RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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RJIES: Governo recua em relação à proposta inicial e aumenta peso dos docentes na eleição do reitor

Foi apresentada e aprovada ontem, dia 6, em Conselho de Ministros, a proposta de revisão do RJIES. A proposta recua, em relação à proposta inicial apresentada pelo Governo, relativamente à proposta do mandato único de seis anos do reitor, e volta a rever o peso dos estudantes, antigos estudantes e docentes na eleição do reitor.

RJIES: Governo recua em relação à proposta inicial e aumenta peso dos docentes na eleição do reitor
Ana Patrícia Novo

Ana Patrícia Novo

Jornalista
07 fev 2025, 17:47

A proposta de revisão inicial do RJIES previa o reforço do poder estudantil e a inclusão dos antigos estudantes na eleição do reitor, com a indicação de que o voto dos estudantes e antigo estudantes tivesse um peso de pelo menos 25%. Juntos, valeriam metade dos votos, mas agora não passarão dos 35%. Recorde-se que uma das principais preocupações do movimento associativo estudantil passava precisamente pelo peso dos antigos estudantes na eleição do reitor, pois entendiam que não devia ser superior ao peso dos atuais estudantes.

Na proposta aprovada ontem em Conselho de Ministros, o modelo de eleição direta - já previsto na proposta inicial - mantém-se. No entanto, no que diz respeito à distribuição das percentagens dos membros da comunidade na eleição do reitor, os antigos estudantes passam a ter um peso de pelo menos 15%, valor abaixo dos 25% inicialmente propostos, e os estudantes descem para pelo menos 20%, uma descida de 5%. A proposta prevê ainda pelo menos 50% dos votos para os docentes e investigadores de carreira, quando na proposta inicial se situava nos 30%. O peso do pessoal técnico e administrativo mantém-se na casa dos 10%.

A proposta de revisão apresentada ontem mostra ainda que os mandatos do reitor não deverão ser alvo de reforma, contrariamente ao apresentado inicialmente. Tal como avançado pela Ria, a proposta discutida previamente referia a limitação dos mandatos dos reitores para um único mandato com a duração de seis anos. Contudo, o documento ontem aprovado em Conselho de Ministros mostra que os mandatos se vão manter com a duração de quatro anos, renováveis uma vez.

Fernando Alexandre, ministro da Educação, salientou em conferência de imprensaque a alteração ao documento era uma “urgência”. Recorde-se que o documento não é revisto desde a sua implementação em 2007.

O reforço da autonomia das instituições de ensino superior, nomeadamente para definição de estratégias e dos instrumentos para a implementação dessas estratégias, o modo de eleição do reitor, as medidas de combate à endogamia e a abertura a que agências europeias de acreditação e avaliação possam avaliar e acreditar as instituições de ensino superior e os cursos foram os principais pontos destacados por Fernando Alexandre. O Governo voltar a reunir hoje, dia 7, com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).

Recomendações

AAAUA institui Núcleo Alumni de Rugby
Universidade

AAAUA institui Núcleo Alumni de Rugby

Por ocasião da investidura do novo Núcleo, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, partilhou a “satisfação por ver nascer este Núcleo, ancorado numa enorme vontade da coordenação em congregar os antigos alunos. Tendo como mote a prática do rugby, uma modalidade em expansão no panorama nacional” razão pela qual desejou “um bom trabalho” à coordenação designada, a quem agradeceu a “disponibilidade e o voluntarismo para este desafio”. O Núcleo é coordenado por Ivan Portela, ex-jogador de rugby da Universidade de Aveiro (UA). Paulo Fontes, antigo presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e ex-jogador de rugby, foi designado responsável financeiro e Daniel Rainho, antigo coordenador do Núcleo de Rugby da AAUAv, é o vogal do novo núcleo. Ivan Portela partilhou que a ideia de criar o Núcleo Alumni de Rugby surgiu pela competição da modalidade “ter-se iniciado na nossa academia, precisamente, há 40 anos”. “No entanto, a missão do Núcleo não passa unicamente por relembrar o passado, que é importante, mas principalmente para estimular a prática da modalidade entre os Alumni, estimular os jovens alunos que neste ano letivo 2024/2025 voltaram a praticar a modalidade no Campus da UA e estimular toda a academia a experimentar a prática da modalidade”, acrescentou Ivan. O coordenador do novo núcleo considera ainda que o estímulo para a prática da modalidade se faz “sobretudo na passagem de um legado, da partilha de vivências e de histórias do Rugby Universidade de Aveiro, no ensinamento dos valores do desporto e do rugby e também pela partilha de conhecimento técnico da modalidade, na prática desportiva entre os antigos alunos e novos alunos”. A coordenação do Núcleo pretende realizar anualmente um evento da modalidade, onde haverá um conjunto de jogos de rugby, touch rugby e ‘walking rugby’, uma nova vertente da modalidade. A iniciativa pretende ainda fomentar o convívio entre todos os participantes, “na conhecida terceira parte do rugby”, referem. Além de Pedro Oliveira, presidente da Direção da AAAUA, estiveram presentes na sessão de tomada de posse do novo Núcleo Rui Semião, secretário e Manuela Nunes e Margarida Ferreira, vogais da associação.

