UA vai ter eleições disputadas: movimento ‘UA50’ apresenta candidatura ao Conselho Geral
Já é conhecido o segundo movimento candidato às eleições do Conselho Geral da Universidade de Aveiro, pelo colégio eleitoral dos docentes e investigadores. 'UA50: 50 anos de história, 50 anos de ambição' apresentou oficialmente a sua candidatura ao referido órgão, com duras críticas à forma como a universidade tem sido gerida. Num manifesto publicado no seu site oficial, o movimento defende uma universidade mais democrática, transparente e plural, envolvendo todos os membros da comunidade académica.
Redação
A candidatura surge num contexto de renovação do Conselho Geral da UA, um órgão determinante na definição das políticas estratégicas da universidade, que, entre outras funções, será responsável pela eleição do próximo reitor. As eleições do Conselho Geral estão marcadas para o próximo dia 3 de junho de 2025.
O movimento, que se afirma totalmente independente e plural, destaca a importância de fortalecer a representatividade e garantir que todas as vozes sejam ouvidas no contexto universitário. No manifesto apresentado, considera que “nos últimos anos” se tem observado “uma desmotivação generalizada e enfraquecimento da participação da comunidade da UA nas decisões que são tomadas, uma diminuição na transparência na gestão da UA, e uma postura de distanciamento e pouca empatia com as pessoas”.
Como princípios da candidatura o movimento 'UA50' destaca a defesa da realização de eleições diretas para todos os órgãos de gestão unipessoais, incluindo o reitor, assim que legalmente possível: o aumento da transparência na gestão universitária, promovendo o acesso à informação e o diálogo com a comunidade; o reforço do papel fiscalizador do Conselho Geral, garantindo um órgão forte, plural e independente; a valorização da diversidade e representatividade científica e cultural dentro da universidade ; o empoderamento das pessoas e reforço do sentimento de pertença à UA, promovendo condições dignas para a progressão nas carreiras académicas; a afirmação da UA na sociedade através da educação, cultura e artes, promovendo uma universidade dinâmica e inovadora; a melhoria da qualidade de vida nos campi, através de parcerias que garantam melhores infraestruturas e serviços; e a promoção da inovação e excelência científica, maximizando oportunidades para investigadores e combatendo a precariedade laboral.
A eleição do Conselho Geral da UA será decisiva para a definição do futuro da instituição, especialmente num momento de transição marcado pelo fim do mandato do atual reitor, Paulo Jorge Ferreira. Na lista de candidatos apresentada pelo movimento ‘UA50’ verifica-se a continuidade de alguns docentes e investigadores que já tinham participado num movimento de oposição nas últimas eleições de 2021, como são exemplos Rui Aguiar (DETI), Artur Alves (Biologia), Roberto Martins (Biologia) e Manuel Coimbra (Química). Todos eles já tinham integrado o movimento “Melhor UA: Projetar os próximos 50 anos” nas eleições para o Conselho Geral da UA em 2021.
É previsível que durante a próxima semana a Comissão Eleitoral anuncie as listas oficialmente aceites, sendo que nos próximos dias decorre o período de correções e reclamações.
