RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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FNAM contra entrega da gestão do hospital de São João da Madeira à Misericórdia

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) opôs-se hoje à transferência do Hospital de São João da Madeira para a Misericórdia local, por não reconhecer racionalidade à intenção de retirar-se ao Estado uma unidade que “funciona bem”.

FNAM contra entrega da gestão do hospital de São João da Madeira à Misericórdia
Redação

Redação

09 mai 2025, 11:48

A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, revelou essa posição à Lusa após uma reunião com profissionais de várias especialidades na sede da Unidade Local de Saúde do Entre Douro e Vouga (ULS EDV), que, a partir de Santa Maria da Feira, gere dezenas de unidades do distrito de Aveiro, entre as quais o referido equipamento de São João da Madeira e os hospitais de Ovar e Oliveira de Azeméis. “Há muito pouca informação sobre o assunto e os próprios médicos têm muito pouco acesso a dados sobre a entrega do hospital à Misericórdia”, declarou Joana Bordalo Sá.

A responsável acrescentou: “mas somos contra essa medida, porque não percebemos qual o racional para isso e não há nenhum estudo que nos mostre qualquer benefício na mudança”. Para a presidente da instituição, “devem ficar na esfera pública os hospitais que foram pagos pelo Estado, que foram equipados pelo Estado e que estão a funcionar efetivamente bem, como é o caso do de São João da Madeira, que tem muitas consultas e onde se faz muita cirurgia de ambulatório”. Joana Bordalo Sá defendeu, por isso, que a entrega do hospital à Santa Casa “não serve verdadeiramente o Serviço Nacional de Saúde”, pelo que “deve manter-se na gestão da ULS EDV”.

Em 12 de dezembro, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou pretender “retomar o caminho” de transferir para as Misericórdias responsabilidades na gestão hospitalar.

Recomendações

IPSS de Águeda vai construir 16 casas de habitação colaborativa para idosos
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IPSS de Águeda vai construir 16 casas de habitação colaborativa para idosos

O anúncio do procedimento relativo à empreitada para a construção de 16 habitações colaborativas individuais e respetivas áreas de apoio, na Quinta do Capitão Mor, foi publicado na terça-feira em Diário da República, com o preço base de 915 mil euros e um prazo de execução de 180 dias. Este projeto visa expandir a resposta social desta Instituição Particular de Solidariedade Social, sediada em Mourisca do Vouga, que já conta com uma espécie de aldeia social com 10 casas pré-fabricadas de madeira, onde os idosos vivem com independência e autonomia. O projeto, financiado através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tem como objetivo geral a construção de casas em madeira para acolher no máximo 29 idosos com alguma independência e que, mediante um apoio mínimo, possuem capacidade de viver autonomamente, partilhando serviços comunitários. As habitações serão geminadas com zona de dormir, os quartos são duplos ou simples, permitindo a personalização pelos utentes. As habitações propostas terão acesso a alguns espaços comuns, usufruindo de todas as áreas deste, nomeadamente áreas de administração, lavandaria com tratamento de roupa e arrumos próprios, área de refeições com cozinha equipada, para festas ou eventos familiares, e sala de atividades/convívio, bem como casas de banho para ambos os sexos e para pessoas de mobilidade condicionada. A proposta visa “garantir condições de bem-estar e qualidade de vida dos residentes, assegurar um ambiente seguro, confortável, acessível e humanizado, promover estratégias de desenvolvimento da vivência em comum, numa lógica comunitária, com o respeito pela individualidade, interesses e privacidade de cada pessoa, prolongando a autonomia e a vida independente, prevenindo o isolamento social e ou solidão”, lê-se na memória descritiva.

