Biblioteca da UA comemora 30 anos com exposição e homenagem ao legado arquitetónico de Siza Vieira
A Universidade de Aveiro (UA) assinalou, esta terça-feira, 3 de junho, os 30 anos da sua “icónica” biblioteca com um momento festivo no átrio do edifício e a inauguração de uma exposição que dá a conhecer o processo criativo por trás deste marco da arquitetura portuguesa, projetado por Álvaro Siza Vieira, vencedor do Prémio Pritzker.
Isabel Cunha Marques
JornalistaEm representação do arquiteto, esteve Edite Rosa, arquiteta, que integrou a equipa de projeto desde os anos 80 e liderou a fase final da obra. “Eu estou em representação do arquiteto Siza, mas eu também fiz parte da equipa. Eu liderei a equipa de projeto, sobretudo a partir da fase de acabamentos (…) e de algumas requalificações ou reabilitações da biblioteca”, partilhou à Ria.
Em jeito de recordação pelos 30 anos deste edifício, Edite Rosa destacou que a missão inicial deste edifício se manteve inalterada ao longo do tempo. “Ela [biblioteca] foi feita e parece que a sua missão se cumpriu, porque, de facto, tem muita boa aceitação entre os estudantes e é muito utilizada”, exprimiu com um sorriso.
Uma das inovações mais marcantes do projeto, segundo Edite, foi a forma como o arquiteto introduziu o uso controlado da luz natural em bibliotecas, contrariando a tendência da época. “Em termos de arquitetura, é a primeira das bibliotecas a introduzir esta questão e a controlar a questão da luz natural na biblioteca”, recordou.
A exposição patente na Sala Hélène de Beauvoir da biblioteca inclui alguns dos primeiros desenhos e maquetes do projeto. “Está aqui uma coisa mínima (...) porque o processo todo está na Gulbenkian”, referiu Rosa. Apesar da amostra ser “reduzida” revela os primeiros passos criativos do arquiteto. “É onde o arquiteto Siza começa a desenvolver a ideia e onde ele vai testando através dos esquissos”, revelou.
Para Artur Silva, vice-reitor para as matérias atinentes à investigação da UA, esta data não serve apenas para olhar para trás. “Ao fazermos esta celebração, não é só para vermos o passado (...) mas também para projetarmos o futuro com os novos desafios que nós temos agora, por exemplo, em termos de inteligência artificial”, realçou.
Artur Silva relembrou o longo e exigente processo de construção, iniciado em 1989 e concluído em 1995, e o rigor do arquiteto. “É um processo de construção com o arquiteto Siza Vieira, que também é uma pessoa perfecionista e quer tudo no sítio e quer ter a luz natural bem nos sítios adequados". Sublinhou ainda os detalhes arquitetónicos pensados ao milímetro. “Tem acolá uma janela que parece um quadro (...) de pintura”, apontou.
Além do valor arquitetónico, a biblioteca é também símbolo de adaptação e resiliência, como salientou Alexandra Queirós, vice-reitora para as matérias atinentes às políticas para a cultura e a vida nos campi na UA. “Serve para demonstrar a capacidade de adaptação que a Universidade tem aos contextos atuais, ou seja, a própria biblioteca e este espaço foi-se adaptando às necessidades da comunidade que acolhe. Está aberta sete dias por semana, 24 horas por dia”, relembrou.
A vice-reitora destacou ainda a ligação do espaço à sociedade envolvente. “Representa a abertura da Universidade para o contexto que nos envolve, ou seja, isto não se fecha na comunidade universitária. Nós recebemos pessoas externas, estudantes externos que também utilizam a nossa biblioteca. Esta ligação que nós temos de forma contínua com a sociedade também é muito importante para nós”, exprimiu.
Artur Silva complementou a reflexão olhando para os novos tempos: “Agora existe já o desafio do digital. Quando nós começámos era tudo em papel. (…) Ver esta evolução de quem começou no início a precisar de folhear livros, revistas e agora ao toque de um computador ter acesso a tudo...".
A cerimónia contou ainda com um momento de convívio que incluiu partilha de bolo e champanhe, marcando o arranque de um ano de comemorações que se estenderá até 3 de junho de 2026. Ao longo deste período, a UA irá promover diversas iniciativas dedicadas à arquitetura, ao conhecimento e à memória deste espaço.
