RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Atual presidente e vice disputam hoje a liderança do PS no distrito de Aveiro

Os militantes da Federação Distrital de Aveiro do Partido Socialista (PS) vão esta sexta-feira, 27 de setembro, a votos. Jorge Vultos Sequeira, presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira e atual líder da federação, e Hugo Oliveira, deputado na Assembleia da República e atual vice-presidente da federação, não chegaram a entendimento e são os dois candidatos à corrida. Hoje são também eleitos os 23 delegados do concelho de Aveiro ao congresso da distrital do PS.

Atual presidente e vice disputam hoje a liderança do PS no distrito de Aveiro
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
27 set 2024, 18:00

Sob o mote “Por Aveiro, pelo distrito inteiro”, Jorge Vultos Sequeira, à frente da Federação desde 2018, que se candidata, por esse motivo, ao último mandato, diz, em comunicado, que quer “continuar a envolver todos os militantes socialistas do distrito na reflexão sobre o futuro e na construção de soluções que promovam a democracia interna e que contribuam para escolhas competentes e vencedoras nos desafios que se avizinham”. Em nota, refere ainda que tem como objetivo a “aposta no rejuvenescimento do PS porque sem jovens não há futuro”, garantindo “a construção de projetos autárquicos fortes nos 19 concelhos do distrito, tendo já o apoio de todos os presidentes da Câmara do partido”.

Além destes autarcas, também Filipe Neto Brandão, deputado à Assembleia da República e líder da lista A da eleição dos delegados do concelho de Aveiro ao congresso da distrital, mostrou apoio à candidatura de Jorge Vultos Sequeira. Recorde-se que no concelho de Aveiro foram apresentadas três listas de delegados ao congresso da distrital e esta é a única que apoia este candidato [Jorge Sequeira]. A Ria tentou contactar Filipe Neto Brandão, mas, até ao momento, não obteve nenhuma resposta.

Paula Urbano Antunes, atual presidente da concelhia socialista de Aveiro, declarou também apoio à recandidatura do presidente distrital do PS, mas surge na lista A [da eleição dos delegados] como “suplente”.

Nascido em 1972, Jorge Vultos Sequeira é advogado e é licenciado pela Universidade de Coimbra. Foi formador em Direito Processual Penal no Centro de Estágio do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados. Destacou-se ainda como dirigente associativo, entre outros cargos, como diretor dos Bombeiros Voluntários de São João da Madeira e presidente do conselho fiscal de Jovens Ecos. No XVII Governo Constitucional, exerceu as funções de Chefe de Gabinete do Subsecretário de Estado da Administração Interna. É membro da Comissão Política Nacional do PS e atual presidente da Federação Distrital do PS de Aveiro.

“É só uma questão de escolha”

“Tempo de Fazer Mais” é o compromisso de Hugo Oliveira. Na moção de orientação política, lê-se, entre outros aspetos, que tem como missão “recuperar a dinâmica interna”, “liderar a agenda política com um consistente programa de atividade externa” e “envolver as autarquias e o poder local”.

Na sua página de Facebook, Hugo Oliveira escreveu, no dia anterior às eleições, que o “PS precisa de recuperar a sua dinâmica interna; de ser uma voz liderante com propostas que melhorem a vida das pessoas; de se envolver com o poder local, potenciando a sua proximidade às comunidades”.

Tal como o candidato anterior, há várias manifestações públicas de apoio declaradas a Hugo Oliveira, entre elas, Manuel Oliveira de Sousa, ex-líder da concelhia de Aveiro e ex-candidato a presidente da Câmara Municipal de Aveiro. Manuel Oliveira Sousa encabeça a lista B, por Aveiro, aos delegados ao congresso da distrital.

Também Sara Tavares, deputada do PS na Assembleia Municipal de Aveiro, apoia a candidatura de Hugo Oliveira, liderando uma terceira lista de delegados da concelhia de Aveiro ao congresso distrital, a lista B1. Em entrevista à Ria, Sara Tavares justificou o apoio a Hugo Oliveira pela “proximidade com o militante de base”. “É uma pessoa com muito abertura e que sempre que é necessário mantém o contacto para perceber os problemas que nos afligem”, confidenciou.