Festival Gastronomia de Bordo volta a Ílhavo para “homenagear cozinheiros e pescadores do Município”
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Festival Gastronomia de Bordo volta a Ílhavo para “homenagear cozinheiros e pescadores do Município”

Ao longo dos 11 dias do festival, um total de 16 restaurantes "apresentam propostas inspiradas nas receitas confecionadas em alto-mar, recriando a essência da gastronomia de bordo com pelo menos três pratos ou entradas dedicadas ao tema", segundo a autarquia. O menu é composto por pratos que assumem “abordagens tradicionais”, como as pataniscas, a chora, o bacalhau com grão e chouriço e a feijoada de samos, e “novas criações que reinventam a gastronomia de bordo”, como é o caso da salada de ovas de bacalhau, calhos (ou samos) de bacalhau ou massada de bacalhau com cricos. Para além de se assumir como uma “uma homenagem às tradições, aos cozinheiros e aos pescadores do município de Ílhavo”, o Festival Gastronomia de Bordo afirma a intenção de “celebrar os sabores e tradições das cozinhas dos navios bacalhoeiros”. Como complemento ao Festival Gastronomia de Bordo, também nesta altura, de 04 a 07 de dezembro, decorre o Leme – Festival de Circo Contemporâneo, em Ílhavo, Gafanha da Nazaré e Vista Alegre, e os Concertos no Natal, de 9 a 11 e de 16 a 18 de dezembro, nas Igrejas Matrizes do Município de Ílhavo. No sentido de “valorizar o património cultural”, o Município oferece aos clientes do Festival um ‘voucher’ de entrada gratuita no Museu Marítimo de Ílhavo ou no Centro de Religiosidade Marítima.

Distrito de Aveiro com aviso laranja por chuva intensa, vento forte e agitação marítima até amanhã
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Distrito de Aveiro com aviso laranja por chuva intensa, vento forte e agitação marítima até amanhã

De acordo com o IPMA, os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa e Setúbal são os de “maior risco”, mantendo o aviso laranja para chuva intensa, vento forte e agitação marítima até amanhã. Todos os restantes distritos, bem como o arquipélago da Madeira e para o grupo Ocidental do arquipélago dos Açores, estão sob aviso amarelo. 

Município de Ílhavo organiza Magusto dedicado à população sénior na sexta-feira
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Município de Ílhavo organiza Magusto dedicado à população sénior na sexta-feira

O “Magusto da Maior Idade” pretende juntar os participantes dos equipamentos municipais da maior idade, do programa “Maiores no Movimento” e das entidades locais com respostas na área do envelhecimento. No sentido de “reforçar a importância da proximidade e do reconhecimento das políticas municipais dedicadas à população sénior”, vão estar presentes Rui Dias, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, e Maria Eugénia Pinheiro, vereadora do executivo. O principal objetivo, de acordo com os responsáveis, é “reforçar o compromisso do Município de Ílhavo com a inclusão social, o envelhecimento saudável e o fortalecimento dos laços comunitários, promovendo a partilha de saberes e o sentimento de pertença”. O encontro conta com a atuação do Grupo de Concertinas da Universidade Sénior da Gafanha da Nazaré.

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Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta
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Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta

Tanto no passado dia 24 de outubro como na última sexta-feira, dia 7, as duas sessões de instalação dos novos órgãos autárquicos na freguesia de Aradas duraram pouco mais de meia hora. Em ambos os casos, a oposição presente na Assembleia de Freguesia - composta por três membros do movimento ‘Sentir Aradas’, três membros do PS e um membro do Chega - rejeitou o nome proposto para assumir a posição de primeiro vogal do executivo e obrigou Catarina Barreto a suspender os trabalhos. Passados cinco dias desde a última Assembleia, a presidente da Junta voltou a convocar nova reunião, mas, segundo as forças da oposição ouvidas, não há novidades. Do lado do ‘Sentir Aradas’, Gilberto Ferreira afirma que “não recebeu qualquer contacto do executivo”, mas espera que a marcação de uma nova reunião seja sinónimo de novidades. “Se [a presidente] achou por bem marcar a reunião, é porque fez alguma tentativa para desbloquear a situação”, conclui. Sónia Aires, que foi a primeira candidata da lista do PS à freguesia, também afirma não ter sido contactada pela presidente, pelo que não há nada que possa mudar em relação à última Assembleia. Ricardo Nascimento, membro eleito pelo Chega, assume um discurso semelhante e diz que até agora também não houve qualquer contacto da parte do executivo. O vereador Diogo Machado, eleito pelo Chega, não seguiu a mesma linha e, quando questionado sobre eventuais negociações, optou por não fazer comentários. Recorde-se que, na semana passada, quando foi noticiado pelo Diário de Aveiro um acordo entre a ‘Aliança com Aveiro’ e o Chega para viabilização do executivo - entretanto desmentido -, o também vereador na Câmara Municipal de Aveiro (CMA) garantiu à Ria que “naquele momento, não havia acordo”. A Ria procurou também tentar falar com Catarina Barreto, mas não obteve resposta. À margem da reunião de executivo municipal da passada quinta-feira, dia 13, Luís Souto mostrou-se confiante na resolução dos problemas na Junta de Freguesia. Nas suas palavras, a situação “vai-se resolver com o bom senso das pessoas”. Na análise ao caso, o autarca estabeleceu uma comparação entre a freguesia aveirense e os Estados Unidos da América, que viu a atividade do seu governo paralisada ao longo de 43 dias: “Os EUA parados […] é muito pior do que a crise de Aradas e não morreu ninguém, já está resolvido”. A Ria falou também com Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD em Aveiro, que “lamenta que ainda não tenha sido possível chegar a uma base de entendimento”. O responsável, que se mostra disponível para ajudar a chegar a “bom porto”, enaltece que Aradas não pode ser palco para uma “guerra política” ou para uma “guerra pessoal”, salientando que quem fica prejudicado é a freguesia. Sobre as exigências feitas pelos partidos da oposição - nomeadamente, sobre a auditoria financeira independente que é pedida - Firmino Ferreira aponta que é necessário saber exatamente o que procuram os partidos. “Ninguém pode estar contra que haja uma clarificação, a própria presidente estará garantidamente disponível. Mas é preciso também que lhe seja dito o que é preciso em concreto”, aponta, salientando também que “as auditorias podem custar um valor irrisório ou uma fortuna”. O responsável do PSD nota que existe vontade das partes para chegar a um entendimento, mas aponta que “parece que cada um acha que tudo é impossível porque ou é como se pretende ou nada feito”. Segundo considera, “as pessoas têm obrigatoriamente de ceder” devido à importância que atribuem ao estabelecer um acordo.

Estudantes denunciam “infestação de formigas” em residências universitárias da UA
Universidade

Estudantes denunciam “infestação de formigas” em residências universitárias da UA