Recomendações
Final do Concurso Internacional de Jazz e exposições assinalam encerramento do Campus Jazz da UA
A inauguração das exposições decorrerá esta quinta-feira, pelas 15h00, no edifício da biblioteca na Sala de Exposições Hélène de Beauvoir, seguindo depois para o Centro de Estudos de Jazz (CEJ) da UA [que se localiza no piso térreo da biblioteca]. A primeira mostra intitulada de “Corpo e Alma: O Jazz e os seus divulgadores em Portugal” divulgará, segundo uma nota enviada à Ria, “alguns dos tesouros, das valências e potências” do CEJ. Com curadoria de Ivo Martins, Vera Velez e Manuel Neto na sinopse lê-se que: “(…) é aos apreciadores do género, onde se incluem os colecionadores, os divulgadores e os ativistas, que é dedicada a exposição ‘Corpo e Alma’, cujo núcleo fundamental é formado por uma seleção do acervo pessoal, ao cuidado do Centro de Estudos de Jazz da UA, de dois destes grandes ativistas sem os quais a história do jazz em Portugal seria diferente: os divulgadores José Duarte e Manuel Jorge Veloso”. A exposição pretende ainda mostrar uma “súmula possível da história do jazz em Portugal”. A exposição estará em exibição no “CEJ alguns meses, para além da agenda do Campus Jazz 2025”. A mesma poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 20h00, e sábado, domingo e feriados, apenas mediante marcação: [email protected]. Em complemento à exposição “Corpo e Alma: o jazz e os seus divulgadores em Portugal” apresenta-se também na Sala de Exposições Hélène de Beauvoir a obra “A Very Literal Work”, de Julião Sarmento, inspirada no jazz de voz feminina. Esta instalação pretende estabelecer “uma ponte de sentido entre a tradição do passado e o rasgo do futuro, que pode neste contexto ser também entendida como uma ponte entre o arquivo e a prática artística contemporânea”. A mostra ficará patente de segunda a sexta-feira, das 14h00 às 19h00, e sábado, domingo e feriados, apenas mediante marcação: [email protected]. As exposições têm curadoria de Ivo Martins, Vera Velez e Manuel Neto. O Centro de Estudos de Jazz da UA reúne milhares de discos, CD, bobines, cassetes áudio e vídeo em vários formatos e de diferentes durações. A coordenação científica dos Arquivos de Som e do CEJ é da responsabilidade de Susana Sardo, professora do Departamento de Comunicação e Arte da UA. Também esta quinta-feira, no Cine-Teatro de Estarreja, decorrerão as últimas atuações dos oito finalistas no Concurso Internacional de Jazz da UA (CIJ_UA). Pelas 17h30 atuarão o Ensemble João Tavares Trio e o Ensemble Miriam Morgado Septeto e pelas 21h30 o Ensemble João Barreto Trio e o Ensemble Hugo Santos 5tet. A competição é destinada a ensembles de jazz sem trabalho discográfico editado, compostos por músicos portugueses e/ou estrangeiros. As apresentações são abertas ao público e de acesso gratuito através do levantamento do título de ingresso na bilheteira do Cine-Teatro de Estarreja. O concurso prevê a atribuição de três prémios: Melhor Ensemble; Melhor Composição Original e Melhor Arranjo Original, correspondentes, respetivamente, a 1500 euros cumulativos com o agendamento de quatro concertos (sendo um deles inserido no programa do Campus Jazz do ano seguinte) e a 500 euros para cada um dos dois últimos casos. Os prémios serão atribuídos pelo júri esta noite. O júri do concurso, que estará presente em Estarreja, é constituído por Jorge Castro Ribeiro (professor do Departamento de Comunicação e Arte da UA), Eduardo Lopes, Massimo Cavalli, Óscar Graça e Paulo Perfeito. Até agora, foram distinguidos com o Prémio Melhor Ensemble: Miguel Valente Quarteto (2012); Themandus (2022); Pedro Molina Quartet (2023) e João Rocha Quartet (2024). Recorde-se ainda que desde a primeira edição do Concurso Internacional de Jazz os palcos do Guimarães Jazz, do Festival “Que jazz é este?” e do “Estarrejazz” acolheram as atuações dos ensembles vencedores pela parceria estabelecida pela UA com os seus promotores, respetivamente, A Oficina, A Gira Sol Azul e o Município de Estarreja.
