Dia Internacional e Noite Europeia dos Museus celebrados no Museu Marítimo de Ílhavo
O Museu Marítimo de Ílhavo assinala o Dia Internacional dos Museus e a Noite Europeia dos Museus, comemorado no dia 18 de maio, com programação para todos os públicos, no dia 17 de maio, sábado. No dia 18 de maio, domingo, a entrada é gratuita no Museu Marítimo de Ílhavo, no Navio-Museu Santo André e no Centro de Religiosidade Marítima.
Redação
A inauguração da exposição “Azul em Festa”, pelas 16h30 de dia 17, é apontado pelo município como o destaque das celebrações. Com curadoria de Fátima Marques Pereira, a exposição pretende, segundo nota enviada às redações, “celebra o olhar, o gesto e a presença das mulheres no território simbólico e real do mar”. A exposição reúne assim obras de artistas mulheres que “abordam o mar como espaço vivido, imaginado e transformado, onde se cruzam o íntimo e o coletivo, o corpo e a paisagem, a história e o presente”, refere a mesma nota.
A mostra vai ficar patente na sala de exposições temporárias e no decorrer do percurso expositivo do Museu até ao dia 19 de outubro. A abertura da exposição é precedida, pelas 15h30, pela performance “Sonoridade Táctil”, criada pelo Núcleo de Criação e Investigação Artística entre Expressões e Linguagens - SUSPENSÃO - no âmbito do projeto de residência artística “SOM E GESTO em síntese do existir”, aponta a autarquia.
Ainda no âmbito da assinalação da Noite Europeia dos Museus, o Museu Marítimo de Ílhavo estará aberto das 21h30 às 24h00, com entrada gratuita, visitas livres e a dinamização de um peddy paper.
O período da manhã conta, pelas 11h, com uma visita pela exposição de fotografia de Eduardo Martins, “Património em rede: um peixe, uma comunidade, dois países”. Também no dia 17 de maio, entre as 10h e as 16h, volta a realizar-se uma ação de formação em torno da “Literacia do Oceano”, desta vez sob o tema “Economia Azul Sustentável e Regenerativa”. A sessão conta com dinamização por parte de Álvaro Sardinha, especialista em Economia Azul.
A ação de formação é certificada pelo Centro de Formação de Associação de Escolas dos Concelhos de Ílhavo, Vagos e Oliveira do Bairro, e destina-se a educadores e professores. A inscrição pode ser feita através do site oficial ou através do email [email protected].
Recomendações
Comédia infantil do Nobel Egas Moniz em livro e peça de teatro em Estarreja
A obra, escrita pelo Nobel da Medicina português para os seus sobrinhos-netos, foi adaptada para livro e peça de teatro no âmbito das comemorações dos 150 anos do seu nascimento, informa a autarquia. A apresentação do livro, com ilustrações de Cinara Saiónára, na Casa Museu Egas Moniz, em Avanca, decorre no sábado, pelas 15:00, segundo adianta uma nota de imprensa da Câmara de Estarreja. “Este conto revela a faceta lúdica e a transversalidade do neurocientista, num texto com 89 anos”, destaca a nota, revelando que já será feito “um momento de interpretação da obra” no lançamento do livro pelo Grupo de Teatro Infantil do Município de Estarreja (Trama). A estreia da adaptação teatral propriamente dita terá lugar só a 22 de junho, com encenação e adaptação de Leandro Ribeiro, encerrando as comemorações dos 150 anos do nascimento de Egas Moniz, iniciadas no ano passado. O programa comemorativo inclui ainda a exposição “Egas Moniz – Um Encontro”, patente até dia 24 na Casa da Cultura e o concerto de “Alma de Coimbra”, dia 31, no Cine-Teatro. As celebrações dos 150 anos do nascimento de Egas Moniz visam homenagear a vida e o legado do cientista nascido em Avança, no concelho de Estarreja, distrito de Aveiro.