Pelo bloco 13, a convivência com as formigas já não é uma novidade. Muito pelo contrário. Tornou-se até mais um dia para a maioria destes estudantes. Mara, nome fictício, está no último ano de licenciatura. No dia em que conversamos com esta estudante, na parte exterior, encontrava-se a sair do edifício para ir para as aulas. Optou por vir para a residência universitária, pelo primeiro ano, por não ter opção de pagar um quarto na cidade. Partilha à Ria, entre risos, que quando decidiu vir para cá já sabia o que a esperava: “Quase todas as residências têm problemas com formigas”, afirmou, assinalando que o bloco “mais crítico” é o sétimo. “Temos formigas nas camas, nas paredes, no meio da comida, em cima do fogão, no frigorífico. (…) Toda a gente se queixa disto. Já é recorrente de malta dos anos anteriores”, admitiu. Em conversa com antigos estudantes, Mara confidencia-nos até que já lhe tinham sugerido, antes de ir para ali residir, que comprasse inseticida para resolver o problema das formigas. “Eu só estou há um ano nas residências, mas tenho colegas minhas que já estão aqui há bastante tempo e a realidade das formigas já vem desde sempre. Já fizeram várias queixas”, contou. A estudante assegurou ainda que, quando o problema das formigas se agrava, o serviço de limpeza - assegurado nos espaços comuns - além de vir de manhã, passa também à noite. No entanto, as formigas continuam a ser uma presença constante. Já dentro da residência, na zona da cozinha, Mara apresenta-nos a outros estudantes que, naquele momento, se encontravam a almoçar. Uma delas, mal nos identificamos e mencionamos as queixas sobre as formigas, responde-nos imediatamente: “Sim, é verdade”. Está ali a morar há três anos. “Tem formigas e à noite [na cozinha] não sei se é por causa da luz, mas fica repleto de bichos. Tem acontecido com frequência”, assinalou. “Todos os dias temos formigas”, continua. Questionada sobre se já tentaram contactar alguém responsável dos SASUA, Mara diz não saber se alguém daquele bloco já o fez, mas refere ter conhecimento de que o bloco 7 já procurou reportar a situação. Decidimos confirmar. Vanessa, nome fictício, foi colocada no bloco 7 há cerca de dois anos. Conta à Ria que o problema das formigas persiste há, pelo menos, um ano. Confidencia, inclusive, que para si a situação já se tornou “rotina”. “Elas aparecem, maioritariamente, nas zonas comuns: Na cozinha, na casa de banho e em alguns quartos”, descreve. Para fazer face ao problema, a estudante relata que também eles - naquele bloco - estão ‘munidos’ de “inseticida”. Tal como Mara, nunca apresentou reclamação, mas confirma saber que há “várias pessoas do bloco” que o fizeram. Conta que optaram por contactar diretamente os SASUA e por enviar um email à vice-reitora para a Cultura e Vida nos Campi da UA, Alexandra Queirós, na passada quarta-feira, 5 de novembro. A Ria teve, entretanto, acesso ao email. Nesse email, enviado pela “Comissão de Residentes do Bloco 7”, as estudantes começam por dar nota da infestação de formigas que “afeta diversos quartos e áreas comuns (como casas de banho e cozinha) do edifício, assim como, outros blocos do Complexo Residencial de Santiago, nomeadamente o Bloco 5”. “Este problema tem vindo a gerar grande desconforto e indignação entre os residentes, não só por colocar em causa a qualidade de vida dos estudantes, mas também por representar um risco à saúde pública e uma clara violação das obrigações contratuais assumidas pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro, enviadas sempre formalmente por correio eletrónico no contrato de alojamento universitário aos estudantes”, escrevem. No seguimento, recordam o contrato - entre os estudantes e os SASUA - realçando que o mesmo é “explícito” quanto às responsabilidades da Universidade em matéria de higiene e manutenção. Apontam a garantia da limpeza e arrumação das áreas comuns, a manutenção de equipamentos e a disponibilização dos produtos de limpeza necessários para a higiene da habitação. “A situação atual representa uma violação destas obrigações