Eleição dos estudantes para o Conselho Geral da UA marcada por abstenção recorde de 97,03%
Num universo de 16.591 estudantes que podiam eleger os seus representantes no Conselho Geral, apenas 492 exerceram o direito ao voto numa eleição que não teve qualquer disputa. O ato eleitoral para os estudantes fica ainda marcado por ter atingido o número mais baixo de votantes desde 2017, registando uma taxa de abstenção de 97,03%, apesar do número de eleitores ter vindo sucessivamente a aumentar. Em 2017 mobilizaram-se para as eleições do Conselho Geral 1.120 estudantes, número que caiu em 2021, para 591. De notar, no entanto, que as eleições desse ano ficaram marcadas pela pandemia Covid-19. Em 2023, o ato eleitoral para o colégio eleitoral dos estudantes registou 1.187 votantes. Note-se que os estudantes são o único colégio eleitoral com eleições para o Conselho Geral de dois em dois anos. Refira-se também que não é possível calcular a taxa de abstenção para os atos eleitorais de 2017, 2021 e 2023, por não estar disponível online o número de eleitores inscritos à data. Apesar disso, pode-se afirmar que este ano atingiu-se o valor mais alto da abstenção, desde 2017, tendo em conta que o número de votantes nunca foi tão baixo e o número de eleitores tem aumentado de eleição em eleição. Francisco Domingues, estudante de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, vogal da direção Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e estudante-atleta, foi eleito pela Circunscrição I (estudantes de licenciatura) com 188 votos válidos, seis brancos e oito nulos. Joana Regadas, estudante de Línguas e Culturas para Negócios e atual presidente da direção da AAUAv obteve, para a Circunscrição II (estudantes de mestrado, mestrado integrado e doutoramento), 47 votos válidos, 15 brancos e um nulo. Por fim, Bianca Ramos, ex-dirigente da direção da AAUAv e estudante de mestrado em Contabilidade - Ramo Fiscalidade, foi eleita pela Circunscrição III (estudantes do subsistema politécnico) com 197 votos válidos, 14 brancos e 16 nulos. Para Joana Regadas a abstenção dos estudantes pode ser justificada pelo “facto das mesas de voto não estarem sediadas em todos os departamentos, o que claramente é um fator que diminui a participação estudantil”. Importa recordar que, nas eleições para os órgãos sociais da AAUAv, há sempre mesas de voto disponíveis em todos os departamentos e escolas politécnicas. A par disso, salienta também o período letivo em que decorreu o ato eleitoral: a última semana de aulas. “Estamos numa altura em que muitos estudantes já se começam a preparar para a época de exames, com muitas apresentações e muitos estudantes acabam por já não estar nesta semana [na Universidade]”, frisa. A recém-eleita conselheira admite, no entanto, que a lista deveria “ter feito um esforço a contar com estes dois impedimentos e ter tido uma presença mais forte no campus”. Como solução aponta que “no futuro o ideal seria que todas as circunscrições estivessem (...) representadas [com mesas de votos] em cada um dos departamentos”. Bianca Ramos, eleita pela III circunscrição repara também que a existência de uma lista única por parte dos estudantes pode ter desmotivado a participação no ato eleitoral. “Sermos só uma lista, claramente faz com que os estudantes não tenham tanta vontade de votar, porque não há propriamente uma escolha a fazer”, frisa a estudante. Bianca sublinha ainda que “o facto de não ser bem conhecido o que é o Conselho-Geral” por parte dos estudantes é também um fator que se reflete na diminuição do número de estudantes que