FNAM contra entrega da gestão do hospital de São João da Madeira à Misericórdia
A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, revelou essa posição à Lusa após uma reunião com profissionais de várias especialidades na sede da Unidade Local de Saúde do Entre Douro e Vouga (ULS EDV), que, a partir de Santa Maria da Feira, gere dezenas de unidades do distrito de Aveiro, entre as quais o referido equipamento de São João da Madeira e os hospitais de Ovar e Oliveira de Azeméis. “Há muito pouca informação sobre o assunto e os próprios médicos têm muito pouco acesso a dados sobre a entrega do hospital à Misericórdia”, declarou Joana Bordalo Sá. A responsável acrescentou: “mas somos contra essa medida, porque não percebemos qual o racional para isso e não há nenhum estudo que nos mostre qualquer benefício na mudança”. Para a presidente da instituição, “devem ficar na esfera pública os hospitais que foram pagos pelo Estado, que foram equipados pelo Estado e que estão a funcionar efetivamente bem, como é o caso do de São João da Madeira, que tem muitas consultas e onde se faz muita cirurgia de ambulatório”. Joana Bordalo Sá defendeu, por isso, que a entrega do hospital à Santa Casa “não serve verdadeiramente o Serviço Nacional de Saúde”, pelo que “deve manter-se na gestão da ULS EDV”. Em 12 de dezembro, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou pretender “retomar o caminho” de transferir para as Misericórdias responsabilidades na gestão hospitalar.
Exposição em Águeda explora a arte urbana no universo digital
Com curadoria da Ephemeral Ethernal (fundada pelo artista Vhils) a exposição desafia o público, através de instalações imersivas, realidade aumentada, realidade virtual e tecnologia ‘blockchain’, a questionar “o que permanece ‘público’ e ‘autêntico’, numa era em que os muros se estendem para além das ruas e entram no domínio digital”. Em comunicado, a organização destacou que o primeiro espaço da exposição é dedicado ao “mundo das redes sociais enquanto novo espaço público”. “Plataformas como o Instagram e o TikTok são as novas ágoras, onde qualquer pessoa pode interagir com arte, expressar opiniões e participar no diálogo público. Aqui, a arte urbana encontra uma nova visibilidade - não estando restringida aos espaços físicos, alcança uma audiência digital e global. Questionamos: de que forma é que os espaços digitais reformulam a nossa experiência com a arte?”, pode ler-se no comunicado sobre a mostra. De seguida, a mostra vai permitir “descobrir de que forma as novas ferramentas estão a expandir as possibilidades criativas”, enquanto a parte final da exposição pretende “explorar a mutação da noção de propriedade na arte urbana”, referindo-se aos NFT e à tecnologia ‘blockchain’. Patente até 13 de julho, no espaço expositivo do Centro de Artes de Águeda, e com entrada livre, “ADN Digital” conta com a participação dos artistas ±MaisMenos±, AKACORLEONE, Alexandre Farto aka Vhils, Halfstudio, Pedrita, PichiAvo, Tamara Alves, AddFuel, Wasted Rita e Kampus.