A Lista de Candidatos
Circunscrição A - Engenharia
• Rui Luís Andrade Aguiar (mandatário) – Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática
• Diogo Nuno Pereira Gomes – Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática
• Cristina Sofia dos Santos Neves – Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica
• Eloísa Catarina Monteiro de Figueiredo Amaral e Macedo – Departamento de Engenharia Mecânica
• Pedro Renato Tavares de Pinho – Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática
Circunscrição B – Ciências
• Manuel António Coimbra Rodrigues da Silva (mandatário) – Departamento de Química
• Roberto Carlos Domingues Martins – Departamento de Biologia
• Elisabete Verde Martins Coelho – Departamento de Química
• Carlos Alberto Ferreira Marques – Departamento de Física
• Enide Cascais Silva Andrade – Departamento de Matemática
• Slavka Carvalho Andrejkovicová – Departamento de Geociências
• Sílvia Luísa Soreto Teixeira – Departamento de Física
• Ricardo Miguel Moreira de Almeida – Departamento de Matemática
• Artur Jorge da Costa Peixoto Alves – Departamento de Biologia
Circunscrição C - Ciências Sociais, Artes e Humanidades
• Armando Domingos Batista Machado (mandatário) – Departamento de Educação e Psicologia
• Ana Filipa Fernandes Aguiar Brandão – Departamento de Economia, Gestão, Eng.ª Industrial e Turismo
• Armando Domingos Batista Machado – Departamento de Educação e Psicologia
• Pedro Miguel dos Santos Beça Pereira – Departamento de Comunicação e Arte
• Joana Maria Costa Martins das Dores – Departamento de Economia, Gestão, Eng.ª Industrial e Turismo
Circunscrição D - Politécnico
• Valter Castelão da Silva (mandatário) – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA)
• Ana Miriam Duarte Reis da Silva – Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologias da Produção de Aveiro-Norte (ESAN)
• Joaquim José de Castro Ferreira – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA)
• Sandra Sarabando Filipe – Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro (ISCA-UA)
• Luís Nuno Sancho Ribeiro – Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA)
Recomendações
Estudantes com lista única ao Conselho Geral da Universidade de Aveiro
A candidatura destaca-se pela pluralidade e pela experiência dos seus membros, todos eles envolvidos em estruturas estudantis da UA, destacando-se a presença de Joana Regadas, atual presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). O movimento apresenta-se como defensor de um ensino superior mais equitativo, sustentável e centrado nas pessoas, promovendo o envolvimento dos estudantes na definição das políticas que os afetam diretamente. A Lista A propõe-se a garantir uma representação estudantil responsável e ativa, defendendo o acesso equitativo ao ensino superior, a redução progressiva das propinas e a criação de melhores condições de vida nos campi da UA. A lista compromete-se ainda a lutar pela valorização da participação extracurricular e a promoção da sustentabilidade ambiental, com políticas que envolvam toda a comunidade académica. A candidatura destaca a necessidade de melhorar a ação social, especialmente no que diz respeito ao alojamento estudantil e ao reforço da saúde mental. A criação de espaços de alimentação adequados para todos os polos da UA, como a ESAN, é outra prioridade identificada. A Lista A apela ainda à participação dos estudantes na eleição do Conselho Geral, que decorrerá no dia 3 de junho, para assegurar que a voz dos alunos esteja representada no principal órgão de gestão da Universidade de Aveiro. Circunscrição I – Estudantes de licenciatura: • Efetivo: Francisco Domingues Luís (Engenharia Eletrotécnica e de Computadores) • 1º Suplente: Letícia Pereira Jóia Capelo de Carvalho (Multimédia e Tecnologias da Comunicação) • 2º Suplente: Tânia Gonçalves Fernandes (Engenharia Química) Circunscrição II – Estudantes de mestrado, mestrado integrado e doutoramento: • Efetiva: Joana Francisca Costa Soares Regadas (Línguas e Culturas para Negócios) • 1º Suplente: Francisco Moreira Teixeira (Engenharia Mecânica) • 2º Suplente: Luzia Couto Ferreira (Engenharia e Gestão Industrial) Circunscrição III – Estudantes do subsistema politécnico: • Efetiva: Bianca Alexandra Ferreira Ramos (Mestrado em Contabilidade – Ramo Fiscalidade) • 1º Suplente: Mafalda da Silva Ribeiro (Licenciatura em Fisioterapia) • 2º Suplente: Maria Jorge de Oliveira Sousa (Licenciatura em Gestão Pública)
Plástico detetado em metade dos cetáceos que deram à costa em Portugal e Espanha
A investigação, desenvolvida pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESSAM) da Universidade de Aveiro, revela poluição plástica em espécies como o zífio, o cachalote-pigmeu e o cachalote, com base em autópsias realizadas aos cetáceos encontrados na costa portuguesa e espanhola. “Metade dos cetáceos arrojados entre 1990 e 2019 apresentava lixo no sistema digestivo”, indica o estudo, referindo diversos materiais ingeridos, “sendo a causa da morte em muitos casos”. A bióloga Sara Sá, do CESSAM, detalha que "a análise dos sistemas digestivos destes animais revelou a presença de sacos e embalagens de plástico, materiais de pesca em plástico e metal, outros objetos metálicos e até luvas de cabedal". “Estamos a falar de um universo de 107 indivíduos arrojados, com amostras recolhidas desde 2000 em Portugal e 1990 em Espanha”, disse à Lusa Sara Sá. A investigadora salienta que os materiais encontrados estão relacionados com a pesca e o uso doméstico. O estudo explica que “a ingestão de macrolixo marinho (lixo com dimensões superiores a 2,5 centímetros) é frequente entre os cetáceos mergulhadores de profundidade na costa Ibero-Atlântica”. Os cetáceos analisados foram encontrados entre Caminha e Lisboa e no noroeste da Península Ibérica, abrangendo a costa galega, asturiana, cantábrica e basca. Sara Sá destaca a necessidade de medidas globais contra a acumulação de plástico nos oceanos, especialmente para a conservação de espécies ameaçadas como o cachalote, que foi "muito caçado no passado”. A investigação foi desenvolvida no âmbito da tese de doutoramento de Sara Sá, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Universidade de Aveiro, Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS) e Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). O estudo contou com a colaboração com as redes de arrojamento espanholas Coordinadora para o Estudo dos Mamíferos Mariños (CEMMA) e Coordinadora para el Est (CEPESMA).