votaram. O eleito pela circunscrição dos estudantes de licenciatura acrescenta que a falta de divulgação da eleição não contribuiu para que esta fosse uma eleição participada. “Com a exceção da plataforma digital da Ria e da própria página das redes sociais da lista, creio que não houve uma divulgação por parte da universidade para toda a comunidade estudantil e isso pode ter tido um impacto: não chegamos aos estudantes que desejávamos”, explica Francisco. O estudante assume ainda que alguns estudantes, em especial os mais novos, “não estão a par da existência do órgão”. “No entanto, os mais velhos estão a par da importância do órgão, das pessoas que são eleitas e nas implicações e impacto que elas podem ter na Universidade Aveiro e no futuro”, garante. O papel dos eleitos para o Conselho Geral deverá passar por “aquilo que são as necessidades dos estudantes” e por “tornar o órgão muito mais reconhecido dentro da comunidade estudantil”, aponta Joana Regadas. “O desconhecimento sobre o órgão em si também acaba por ser algo que tem de ser trabalhado, com uma presença maior e um escrutínio maior por parte dos estudantes que são representantes do Conselho Geral”, frisa Joana que se compromete a desempenhar esse papel. Para Bianca, estudante de pós-laboral, importa dar voz à “questão do alojamento”. “Vamos ter voz em cada tema, mas acho que se calhar esta temática do alojamento tem que ser uma coisa resolvida urgentemente porque, principalmente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), está-se um bocadinho apertada e acho que isto tem de ser resolvido, falado e discutido”, reitera. Francisco, por sua vez, destaca que o seu foco será defender o manifesto da lista, mas não esconde que vai tentar “puxar um bocadinho a brasa” à sua sardinha e “defender também os estudantes-atletas”. Lembrando “que a Universidade de Aveiro já faz um excelente trabalho”, Francisco sublinha, ainda assim, que a instituição “tem um potencial enorme a nível desportivo (…) apesar de não sermos a universidade com maior massa estudantil”.
Estudantes da UA votam hoje para os núcleos da AAUAv
As urnas abriram por volta das 9h30 e, na maioria dos departamentos, encerram às 17h00. No entanto, há exceções: nas Escolas e na Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA), o horário prolonga-se até às 21h00 e 20h00, respetivamente. A contagem dos votos será realizada na Casa do Estudante. Tal como noticiado pela Ria, no total, foram entregues “44 candidaturas”, das quais três não foram aceites por incumprimento dos prazos estipulados. Recorde-se que a campanha eleitoral iniciou-se na passada terça-feira, 28 de maio, e culminou no dia 3 de junho com a realização de debates nos cursos em que se registaram mais do que uma candidatura. De acordo com o artigo 54.º dosEstatutos da AAUAv, atualmente, existem quatro categorias de núcleos no seio da AAUAv: Núcleos de Curso, Setoriais, Associativos e Departamentais. Os Núcleos de Curso representam “a ponte de ligação entre os estudantes de cada curso da UA e a AAUAv”; os Setoriais a extensão “da Associação e da UA, nomeadamente nos âmbitos desportivos e culturais”; os Associativos a ligação “entre os estudantes de cada Escola Politécnica da UA e a AAUAv” e, por fim, os Departamentais a ligação entre “os estudantes dos departamentos à UA e à AAUAv. No caso dos Núcleos de Curso, Associativos e Departamentais são ainda compostos por “dois órgãos sociais independentes: a coordenação e a Reunião Geral de Membros (RGM)”. O mandato dos núcleos da AAUAv tem ainda a duração de “um ano, iniciando-se no mês de junho”.