FNAM preocupada com falta de médicos na obstetrícia do Hospital da Feira
A medida foi identificada à Lusa por Joana Bordalo Sá, presidente da federação, após uma reunião com médicos de várias especialidades da Unidade Local de Saúde do Entre Douro e Vouga (ULS EDV) – que, a partir da Feira, gere ainda três outros três hospitais no distrito de Aveiro, em concreto os de São João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Ovar. “Na área materno-infantil, na obstetrícia, as equipas trabalham de forma extremamente reduzida. Têm dois médicos do quadro e um interno (que é um médico em formação), sendo que, à noite, às vezes não está de serviço nenhum médico do quadro e só há prestadores de serviço, com o interno, que assim nem está a ser tutelado como devia”, declarou. Joana Bordalo Sá mostrou-se preocupada com a componente médica devido a “equipas que estão a funcionar nos mínimos” e nas quais há profissionais “bastante cansados”, e mostrou-se apreensiva também quanto às utentes desse serviço, dado “o risco que esta situação pode representar para as grávidas e os seus bebés”. A presidente da FNAM admitiu que a falta de recursos humanos afeta igualmente outras valências da ULS EDV, “como a de pneumologia”, mas defendeu que a prioridade é o serviço materno-infantil, onde “o problema não pode mesmo ser ignorado”. Na mesma reunião com os médicos do Hospital São Sebastião foi ainda abordado o contexto do corte nacional de eletricidade verificado a 28 de abril, quando essa unidade manteve um funcionamento próximo do normal graças a geradores de energia. Nesse caso, o balanço da FNAM é positivo, mas motiva uma avaliação ao desempenho da tutela. “No apagão foi tudo assegurado, muito graças aos médicos e profissionais de saúde de cada unidade, que vestem a camisola do hospital, e isso é de enaltecer”, realçou Joana Bordalo Sá. Mas, disse, “é necessário que este esforço também seja reconhecido pela administração central, inclusivamente pela ministra [da Saúde] Ana Paula Martins, que até aqui não fez nada para fixar mais médicos no Serviço Nacional de Saúde”, concluiu.
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Salas de cinema superam fasquia de um milhão de espectadores em abril
Comparando só o mês de abril, o número de espectadores contabilizados – 1.006.263 – só tem expressão semelhante antes da pandemia da covid-19, quando em abril de 2019 o ICA registou 1.538.195 entradas. Em matéria de receitas de bilheteira, em abril passado as idas ao cinema renderam 6,3 milhões de euros, num aumento de 62% em relação a abril de 2024. No conjunto do quadrimestre deste ano, a exibição comercial de cinema somou 23 milhões de euros de bilheteira e 3,6 milhões de espectadores, o que representa um aumento de 12% e 9,6%, respetivamente, face a igual período de 2024. “Um Filme Minecraft”, de Jared Hess, estreado a 03 de abril, foi o filme mais visto nesse mês e também do quadrimestre, o que terá contribuído para os aumentos registados, já que obteve 433.624 espectadores e 2,7 milhões de euros de bilheteira. “On Falling”, de Laura Carreira, mantém-se o filme português mais visto este ano em sala, com 11.493 entradas e cerca de 70 mil euros de receita de bilheteira. Do total de filmes exibidos este ano no circuito comercial, o cinema português foi visto por 36.610 espectadores (com uma quota de mercado de 1%) e obteve 170.667 euros de receita (0,7% da quota de mercado).
Campanha Anual de Vacinação Antirrábica e Identificação Eletrónica arranca a 22 de maio em Aveiro