Governo cria em Aveiro Zona Livre Tecnológica para testar tecnologias em ambiente real
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A ZLT Aveiro é criada através de uma portaria conjunta da ministra da Administração Interna, do ministro da Educação, Ciência e Inovação, do ministro das Infraestruturas e Habitação e do secretário de Estado da Economia. A ZLT agora criada pretende ser “um espaço dedicado à experimentação e teste de tecnologias e sistemas de comunicação e eletrónica de ponta”. Liderada pela Universidade de Aveiro, a ZLT visa “impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológico em diversas áreas, desde a mobilidade e saúde até à segurança civil e espaço”. A ZLT Aveiro permitirá testar novas tecnologias de comunicação em ambiente real, “incluindo redes de comunicações avançadas, conectividade IoT e sistemas veiculares com drones e outros veículos autónomos”. “O objetivo é criar um ambiente propício para o desenvolvimento e otimização de produtos, serviços e aplicações que dependem dessas tecnologias”, refere o respetivo regulamento. A Universidade de Aveiro será a entidade gestora da ZLT, responsável pela sua operação e manutenção. “A Zona Livre Tecnológica pretende atrair projetos inovadores de empresas nacionais e internacionais, promovendo a colaboração entre a indústria, a academia e outras entidades”, adianta. A sua delimitação “abrangerá diversos ambientes, incluindo áreas urbanas e periurbanas, sistemas logísticos, operações espaciais e ecossistemas naturais”. “A criação da ZLT Aveiro faz parte da estratégia do Governo para impulsionar a transformação digital e o desenvolvimento tecnológico do país, para posicionar Portugal como um centro de excelência na área das tecnologias de comunicação”, justifica a portaria. De acordo com a portaria, que entra em vigor na quarta-feira, os setores de atividade privilegiados para a realização de testes incluem, mas não só, cidades e portos inteligentes, aeronáutica e espaço, mobilidade e transportes, incluindo a ferrovia, outros setores como a indústria, turismo, saúde, ambiente e energia, agricultura e pescas e administração pública e do território. "Os promotores de testes são as pessoas singulares ou coletivas, públicas ou privadas, independentemente da sua natureza jurídica, que requeiram a realização de testes de tecnologias, produtos, serviços e processos inovadores de base tecnológica, alinhadas com a missão da ZLT - Aveiro (...), com potencial de viabilidade técnica, económica ou comercial, ou interesse para prossecução de objetivos de interesse geral ou para enriquecimento do conhecimento técnico ou científico", lê-se ainda no documento.

