RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Região

Autárquicas: Livre Aveiro apresenta esta sexta-feira a sua candidatura em Oliveira de Azeméis

O Livre Aveiro vai apresentar esta sexta-feira, 29 de agosto, pelas 19h00, a sua candidatura às eleições autárquicas no concelho de Oliveira de Azeméis. A sessão vai decorrer no HYGGE Coffee.

Autárquicas: Livre Aveiro apresenta esta sexta-feira a sua candidatura em Oliveira de Azeméis
Redação

Redação

27 ago 2025, 14:03

De acordo com uma nota de imprensa enviada às redações, o momento contará com a intervenções de Ricardo Praça da Costa, cabeça de lista pelo Livre à Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e à Assembleia Municipal, bem como com a presença de Juliana de Almeida Nunes, número dois na Assembleia Municipal, e Filipe Honório, cabeça de lista à Câmara de Santa Maria da Feira e dirigente nacional do Livre.

Na nota, o partido refere ainda que este é um “momento histórico, visto que é a primeira vez que o partido da papoila vai a eleições neste município”.

Nas eleições autárquicas de 2021, o PS venceu esta autarquia com “54.87%” dos votos.

Recomendações

Atividade turística da Mealhada cresceu cerca de 17% em 2024
Região

Atividade turística da Mealhada cresceu cerca de 17% em 2024

“No ano de 2024 registámos um crescimento da atividade turística na ordem dos 17%. Em 2025, já estamos com um crescimento na ordem dos 25%, até ao momento”, afirmou. À margem da conferência de imprensa de apresentação da programação do Cineteatro Messias, para o último quadrimestre de 2025, a autarca esclareceu que também o número de dormidas no concelho tem vindo a crescer. “Em termos de dormidas, só aqui na Mealhada, o crescimento foi de 21,3% em 2024 face a 2023. O concelho da Mealhada registou 110.766 dormidas em 2024”, sustentou. De acordo com Filomena Pinheiro, de janeiro a maio deste ano, o concelho da Mealhada registou aproximadamente 43 mil dormidas. No que toca aos gastos na restauração, a autarca disse ter apenas dados referentes à região Mondego Bussaco, que abrange, para além da Mealhada, os concelhos de Penacova e Mortágua. “De agosto de 2024 a maio de 2025, os gastos na restauração ultrapassaram os 26 milhões de euros na região Mondego Bussaco”, referiu.

Câmara da Murtosa lança concurso para reabilitar marginal da Torreira por 1,3 milhões de euros
Região

Câmara da Murtosa lança concurso para reabilitar marginal da Torreira por 1,3 milhões de euros

Trata-se de uma intervenção “destinada a resolver a situação de insegurança decorrente da derrocada de uma secção da marginal da ria, junto à marina de recreio e ao porto de abrigo da Torreira”. De acordo com uma nota de imprensa da Câmara da Murtosa, a empreitada é “de elevada complexidade técnica, incidindo numa frente de cerca de 180 metros”. O preço base do concurso é de 1.332.453,77 euros e a empreitada tem um prazo de execução de sete meses. “O lançamento do concurso foi finalmente possível após a assinatura do protocolo, entre o município da Murtosa e a Agência Portuguesa do Ambiente, ao abrigo do qual, esta entidade, através do Fundo Ambiental, transfere para a autarquia uma verba de um milhão de euros, condição fundamental para a concretização de tão relevante obra”, destaca a nota. O protocolo foi assinado dia 11, na Torreira, pelo presidente da Câmara Municipal da Murtosa, Januário Cunha, e pelo presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, e homologado pelo Secretário de Estado do Ambiente, João Manuel Esteves.

Barra de Aveiro condicionada esta terça-feira devido à agitação marítima forte
Região