Questionada sobre a divisão do PS, [face às duas listas de apoio a Hugo Oliveira versus uma lista de apoio a Jorge Sequeira], Sara Tavares recusou a ideia e justificou que a opção se deve apenas a uma questão de “simpatia” com o candidato [Hugo Oliveira]. “Agora estamos divididos nesta escolha, mas hoje quem ganhar é o presidente da Federação e é com ele que irei trabalhar. Não há dúvidas nenhumas que estaremos todos juntos”, afirmou. “Foi tudo muito calmo. É só uma questão de escolha”, frisou.

Quanto às expectativas dos resultados, a coordenadora disse estar com “confiança” quanto à vitória de Hugo Oliveira. “Estou com confiança, mas no caso de ser o Jorge Sequeira será o meu presidente”, disse.

A Ria tentou ainda contactar Manuel Oliveira de Sousa, mas, até ao momento, não obteve nenhuma resposta.

Hugo Daniel Matos de Oliveira iniciou cedo a sua atividade profissional, logo aos 16 anos começou a trabalhar ao lado do seu pai numa pequena empresa de serviços de eletricistas, com sede em Estarreja. Após a formação no ensino secundário, ingressa na empresa Renault Cacia, no concelho de Aveiro. Foi porta-voz da Comissão de Trabalhadores.

No seu percurso partidário e político, Hugo Oliveira foi coordenador concelhio da Juventude Socialista de Estarreja e presidente da Comissão Política da Federação Distrital da Juventude Socialista. Foi membro da Assembleia Municipal de Estarreja entre 2009 e 2013 e entre 2017 e 2021. Integrou vários órgãos distritais do PS, durante a sua militância e entre 2018 e 2024 dedicou-se à dinamização da Federação Distrital de Aveiro do PS, tendo ocupado o cargo de vice-presidente.

Como deputado à Assembleia da República, cargo que desempenha desde 2019, é membro efetivo da Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão e membro suplente da Comissão de Defesa Nacional e da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação. Foi adjunto do Ministro das Infraestruturas e da Habitação no XXI Governo Constitucional e assessor político do Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, no mesmo Executivo. Desde 2022 frequenta o curso superior de Ciências da Comunicação, na Universidade Autónoma de Lisboa.

A eleição para a Federação Distrital de Aveiro do PS decorre hoje entre as 18h00 e as 23h00. Os resultados serão conhecidos logo depois.

Consulte aqui as diferentes listas:

Lista A - Efetivos

1 - Carlos Filipe de Andrade Neto Brandão

2 - Rosa Maria Tavares Santos Aparício

3 - Pedro Manuel Ribeiro da Silva

4 - Joana Patacão Zúquete

5 - Fernando Manuel Nogueira

6 - Catarina Maria Dias Pinheiro Peralta Feio

7 - André Filipe Ramos Mesquita

8 - Miriam Mariana Stepanivna Ribeiro Coelho

9 - Leonardo Dinis Oliveira Costa

10 - Marília Fernanda Correia Martins

11 - Ricardo de Jesus Madaíl

12 - Carla Susana de Almeida Rodrigues

13 - João Carlos Abrunhosa Amaral

14 - Maria Isabel Pereira Lopes Vila Chã

15 - João Ramiro Almeida Alves

16 - Maria Isabel Barros Parente

17 - Nuno Miguel Reis Baptista

18 - Maria Isabel de Almeida Velada

19 - Abdel Rafik Feio Mendes

20 - Ana Carla Macedo

21 - Américo Silva Gamelas

22 - Isabel Maria da Mota Pedro

23 - Armando França Rodrigues Alves

Lista B - Efetivos

1 - Manuel Oliveira de Sousa

2 - Ana Maria Seiça Neves Ferreira

3 - João Paulo M Sarmento Costa

4 - Andreia Santos Baptista

5 - Mário Augusto Marques Correia F Costa

6 - Ana Palmira Gaspar Albino Campos Cruz

7 - Pedro Miguel Rodrigues Oliveira

8 - Sara Sofia Soares Matos

9 - Pedro Jorge S. Vasconcelos Martins

10 - Ana Luísa Fernandes Pereira Cardoso

11 - Paulo Manuel Silva Barqueiro

12 - Sofia Manuela Almeida Cunha

13 - Paulo Ferreira dos Santos

14 - Sónia Cláudia Cruz Pião

15 - António Fernando Vieira Pinheiro

16 - Dora Maria Pereira Marcelino

17 - José Carlos Coelho Almeida

18 - Perpétua Rosa Henriques Carvalho Sousa

19 - Manuel Simões Rodrigues

20 - Jacinta Maria Pinto Sousa

21 - José Loreto Costa

22 - Joana Fonseca Valente

23 - Carlos Francisco Cunha Picado

Lista B1 - Efetivos

1 - Sara Tavares

2 - Nuno Simões

3 - Beatriz Ferreira

4 - Jorge Gonçalves

5 - Sílvia Martins

6 - João Barbosa

7 - Joana Ramos

8 - João Matos

9 - Sandra Barreto

10 - Daniel Lopes

11 - Sónia Aires

12 - Rui Machado

13 - Fausta Oliveira

14 - Rui Teixeira

15 - Rosa Pereira

16 - Ricardo Pereira

17 - Helena Mateus

18 - Ivo Nascimento

19 - Lurdes Vieira

20 - Jorge Ribeiro

21 - Ana Cunha

22 - André Oliveira

23 - Rosa Venâncio

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Em declarações à Agência Lusa, o candidato afirma que a estreia local é um sinal de que “as ideias têm feito sentido” para as pessoas. Recorde-se que Filipe Honório já tinha sido o número um do partido na candidatura ao círculo eleitoral de Aveiro nas últimas eleições legislativas. O candidato do Livre estabelece como objetivo “continuar a apresentar soluções para os problemas das pessoas”. Para o funcionário municipal, Santa Maria da Feira pode ter “grande qualidade de vida, com habitação acessível, espaços verdes e um centro cultural a nível nacional”, mas precisa de “virar a página para o futuro e progresso”. Filipe Honório nasceu Leiria, é licenciado em Gestão de Empresas e mestre em Relações Internacionais com especialização em Estudos Europeus. O candidato trabalha há quase dois anos como técnico superior na Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Atualmente, reside em São João da Madeira. O candidato do Livre junta-se agora ao presidente da autarquia, Amadeu Albergaria, que se candidata pelo PSD, a Márcio Correia, candidato pelo PS, e a Eduardo Couto, candidato pelo BE, na corrida à autarquia.

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Os concertos no palco principal, o Palco Estibordo, acontecem todos os dias às 22h00. Matias Damásio é quem abre as festividades, no dia 13, dia 14 sobe a palco Ana Moura, dia 15 é a vez de Mickael Carreira, dia 16 atua Rui Veloso e a agenda fica fechada com Luís Trigacheiro, no dia 17. No Palco Bombordo, onde os artistas arrancam a partir das 23h30, há espaço para Aura, dia 13, Manuscrito, dia 14, Shhh Noise, dia 15, Tangerina não é Clementina, dia 16, e Hard-Zeppelin Tribute, dia 17. No centro da festa vai estar sempre o bacalhau e, divididas por dez tasquinhas e dois bares de petiscos, vão estar doze associações culturais a confecionar pratos a partir do peixe. No Pavilhão Âncora acontecem 15 showcookings com o bacalhau como ingrediente principal e, no mesmo pavilhão, realiza-se a habitual Mostra de Artesanato de inspiração marítima e o Mercado do Bacalhau. Este ano, o Brasil é o país convidado. No festival vai estar presente uma comitiva de Paraty, cidade geminada com Ílhavo, que vai ter também um espaço dedicado no Pavilhão Âncora. O ponto alto da participação brasileira vai acontecer a 15 de agosto com a receção oficial à comitiva e com o showcooking de Bolinho de Bacalhau com Aipim, promovido por Luciana Guimarães. A autarquia de Ílhavo destaca o aumento do investimento nas infraestruturas de apoio e afirma que o festival vai ser apoiado com cerca de 475 mil euros. No evento, que a Câmara Municipal diz ser "o maior do ano" no concelho, vão participar perto de 50 colaboradores e 500 voluntários.