Fórum AAUAv: Direção e Núcleos querem que notas dos momentos de avaliação sejam divulgadas mais cedo
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Pela primeira vez presente na qualidade de presidente da direção da AAUAv, Joana Regadas, exprimiu à Ria que foi um Fórum “muito feliz”. “Acho que é o sentimento que pode melhor descrever aquilo que se passou. Foi um fim de semana muito produtivo e muito bom para a estrutura”, afirmou. O “Fórum@AAUAv” juntou a direção da AAUAv com os diferentes núcleos, na Casa do Estudante, e procurou, ao longo dos dois dias, refletir sobre algumas das problemáticas dos estudantes e da UA. “No sábado, de manhã, discutimos o regulamento de estudos UA e tivemos em discussão alguns artigos sobre os momentos e os métodos de avaliação. [Para tal], contamos com a presença do provedor de estudante e com a professora Ana Balula, em representação do Conselho Pedagógico. [Com ela], tivemos a oportunidade de partilhar algumas das coisas que na ótica dos estudantes (…) não estão em conformidade e que se calhar não dão resposta às necessidades do ponto de vista dos estudantes”, avançou Joana Regadas. Ainda entre os pontos em discussão esteve também o “cumprimento de prazos para a divulgação das notas”. “Há uma sugestão por parte da estrutura que irá sair também, em breve, de antecipar o período de entrega de notas na época de exames para que as pessoas possam ter a oportunidade de se preparar para a época de recurso, caso seja necessário. Acabamos também por falar sobre a divulgação dos métodos de correção para os estudantes, entre outros tópicos”, continuou. A presidente da direção da AAUAv explicou à Ria que estiveram também em reflexão algumas questões relacionadas com as “dissertações, estágios e projetos”. “Foi bom para verificar que a realidade é diferente entre alguns dos departamentos, institutos e escolas que temos na universidade. Falamos ainda sobre a atribuição dos horários e sobre as escolhas das turmas que é uma coisa que apesar de estar automatizada ainda não ocorre da melhor forma… Percebemos que os critérios utilizados ainda não estão bem explícitos”, sublinhou. Também “a atribuição do papel de dirigente associativo aos núcleos” esteve em discussão, marcando ainda presença na iniciativa dois antigos presidentes da AAUAv - Luís Ricardo Ferreira e Tiago Alves – que refletiram também sobre esta estrutura. No domingo, o jogo do Beira-Mar, frente ao Salgueiros, no Estádio Mário Duarte, deu o ‘pontapé final’ ao “Fórum@AAUAv”. “Aqui também um agradecimento à estrutura do Beira-Mar por nos oferecer os bilhetes (…) para apoiarmos, de forma muito calorosa, a equipa da cidade que acabou por ganhar 2-0. Acho que fomos nós que demos a boa sorte para eles ganharem ao Salgueiros”, brincou a presidente da AAUAv. “O fórum é um momento de muita reflexão, de pensamento para os dirigentes, no entanto, também é um momento para a criação de laços e também de retribuição para a cidade que nos acolhe… Temos de começar também a caminhar nessa direção. Este foi um pequeno passo que acredito que fará diferença”, finalizou.

UA acolheu quase dois mil alunos na 18ª edição do Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos
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UA acolheu quase dois mil alunos na 18ª edição do Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos

Quase dois mil alunos rumaram ontem, dia 14, das várias escolas do país até à Universidade de Aveiro para participar no Campeonato Nacional de Jogos Matemática. “Correu bem? Divertiste-te?”, ia-se ouvindo à medida que os alunos iam saindo do recinto. Alguns vinham felizes por terem participado, outros tristes com a derrota e outros chateados por não terem ficado apurados para as finais. Maria de Jesus, professora do primeiro ciclo da turma do quarto ano da Escola Básica Latino Coelho de Rio Maior, do agrupamento de Escolas Marinhas do Sal, Rio Mario trouxe consigo três alunos. Jogaram Dominório, Gatos & Cães e Rastros. “Gostavam de cá vir novamente?”, perguntou a professora aos alunos. “Sim”, responderam em uníssono. “Este tipo de eventos ajuda a que as crianças percebam que a matemática não é aquele bicho de sete cabeças, portanto eu quando propus foi exatamente para podermos mostrar que a matemática tem um lado divertido”, frisou a professora. Também Jorge Nuno, diretor da Associação Ludos e a pessoa por detrás da iniciativa, encara o Campeonato como uma forma de cativar os alunos para a disciplina de Matemática. “Nós incentivamos os alunos com o gosto de pensar rigorosamente e com criatividade, e isso é exatamente a matemática, é o rigor e a criatividade”, sublinhou. Além de cativar o interesse dos alunos para a matemática, o presidente da Ludus destaca ainda a inclusividade alcançada com o projeto ao longo dos anos. “Temos hoje a participação dos jogadores invisuais, que é uma coisa absolutamente única no mundo”, referiu Jorge Nuno que conta que a professora Carlota Brasileiro foi “ao longo dos anos (…) adaptando os materiais e trabalhando com os alunos invisuais, de maneira que hoje em dia eles participam exatamente em pé de igualdade”. A competição é promovida anualmente desde 2004, pela Associação Ludus, a Associação de Professores de Matemática, a Sociedade Portuguesa de Matemática e a Agência Ciência Viva. Pelo terceiro ano consecutivo, a organização é assegurada pela UA, através da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro e do Departamento de Matemática. Pedro Pombo, diretor da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro não esconde o orgulho na inciativa e refere que a mesma tem crescido ao longo dos anos. Atingiu na 18ª edição um pico de participantes que Pedro Pombo salienta como “muito importante” e que espera manter. “Este programa está enraizado nas escolas, ele funciona por si, (…) nós estamos aqui a ver 1.812 jovens a competir nesta final, mas já competiram dezenas de milhares de jovens nas escolas: cada um destes representa cerca de 20 ou 25 meninos”, frisou o diretor da Fábrica para sublinhar a dimensão do projeto. A iniciativa contou ainda com a realização, ao longo do dia, de várias atividades paralelas que foram sendo desenvolvidas pelo campus da UA. Inserida nas comemorações do Dia Internacional da Matemática e do Dia do Pi, a iniciativa contou com a disputa de seis jogos (Gatos & Cães, Rastros, Produto, Dominório, Atari Go e Nex), distribuídos por doze categorias, tendo sido apurados, no final do dia de ontem, 12 campeões nacionais nos Jogos Matemáticos.