A vacinação antirrábica é obrigatória para todos os cães com três ou mais meses de idade, sendo também obrigatória a identificação eletrónica (microchip). Numa nota de imprensa enviada à Ria, a CMA apela à responsabilidade dos detentores de animais de companhia, reforçando a importância da legalização, que inclui vacinação, microchip e registo. “Fora das datas da campanha, a vacinação e identificação podem ser realizadas ao longo de todo o ano, às quartas-feiras, entre as 14h30 e as 16h30, no Gabinete Médico Veterinário Municipal, localizado na Divisão de Serviços Urbanos, na Zona Industrial de Taboeira (Rua das Fontainhas). Este serviço regular terá início a 21 de maio, com aplicação das mesmas taxas da campanha”, esclarece a nota. Para o registo no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), os proprietários deverão apresentar os seguintes dados: nome completo, morada, Cartão de Cidadão ou BI, NIF e contacto telefónico. “A vacina utilizada nesta campanha confere uma proteção válida por três anos, mas a licença anual na Junta de Freguesia mantém-se obrigatória”, adianta. No serviço, aplicam-se ainda as seguintes taxas: Vacinação Antirrábica, 10 euros; Registo do Microchip: 2,50 euros; Boletim Sanitário (se necessário), 1,00 euros. O calendário da campanha no Município de Aveiro pode ser consultado na íntegra aqui: Glória 22 maio – 10h00 | Parque de Estacionamento do Mercado de Santiago Aradas 23 maio – 10h30 | Largo Acácio Rosa (junto à Junta de Freguesia) 16 setembro – 10h00 | Quinta do Picado (Largo da Capela) Oliveirinha 27 maio – 10h00 | Largo da Capela (Quintãs) 27 maio – 12h00 | Largo da Capela (Costa do Valado) 3 junho – 10h00 | Largo da Feira (Oliveirinha) 3 junho – 12h00 | Largo da Fonte da Nossa Senhora da Guia (Granja) 20 junho – 15h00 | Largo frente à Capela (Moita) São Jacinto 27 junho – 11h00 | Av. Almirante Gago Coutinho (junto à Junta de Freguesia) São Bernardo 15 julho – 10h00 | Rua Cónego Maio, 133 (junto à Junta de Freguesia) Santa Joana 22 julho – 10h00 | Av. D. Afonso V (junto à Junta de Freguesia) Nossa Senhora de Fátima 29 julho – 10h00 | Rua da Igreja (Largo da Junta de Freguesia) Nariz 5 agosto – 10h00 | Largo da Junta de Freguesia (Largo de São Pedro) Requeixo 14 agosto – 10h00 | Rua do Sobral (junto ao Centro Social) Eirol 21 agosto – 10h30 | Campo de Futebol de Eirol Eixo 28 agosto – 10h00 | Parque da Balsa Azurva 28 agosto – 12h00 | Rua Vitorino Nemésio Cacia 2 setembro – 10h00 | Av. Fernando Augusto Oliveira (junto à Junta de Freguesia) Esgueira 9 setembro – 10h00 | Serviços Urbanos – Taboeira
Na prisão de Aveiro, o voto é um espaço de liberdade que mantém vivo o espírito do 25 de Abril
Era quinta-feira. 9h10. Pela rotunda do Hospital parecia que se avizinhava mais um dia normal por Aveiro com trânsito e com alguns estudantes que por ali passavam apressados em direção à Universidade de Aveiro. Caminhamos em direção à Rua Calouste Gulbenkian que se localiza a poucos metros dali. No Estabelecimento Prisional de Aveiro observamos que o grande portão verde da entrada já se encontrava aberto. Afinal, por lá era dia de votação antecipada para as eleições legislativas que se aproximam. Decidimos entrar para acompanhar o momento. Uma das guardas prisionais que por lá se encontrava, no exterior, pergunta-nos se queremos aguardar dentro ou fora do estabelecimento prisional. Explica-nos que a votação está marcada para as 9h30 e que ainda teríamos de aguardar pelos três representantes da Câmara Municipal de Aveiro para que pudessem dar início à votação. Preferimos aguardar cá fora. Mais perto da hora somos, novamente, convidadas a entrar. Numa espécie de receção, pedem-nos o cartão de identificação pessoal e o IMEI do telemóvel. Garantem que é por questões de segurança dos reclusos que ali estão. Por fim, dão-nos ainda para a mão uma declaração para preenchermos com alguns dos nossos dados pessoais. Entretanto, começamos a avistar os três representantes da autarquia. Um deles era Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara de Aveiro. Traziam na mão uma caixa preta. Seria certamente para no final transportarem todos os votos. Com toda a gente presente perguntam-nos se estamos prontos, mal respondemos afirmativamente abrem-nos uma das portas de acesso ao estabelecimento e começam-nos a encaminhar para a biblioteca. Era por lá que iria decorrer a votação. Nesse espaço repleto de livros, de todos os tipos e géneros, destacava-se o das “Histórias Cravadas” e um outro livro de capa branca cujo título era a “liberdade é.” Mesmo ao lado deles estavam já prontas