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Erro da nacional do PSD obriga PSD/CDS/PPM a alterar nome da coligação em Aveiro
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Num acórdão (N.º 795/2025) datado de ontem, 12 de agosto, ao qual a Ria teve acesso, o Tribunal Constitucional (TC) indeferiu o pedido apresentado pelo secretário-geral do PSD, Hugo Soares, que pretendia “corrigir” a denominação da coligação para “Aliança Mais Aveiro”, depois de um lapso cometido pela própria direção nacional do partido, ao apresentar um pedido inicial para a criação de uma coligação denominada “Aliança Com Aveiro”, ou seja, o nome da anterior coligação liderada por José Ribau Esteves. Apesar do recurso apresentado por Hugo Soares, o Tribunal Constitucional esclarece que não houve qualquer lapso de escrita no requerimento inicialmente apresentado pelo PSD, mas sim uma tentativa de alterar a denominação oficial já validada e que essa alteração é ilegal depois do prazo previsto na Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais. A lei obriga que o nome, a sigla e o símbolo da coligação sejam anunciados publicamente e comunicados ao Tribunal Constitucional até ao 65.º dia anterior à eleição. Para as autárquicas de 12 de outubro, esse prazo terminou a 8 de agosto. No requerimento inicial - subscrito pelo PSD, CDS e PPM - e nos anúncios publicados no Jornal de Notícias e no Correio da Manhã, a 29 de julho, constava, erradamente e por culpa do próprio partido, o nome “Aliança Com Aveiro”. Foi com base nesses elementos que o TC, a 30 de julho, anotou a coligação com essa designação. Só ontem, dia 12 de agosto, por email e já fora de prazo, Hugo Soares enviou ao Tribunal o acordo interno onde surgia a expressão “Aliança Mais Aveiro”, alegando tratar-se de um lapso. O TC recusou, frisando que tal mudança exigiria nova publicação nos jornais - algo legalmente impossível nesta fase. A decisão mantém assim nos boletins de voto e na documentação oficial a marca “Aliança Com Aveiro”, implementada por Ribau Esteves. A direção da candidatura liderada por Luís Souto, contactada pela Ria, confirma esta informação, mas esclarece que este é também um “não-assunto” para a candidatura. Apesar disso, a Ria sabe que esta decisão está a atrasar a entrega das listas da coligação, pois agora é necessário que todos os candidatos voltem a assinar a documentação, com a nova denominação da coligação. Simultaneamente, falta perceber a estratégia que será agora seguida pela candidatura relativamente aos outdoors que já estão na rua, tal como as páginas das redes sociais, que, com esta decisão do Tribunal Constitucional, têm agora a denominação errada e poderão confundir os eleitores.

Portagens: Chega-Aveiro quer criar “Consórcio Anti-Pórticos” com municípios vizinhos
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Diogo Soares Machado atira para PS, PSD e CDS a responsabilidade da não eliminação dos pórticos urbanos de Aveiro da A17 e da A29, bem como das portagens da A25 em Esgueira, no Estádio e em Angeja. O candidato critica a Câmara Municipal, o presidente Ribau Esteves, os partidos e o candidato da “Aliança” Luís Souto por estarem “calados como ratos” depois do primeiro-ministro ter prometido a eliminação das portagens durante a campanha eleitoral. Na publicação, o cabeça-de-lista do Chega aponta que o peso das portagens é “proibitivo” e deixa os aveirenses sem alternativa, o que conduz ao entupimento do trânsito na EN109 e à perda de competitividade do Porto de Aveiro. Para resolver o problema, o Chega propõe exercer pressão institucional junto do governo, a começar pela exigência de uma reunião com o Ministro das Infraestruturas nos primeiros 30 dias de mandato. A candidatura pretende ainda levar à Assembleia Municipal uma moção vinculativa que peça a eliminação imediata dos pórticos da A25 em Aveiro e a extinção de todos os troços ainda pagos na A17 e A29 que abranjam a cintura urbana de Aveiro. Diogo Soares Machado defende ainda o estabelecimento de um bloco regional através da criação de um “Consórcio Anti-Pórticos” com os municípios vizinhos que ainda são afetados pelas portagens. O recurso aos tribunais também não é excluído: o Chega quer encomendar um parecer jurídico para “impugnar os contratos de concessão que perpetuam desigualdades” e admite procurar os tribunais europeus por violação do princípio da coesão territorial. Enquanto as portagens não são extintas, o candidato propões recorrer a medidas locais de alívio. Para que diminuir o peso dos pórticos nos ombros dos aveirenses, propõe reconfigurar a EN109 com faixas BUS/Bici para absorver o tráfego urbano desviado da A25 e negociar com a Infraestruturas de Portugal a instalação de sinalização inteligente para gerir congestionamentos em tempo real.