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Ílhavo lança concurso para criação de escultura de homenagem aos cardadores em Vale de Ílhavo
Região

Ílhavo lança concurso para criação de escultura de homenagem aos cardadores em Vale de Ílhavo

A criação desta peça de arte visa celebrar e eternizar esta figura identitária do Carnaval de Vale de Ílhavo, que tem levado o nome do município além-fronteiras, pelas suas características e rituais tão peculiares. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o concurso de ideias é realizado em anonimato e é aberto a pessoas singulares ou coletivas, obedecendo a seis critérios de avaliação: “qualidade da proposta; coerência e adequação à paisagem urbana; grau de conexão com a temática dos Cardadores e a valorização da identidade comunitária; viabilidade económica, sustentabilidade, viabilidade técnica/exequibilidade, perenidade e custos de manutenção; inovação, criatividade, originalidade conceptual, clareza visual e estética; custo e prazo de execução”. A obra será implantada junto à sede da 'Associação Os Cardadores de Vale de Ílhavo'. “O valor máximo que o Município de Ílhavo se dispõe a pagar pelo procedimento por ajuste direto para execução e implementação da escultura é de 40.650 euros, acrescidos de IVA”, avança a nota. O primeiro classificado receberá um prémio no valor de 5000 euros e o segundo classificado, 2500 euros. Aos autores dos restantes trabalhos, que se distingam pela sua singularidade, poderão ser atribuídas menções honrosas, de natureza não pecuniária. Reserva-se ao júri o direito de não atribuir qualquer prémio caso considere que a qualidade dos trabalhos não o justifique. Os interessados em concorrer deverão consultar as peças do procedimento na Plataforma Eletrónica acinGov. As propostas devem ser apresentadas até ao dia 9 de abril, na Câmara Municipal de Ílhavo, pessoalmente ou via postal. O júri do concurso é constituído por João Campolargo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo; Gonçalo Gomes, representante do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro; Paulo Lousinha, vencedor da 1.ª Edição do Prémio Municipal de Arquitetura – António Sarrico; José Miguel Estrela, engenheiro civil em representação da Ordem dos Engenheiros e da Delegação Distrital de Aveiro; e João Pinho, presidente de direção de “Os Cardadores de Vale de Ílhavo - Associação Cultural e Recreativa”. Posteriormente, o Município de Ílhavo vai promover uma exposição com os projetos admitidos a concurso, em data e local a definir, onde serão, também, atribuídos os prémios. De origem perdida no tempo, os Cardadores são um grupo secreto exclusivamente masculino, que sai à rua no Carnaval, envergando uma máscara imponente, feita de cotim, pele de carneiro, cortiça, bigodes de vaca ou de boi, duas asas e fitas coloridas – tudo isto perfumado com “Tabu”. Além da máscara, usam roupa interior de mulher – uma combinação – um lenço de tricana, meias até ao joelho e um cinto com sinos. Utilizam cardas – objetos tradicionalmente utilizado para a tecelagem de lã – para “cardar as raparigas”, entre saltos, corridas e urros.