Barra de Aveiro condicionada esta terça-feira devido à agitação marítima forte

Os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga estão desde as 06:00 de hoje sob aviso amarelo e até às 06:00 de quarta-feira. Além do condicionamento das barras de Aveiro e Figueira da Foz, de acordo com informação disponível no ‘site’ da Marinha Portuguesa, as barras marítimas de Caminha, Douro, Esposende, Vila Praia de Âncora, Vila do Conde e Portinho da Ericeira estão fechadas à navegação. O aviso amarelo, o menos grave, é emitido quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica. Na segunda-feira em comunicado, o IPMA explicou que estão previstas ondas com altura significativa até quatro metros na costa ocidental na terça-feira, e que poderão atingir altura máxima até sete metros, uma situação pouco frequente em agosto e que resulta do posicionamento do ciclone pós-tropical ERIN. “Salienta-se os valores muito elevados do período de pico, esperados, entre 15 a 20 segundos, o que se traduzirá em ondas muito energéticas e com volume de água elevado, aumentando significativamente o risco de fortes correntes de retorno junto à costa”, indica o IPMA. Segundo o Instituto, no período de maré cheia durante a tarde, conjugado com uma amplitude de maré previsivelmente elevada, várias praias poderão ficar sem areal disponível. “Derivado à ondulação ter uma direção de noroeste, a costa sul do Algarve não ficará tão exposta a esta situação, prevendo-se ondas de sudoeste até um metro”, segundo o IPMA. A ondulação manter-se-á forte na costa ocidental ao longo da semana, com alturas significativas entre dois a três metros. “Esta situação, não sendo inédita, é pouco frequente nos meses de julho e agosto, pelo que se recomenda o acompanhamento dos avisos e o cumprimento das recomendações sugeridas pelas autoridades competentes”, refere ainda o Instituto. Na sequência do agravamento das condições marítimas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertaram a população, aconselhando medidas preventivas. A AMN apelou aos banhistas que tenham cuidado numa ida à praia, e que frequentem praias permanentemente vigiadas, respeitem a sinalização das bandeiras e das praias e as indicações dos nadadores-salvadores e demais elementos de vigilância, vigiem permanentemente as crianças e evitem colocar-se debaixo de arribas. A AMN aconselhou toda a comunidade marítima a reforçar as amarrações e a manter uma vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas. À população em geral, recomendou que sejam evitados passeios junto ao mar ou em zonas expostas à agitação marítima, como molhes de proteção dos portos, arribas ou praias, evitando ser surpreendida por uma onda. A autoridade marítima indicou ainda que a atividade da pesca lúdica não deve ser praticada nestas condições, em especial junto às falésias e zonas de arriba frequentemente atingidas pela rebentação das ondas, “tendo sempre presente que nestas condições o mar pode facilmente alcançar zonas aparentemente seguras”.

Fogos de artifício do mar e da ria iluminam o São Paio da Torreira na Murtosa
Região

Fogos de artifício do mar e da ria iluminam o São Paio da Torreira na Murtosa

A festa, organizada pelo Município da Murtosa, no distrito de Aveiro, “exalta a identidade marinhoa" com a tradicional corrida de chinchorros, a regata de bateiras à vela e a regata de barcos moliceiros. O cartaz musical conta com os nomes conhecidos como Carolina Deslandes, Jafumega, The Black Mamba, Herman José e Rebeca, num programa que inclui ainda a atuação de Markes Brasil, Irma e Visconde de Salreu. As celebrações começam no dia 04 de setembro, com o “São Paio Sénior”, dia do concerto de Markes Brasil.  No dia 05, será a vez das regatas de bateiras à vela e as atuações de Jafumega e Irma. No dia 06, sábado, haverá a corrida de chinchorros, os concertos de The Black Mamba e Carolina Deslandes, bem como o primeiro espetáculo pirotécnico - o “fogo de artifício do mar” - à meia-noite. O domingo, dia 07, será marcado pelo concurso de painéis de moliceiros e a regata de barcos moliceiros, enquanto a animação estará a cargo de Herman José e Rebeca, para culminar com o “fogo de artifício na Ria”. Haverá ainda diversas atuações musicais e a cerimónia de entrega de prémios das regatas e concursos. A romaria encerra no dia 08 de setembro, segunda-feira, com a missa campal e a procissão. 