Alberto Souto entrega listas do PS no Tribunal de Aveiro com várias caras novas
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Alberto Souto entrega listas do PS no Tribunal de Aveiro com várias caras novas

De acordo com o candidato, é um sinal de que a candidatura é agregadora e conseguiu juntar pessoas que não têm militância partidária. É o caso de Rui Castilho Dias e Marta Ferreira Dias, terceiro e quarto candidatos à CMA, que aparecem nas listas sem experiência política. Alberto Souto afirma que não é um problema, uma vez que “não é preciso tirar um curso” para estar na política. Por outro lado, enaltece a importância de ter candidatos com diferentes competências e percursos, o que até torna o processo mais fácil se os eleitos tiverem de assumir diferentes pelouros. De acordo com Alberto Souto, fica a mensagem de que os consensos são “fáceis e possíveis” quando diferentes aveirenses discutem a sua terra. Embora a intenção tenha sido levar a cabo uma “renovação profunda”, Alberto Souto dá destaque também a um “sinal de continuidade”. O candidato recusa algum tipo de afastamento em relação à anterior concelhia do partido, liderada por Manuel Sousa, ex-candidato socialista à CMA nas eleições autárquicas de 2017 e 2021, e dá o exemplo de Fernando Nogueira e Rosa Venâncio, que dão o salto da vereação para a lista de candidatos à Assembleia Municipal, como pessoas que garantem a continuidade. A candidatura à Assembleia Municipal é liderada pela ex-deputada à Assembleia da Républica (AR), Cláudia Cruz Santos, também presente na entrega das listas de candidatos no Tribunal de Aveiro. À Ria, a cabeça-de-lista diz que aceitou o convite a integrar as listas do PS por se rever na proposta liderada por Alberto Souto e por acreditar que tem algo a acrescentar. Cláudia Cruz Santos, que nasceu e reside em Aveiro, relembra que presidiu à Comissão Eventual para acompanhamento da Agenda Anticorrupção e que foi vice-presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais na AR, o que considera que deu-lhe uma “útil experiência em contextos de conflitualidade e de opinião diversa”. Nesse sentido, a candidata afirma ter competências para mudar o “estilo autoritário e pouco atento que se tem cultivado” na Assembleia Municipal de Aveiro. Vinte anos volvidos desde que deixou de ser presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Alberto Souto afirma que “se não sentisse energia e vontade de fazer diferente” não voltava a entrar na corrida à autarquia. Contudo, considera-se hoje “mais prudente” e “sem ilusões” em relação à “capacidade do Estado de ajudar a resolver problemas”. Nesse sentido, o candidato critica a “inércia confrangedora” do Estado, que deixou parados alguns projetos durante 20, 30 ou 40 anos, conforme diz já ter vindo a apresentar na sua rubrica de Facebook “Rota das Oportunidades”. No que diz respeito à gestão das contas públicas, Alberto Souto promete que “o que aconteceu há 20 anos não volta a acontecer”, numa referência direta à sua gestão financeira. De acordo com o ex-presidente da autarquia aveirense, o que desequilibrou a tesouraria foi a construção do Estádio Municipal de Aveiro, um processo em que considera ter sido duplamente “defraudado” pelo Estado. Primeiro, porque os pressupostos financeiros segundo os quais a CMA se candidatou não foram cumpridos, ou seja, o valor do Estádio foi muito superior àquilo que tinha sido apontado pela Federação Portuguesa de Futebol. Depois, porque o envelope de apoio financeiro teve de ser dividido pela construção de dez estádios, mais quatro do que os inicialmente previstos. Não obstante, Alberto Souto “não esquece” que a decisão da construção do Estádio foi aprovada por unanimidade numa Câmara com maioria de vereadores do PSD e do CDS (três vereadores eleitos pelos sociais-democratas e dois centristas, contra quatro socialistas). Apesar dos problemas, Alberto Souto lembra que a Câmara “tinha muitas obras em curso e alterou a realidade de Aveiro”. “Das mil coisas que fizemos, houve uma que correu mal, à qual fomos alheios”, conclui. A “prudência” não é sinónimo de fazer menos, garante o candidato, que se propõe a cumprir com aquilo que constar do seu programa, ao qual chama um “guião” para o próximo mandato. No entanto, Alberto Souto entende que, antes de fazer promessas, precisa de avaliar a situação financeira da CMA. O ex-autarca recorda que “houve muitos concursos a serem abertos” no