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Universidade

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"Inovação em Portugal: Podemos Alcançar uma Patente por Dia?", opinião de Pedro Lages
Opinião

"Inovação em Portugal: Podemos Alcançar uma Patente por Dia?", opinião de Pedro Lages

Os números não mentem: em 2023 foram pedidas por entidades portuguesas 329 patentes junto do European Patent Office. Ainda abaixo de uma patente por dia, mas será este um objetivo adequado? Num recente episódio do ainda novo podcast do Expresso “Liga dos Inovadores”, o antigo ministro da Economia, António Costa e Silva, divulgou que tinha o sonho de que o país fosse capaz de “registar” uma patente por dia. Temos vindo a percorrer um caminho lento e sustentado, mas será este um sonho ajustado à nossa realidade e capacidade? Existem diversos fatores que podem impactar o número de pedidos de patente que cada país soma anualmente. O Sistema Nacional de Inovação tem a sua influência neste número e o investimento em I&D, individualmente considerado, é um desses fatores. Tendo em conta que no ano de 2021 Portugal investiu 3,57 mil milhões de euros em I&D, qual é que seria um número de patentes equiparável à média europeia? Quanto investiram em I&D e quantas patentes pediram nestes anos os nossos “parceiros” europeus? (Dados Pordata vs EPO) • Alemanha – 110 mil M€ em I&D | 24.966 patentes (227 por mil M€) • França – 65 mil M€ em I&D | 10.814 patentes (166 por mil M€) • Suécia – 18,4 mil M€ em I&D | 5.139 patentes (279 por mil M€) • Países Baixos – 18 mil M€ em I&D | 7.033 patentes (391 por mil M€) • Dinamarca – 9,5 mil M€ em I&D | 2.596 patentes (273 por mil M€) • Finlândia – 7,5 mil M€ em I&D | 2.336 patentes (311 por mil M€) • Portugal – 3,57 mil M€ em I&D | 329 patentes (92 por mil M€) O indicador anterior aponta uma clara dificuldade da economia portuguesa traduzir em patentes a I&D realizada. Essa dificuldade pode efetivamente estar relacionada com o perfil da nossa estrutura produtiva, à qual ainda se reconhece uma baixa ou moderada intensidade tecnológica. Por outro lado, importa salientar que nem sempre as patentes são a solução que permite maximizar a vantagem competitiva. Há diversos modelos cujo alinhamento com o sistema de patentes não é o mais linear, como por exemplo os modelos de ciclo de inovação rápido onde a inovação evolui rapidamente, modelos suportados em segredo industrial ou estratégias de open innovation. Certo é que a estratégia de PI definida para uma dada tecnologia/produto vai influenciar diretamente a sua competitividade e o retorno do investimento efetuado, pelo que é necessário desde logo prudência. As patentes continuam a ser, inegavelmente, o melhor instrumento para proteção de tecnologias disruptivas sendo, por isso, extraordinários indicadores de potencial tecnológico. Do ponto de vista do mercado e da competitividade internacional, conferem direitos de exclusividade (monopólio) para além do seu valor económico próprio, transferível e transacionável. Os Países Baixos, a Finlândia, a Suécia e a Dinamarca demonstram que é possível ter altas taxas de pedidos de patente por investimento em I&D. Esse investimento é desde logo a chave (média ~3% PIB), juntamente com uma clara perceção da rentabilidade associada à proteção, quer nas empresas quer nas políticas públicas, um setor económico de alta especialização e intensidade tecnológica, mas também com uma forte estratégia de internacionalização. Como podemos então aproximar-nos desta trajetória? Será através de políticas que reforcem o perfil de especialização e a intensidade tecnológica, que incentivem a colaboração entre setores estratégicos, que promovam a transformação de conhecimento em inovação real e que maximizem o impacto do investimento, como por exemplo: • Vincular incentivos à inovação ou internacionalização a indicadores de proteção de propriedade intelectual; • Maximizar o benefício fiscal em incentivos como o SIFIDE, através de critérios associados à conversão e proteção dos resultados dos projetos de I&D; • Facilitar o acesso ao patent box para promover retornos através de licenciamentos de patentes; • Ampliar o apoio direto à proteção da propriedade intelectual, designadamente junto de startups e PME’s inovadoras; • Promover auditorias de PI junto de PME’s para guiar as empresas na identificação de oportunidades de proteção e capitalização da sua inovação. Portugal tem feito vindo a fazer um caminho relevante, demonstrando talento e capacidade de inovação. O desafio está em acelerar a transformação desse potencial em competitividade global. E ambicionar um pouco mais, apontando às 2 patentes por dia.