Últimas

"Ensino: a prioridade sazonal", opinião de Joana Regadas
Universidade

"Ensino: a prioridade sazonal", opinião de Joana Regadas

Habituámo-nos enquanto seres humanos a diferentes épocas ao longo do ano. Vemos nas épocas festivas o aconchego da família, nos Santos Populares o festejo do início do verão, do convívio entre amigos e família, e na época balnear o prazeroso agosto que promete repor todas as energias, realinhar as ideias e deixar todas e quaisquer preocupações para trás. Há, no entanto, uma época bastante característica em Portugal, que ao contrário das outras três vem carregada de muita reflexão e notícias preocupantes: a época educacional, traduzida como o único período do ano em que se ouve falar sobre o ensino. Todas estas quatro épocas, apesar de muito diferentes, têm alguns fatores em comum: são sazonais, previsíveis e repetem-se de ano para ano. Porém, seria de esperar que a educação e o ensino - o fundamento do crescimento de qualquer sociedade - não aparecessem apenas em duas ocasiões ao longo do ano e sempre com as mesmas motivações. Vemos entre meados de junho/julho um acordar para a importância da educação, ouvimos falar da preocupação dos estudantes que irão realizar os exames nacionais, avalia-se o grau de dificuldade dos mesmos, discute-se a falta de preparação dos alunos, o desajuste dos programas curriculares e um ensino focado apenas para estes momentos, refletem-se anos de estudo nos resultados e estabelece-se um ranking das melhores escolas. Nas primeiras semanas de agosto o interesse na educação volta a reduzir (não caindo para os seus mínimos, isso só é atingido ao longo do ano letivo), discutindo-se com apreensão o número de candidatos ao Ensino Superior. Até que chega o final de agosto e início de setembro, onde o apogeu das notícias, preocupações, deambulações, opiniões, introspeções sobre o ensino acontece. Ficamos cercados com a informação previsível, sazonal e repetitiva, falta de professores e resultados das candidaturas ao Ensino Superior. Chamam-se peritos, dá-se palco a estudantes, professores, quem durante todo o ano se encontra esquecido, mas que nesta altura tem lugar cativo em horário nobre, tentam-se encontrar justificações para o que continua a falhar e em outubro esquecemo-nos de novo desta problemática. Este ano a sazonalidade das épocas mantêm-se, os Santos Populares decorreram da mesma forma, a época balnear com os já tradicionais incêndios florestais (mais uma época sazonal, que fica bem guardada na gaveta quando não é o seu tempo) e o ensino encontra-se com visualizações acima do normal. Apesar da normalidade no decorrer do ano é de notar que as notícias sobre o ensino sofreram algumas alterações, no entanto estas não trazem com elas dados que nos apaziguem. No início de agosto relatava-se uma diminuição significativa no número de candidatos ao Ensino Superior, próximo dos valores de há 7 anos e no passado domingo as preocupações agravaram-se ainda mais, com menos 6 mil alunos a entrarem no Ensino Superior, 11.500 vagas por preencher e com muitos cursos com nenhum estudante colocado. Estes são de facto números alarmantes, números para os quais se discutem inúmeras justificações. Serão os custos associados ao Ensino Superior que explicam estes resultados, ou terá sido a alteração no modelo de acesso? Será um desajuste do ensino superior à procura das novas gerações, ou falta de esperança de que a aposta numa educação superior se reflita numa carreira profissional melhor? Poderá este número inverter-se na segunda fase, havendo mais estudantes que estão habilitados a candidatar-se ao Ensino Superior? Podemos tentar ser pragmáticos e fazer o exercício de analisar cada uma das possíveis justificações de forma individual. A primeira hipótese, e talvez mais consensual entre os comentadores, está relacionada com os custos associados ao Ensino Superior, custos estes que vão desde a habitação, aos transportes, à socialização e à alimentação, que chegam a rondar em Lisboa os cerca de 900 €, sabendo que em Aveiro um quarto ronda os 350€-400€, é expectável que o orçamento mensal não fique muito longe deste valor. É necessário partir esta questão em duas. Se por um lado este ano não se verificou um aumento significativo no alojamento, por outro o poder de compra das famílias tem vindo a diminuir, o que levanta a questão: “Será este o primeiro ano onde as famílias estejam a sentir as dificuldades económicas anunciadas já desde há algum tempo?”