último ano que podem ter impacto nas contas da autarquia, deixando no ar aquilo que já vários candidatos autárquicos apontam como uma certeza: a subida significativa da dívida da autarquia no ano de 2025 – até porque representa o ano do investimento de mais de 22 milhões de euros na construção do Pavilhão ‘Oficina do Desporto’, uma obra integralmente suportada por via de uma empréstimo bancário contraído pela autarquia. Embora confie na seriedade dos serviços financeiros da Câmara, acredita que só depois de falar com eles é que poderá avaliar a necessidade de uma auditoria às contas do município (uma proposta que, recorde-se, o Chega já apresentou). Alberto Souto aponta algumas “situações estranhas” no urbanismo, mas assume que também não está interessado em fazer uma “caça às bruxas” pós-eleitoral. Como principais preocupações, Alberto Souto volta a destacar a habitação, os espaços verdes e a mobilidade, campos em que diz que o Município de Aveiro tem ficado para trás ao longo dos últimos anos. Alberto Souto já tinha prometido e acabou por se confirmar: a lista do Partido Socialista à Câmara Municipal apresenta-se numa lógica de renovação profunda. Depois do partido ter sofrido uma dos piores resultados eleitorais da sua história, nas eleições autárquicas de 2021, o atual candidato socialista – um dos maiores críticos da estratégia seguida nessas eleições – opta agora por muitas caras novas, com uma maioria significativa de candidatos independentes, sem qualquer filiação partidária. Alberto Souto está consciente do desafio eleitoral que tem pela frente e a ausência total de candidatos repetentes na lista à Câmara, bem como a integração de independentes de perfil técnico e académico, indicam da melhor forma a preocupação do candidato socialista em alargar a base eleitoral do PS-Aveiro e conquistar setores fora do aparelho partidário. Uma espécie de único caminho para a vitória. Nenhum dos candidatos que integram a lista à Câmara Municipal transita da lista apresentada nas últimas eleições autárquicas, sendo que apenas Alberto Souto e Paula Urbano Antunes já ocuparam anteriormente funções como autarcas. Esta última, tal como a Ria já tinha avançado, era um dos nomes mais falados para integrar a equipa de Alberto Souto. A atual presidente da concelhia do PS-Aveiro foi sempre vista como um ‘braço direito’ do candidato socialista e acaba, sem surpresas, por ser escolhida como número dois à Câmara Municipal. É licenciada em Psicologia pela Universidade de Coimbra e desde 1997 que o seu percurso profissional tem sido no Centro de Emprego de Aveiro (IEFP), onde ainda no início de 2024 viu a sua comissão de serviço ser renovada, por mais três anos, como subdelegada Regional do Centro. Logo de seguida, entre os nomes em destaque, estão dois independentes: Rui Castilho Dias e Marta Ferreira Dias – ambos com ligação à Universidade de Aveiro. O primeiro é licenciado em Administração Pública pela Universidade de Aveiro e é atualmente manager na Minsait, uma consultora da área da tecnologia, inovação e modernização digital. No seu percurso profissional, disponível no Linkedin, para além de passagens pela Deloitte e pela PT Inovação, encontram-se várias experiências em projetos europeus, como o Aveiro Tech City, e uma experiência na Agência para a Modernização Administrativa, onde participou na implementação do “Espaço do Cidadão” e da “Loja do Cidadão”. Destaca-se ainda o seu cargo na atual direção da Ciclaveiro, uma associação aveirense promotora do uso de bicicleta que se tem afirmado ao longo dos últimos anos como muito crítica da estratégia seguida pelo Município de Aveiro na área da mobilidade. Já Marta Ferreira Dias, uma das maiores surpresas, é doutorada em Economia pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, e mais um elemento que entra nas listas de Alberto Souto com ligação direta à Universidade de Aveiro, onde tem feito carreira ao longo dos últimos 25 anos. Atualmente é professora associada no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial e Turismo (DEGEIT-UA), investigadora na Unidade de Investigação em Governação, Competitividade e Políticas Públicas (GOVCOPP) e ainda diretora da Licenciatura em Economia. A candidatura à Câmara é ainda composta por mais três pessoas ligadas à Universidade de Aveiro: Susana Sardo e Óscar Mealha, ambos professores catedráticos no Departamento de Comunicação e Arte (DECA-UA), e ainda Leonardo Costa – um