Dia Nacional do Azulejo: Acervo de Ana Velosa e iniciativa de Isabel motiva exposição no DECivil
“Eu sou de Aveiro, sou da Beira-Mar”, começa por dar nota Isabel da Paula, assistente operacional da secretaria do DECivil, para explicar a sua ligação aos azulejos. “As casas da Beira-Mar eram todas com azulejo, tive algumas pessoas da família que estavam na Fábrica Aleluia - na pintura e também no fabrico, de mãos na massa para fazer o azulejo -, e outros também que passaram pelas Faianças [fábricas de cerâmica] de São Roque, que também já não existem, pela dos Santos Mártires também”, lembra. Cresceu, portanto, cercada pelo mundo da azulejaria tradicional e vê com alguma tristeza a perda dessa tradição. “A zona da Beira-Mar, não era só marnoto. Eram marnotos, eram os trolhas, pedreiros, que eram os da construção civil, e era a cerâmica do azulejo. Era um bairro de tradição”, enfatiza. Não seguiu o caminho da família na tradição azulejar, mas acabou de alguma forma a trabalhar no departamento da UA que ajudou a que fosse possível existir o Dia Nacional do Azulejo. Este ano, a par de Celme Tavares, técnica superior do mesmo departamento, e de Ana Velosa, professora no mesmo departamento, impulsionaram a exposição de 25 azulejos patente a partir do dia de hoje, 6 de maio, no átrio do DECivil. Isabel espera que a iniciativa traga mais amantes do azulejo ao departamento e à universidade e não esconde o sentimento de que a instituição “deveria desenvolver mais nos nossos azulejos [de Aveiro], proteger o que temos e a área do curso de reabilitação deveria ser bem defendida”. “Há uma tradição muito grande na área da cerâmica (…). Os poucos azulejos que ainda se vê, nas poucas casas, deveriam ser bem protegidos”, aponta. O armário branco que guarda a exposição tem exemplares de azulejos vindos de várias partes de Aveiro. “Temos aqui alguns azulejos, alguns que estão aqui são de fábricas que já não existem”, atenta Isabel enquanto enumera: “este, que é da fábrica dos Santos Mártires, que era uma fábrica antiga em Aveiro de azulejos, já não existe. (…) Da fábrica da Fonte Nova, que também já não existe”. Há ainda exemplares da fachada de uma capela antiga, um exemplar de Cândido dos Reis e um em alto relevo que Isabel confidencia achar “lindíssimo”. “E é uma pena... já não são muito comuns”, atira. A mostra, agora patente em DECivil, é composta na verdade por 25 azulejos do acervo pessoal de Ana Velosa, docente do DECivil e uma das pessoas que contribuiu, em nome da Universidade, para que o dia 6 de maio fosse reconhecido como o Dia Nacional do Azulejo. “Procurei ter azulejos que fossem aqui produzidos”, aponta a docente sobre a mostra. “Tem alguns também de Ovar e tem também alguns azulejos degradados, porque nós trabalhamos muito a parte da degradação do azulejo: não é uma exposição assim dos azulejos bonitos, tem degradação e tem azulejos que podem ser utilizados como réplicas”, frisa. Também a história da data e o papel da UA nesse processo é contada pela docente. Começa com a criação do Projeto SOS Azulejos, “um processo coordenado pelo Museu da Polícia Judiciária que teve início devido ao furto de azulejosque começou a ocorrer de forma muito sistemática”, aponta Ana Velosa. Como havia “muito trabalho da Universidade de Aveiro na área do azulejo”, a professora conta que acabou por entrar no projeto, em representação da UA. “Eu trabalhava nessa altura muito com azulejo e estou agora a voltar a trabalhar”, repara. Para a docente, o SOS Azulejos foi “um projeto muito dinâmico” e sublinha a disparidade das entidades envolvidas [forças de segurança e instituições de ensino] o que considera reforçar os feitos conseguidos. “Falamos de um projeto com poucas pessoas que conseguiu um Dia Nacional e que conseguiu uma lei”, frisa. Segundo a professora, o“azulejo era menosprezado durante muito tempo pelos portugueses” e a preocupação com a preservação do património azulejar foi começando “quando os turistas chegaram e acharamque era uma coisa muito especial”. “Para alertar para a preservação, pensamos em fazer duas ações: pedir que existisse o Dia Nacional do Azulejo e pedir que existisse uma lei, na qual nós trabalhamos, que não permitissea demolição de fachadas com azulejo, nem a retirada de azulejo de fachada”, repara Ana Velosa. As propostas foram levadas e aprovadas em Assembleia da República em 2017. A lei passou a vigorar e o dia 6 de maio passou a ser assinalado como o Dia Nacional do Azulejo. Na vida de Ana Velosa o azulejo, uma peça portuguesa “extremamente identitária”, entrou pela mão da “reabilitação do património edificado”, pela sua origem ser a cidade do Porto e porque teve “a sorte” de se cruzar“com um ateliê de conservação e restauro do Azulejo de Ovar”. O processo da reabilitação do azulejo, a ligação da arquitetura com o material e mesmo o “pôr a mão na massa” são as partes que Ana Velosa aponta mais durante o seu discurso. Lembra, ainda, as várias iniciativas que foram sendo desenvolvidas no âmbito da preservação da cultura do azulejo, destacando uma iniciativa conjunta entre a Câmara Municipal de Aveiro, a UA e a Fábrica de Ciência Viva que, depois da pandemia, viu a sinergia chegar ao fim. “Era uma iniciativa que exigia contacto (…) e nós já tínhamos de alguma forma esgotado o modelo”, repara. “Foi importante, acho que as crianças ganharam muita sensibilidade em relação ao azulejo e acho que teve o tempo teve de ter”, frisa a docente. Para a professora, as autarquias têm vindo “a ser mais sensibilizadas” e “a ter muito mais exigência em relação a esta situação da remoção dos azulejosdas fachadas”, algo que considera “extremamente importante para manter a imagem da cidade e a imagem urbana e identitária portuguesa”. Sublinha, ainda, que a própria Universidade tem um património azulejar “relevante” e “com muito interesse”. “Até podíamos ter um percurso de azulejo aqui na Universidade”, sugere Ana Velosa.
'Juntos Somos Mais UA' é a primeira candidatura dos funcionários ao Conselho Geral da UA
Destinada ao colégio eleitoral do pessoal ‘não docente e não investigador’, a candidatura afirma-se com “sentido de responsabilidade e compromisso” e defende o reforço da voz dos trabalhadores nos órgãos de decisão da universidade, num email dirigido à comunidade. Para além de Inês Carlos como candidata efetiva, a lista tem ainda como suplentes Vítor Proença, técnico superior nos Serviços de Ação Social, e Cecília Reis, técnica superior na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA-UA). A mandatária da candidatura é Eva Andrade, gestora de ciência e tecnologia na UACOOPERA – Unidade Transversal para a Cooperação com a Sociedade. No manifesto enviado à comunidade, o grupo destaca a importância do Conselho Geral como espaço de decisão estratégica e apela à valorização do papel dos trabalhadores TAG na vida da instituição. Entre as principais propostas, incluem-se: a defesa de condições dignas de trabalho e valorização profissional; a promoção da formação contínua, mobilidade interna e transmissão de conhecimento entre gerações; o incentivo à participação ativa e ao diálogo entre órgãos de governo e trabalhadores; a aposta na inclusão, bem-estar físico e mental e conciliação entre a vida profissional e pessoal; o estímulo ao uso de transportes sustentáveis nas deslocações para os campi; e o compromisso com uma gestão participada, ética e sustentável. “Queremos ser uma ponte entre o pessoal TAG e os órgãos de governo da instituição, defendendo os nossos direitos e contribuindo para uma Universidade mais justa, transparente e colaborativa”, pode ler-se no documento. As eleições para o Conselho Geral da Universidade de Aveiro realizam-se a 3 de junho de 2025 e amanhã, dia 7 de maio, termina o prazo de entrega de candidaturas dos diferentes colégios eleitorais: docentes/investigadores, pessoal ‘não docente e não investigador’ e estudantes.