. Esta pode ser de facto uma justificação, principalmente para os resultados obtidos na Universidade de Aveiro, maioritariamente composta por estudantes deslocados. As questões que se colocam, caso seja esta a principal razão, são diversas, os complementos atuais deixaram de ser suficientes, estes estudantes deslocados optaram pelo Ensino Superior Privado devido aos custos associados à permanência enquanto estudante deslocado ser superior às propinas no privado, existe informação suficiente dos apoios existentes. Uma conclusão é certa, sendo esta a principal razão, ou só mais uma no bolo é de facto urgente reformular o sistema de ação social! É preciso, também, refletir sobre as implicações das alterações do modelo de acesso, modelo alterado em 2023 e que regressa com os exames obrigatórios para a conclusão do ensino secundário e que passou a obrigar a ter dois exames como prova de ingresso valendo cada um pelo menos 50%. Esta decisão foi fundamentada como necessária para nivelar a inflação das notas, promovidas em diferentes contextos escolares, no entanto, quando esta hipótese é colocada em cima da mesa é necessário de facto questionar se os exames nacionais são um fator nivelador ou não. Alguns dados importantes revelam-nos que os resultados dos exames nacionais subiram no ensino privado e desceram no público, e no acesso ao Ensino Superior verificou-se também uma diminuição dos estudantes em situações socioeconómicas desfavorecidas. A combinação destes dois fatores deve iniciar uma reflexão sobre se este modelo está de facto a cumprir o objetivo ou a perpetuar o distanciamento entre classes sociais mais baixas (com menos poder económico para investir num percurso com diferentes pedagogias e metodologias de apoio) e o acesso ao ensino superior. Estarão de facto os exames nacionais a colocar todos os alunos nas mesmas circunstâncias? A outra questão levantada encontra-se relacionada com o reconhecimento de valor no ensino superior pelas novas gerações, e para isso é importante, também, recordar dados recolhidos aquando da inscrição nos exames nacionais, onde o número de estudantes que respondeu positivamente se pretendiam ingressar no Ensino Superior, e se iam usar os exames nacionais para tal, diminuiu face a 2024. Porque estará a diminuir o interesse dos jovens em ir para o Ensino Superior, estarão à priori conscientes das dificuldades económicas familiares, estarão a optar por soluções fora de Portugal ou têm receio de que ter uma licenciatura em Portugal já não seja o suficiente para ter um emprego de qualidade? No meio de toda a discussão instaurada, e com a cautela necessária para não tirar conclusões antes dos resultados da 2º fase, não pode ficar esquecido o futuro. Daqui a 3, 5 anos teremos menos pessoas com um grau superior a entrar no mercado do trabalho, representarão estes menos 6 mil alunos de agora, menos 6 mil postos de trabalho qualificado no futuro de Portugal? Que futuro podemos esperar se esta tendência não for invertida? Será Portugal capaz de atingir o objetivo até 2030 de 45 % da população entre os 25 e 30 anos com licenciatura, ou irá, uma vez mais permanecer na cauda da Europa? As teorias são diversas, e as problemáticas enfrentadas agora são reflexo da sazonalidade da discussão do ensino em Portugal, que não tem palco nos programas eleitorais e que não é discutida a longo prazo. Resta-nos a esperança de saber que, pelo menos, durante o próximo mês o ensino estará na agenda do país.