UA2030 destaca pluralismo na vitória; UA50 sublinha surpresa positiva e apela à transparência
Luís Castro, docente no Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro (DMat-UA), foi um dos seis membros eleitos pela Lista ‘UA2030’ para o Conselho Geral da UA. Em declarações à Ria, sublinha que a UA “deve estar contente, porque a democracia funcionou e, portanto, temos uma universidade plural”. A Lista ‘UA2030’ venceu em todas as circunscrições, tendo sido a mais votada, com 438 votos obtidos, num total de 751 votantes nestas eleições. O docente realça estar “contente” pelo facto da lista que integra ter vencido todas as circunscrições. As eleições para o Conselho Geral foram disputadas, no que diz respeito aos docentes e investigadores, por duas listas. O recém-eleito conselheiro admite, no entanto, que “teria muito gosto que houvesse mais que duas listas” por considerar a discussão de ideias como algo “bom”. “Iremos trabalhar com todos para termos, efetivamente, uma universidade melhor”, assegura. Também Ana Raquel Simões, docente doDepartamento de Educação e Psicologia (DEP), eleita pela mesma lista, partilha da visão. “O resultado da eleição também demonstra que vivemos numa academia que é democrática e acreditamos (…) que iremos trabalhar em conjunto por uma por uma universidade melhor”, enaltece. Relativamente à eleição do reitor, Luís Castro sublinha que há “a expectativa de colaborar positivamente com todos os colegas que foram eleitos para o Conselho Geral e, também, naturalmente, com aqueles que vão ser cooptados”. Lembra, no entanto, que “nem sequer sabemos se [a eleição do reitor] vai ser uma das funções do Conselho Geral”, apontando que ainda não se sabe o modelo de eleição que será adotado devido às alterações que estão a ser levadas a cabo no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), que ficaram em suspenso com a dissolução da Assembleia da República. Questionado sobre os valores da abstenção, que este ano se situou nos 33,07% (uma ligeira melhoria face aos 33,77% de 2021), Luís Castro apontou que “gostaríamos de ter uma maior participação para termos maior representatividade de toda a Universidade”. Para o futuro, o docente do DMat diz-se comprometido com “os seis eixos fundamentais” apresentados pelo projeto ‘UA2030’, sublinhando “um cuidado enorme em aproximar o Conselho Geral de todos os membros da Universidade, sejam eles estudantes, técnicos, investigadores ou docentes”. Ana Raquel aponta também acreditar “que o bom senso vai imperar”. Relativamente à Lista ‘UA50’, Diogo Gomes foi um dos quatro elementos eleitos. À Ria, o docente no Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática (DETI-UA) indica que vê a eleição dos quatro membros da sua lista “com bastante alegria”, destacando que “não havia expectativas” relativamente a resultados e, “portanto, foi tudo bom”. “Começamos com uma lista que não tinha candidato a reitor (…) e, como tal, não sabíamos como é que íamos ser recebidos: o facto de termos eleito quatro foi estupendo”, frisa o professor. Também Miriam Reis, docente na Escola Superior Aveiro-Norte (ESAN-UA) eleita pela Lista ‘UA50’, frisa a felicidade com o resultado obtido. “Acho que é um excelente resultado termos conseguido quatro membros eleitos”, aponta Miriam. “Todos sabemos que a outra lista estava bastante implementada, já com algumas pessoas que estão ligadas ao poder atual, portanto não tínhamos mesmo expectativas e ficámos muito contentes”, repara a docente. Para os membros da Lista ‘UA50’ o foco está agora na “próxima fase”: a cooptação dos membros externos para o Conselho Geral. A expectativa é a de que se encontre “bons representantes para termos uma Universidade mais forte”, repara Diogo Gomes. Apontam ainda como “grande objetivo” para o mandato “aumentar a transparência” no funcionamento do Conselho Geral, sublinhando vontade em “manter a postura que tivemos durante este tempo em que estivemos a ser apresentados, no debate e nas apresentações nas outras escolas, porque encaramos isto (…) como um trabalho que tem de ser partilhado e cocriado e principalmente as ideias têm de ser discutidas”, frisa Miriam. Quanto à eleição do reitor, os membros da Lista ‘UA50’ apontam que a decisão será tomada de forma imparcial. “Esperaremos por todos os candidatos, analisaremos de forma independente o candidato que já existe e outros que possam aparecer ou não, e nessa altura as coisas acontecerão normalmente”, garante Diogo Gomes. Miriam acrescenta ainda considerar “extremamente importante” o aumento do debate e da discussão em torno do Conselho Geral. “Acho que a Universidade tem de ser construída em conjunto e trazer também esta voz, de não dizer mal do que está sem apresentar ideias para melhorar”, aponta. É previsível que os conselheiros tomem posse nas próximas semanas. Tal como referido pelos membros eleitos, o próximo passo será a escolha das personalidades externas que serão cooptadas pelo Conselho Geral. Nesta votação, têm direito de voto os dez docentes e investigadores, os três estudantes e o trabalhador TAG (pessoal técnico, administrativo e de gestão). Até à eleição do próximo presidente do Conselho Geral, a convocatória para as reuniões e a condução dos trabalhos é da responsabilidade do decano (o professor mais antigo de entre os docentes eleitos), ou seja: Luís Castro, membro eleito pela Lista 'UA2030'. A Ria continuará a acompanhar os próximos desenvolvimentos.