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Legislativas: IL promete contribuir para “uma solução de centro-direita reformista e estável”
“O nosso compromisso com os portugueses é, primeiro, mudança, reformas, exigência e, segundo, contribuir para uma solução de centro-direita, reformista e estável do ponto de vista político”, afirmou Rui Rocha em declarações aos jornalistas numa loja de ovos moles, em Aveiro, onde vestiu o avental e cozinhou o tradicional doce aveirense. Sem querer pronunciar-se sobre as sondagens que indicam que a AD e a IL estão longe de, juntas, obter uma maioria absoluta, Rui Rocha disse que o importante é transmitir aos portugueses que “há uma oportunidade única de ter uma solução de centro-direita” a governar o país. “Mas uma solução de centro-direita que não é para fazer a mesma coisa. É para fazer muito mais: uma solução reformista, ambiciosa para o país e isso para reforçar a votação na IL”, disse. O líder da IL disse que o seu partido tem “objetivos claros de transformação” do país e garantiu que será “rigoroso e sempre muito exigente” caso venha a integrar uma solução de centro-direita. Interrogado sobre quais são as exigências que coloca para eventualmente coligar-se com a AD, Rui Rocha disse que é necessário “mudar o sistema de saúde e criar acesso à saúde para os portugueses, que hoje não têm”. “Nós temos de trazer mais casas para o mercado da habitação, seja de arrendamento, seja no mercado da construção. Temos de baixar os impostos aos portugueses, às famílias e às empresas e temos de diminuir a burocracia e rever o sistema eleitoral”, referiu, acrescentando que esses são os “objetivos claros da IL”. Sobre se a AD e a IL não estão já a aproximar-se, uma vez que, por exemplo, ambas têm defendido parcerias público-privadas para os mesmos hospitais, Rui Rocha respondeu: “Não basta ter os ingredientes guardados numa gaveta, tirá-los quando dá jeito e depois guardá-los outra vez”. “A IL não faz isso. A IL tem as pessoas, os ingredientes, a visão, mas quer usá-los mesmo para mudar o país. Outros, eventualmente, têm os ingredientes guardados nas gavetas, fazem uso deles como propaganda, uma vez ou outra, mas depois os ingredientes voltam à gaveta”, criticou, numa alusão à AD.
Comédia infantil do Nobel Egas Moniz em livro e peça de teatro em Estarreja
A obra, escrita pelo Nobel da Medicina português para os seus sobrinhos-netos, foi adaptada para livro e peça de teatro no âmbito das comemorações dos 150 anos do seu nascimento, informa a autarquia. A apresentação do livro, com ilustrações de Cinara Saiónára, na Casa Museu Egas Moniz, em Avanca, decorre no sábado, pelas 15:00, segundo adianta uma nota de imprensa da Câmara de Estarreja. “Este conto revela a faceta lúdica e a transversalidade do neurocientista, num texto com 89 anos”, destaca a nota, revelando que já será feito “um momento de interpretação da obra” no lançamento do livro pelo Grupo de Teatro Infantil do Município de Estarreja (Trama). A estreia da adaptação teatral propriamente dita terá lugar só a 22 de junho, com encenação e adaptação de Leandro Ribeiro, encerrando as comemorações dos 150 anos do nascimento de Egas Moniz, iniciadas no ano passado. O programa comemorativo inclui ainda a exposição “Egas Moniz – Um Encontro”, patente até dia 24 na Casa da Cultura e o concerto de “Alma de Coimbra”, dia 31, no Cine-Teatro. As celebrações dos 150 anos do nascimento de Egas Moniz visam homenagear a vida e o legado do cientista nascido em Avança, no concelho de Estarreja, distrito de Aveiro.
