, cibersegurança, comunicações quânticas e defesa, de forma a “promover o debate sobre o futuro digital e o papel das cidades na inovação”. Na área de gaming do evento, que esteve instalada na Aveiro ParqueExpo, aconteceram torneios e demonstrações que contaram com a presença de influenciadores e criadores de conteúdos. Já nas escolas, o destaque da autarquia vai para as iniciativas educativas e STEAM, que envolveram alunos e professores “num contributo direto para a literacia tecnológica e científica do concelho”. Já o Festival PRISMA / Art Light Tech, que decorreu de 8 a 11 de outubro, com o mote “A Forma das Coisas”, contou com 20 instalações de artistas provenientes de nove países. Para José Ribau Esteves, presidente da CMA, o evento organizado pela autarquia sob a coordenação da sua equipa do Teatro Aveirense foi de “elevada qualidade” e recebeu uma “uma forte participação do público”. Por seu lado, José Pina, programador do festival, disse que “o balanço foi muito positivo, com o público a responder de forma entusiasta a um conjunto de obras que convidaram à redescoberta do espaço urbano”. O balanço geral da Aveiro Tech Week é, segundo a CMA, “muito positivo” e vem “confirmar a consolidação de Aveiro como cidade de referência na integração entre tecnologia, inovação e cultura”.
Autárquicas: “O eleitorado [aveirense] é bastante conservador”, considera Paulo Alves
Nesta eleição, o partido voltou a concorrer apenas à Câmara Municipal, tal como em 2021, ano em que se apresentou pela primeira vez em Aveiro. Desta vez, o NC obteve 130 votos (0,34%), menos 228 votos do que há quatro anos. Em declarações à Ria, Paulo Alves não escondeu o descontentamento pelo resultado alcançado e admitiu que “não esperava a descida”. “Foi até com alguma surpresa que encaro o resultado”, realçou. “Sendo um movimento cívico nós debatemos, nos últimos quatro anos, temas que normalmente são pertinentes à sociedade civil, por exemplo, na área do ambiente: a água, a energia, os animais, a ação social. Reunimos fóruns por todo o país”, afirmou. No caso concreto de Aveiro, aponta que “o eleitorado é bastante conservador e não foge muito do núcleo central”. “Anda ali a girar entre o PSD e o PS. Aliás, vimos isso também em outras candidaturas, algumas delas com boas propostas, e não foram reconhecidas como isso”, lamentou. Paulo Alves considerou ainda que os aveirenses votaram naquilo a que chamou uma “dinastia da família Souto”. “Nós tivemos a monarquia, tivemos a república e agora estamos a entrar numa dinastia”, atirou. Apesar de Luís Souto de Miranda, candidato de a ‘Aliança com Aveiro’ não ter conseguido vencer com maioria a Câmara Municipal, Paulo Alves não tem dúvidas de que vai “haver entendimento”. Sobre esse acordo apela que seja em “prol do bem comum e da sociedade aveirense e que todas as políticas que vão agora prosseguir ajudem também ao desenvolvimento económico e à criação de emprego, não esquecendo o turismo que é um dos pilares da nossa economia local”. Quanto ao futuro do Nós, Cidadãos!, o candidato garantiu que irá continuar com o seu papel: “dar voz à cidadania”. “Vamos acompanhar todas as ações políticas neste mandato”, rematou, felicitando a candidatura vencedora.
"Eleições Autárquicas em Aveiro – o perpetuar da história", opinião de João Manuel Oliveira
Decorreram no passado domingo as eleições autárquicas no país. No entanto, nesta sequência de artigos irei escalpelizar a nossa região. Primeiro, Aveiro, depois a CIRA e por fim, aquele, ainda existente, e no entanto anacrónico limite territorial, o distrito. Em síntese, a Aliança com Aveiro teve um resultado satisfatório, Alberto Souto atingiu, mais uma vez, o seu limiar de resistência, o resultado máximo que ele poderia almejar, o Chega entra na vereação, algo histórico e a IL passa a estar presente na Assembleia Municipal. O Livre passa a ter um deputado municipal único e o Bloco de Esquerda e o PCP perdem os seus representantes. Não tenho a certeza absolutíssima, mas acho que é a primeira vez que este partido não tem representação em Aveiro. A Aliança com Aveiro ganhou as eleições e conseguiu fazer um 9-1 nas freguesias, demonstrando a sua presença e consistência. Desde 2005, em que historicamente o CDS e o PSD se uniram em Aveiro – mas mesmo antes, com a exceção de 2001 – o resultado destes dois partidos dá sempre para vencer em Aveiro e na quase totalidade das suas freguesias (o centro da cidade, com a união, é um caso à parte). Alberto Souto atingiu quase o seu limiar de resistência, aqueles votantes que teve em 2005 e em 1997. É alguém que ultrapassa a base do partido e entra em todo o lado, mas