contratuais e regulamentares, colocando os estudantes numa posição inaceitável, dado que cumprem os seus deveres, incluindo o pagamento pontual das mensalidades”, defendem os estudantes. A Comissão de Residentes dá ainda nota de que reuniu “provas documentais” - fotografias e vídeos - “que atestam a gravidade da infestação e que serão apresentadas, caso seja necessário, a instâncias externas”. Os estudantes solicitam ainda, “com urgência”, a resolução “imediata do problema”, sugerindo a “desinfestação profissional e medidas preventivas adequadas”, como a “garantia da manutenção regular das condições de higiene e salubridade, conforme estipulado contratualmente”. No final, os estudantes anexam ainda um abaixo-assinado que conta com assinaturas de 19 residentes. Em conversa com uma das estudantes responsáveis pelo abaixo-assinado, a residente explica que, além do email recentemente enviado, já haviam tentado comunicar o problema tanto “há dois anos” como “no ano passado” à “dona Rosa”, atualmente responsável por estas residências. “Os SASUA começaram a ter conhecimento do assunto, mas nada foi feito. Insistimos para resolverem o problema e dissemos que estava pior, mas continuaram sem fazer nada”, atirou. A estudante acrescentou ainda que chegaram a ser responsabilizados pela situação: “Chegaram a dizer que a culpa era nossa por causa dos lixos da cozinha e que não podíamos colocar o lixo ali, mas isso não corresponde à realidade. Nós vivemos aqui, temos de usar o lixo e os sítios para o depositar corretamente”, desabafou. Além disso, partilhou que soube que, no verão, os SASUA tinham intenção de realizar uma desinfestação, mas a medida acabou por não avançar. "O que chegou ao nosso conhecimento é que no verão os SASUA queriam de facto fazer uma desinfestação, mas que a reitoria não deixou, porque alojou cá um grupo”, esclareceu. Segundo contou, apesar do edifício já ter sido alvo de intervenções recentes, com obras “pontuais” e a reparação de “alguma humidade”, a situação não foi resolvida. “Trocaram as janelas e foi isso que fizeram”, frisou. Com a situação a “piorar” e sem respostas concretas, a residente explicou que sentiram necessidade de recorrer a medidas mais “extremas”, enviando email à reitoria. “Por enquanto, a única resposta que tivemos foi da vice-reitora (…) a pedir para reencaminhar o documento e que ia tentar solucionar o problema o mais breve possível”, sublinhou. A Ria esteve também à conversa com Alexandra Queirós que confirmou o envio do email. Esta terça-feira, 11 de novembro, afirmou estar a aguardar “alguns esclarecimentos adicionais” por parte dos SASUA. “Da conversa que tive com o senhor diretor dei instruções para se proceder às desinfeções e limpezas no imediato. (…) Sugeri que se tomassem as medidas corretivas imediatas e que depois também fizessem um processo de melhoria contínua: O que é que levou a esta situação? Qual o estado da situação?”, explicou. A vice-reitora garantiu ainda que só tomou conhecimento da situação “agora”, com a reclamação formal dos estudantes. “Também disse que deveríamos iniciar, em conjunto com as encarregadas e com as próprias comissões de residentes, algumas sessões de sensibilização e de informação, relativamente a esta questão. (…) Isto pode acontecer nas nossas casas e temos de ser parte da solução, tomando as medidas necessárias”, partilhou. Além do mais, Alexandra Queirós adiantou que está também em “averiguação” a necessidade de eventuais alterações no “processo interno” das residências. Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), afirmou também à Ria que teve conhecimento da infestação de formigas “no final da última semana”. Na altura, segundo afirma, comunicou de imediato a situação ao provedor do estudante, aos SASUA e também à vice-reitora. “Após termos conhecimento, fizemos uma chamada para a vice-reitora e o que nos foi dito é que todas as diligências para terminar com esta infestação estavam a ser tomadas. (…) Fizemos questão de referir que isto não faz sentido acontecer, porque são questões associadas a problemas de higiene e de limpeza”, recordou. Para a presidente da direção da AAUAv, é “necessário” garantir aos estudantes “condições aceitáveis” nas residências. “A maior parte dos focos que foram encontrados são em espaços comuns e é necessário tomar medidas”, insistiu. “Sei que elas [medidas] estariam a ser tomadas. Sei que, entretanto, já houve queixas de outros blocos e que não seria algo localizado. Sei também que tem sido algo comum. É necessário tomar alguma medida para evitar que isto continue”, acrescentou. Joana Regadas relembrou ainda que, durante a última visita da AAUAv às residências, realizada “no final do último semestre”, os estudantes não apontaram o problema das formigas. “Foram mais questões de manutenção e de degradação dos edifícios”, reconheceu. Atualmente, face à tomada de posse das novas comissões de residentes, a associação está a planear a aplicação de um inquérito sobre as condições das residências. “Não só as de Santiago ou da cidade, mas também as de Águeda para percebermos e conseguirmos, com dados concretos, falar com a vice-reitora e com os Serviços de Ação Social para perceberem aquilo que é a opinião dos estudantes que vivem lá todos os dias”, avançou. João Ribeiro reconheceu à Ria que a situação das formigas é “permanente” e acontece “desde sempre”. “Posso referir que eu fui residente e já, nessa altura, havia formigas nos quartos, que apareciam esporadicamente”, lembrou. No caso do Complexo Residencial de Santiago admite até que, face à antiguidade dos edifícios, “haja instalação permanente de colónias de formigas”. “No interior das paredes e nos espaços entre os tijolos é de admitir que isso existe”, assinalou. No seguimento, explicou a dinâmica da infestação: “Todos nós temos a experiência de que, no final do verão, em setembro, as colónias se propagam. Todos nós assistimos ao voar das formigas para a colonização e para a constituição de novas colónias. É essa emergência. Portanto, há épocas do ano que são particularmente adequadas ou próprias para a emergência das formigas. Admitimos que elas ocorram porque elas estão lá, mas é difícil debelar”. Perante esta realidade, o diretor delegado afirmou que o papel dos SASUA passa “não só pela mitigação”, mas também pela “tentativa de reivindicação”. “Não só pela contratação das empresas de combate a esses tipos de ocorrências, como também, considerando que há essa possibilidade, já é prática do serviço [de limpeza] fazer-se acompanhar dos componentes necessários ao combate imediato. Assim que é detetada, os serviços atuam e nem precisa de ser comunicado”, resumiu. No caso das desinfestações, João Ribeiro garantiu que a universidade tem uma empresa contratada para esse fim, normalmente, acionada uma vez por ano, fora do “período de ocupação”, durante o verão. Contudo, este ano houve um “caso particular”, já que as residências permaneceram “ocupadas durante todo o verão”. “Foi feito parcialmente, mas dada a ocupação que tínhamos, não conseguíamos deslocar os estudantes de algumas residências para as outras e, portanto, não tivemos disponibilidade, nem janela temporal, para fazer aquilo que é usual fazer”, justificou. “Em anos anteriores, essa ocupação existia, mas não com tanta intensidade. Nós fazíamos com que isso coincidisse com o mês de julho, ou seja, no fim do ano letivo naquele período. Sempre evitamos que isto ocorresse durante o mês de agosto. Este ano, foi impossível porque a universidade foi tão solicitada que para dar resposta a estas solicitações que nós tivemos de ceder durante o mês de agosto. Criou-nos condicionantes”, admitiu. Questionado sobre se a falta do serviço de desinfestação este ano poderia justificar o aumento das queixas verificadas na última semana, o diretor delegado preferiu não “particularizar” nem estabelecer uma “relação direta”. “Não queria fazer isso. O que eu quero dizer é que esta ocupação permanente deve fazer-se no equilíbrio que permita corresponder às necessidades da comunidade e à relação da Universidade com a comunidade, mas também com as nossas necessidades de manutenção