Dia D no Cais do Paraíso: Investidores falam em exclusivo antes da votação decisiva na Câmara
Cidade

Dia D no Cais do Paraíso: Investidores falam em exclusivo antes da votação decisiva na Câmara

Num trabalho de investigação jornalística, a Ria começou por aceder à certidão permanente do registo predial do terreno onde agora se pretende construir um hotel com 12 andares e que foi, em tempos, propriedade da Fábrica Bóia & Irmão. Segundo o documento, foi “numa compra em processo de insolvência”, registada na Conservatória do Registo Predial de Ansião a 21 de março de 2016, que a empresa Raízes Seculares – Compra e Venda de Imóveis, Lda. passou a ser a proprietária do imóvel. Trata-se de uma sociedade por quotas, com sede em Águeda, detida em partes iguais por Dina Maria Nunes Ferreira e Luís Pedro de Almeida, que exercem também funções de gerentes. Cerca de dois anos depois, a 4 de junho de 2018, a Raízes Seculares vendeu o terreno a uma sociedade anónima. O processo, registado na Conservatória do Registo Predial do Entroncamento, identificou a nova proprietária: a Cais do Paraíso, S.A.. A Ria tentou contactar as duas conservatórias para aceder às escrituras que indicariam os valores envolvidos nas transações, mas até ao momento não foi possível obter resposta. Poucos meses depois, a 31 de janeiro de 2019, o presidente da Câmara de Aveiro, José Ribau Esteves, numa conferência sobre turismo realizada na Universidade de Aveiro, anunciava publicamente a vinda de um hotel de cinco estrelas com centro de congressos para o Cais do Paraíso, conforme noticiado na altura pelo Notícias de Aveiro. O autarca deixava mesmo um aviso: “Quando eu disser onde vai ser, quantos pisos tem, etc., vai cair o Carmo e a Trindade a algumas almas.” E não estava enganado. A polémica começou de imediato, já que à data não era possível, com a legislação em vigor, construir um hotel de 12 andares naquela zona. O Plano Diretor Municipal (PDM) - revisto em 2019 - limitava a capacidade construtiva a 7 pisos. Para o presidente da autarquia pré-anunciar um projeto daquela dimensão teria de estar certo de que seria aprovado um instrumento legal que permitisse aumentar a volumetria. É nesse contexto que surge o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. O Plano de Pormenor é um documento legal que detalha a ocupação de um terreno: indica onde podem ser construídos edifícios, quantos andares podem ter e que áreas ficam destinadas a jardins, estacionamentos ou serviços. Sem este plano aprovado, não é possível avançar com projetos urbanísticos de grande escala, como hotéis ou centros comerciais. A polémica adensou-se em abril de 2022, quando a agência imobiliária Remax publicou um anúncio a colocar à venda os terrenos da antiga fábrica Bóia & Irmão - já propriedade da Cais do Paraíso, S.A. - por 20 milhões de euros, com direito a imagens 3D de um hotel de 12 pisos. O caso chegou ao debate político, com Ribau Esteves a afirmar, em declarações ao Diário de Aveiro, que considerava o anúncio “estranho” e que tinha pedido explicações aos investidores. Duas perguntas ficaram então no ar: como era possível anunciar um terreno por aquele valor com um hotel de 12 andares se ainda não existia plano aprovado para o efeito? E significaria o anúncio o abandono do projeto? A Remax retirou o anúncio pouco depois, mas o tema voltou em força em agosto de 2023, quando a CMA deliberou “dar início ao procedimento de elaboração do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, com prazo de 18 meses para a sua elaboração”. Poucos meses mais tarde, a 18 de outubro de 2023, a Assembleia Municipal de Aveiro aprovava “medidas preventivas por elaboração do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso”, com parecer favorável da CCDR Centro. Essas medidas proibiam operações de loteamento e obras de urbanização, construção, ampliação, alteração e reconstrução (salvo as isentas de controlo administrativo prévio), remodelação de terrenos, demolição de edificações (exceto as dispensadas de controlo) e derrube de árvores em maciço. Ou seja, medidas preventivas são regras temporárias que “congelam” alterações numa zona da cidade enquanto se prepara um novo plano urbanístico. E assim chegamos a julho de 2025, quando o Plano de Pormenor foi finalmente apresentado em reunião camarária, abrindo-se o período de discussão pública e confirmando-se que seria permitida a construção de um hotel com 12 andares. Em plena pré-campanha eleitoral, o tema voltou a incendiar o debate político e as redes sociais. A Ria prosseguiu o seu trabalho de investigação e, através da certidão permanente do registo comercial, confirmou os nomes dos administradores da Cais do Paraíso, S.A.: Munir Asharaf Aly (presidente, residente em Luanda), Nizarali Kassam Manjy (administrador, residente no Dubai) e Sheila Munir Asharaf Aly (administradora, residente em Lisboa). A informação que já circulava na cidade era assim confirmada: a família Munir está ligada ao universo do Grupo VIP Hotels. Foi através da marca Mully Group - que chegou a ser referida no anúncio da Remax e em publicações nas redes sociais - que a Ria conseguiu chegar a Nuno Pereira, responsável de desenvolvimento de projetos imobiliários do grupo, que confirmou estar a trabalhar diretamente no projeto do Cais do Paraíso. Em entrevista exclusiva, o representante começou por esclarecer: “Não tem nada a ver com o Grupo VIP Hotels. Não há aqui nenhuma operação esquisita. Isto é um investimento pessoal e familiar, não tem nada a ver com o Grupo VIP Hotels.” Acrescentou ainda que o projeto avançará sob uma nova insígnia, “Hotel Mully Grand”, desvinculando-se da marca VIP Hotels, apesar das ligações históricas dos investidores àquela cadeia. Nuno Pereira detalhou a estrutura acionista da sociedade: AAK Holding, Limited com 48% (ligada a Munir Asharaf Aly, que também detém 1% em nome individual, tal como a esposa) e 50% pertencentes a Nizarali Kassam Manjy, descrito como “um amigo de infância de Munir”. O investimento global é estimado em cerca de 70 milhões de euros, incluindo hotel, apartamentos turísticos e arranjos exteriores, e deverá criar cerca de 300 postos de trabalho. O representante recordou ainda que as negociações com a autarquia não foram fáceis: a ideia inicial era construir um hotel com cerca de 15 andares, mas a proposta foi rejeitada pela Câmara, tendo o projeto sido redimensionado para os atuais 12 andares. Questionado sobre a polémica do anúncio da Remax de 2022, Nuno Pereira garantiu que a venda “não foi autorizada”. Explicou, contudo, que a agência tinha atuado como mediadora na compra do terreno pela Cais do Paraíso, S.A. e que, quando o anúncio surgiu online, apresentou mesmo um investidor internacional interessado em participar no projeto ou em adquirir o terreno. Ainda assim, permanece a dúvida: tal como circulou nas redes sociais à época e foi referido no comunicado da família Bóia, o anúncio da Remax incluía já uma imagem 3D do futuro hotel, precisamente com 12 andares, o que sugere que apenas alguém próximo da Cais do Paraíso, S.A. poderia ter disponibilizado esse material. Apesar de toda a polémica, a decisão política acontece esta tarde, a partir das 16h30, quando o Executivo camarário votar a aprovação final do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. Caso avance, ficará aberto o caminho para a construção do hotel de 12 andares que divide a cidade entre os que veem no projeto uma oportunidade de investimento e modernização e os que temem a sua dimensão e impacto urbanístico.