jovem que tem sido visto por diversas vezes ao lado de Alberto Souto, sento atualmente gestor de projetos na agência de publicidade aveirense Amazing Factory e ainda professor adjunto convidado da Licenciatura em Gestão Pública da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA-UA). Leonardo Costa, segundo informações recolhidas pela Ria, é uma escolha exclusiva de Alberto Souto, não tendo sido indicado pela concelhia da Juventude Socialista (JS). Já na lista à Assembleia Municipal, Alberto Souto opta por um equilíbrio entre a renovação e a manutenção de quadros com experiência em órgãos municipais. Tal como anunciado em primeira mão pela Ria, a lista será liderada por Cláudia Cruz Santos, ex-deputada à Assembleia da República, eleita como independente nas listas do PS, e professora associada da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Seguem-se Fernando Nogueira e Rosa Venâncio, ambos a transitar de vereadores da oposição, e João Ribeiro, independente e diretor delegado dos Serviços de Ação Social da UA. A lista inclui também Rosa Aparício, líder das Mulheres Socialistas da concelhia PS-Aveiro, e nomes que repetem presença na lista, face a 2021, como Jorge Gonçalves, Sara Tavares e João Sarmento (líder da JS-Aveiro), mas agora em lugares elegíveis. Por último, a fechar a lista à Câmara Municipal destaca-se ainda a escolha de Vasco Sacramento, neto do histórico aveirense Mário Sacramento e atualmente proprietário de uma das maiores agências de agenciamento e produção cultural, em Portugal, com escritórios em Aveiro – a Sons em Trânsito. Também a fechar a lista à Assembleia Municipal pode-se encontrar Pedro Pires da Rosa. Visto como um dos melhores elementos da bancada do PS na Assembleia Municipal de Aveiro, o também ex-presidente da concelhia do PS-Aveiro acaba por, surpreendentemente, não continuar nas mesmas funções, mas não quis deixar de dar um sinal simbólico de apoio a Alberto Souto com a sua participação a fechar a lista à Assembleia Municipal. A Ria sabe que nos bastidores do partido vive-se um clima de grande otimismo em relações às próximas eleições autárquicas. Vários militantes socialistas, abordados pela Ria, afirmam que este é o ano do "tudo ou nada" e apontam como grandes vantagens competitivas nesta disputa eleitoral a saída de José Ribau Esteves, a "desunião que se sente no PSD-Aveiro com várias demissões na concelhia" e a "inexperiência" que apontam a Luís Souto e que, recordam, foi também uma das críticas dirigidas ao candidato social-democrata pelo próprio Ribau Esteves. Apesar disso, o aparelho socialista está muito expectante relativamente ao resultado do Chega, apesar de acreditarem que o crescimento deste partido terá mais impacto no eleitorado da coligação 'Aliança Mais Aveiro'. Paula Urbano Antunes Rui Castilho Dias Marta Ferreira Dias Leonardo Costa Isabel Vila-Chã Pedro Roseiro Susana Sardo Óscar Mealha Nuno Marques Pereira Ana Rita Cunha Vasco Sacramento Cláudia Cruz Santos Fernando Nogueira Rosa Venâncio João Ribeiro Rosa Maria Aparício Jorge Gonçalves Sara Tavares João Sarmento Catarina Feio Nuno Baptista Sílvia Martins João Amaral Cláudia Oliveira Santos Miguel Araújo Francisca Nicolau Duarte Ferreira Dias Miriam Coelho Tiago Nunes Ana Cristina Diniz André Mesquita Marta Maia Santos Regina Alves Diogo Carqueijo Ivone Lopes Nuno Simões de Oliveira Isabel Velada Pedro Pires da Rosa

“Sentir Aradas” já entregou a lista de candidatos às autárquicas no Tribunal de Aveiro
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“Sentir Aradas” já entregou a lista de candidatos às autárquicas no Tribunal de Aveiro

De acordo com o “Sentir Aradas”, a lista de candidatos às eleições autárquicas teve cerca de 400 assinaturas. O primeiro proponente do projeto que volta a ser encabeçado por Gilberto Ferreira foi Jorge Nascimento, ao passo que João Carvalho e Silva é o mandatário da lista. Os independentes escrevem que o movimento é “a continuidade de um trabalho realizado ao longo dos últimos quatro anos” e é fruto da vontade de cidadãos “de vários quadrantes políticos, da esquerda à direita”, cujo único objetivo é “fazer mais e melhor” por Aradas. Recorde-se que, em 2021, o “Sentir Aradas” foi a segunda força política mais votada para a Junta de Freguesia e elegeu três membros, à semelhança do PS/PAN, menos quatro do que a “Aliança”. A autarquia é governada por Catarina Barreto, que tenta agora uma terceira eleição.