e de limpeza”, respondeu. “Este ano serviu como experiência e constatação de que uma ocupação deste género não é adequada porque, se for repetida, a probabilidade de que situações como a que ocorreu se repitam com maior frequência é possível de acontecer”, reconheceu. Apesar desta consciência, João Ribeiro disse não compreender o intuito do envio do email à reitoria e do abaixo-assinado. “Foi a primeira vez que aconteceu e surpreende, dada a relação que existe entre os responsáveis da gestão do alojamento, nomeadamente, encarregadas e dada a estrutura que está organizada por comissões de residentes por bloco. A interação é feita diretamente com a encarregada, que por sua vez comunica com os responsáveis dos serviços centrais. Portanto, este processo foi ultrapassado e não se compreende por que motivo aconteceu”, exprimiu. Quanto ao email, o diretor delegado classificou-o como “vago”, por não especificar o “local”, “piso”, “quarto”, “hora” ou “dia”. Apesar de ter tomado conhecimento das fotos e vídeos que os estudantes têm vindo a partilhar, admitiu que o facto é “dificilmente comprovável”. “Das nossas averiguações não se verifica infestação de formigas nos blocos referidos de forma genérica. Mesmo no bloco em questão, admitimos a emergência das formigas, nem que tenha sido em setembro, eventualmente. É natural que aconteça: se a colónia existe e não foi erradicada, ela vai emergir. Portanto, pode acontecer”, assumiu. Como causa para a ocorrência, apontou também a “falta de limpeza” dos espaços comuns e dos quartos, por parte dos estudantes. “A não limpeza de uma cozinha, que também é frequente acontecer, com resíduos alimentares, vai promover o aparecimento das formigas. Há uma fonte de alimento, e a formiga aparece. A comida que os estudantes levam para o quarto”, apontou. Para ilustrar, deu um exemplo: “Estou a falar do pão que levaram da cantina. (…) Estão a comer, fica a migalha. É normal que isso aconteça. Pousaram o pão em cima da secretária, não limparam e ficaram as migalhas. Portanto, ela emerge e vai à procura da comida e da subsistência”. No seguimento, alertou ainda que os SASUA não são responsáveis pela limpeza dos quartos, mas apenas dos espaços comuns. “É o estudante que limpa ao abrigo do novo regulamento. Portanto, se o estudante não o faz estão criadas as condições para que isto tenha expressão. Nos lugares-comuns, onde nós tratamos, diariamente, com a limpeza que fazemos nós atuamos de imediato, e já é prática os funcionários fazerem-se acompanhar do produto que aplicam no imediato”, resumiu. Perante isto, descartou que possa existir uma “infestação” no Complexo Residencial de Santiago, conforme relatam os estudantes. “É uma ocorrência no nosso ponto de vista”, particularizou. “Ela é combatida no imediato e, no dia seguinte, já não existe. Dizer-se, como vem referido, nessa reclamação, que é contínua, não é de todo verdade… Tanto mais se lá formos neste momento, não há nenhuma ocorrência. Portanto, não é contínua”, justificou. De seguida, questionou ainda: “Se é conhecido o esforço de intervenção da Universidade [nas residências] - e as obras estão a decorrer - porquê isto, neste momento?”. Segundo o diretor delegado, “estamos convencidos de que as obras de reabilitação que vão decorrer vão eliminar grande parte do foco do problema, nomeadamente com a colmatação das fendas que é por onde elas entram”. Apesar desta observação, João Ribeiro preferiu olhar para o lado positivo deste episódio: “Isto é um ensinamento a retirar”, afirmou. “Temos de aproveitar a janela da oportunidade para fazer aquilo que temos de fazer. (…) Temos de definir qual é o limite de ocupação que podemos permitir, durante o verão, de forma a não condicionar estes trabalhos que se impõem”, concretizou. Em resposta às reclamações, o diretor delegado reforçou, novamente, o papel dos SASUA: “Podem fazer aquilo que estão a fazer e que farão sempre - atuar no imediato. Como eu disse, a atuação é imediata, a situação não é protelada, e, no dia seguinte, a ser detetada a ocorrência já não existe”, rematou.