também tem um conjunto de resistências que não conseguiu ultrapassar durante a campanha. Em termos comunicacionais, passou uma mensagem de Messias (o cartaz junto à rotunda da Salineira é o melhor exemplo), de alguém que tinha e tem um desígnio para a cidade. Ora, isso não batia certo com a mensagem-slogan “um futuro com todos, com as pessoas”. Demasiados projetos e ideias – algumas com vinte e cinco anos e que estão ultrapassadas ou erradas – voltaram a passar a mensagem de despesista, que se colocou como supercola, embora ele se tentasse libertar. O Chega quase que cumpria o desígnio do seu líder André Ventura. Diogo Soares Machado utilizou os chavões todos mas esqueceu-se que, a exemplo dos irmãos, também ele faz parte de uma família com pergaminhos na cidade, uma elite. E que também ele tem um passado. Mesmo assim, conseguiu ultrapassar os resultados absolutos da última campanha em que tinha sido mentor, em 2013 e segurar o seu lugar de vereador. Será um erro a Aliança com Aveiro se unir a ele, de forma permanente. Em relação aos partidos que não entraram na vereação, mas sim na Assembleia: a IL conseguiu solidificar a sua presença, garante um resultado sólido e consegue 2 elementos na Assembleia Municipal. Ainda tem uma presença fraca nas freguesias, algo muito parecido com todos os outros partidos que andam à caça de candidatos a menos de seis meses das eleições – o trabalho político, ao contrário do que se pesa, deve começar três anos antes… O candidato do Livre conseguiu atingir um dos seus três resultados e será deputado municipal. Quem merecia lá estar era a Aurora Cerqueira, porque foi ela que andaram a mostrar em todo o lado, para que as pessoas não se esquecessem que ele era o candidato triplo. Receberam os votos dos que, à esquerda, quiseram castigar o BE e PCP. Quanto a João Moniz, basta dizer que não chega ser o melhor nos debates e um dos mais bem preparados quando se cola a uma extrema-esquerda em plena crise de identidade… Se continuar com vontade e for independente, será alguém a ter debaixo de olho para 2029. Quanto ao PCP, precisa olhar para dentro. Perdeu a sua representação em Aveiro, pela primeira na sua história. Terá sido a última? Não refiro o PAN, pois a sua presença na Assembleia Municipal em 2021 foi, somente, devido ao acordo maravilhoso feito com o PS. A representatividade real está expressa nos resultados deste ano. Candidatos à última da hora dão nisto. Em relação às freguesias e a resultados específicos, é de salientar que poderemos ainda vir a ter novidades, dada a evidente dificuldade da Aliança com Aveiro (e Catarina Barreto, que ganhou com larga margem, mas sem maioria) fazer executivo em Aradas. Se a mesma situação acontece em Esgueira e Eixo Eirol, as campanhas nesses dois locais pareceram mais pacíficas e que darão lugar a negociações mais simples para formar o executivo. São Jacinto foi uma vitória forte da Aliança, demonstrativa que a mensagem do caos anterior afetará o PS nos próximos tempos. Em 2029, Cacia poderá ser um problema grave para a Aliança. Os últimos dados ideológicos (votos as legislativas) levam-me a analisar que a mudança de presidente poderá levar outro tipo de mudanças. Nas outras freguesias (com exceção de Aradas, caso Catarina Barreto se mantenha) os presidentes ainda se poderão recandidatar e por isso, poderemos antecipar eleições mais calmas, em condições normais. Luis Souto de Miranda vai ter um mandato mais fácil do que se julga. Com quatro vereadores e uma assembleia municipal maioritária, basta aguardar para as mudanças que o PS terá no executivo e na sua liderança partidária, e cumprir os mínimos olímpicos. Saiba auscultar as pessoas e resolver alguns assuntos, sendo que o mais crítico em Aveiro será o do estacionamento – com aquilo que está previsto e no terreno. Aveiro, em termos noticiosos, foi tratado como um fait-divers. Fomos falados, nos meios de comunicação, pela “curiosidade” de termos dois irmãos, um contra o outro. Mas não fomos alvo de sondagens, estudos de opinião ou cobertura. Demonstrativo da falta de peso nacional, e de figuras nacionais, mas também da crença no que poderia acontecer. Já em termos noticiosos regionais, vou dar uns enormes parabéns a todos. Numa altura em que a comunicação social nacional passa por uma crise estrutural e de confiança, notei uma evolução positiva em todos os meios, com debates, podcasts, análises e muito trabalho de casa. Parabéns ao Diário de Aveiro, à AveiroMag, ao Noticias de Aveiro, Rádio Terranova e, claro, à Rádio Ria. Amanhã publicarei um segundo artigo, sobre as eleições em termos regionais/distritais e conclusões.