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Bruno dos Reis e Vasco Sacramento participam em encontro temático sobre cultura de Alberto Souto
Numa nota de imprensa enviada à Ria, o PS Aveiro justifica este sexto encontro dedicado à cultura por este ser “um tema relevante para qualquer sociedade”. “Dos museus às ruas, é nela que nos encontramos com o passado, vivemos o presente e projetamos o futuro. Fonte de conhecimento, a Cultura é um espelho de cada país, cidade, vila, aldeia e rua e é também geradora de ligações entre as pessoas”, lê-se. No caso de Aveiro, a concelhia sugere que é necessário “dar ainda mais espaço à cultura”. “Continuar a acolher os que a fazem por todo o mundo e país, mas também valorizar o que é local e tão nosso. Melhorar os museus que já temos e criar novos ou dar mais palco aos nossos grupos culturais/musicais são algumas das propostas que já demos”, refere. O sexto encontro temático vai contar com três figuras ligadas ao mundo da cultura: Vasco Sacramento, diretor da Sons em Trânsito; Bruno dos Reis, ex-diretor artístico do Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro (GrETUA) e Paulo Brandão, ex-diretor artístico do Theatro Circo em Braga.
População de Águeda desafiada a integrar projeto de pintura corporal
O convite é feito através do AgitLab, programa de residências artísticas do Município, e culminará numa performance no AgitÁgueda – Art Festival 2025. A iniciativa procura que a comunidade partilhe histórias e vivências de Águeda, e que os participantes se candidatem como modelos e bailarinos para a performance. O projeto, concebido pela bicampeã mundial de ‘bodypainting’ Vilija Vitkute e pela coreógrafa Małgorzata Suś, baseia-se em narrativas reais da população para criar uma performance única. “Estamos à procura de modelos com interesse em ‘bodypainting’, dispostos a participar numa criação colaborativa e, simultaneamente, o município convida a comunidade a relatar as suas memórias sobre Águeda”, explicou o vice-presidente da Câmara, Edson Santos, citado numa nota de imprensa sobre o evento. As histórias, que podem ser sobre lugares, tradições ou experiências marcantes, devem ser enviadas até 15 de junho para [email protected], por escrito, áudio ou vídeo, adianta a mesma nota. Com base nessas narrativas, as artistas criarão o espetáculo visual "Onde os mundos se encontram". Para a performance, que será apresentada a 05 e 06 de julho, procuram-se pessoas maiores de 18 anos, residentes em Águeda ou arredores, “sendo desejável que tenham experiência em movimento e se sintam confortáveis com a exposição do corpo”. “As candidaturas para modelos e bailarinos devem ser enviadas até 15 de junho para [email protected], e os ensaios decorrem de 27 de junho a 06 de julho, no Parque Municipal de Alta Vila”, explica a nota.
Final do Concurso Internacional de Jazz e exposições assinalam encerramento do Campus Jazz da UA