"O PS ganhou", opinião de Rui Soares Carneiro
Opinião

"O PS ganhou", opinião de Rui Soares Carneiro

Já passou mais de um mês desde o dia das eleições para os diferentes órgãos das nossas autarquias locais, em Aveiro, e praticamente todas as tomadas de posse estão concluídas - faltando apenas a Freguesia de Aradas. Muito pouco li e nada ouvi, sobre os resultados das eleições, e parece ter passado despercebida a consumação de um facto: o PS, em Aveiro, ganhou. Conhecemos todos a maior vitória - para alguns, a única - da noite eleitoral: a conquista da União de Freguesias da Glória e Vera Cruz, a maior do município, liderada agora por Bruno Ferreira, que, mesmo sem maioria, devolve aos socialistas a responsabilidade de dirigir uma autarquia em Aveiro - algo perdido após as eleições intercalares de São Jacinto, em 2022. As pequenas vitórias, secundárias, mas relevantes, resumem-se à retirada da maioria absoluta em outros quatro órgãos: a Câmara Municipal de Aveiro e as Freguesias de Aradas, Esgueira e Eixo-Eirol. Isto permite exercer pressão e influência sobre quem lidera estes órgãos, mas obriga também a uma oposição responsável e construtiva - e não meramente “do contra” -, exigindo uma comunicação mais consistente das suas posições políticas. Mas o PS, em Aveiro, ganhou mais do que isto: Ganhou a oportunidade de perceber, novamente, que eleições não são atos de messianismo caído do céu, onde se deposita mais fé do que realismo e em que se olha mais para os eleitos do que para os eleitores. Ganhou a oportunidade de entender que um ato eleitoral não é uma corrida de 100 metros, mas sim uma estafeta 4x365, onde o trabalho contínuo entre eleições define quem cruza a meta em primeiro. Ganhou a oportunidade de conhecer, tarde e a más horas, as associações, clubes e IPSS que sustentam o nosso tecido social, e das quais se afastou nos últimos anos, perdendo contacto com a realidade e com o trabalho árduo destas instituições. Ganhou a oportunidade de descobrir, no terreno, muitos dos problemas que as pessoas enfrentam diariamente, em locais muitas vezes esquecidos do município, onde as autarquias têm obrigação de intervir. Ganhou a oportunidade de aprender - veremos se aprendeu - que a comunicação próxima, digital e sobretudo presencial, é hoje indispensável para criar confiança e explicar aos eleitores os dossiês em discussão e as posições assumidas. Ganhou a oportunidade de confirmar que a comunicação social é um meio útil e fiável, mesmo após anos a criticá-la, e que deve ser usada como veículo de comunicação e não como bode expiatório. Ganhou a oportunidade de iniciar um novo ciclo, de mudar, e de ser capaz de responder ao atual contexto autárquico, às exigências de fiscalização próprias da oposição, mas também de apresentar propostas e construir um programa de mudança. Ganhou a oportunidade de regressar ao essencial: aos problemas reais das pessoas, aos mais vulneráveis e à classe média, que precisa de crescer e ter mais respostas sociais e económicas. Esquecer esta base social é esquecer os fins para os quais a política nos convoca. Saberá o PS Aveiro aproveitar tantas oportunidades?

KAREN MAERSK torna-se no maior navio a atracar no Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Aveiro
Cidade

KAREN MAERSK torna-se no maior navio a atracar no Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Aveiro

O navio, que se encontra a realizar operações de descarga e deve seguir hoje com destino a Roterdão, nos Países Baixos, tem quase 184 metros de comprimento e 28 metros de largura. Numa operação da PRIO, a embarcação chegou ao Porto de Aveiro com cerca de 24 mil toneladas de combustível com origem no Médio Oriente. Segundo apontam os responsáveis, “a escala deste navio demonstra a capacidade operacional e a competitividade do Terminal de Granéis Líquidos […] no ano passado, o Porto de Aveiro substituiu as defensas e cabeços de amarração da Ponte Cais 26, precisamente com o objetivo de dotar esta infraestrutura das condições necessárias para receber navios até 40 mil toneladas de deslocamento. Com a conclusão da obra, o Porto de Aveiro passou a poder receber navios de maior porte, com total segurança, dando resposta às necessidades crescentes do mercado”.