Atividade turística da Mealhada cresceu cerca de 17% em 2024
Região

Atividade turística da Mealhada cresceu cerca de 17% em 2024

“No ano de 2024 registámos um crescimento da atividade turística na ordem dos 17%. Em 2025, já estamos com um crescimento na ordem dos 25%, até ao momento”, afirmou. À margem da conferência de imprensa de apresentação da programação do Cineteatro Messias, para o último quadrimestre de 2025, a autarca esclareceu que também o número de dormidas no concelho tem vindo a crescer. “Em termos de dormidas, só aqui na Mealhada, o crescimento foi de 21,3% em 2024 face a 2023. O concelho da Mealhada registou 110.766 dormidas em 2024”, sustentou. De acordo com Filomena Pinheiro, de janeiro a maio deste ano, o concelho da Mealhada registou aproximadamente 43 mil dormidas. No que toca aos gastos na restauração, a autarca disse ter apenas dados referentes à região Mondego Bussaco, que abrange, para além da Mealhada, os concelhos de Penacova e Mortágua. “De agosto de 2024 a maio de 2025, os gastos na restauração ultrapassaram os 26 milhões de euros na região Mondego Bussaco”, referiu.

PS-Aveiro apresenta candidato à Junta de São Jacinto este sábado
Cidade

PS-Aveiro apresenta candidato à Junta de São Jacinto este sábado

A iniciativa integra o ciclo de apresentações que o PS-Aveiro tem vindo a promover com os seus candidatos às freguesias do concelho. Recorde-se que, dos dez nomes já anunciados, apenas João Morgado, antigo presidente da Junta de Eixo e Eirol, e José Eduardo Ferreira Leite não constituíram surpresa. Na altura, em entrevista à Ria, Paula Urbano Antunes, presidente da concelhia do PS-Aveiro, justificou a escolha do candidato em São Jacinto pelo seu trabalho enquanto “primeiro eleito na oposição junto da população, na Assembleia da Freguesia, apresentando propostas, criticando aquilo que é para criticar. Apresenta sugestões sempre de uma forma muito construtiva e com conhecimentos sólidos que tem sobretudo na área do direito”, afirmou. Relembre-se também que a coligação ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) já avançou, no passado mês de julho, com a apresentação pública da candidata a esta junta de freguesia: Cristina Gonçalves. Na ocasião, a cabeça de lista, Arlindo Tavares, atual presidente da junta, e Luís Souto de Miranda, cabeça de lista à Câmara, responsabilizaram o PS por salários em atraso, penhoras, dívidas superiores a 700 mil euros e pelo que definiram como um verdadeiro “pesadelo” herdado em 2022. O PS iniciou na passada sexta-feira, 22 de agosto, com o ciclo de apresentações dos candidatos às juntas de freguesia, na União de Freguesias de Eixo e Eirol, com a lista liderada por João Morgado. Nesta freguesia, o PS optou por fazer um conjunto de apresentações em vários locais.A primeira sessão decorreu no lugar de Azurva e a seguinte em Eixo. No dia 6 de setembro, pelas 18h00, no Centro Social, segue-se Horta; no dia 27 de setembro, pelas 18h00, no Largo da Capela, Carcavelos e no dia 4 de outubro, pelas 18h00, no Polivalente, Eirol. Ainda no âmbito das apresentações, a Ria sabe que, na União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, a sessão terá lugar no dia 13 de setembro, à tarde. Neste caso, o candidato pelo PS-Aveiro será Bruno Ferreira, atual tesoureiro da Junta. *Notícia atualizada às 14h33