Aurora Cunha, Zacarias Andias e Rosa Alice Branco entre os distinguidos pela Câmara de Aveiro
A votação para a aprovação das propostas decorreu, no período da ordem do dia, na reunião camarária desta quinta-feira. No total, foram escolhidas cinco personalidades que serão distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau prata e duas entidades que serão distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau cobre. Nos nomes propostos para personalidades está o de Aurora Cunha e o de João Neto. Aurora Cunha conquistou quatro das mais prestigiadas maratonas do mundo (Paris, Chicago, Tóquio e Roterdão), sagrou-se tri-campeã mundial de atletismo de estrada e foi novamente a madrinha de mais uma edição da Maratona Europa. João Neto é um ultramaratonista português reconhecido pelo compromisso com causas sociais, tendo sido o padrinho da Maratona Europa. Fernando Vasconcelos, Rosa Alice Branco e Zacarias Andias foram os restantes nomes sugeridos. Fernando Vasconcelos, ao longo do seu percurso, desempenhou funções como presidente do Conselho de Administração da Águas da Região de Aveiro (AdRA); Rosa Alice Branco é uma poetisa, ensaísta, investigadora e tradutora aveirense e Zacarias Andias foi um atleta do Galitos, remador nas Olimpíadas de 1952 e ajudou a empreender o Centro Social de Santa Joana Princesa. A Academia de Saberes e a Associação de Natação Centro Norte de Portugal foram as duas entidades escolhidas. A Academia de Saberes de Aveiro foi constituída em 2004, tendo como objetivos "promover, assegurar e manter uma integração harmoniosa dos cidadãos aposentados e pré-aposentados na sociedade" e "fomentando o espírito de cooperação, apoio mútuo e solidariedade entre os mais velhos, e canalizando os seus saberes em prol da comunidade", conforme se lê no seu site. A Associação de Natação Centro Norte de Portugal conta com atividade nas “quatro disciplinas da natação” e tem em atividade “cerca de milhares de atletas federados”, que representam cerca de “40 clubes da região”. A proposta foi aprovada pelo executivo com um voto contra no nome de Aurora Cunha e outro no nome de João Neto. A sessão solene, que decorre na próxima segunda-feira, contará com os discursos do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves e do presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, Luís Souto de Miranda assim como de um representante dos condecorados, em representação das instituições e personalidades distinguidas.
FNAM contra entrega da gestão do hospital de São João da Madeira à Misericórdia
A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, revelou essa posição à Lusa após uma reunião com profissionais de várias especialidades na sede da Unidade Local de Saúde do Entre Douro e Vouga (ULS EDV), que, a partir de Santa Maria da Feira, gere dezenas de unidades do distrito de Aveiro, entre as quais o referido equipamento de São João da Madeira e os hospitais de Ovar e Oliveira de Azeméis. “Há muito pouca informação sobre o assunto e os próprios médicos têm muito pouco acesso a dados sobre a entrega do hospital à Misericórdia”, declarou Joana Bordalo Sá. A responsável acrescentou: “mas somos contra essa medida, porque não percebemos qual o racional para isso e não há nenhum estudo que nos mostre qualquer benefício na mudança”. Para a presidente da instituição, “devem ficar na esfera pública os hospitais que foram pagos pelo Estado, que foram equipados pelo Estado e que estão a funcionar efetivamente bem, como é o caso do de São João da Madeira, que tem muitas consultas e onde se faz muita cirurgia de ambulatório”. Joana Bordalo Sá defendeu, por isso, que a entrega do hospital à Santa Casa “não serve verdadeiramente o Serviço Nacional de Saúde”, pelo que “deve manter-se na gestão da ULS EDV”. Em 12 de dezembro, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou pretender “retomar o caminho” de transferir para as Misericórdias responsabilidades na gestão hospitalar.