as duas mesas improvisadas para a votação. Eram simples e tinham um pedaço de cartão aparafusado a separá-las. Em cada uma das cabines de votação, havia também uma caneta presa por um fio. Entre as paredes brancas daquele ambiente, uma parede preta destacava-se. Nela, estava afixado um cartaz com letras grandes que anunciava "Voto Antecipado". Ao lado, uma outra folha tinha a discografia de Carlos Paredes, o renomeado compositor e guitarrista português. Numa outra mesa começava-se a preparar o processo eleitoral. Do lado dos representantes da autarquia organizava-se, entre outros elementos, os cadernos de recenseamento e os vários envelopes – brancos e azuis – onde seguiriam, posteriormente, os votos. Cláudio Pedrosa, adjunto e substituto do diretor do Estabelecimento Prisional de Aveiro, estava responsável por chamar o nome dos reclusos – um a um – que se tinham inscrito para votar. Antes de se iniciar a votação, Cláudio reforça-nos a importância de mantermos a reserva de imagem dos reclusos que assim o solicitassem. Respeitamos a decisão. Alerta-nos, no entanto, que há dois eleitores que estão disponíveis para falar connosco. Concluído este processo era então hora de dar início à votação. Durante cerca de 2h00 vimos mais de meia centena de reclusos a ir votar. O processo foi semelhante com todos. Aguardavam junto à porta de entrada da biblioteca, em fila indiana. Só avançavam quando Cláudio os chamasse. Rogério Carlos era o responsável por dar a folha de votação e por alertar: ‘Bom dia. Depois de votar, dobra, coloca dentro deste envelope [branco] e traz’”. Assim aconteceu. Mal acabassem de votar dirigiam-se a uma outra representante da autarquia para que o voto passasse, desta vez, para um envelope azul lacrado. No final, cada um levava ainda o comprovativo por ter exercido o seu direito de voto. Era visível a cara de orgulho de muitos que por ali passavam. José Manuel e José Carlos Figueiredo foram dois dos reclusos inscritos para o voto antecipado. Falamos com ambos na cozinha do Estabelecimento Prisional de Aveiro para que possamos estar mais à vontade. No caso de José Manuel, partilha que já é a segunda vez que o faz. Insiste que é “fundamental” votarmos pelos “tempos difíceis” que vivemos. Reconhece que é uma exceção aos vários reclusos que ali estão, porque “há a ideia recorrente que não vale a pena votar”. “Mas eu acho que não”, insiste. Fala sobre a importância de exercer o direito de voto “sobretudo para travar a extrema-direita”. Perguntamos se os temas relacionados com a justiça não deveriam também fazer parte das campanhas dos diversos partidos. Rapidamente, percebemos, pelo olhar abatido de José Manuel, qual seria sua resposta: "os políticos olham para os prisioneiros com algum desdém porque não têm dinheiro, não têm capacidade, estão aqui fechados e penso que nos consideram cidadãos de segunda classe”, lamenta. Apesar de ser a segunda vez que exerce o direito ao voto no estabelecimento prisional, diz-nos que “sempre” fez questão de votar. “Eu já sou velho e vivi o 25 de abril com muita intensidade. Tinha 14 anos. Tive familiares presos, políticos (…), é uma data magnífica”, partilha. Pergunto-lhe se o voto é uma forma de manter o 25 de abril vivo? Responde-me, imediatamente, “sem dúvida” e que “precisamos é de melhores políticos”. José Carlos Figueiredo não deixa de ir ao encontro desta opinião. Afirma-nos que “exercer um voto útil” lhe dá “um espaço de liberdade todos os anos”. Acrescenta ainda que votar no estabelecimento prisional é “sempre um dia diferente”. Entre uma ideia e outra, acaba por partilhar também um detalhe do seu dia: hoje é dia de emissão da Rádio da Prisão de Aveiro (RPA), projeto do qual faz parte. Mas, devido ao movimento gerado pelo processo eleitoral, o seu programa teve de ser adiado, excecionalmente, para as 11h00, em vez das habituais 10h30. Optou por preencher o tempo [de atraso] na rádio com alguns dos temas da banda portuguesa: Xutos & Pontapés. João Sá, diretor do estabelecimento prisional de Aveiro está à frente desta prisão há cerca de “dez anos”. Revela-nos que sempre se votou antecipadamente neste espaço “de acordo com as regras que existem”. Partilha que a novidade “de agora” é que, ao longo dos anos, o estabelecimento prisional tem vindo a aumentar o número de votantes. Este ano, votaram “93 reclusos numa população passível de votar de 114”. Atualmente, a prisão de Aveiro mantém uma parceria com o Agrupamento de Escolas, através da qual docentes lecionam aulas [no estabelecimento prisional] desde o 1.