A inauguração das exposições decorrerá esta quinta-feira, pelas 15h00, no edifício da biblioteca na Sala de Exposições Hélène de Beauvoir, seguindo depois para o Centro de Estudos de Jazz (CEJ) da UA [que se localiza no piso térreo da biblioteca]. A primeira mostra intitulada de “Corpo e Alma: O Jazz e os seus divulgadores em Portugal” divulgará, segundo uma nota enviada à Ria, “alguns dos tesouros, das valências e potências” do CEJ. Com curadoria de Ivo Martins, Vera Velez e Manuel Neto na sinopse lê-se que: “(…) é aos apreciadores do género, onde se incluem os colecionadores, os divulgadores e os ativistas, que é dedicada a exposição ‘Corpo e Alma’, cujo núcleo fundamental é formado por uma seleção do acervo pessoal, ao cuidado do Centro de Estudos de Jazz da UA, de dois destes grandes ativistas sem os quais a história do jazz em Portugal seria diferente: os divulgadores José Duarte e Manuel Jorge Veloso”. A exposição pretende ainda mostrar uma “súmula possível da história do jazz em Portugal”. A exposição estará em exibição no “CEJ alguns meses, para além da agenda do Campus Jazz 2025”. A mesma poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 20h00, e sábado, domingo e feriados, apenas mediante marcação: [email protected]. Em complemento à exposição “Corpo e Alma: o jazz e os seus divulgadores em Portugal” apresenta-se também na Sala de Exposições Hélène de Beauvoir a obra “A Very Literal Work”, de Julião Sarmento, inspirada no jazz de voz feminina. Esta instalação pretende estabelecer “uma ponte de sentido entre a tradição do passado e o rasgo do futuro, que pode neste contexto ser também entendida como uma ponte entre o arquivo e a prática artística contemporânea”. A mostra ficará patente de segunda a sexta-feira, das 14h00 às 19h00, e sábado, domingo e feriados, apenas mediante marcação: [email protected]. As exposições têm curadoria de Ivo Martins, Vera Velez e Manuel Neto. O Centro de Estudos de Jazz da UA reúne milhares de discos, CD, bobines, cassetes áudio e vídeo em vários formatos e de diferentes durações. A coordenação científica dos Arquivos de Som e do CEJ é da responsabilidade de Susana Sardo, professora do Departamento de Comunicação e Arte da UA. Também esta quinta-feira, no Cine-Teatro de Estarreja, decorrerão as últimas atuações dos oito finalistas no Concurso Internacional de Jazz da UA (CIJ_UA). Pelas 17h30 atuarão o Ensemble João Tavares Trio e o Ensemble Miriam Morgado Septeto e pelas 21h30 o Ensemble João Barreto Trio e o Ensemble Hugo Santos 5tet. A competição é destinada a ensembles de jazz sem trabalho discográfico editado, compostos por músicos portugueses e/ou estrangeiros. As apresentações são abertas ao público e de acesso gratuito através do levantamento do título de ingresso na bilheteira do Cine-Teatro de Estarreja. O concurso prevê a atribuição de três prémios: Melhor Ensemble; Melhor Composição Original e Melhor Arranjo Original, correspondentes, respetivamente, a 1500 euros cumulativos com o agendamento de quatro concertos (sendo um deles inserido no programa do Campus Jazz do ano seguinte) e a 500 euros para cada um dos dois últimos casos. Os prémios serão atribuídos pelo júri esta noite. O júri do concurso, que estará presente em Estarreja, é constituído por Jorge Castro Ribeiro (professor do Departamento de Comunicação e Arte da UA), Eduardo Lopes, Massimo Cavalli, Óscar Graça e Paulo Perfeito. Até agora, foram distinguidos com o Prémio Melhor Ensemble: Miguel Valente Quarteto (2012); Themandus (2022); Pedro Molina Quartet (2023) e João Rocha Quartet (2024). Recorde-se ainda que desde a primeira edição do Concurso Internacional de Jazz os palcos do Guimarães Jazz, do Festival “Que jazz é este?” e do “Estarrejazz” acolheram as atuações dos ensembles vencedores pela parceria estabelecida pela UA com os seus promotores, respetivamente, A Oficina, A Gira Sol Azul e o Município de Estarreja.
Eleição dos estudantes para o Conselho Geral da UA marcada por abstenção recorde de 97,03%
Num universo de 16.591 estudantes que podiam eleger os seus representantes no Conselho Geral, apenas 492 exerceram o direito ao voto numa eleição que não teve qualquer disputa. O ato eleitoral para os estudantes fica ainda marcado por ter atingido o número mais baixo de votantes desde 2017, registando uma taxa de abstenção de 97,03%, apesar do número de eleitores ter vindo sucessivamente a aumentar. Em 2017 mobilizaram-se para as eleições do Conselho Geral 1.120 estudantes, número que caiu em 2021, para 591. De notar, no entanto, que as eleições desse ano ficaram marcadas pela pandemia Covid-19. Em 2023, o ato eleitoral para o colégio eleitoral dos estudantes registou 1.187 votantes. Note-se que os estudantes são o único colégio eleitoral com eleições para o Conselho Geral de dois em dois anos. Refira-se também que não é possível calcular a taxa de abstenção para os atos eleitorais de 2017, 2021 e 2023, por não estar disponível online o número de eleitores inscritos à data. Apesar disso, pode-se afirmar que este ano atingiu-se o valor mais alto da abstenção, desde 2017, tendo em conta que o número de votantes nunca foi tão baixo e o número de eleitores tem aumentado de eleição em eleição. Francisco Domingues, estudante de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, vogal da direção Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e estudante-atleta, foi eleito pela Circunscrição I (estudantes de licenciatura) com 188 votos válidos, seis brancos e oito nulos. Joana Regadas, estudante de Línguas e Culturas para Negócios e atual presidente da direção da AAUAv obteve, para a Circunscrição II (estudantes de mestrado, mestrado integrado e doutoramento), 47 votos válidos, 15 brancos e um nulo. Por fim, Bianca Ramos, ex-dirigente da direção da AAUAv e estudante de mestrado em Contabilidade - Ramo Fiscalidade, foi eleita pela Circunscrição III (estudantes do subsistema politécnico) com 197 votos válidos, 14 brancos e 16 nulos. Para Joana Regadas a abstenção dos estudantes pode ser justificada pelo “facto das mesas de voto não estarem sediadas em todos os departamentos, o que claramente é um fator que diminui a participação estudantil”. Importa recordar que, nas eleições para os órgãos sociais da AAUAv, há sempre mesas de voto disponíveis em todos os departamentos e escolas politécnicas. A par disso, salienta também o período letivo em que decorreu o ato eleitoral: a última semana de aulas. “Estamos numa altura em que muitos estudantes já se começam a preparar para a época de exames, com muitas apresentações e muitos estudantes acabam por já não estar nesta semana [na Universidade]”, frisa. A recém-eleita conselheira admite, no entanto, que a lista deveria “ter feito um esforço a contar com estes dois impedimentos e ter tido uma presença mais forte no campus”. Como solução aponta que “no futuro o ideal seria que todas as circunscrições estivessem (...) representadas [com mesas de votos] em cada um dos departamentos”. Bianca Ramos, eleita pela III circunscrição repara também que a existência de uma lista única por parte dos estudantes pode ter desmotivado a participação no ato eleitoral. “Sermos só uma lista, claramente faz com que os estudantes não tenham tanta vontade de votar, porque não há propriamente uma escolha a fazer”, frisa a estudante. Bianca sublinha ainda que “o facto de não ser bem conhecido o que é o Conselho-Geral” por parte dos estudantes é também um fator que se reflete na diminuição do número de estudantes que votaram. O eleito pela circunscrição dos estudantes de licenciatura acrescenta que a falta de divulgação da eleição não contribuiu para que esta fosse uma eleição participada. “Com a exceção da plataforma digital da Ria e da própria página das redes sociais da lista, creio que não houve uma divulgação por parte da universidade para toda a comunidade estudantil e isso pode ter tido um impacto: não chegamos aos estudantes que desejávamos”, explica Francisco. O estudante assume ainda que alguns estudantes, em especial os mais novos, “não estão a par da existência do órgão”. “No entanto, os mais velhos estão a par da importância do órgão, das pessoas que são eleitas e nas implicações e impacto que elas podem ter na Universidade Aveiro e no futuro”, garante. O papel dos eleitos para o Conselho Geral deverá passar por “aquilo que são as necessidades dos estudantes” e por “tornar o órgão muito mais reconhecido dentro da comunidade estudantil”, aponta Joana Regadas. “O desconhecimento sobre o órgão em si também acaba por ser algo que tem de ser trabalhado, com uma presença maior e um escrutínio maior por parte dos estudantes que são representantes do Conselho Geral”, frisa Joana que se compromete a desempenhar esse papel. Para Bianca, estudante de pós-laboral, importa dar voz à “questão do alojamento”. “Vamos ter voz em cada tema, mas acho que se calhar esta temática do alojamento tem que ser uma coisa resolvida urgentemente porque, principalmente na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), está-se um bocadinho apertada e acho que isto tem de ser resolvido, falado e discutido”, reitera. Francisco, por sua vez, destaca que o seu foco será defender o manifesto da lista, mas não esconde que vai tentar “puxar um bocadinho a brasa” à sua sardinha e “defender também os estudantes-atletas”. Lembrando “que a Universidade de Aveiro já faz um excelente trabalho”, Francisco sublinha, ainda assim, que a instituição “tem um potencial enorme a nível desportivo (…) apesar de não sermos a universidade com maior massa estudantil”.