º até ao 12.º ano de escolaridade. “São cursos de educação e formação de adultos, portanto, não têm as disciplinas normais”, realça. É nas aulas de “cidadania” que se conversa com os alunos sobre o significado e a importância dos atos eleitorais. “Os próprios professores desenvolvem trabalhos com os alunos no sentido de estes (…) serem também atores da mudança e de motivarem também os outros [reclusos] a votar”, explica. Além da disciplina, em todos os atos eleitorais, há ainda “dois técnicos de reeducação” que perguntam aos reclusos se querem ou não votar. “Os técnicos falaram com eles na semana passada. (…) Houve uma altura em que havia alguns partidos políticos que vinham cá, mas deixaram de o fazer, porque provavelmente não acham que é importante exercer qualquer ato de campanha dentro dos estabelecimentos prisionais”, afirma. Em jeito de desabafo, João Sá partilha-nos, tal como José Manuel e José Carlos, que gostava de ver o tema da justiça abordado nas diferentes campanhas eleitorais. “Praticamente todos os dias, temos notícias na comunicação social relativamente aos estabelecimentos prisionais e normalmente não são notícias abonatórias. (…) Há muita coisa boa que se faz nos estabelecimentos prisionais que as pessoas não têm conhecimento disso”, reforça. Além do mais, admite que ainda nos dias de hoje existe um “estigma” relativamente aos reclusos. “Um indivíduo que já está condenado, que tem registo criminal, não pode estar, em termos de avaliação externa, no mesmo pé de igualdade de quem não tem registo criminal”, avalia. “A questão é que as pessoas praticam atos, são punidas por esses atos, cumprem as penas que têm a cumprir… É dar-lhes uma nova oportunidade no sentido de elas tentarem escolher outras formas de vida. E é isso também que nós fazemos aqui”, relembra o diretor.
Legislativas: José Américo Quaresma é o cabeça de lista do PPM em Aveiro
Numa nota de imprensa enviada à Ria, o PPM refere que tem a visão “clara” de “construir um país mais coeso, justo e ético, onde o Estado serve os cidadãos com proximidade e eficiência”. Ao longo da sua candidatura, o partido defende uma “justiça acessível e independente”; uma “administração pública transparente e descentralizada”; “uma política de habitação justa”; uma “regionalização responsável”; uma “abordagem séria à imigração” e uma “agricultura sustentável e inovadora”. “Acreditamos num Portugal que respeita as suas raízes e aposta no futuro com ambição e responsabilidade. A sua voz, na Assembleia da República, será a de quem conhece as realidades do terreno e defende um Estado ético, descentralizado e próximo dos cidadãos”, lê-se na nota. Natural de Arouca, José Américo Quaresma é médico dentista desde 1994, com consultórios em Oliveira de Azeméis e Arouca, e dedica-se à prática exclusiva de ortodontia em várias clínicas da região. O seu percurso académico inclui uma licenciatura em Medicina Dentária e um mestrado em Ortodontia, tendo inicialmente frequentado a licenciatura em Geografia na área de Planeamento. Antes da sua carreira na saúde, exerceu funções como professor efetivo do Ensino Secundário durante mais de uma década. Foi membro da Assembleia de Freguesia de Moldes durante 12 anos, assumindo a presidência da mesa da Assembleia por dois mandatos. No associativismo, destaca-se como presidente da mesa da Assembleia Geral do Futebol Clube de Arouca, vice-presidente da mesa da Assembleia Geral do Centro de Arqueologia de Arouca e presidente da mesa da Assembleia Geral do Centro Cultural e Recreativo de Moldes (CCR Moldes).