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Firmino Ferreira (PSD): ‘Foi um processo muito rápido, não deu para conversar com ninguém’"

Desde que Firmino Ferreira, presidente do PSD-Aveiro, foi indicado para deputado na lista às eleições legislativas, pelo círculo de Aveiro, a estrutura local perdeu mais três elementos: Ângela Almeida, Bruno Costa e Carla Almeida Luís. As águas agitadas levaram os dirigentes a reunirem na noite da passada quinta-feira, 27 de março, na sede do partido, onde Firmino esclareceu a equipa do “desenvolvimento dos últimos dias”.

Firmino Ferreira (PSD): ‘Foi um processo muito rápido, não deu para conversar com ninguém’"
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
28 mar 2025, 20:24

No dia em que foi anunciada uma nova demissão no PSD-Aveiro, Firmino Ferreira começou por referir à Ria que a reunião da Comissão Política de ontem à noite foi “muito participada” e que colocaram em cima da mesa “tudo aquilo que entendíamos e que podíamos dizer, sobretudo o desenvolvimento dos últimos dias e, portanto, no final, como é noticiado, existiu a demissão de mais um elemento”, afirmou. Relembre-se que Firmino Ferreira foi anunciado na passada quarta-feira, 26 de março, pela direção nacional do PSD, em 11.º lugar na lista de deputados pelo círculo de Aveiro, contrariamente ao esperado. A indicação da estrutura local para a distrital recaía sob Ângela Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Esgueira e deputada na legislatura cessante.

Sobre a oitava demissão no partido, desta vez de Carla Almeida Luís, Firmino Ferreira não avançou com a razão para tal, referindo que “lamenta todas as demissões”. “Prejudicam claramente o PSD e o CDS, em termos das legislativas e das autárquicas, mas têm múltiplas razões conhecidas. Não há aqui uma linha única para acontecerem. Portanto, cada elemento que se demitiu apresentou a sua razão e são razões que se prendem com os mais diversos aspetos e, portanto, não têm uma única razão”, explicou.

Confrontado com as declarações de Bruno Costa, que se demitiu também da Comissão Política, na passada quinta-feira, em que admitia que a sua decisão se prendia com o facto de não ter sido anteriormente informado por Firmino Ferreira de que este último integraria as listas de deputados, o presidente do PSD-Aveiro justificou que não teve nenhuma reunião com a sua equipa, porque o processo de substituição [de Ângela Almeida por si próprio] foi “muito rápido”. “Fui abordado já na quarta-feira da parte de tarde, com uma Assembleia Municipal à noite, portanto, com um conjunto de motivos que não me permitiram, de facto, falar com eles”, disse. “Foi um processo muito rápido, não deu aqui grande oportunidade de conversar com ninguém em particular, apenas me foi questionada a possibilidade de integrar a lista de candidatos da Assembleia da República e, portanto, (…) eu nem sequer tive grande tempo para poder abordar muito a questão”, completou.

Neste seguimento, Firmino Ferreira contextualizou ainda à Ria como decorreu o processo da escolha do representante local na lista de deputados, avançando ainda que Óscar Ratola, nome falado nos corredores do partido como eventual candidato à Junta de Freguesia de Santa Joana, também manifestou interesse em ser candidato a deputado. “Nem sequer estava em causa o meu nome (…). Existiram três nomes que manifestaram disponibilidade para integrar a lista: Ângela Almeida, Catarina Barretoe o Óscar Ratola. Portanto, foram três pessoas que se disponibilizaram. A companheira Catarina Barreto enviou um e-mail para a Comissão Política, antes das votações, a comunicar que em nome da unidade retirava a sua candidatura. O Óscar Ratola entendeu fazer o mesmo antes da votação, invocando o mesmo motivo. Por isso, a indicação de Ângela Almeida foi votada, como noticiado, por unanimidade. E pronto, até determinada fase do campeonato, nós estivemos à espera que tudo corresse dentro da normalidade”, contou.

Questionado sobre os motivos de rejeição, por parte da Distrital e da Nacional, da indicação de Ângela Almeida, o presidente do PSD-Aveiro referiu que não compete a si divulgá-los, não querendo avançar se estava relacionado com o caso da licenciatura da atual presidente da Junta de Freguesia de Esgueira. “Portanto, apenas já na quarta-feira, da parte de tarde, a seguir ao almoço, eu tive esse contacto da Distrital a perguntar se eu não me importaria, no seguimento de uma conversa que houve entre alguns elementos, penso eu, da Distrital, e que acharam que o meu nome seria consensual e que eu poderia desempenhar essas funções. Portanto, apenas me questionaram e eu respondi que sim”, insistiu. “Não me foi comunicado [o motivo da retirada de Ângela Almeida das listas]. Eu percebi pelo desenrolar, porque ia perguntando se estava tudo a correr bem, até porque estava preocupado inclusivamente com o lugar de Aveiro e, portanto, percebi que havia alguma coisa que não estava a correr bem, mas sempre me convenci que a situação fosse resolvida”, continuou.

Interpelado se um desses motivos se devia a Ângela Almeida ter recusado assumir a liderança do PSD-Aveiro após a demissão de Simão Santana, tal como noticiado pela Ria, o presidente do PSD-Aveiro realçou que “não tem nada a ver com isso”. “Não me compete a mim divulgá-los. A mim apenas me compete dizer que, perante a impossibilidade de Ângela Almeida ser a candidata, fui confrontado com esse desafio, que muito me honra, naturalmente, e que decidi aceitar pelo facto de achar que posso dar o meu contributo para defender os projetos necessários para o país e sobretudo para o distrito e para o Município de Aveiro”, referiu.

Relembre-se que a lista de deputados pelo círculo de Aveiro foi divulgada no dia em que a Ria avançou com a notícia de que Ângela Almeida não era licenciada pela Universidade de Aveiro (UA), tal como se apresentava.

À Ria, Firmino Ferreira adiantou ainda que não tinha a convicção de integrar a lista de deputados por Aveiro, realçando que “houve outras possibilidades” e que o seu nome não foi o único nome do PSD-Aveiro discutido nas reuniões entre a Distrital e a Nacional para integrar as listas. “A minha preocupação estava sobretudo em ajudar o processo autárquico de Aveiro e naturalmente continuar a apoiar o nosso futuro candidato a primeiro-ministro, Luís Montenegro. Esses eram os meus desejos… (...) A minha preocupação era de facto ajudar o Município de Aveiro e o nosso candidato [à Câmara Municipal de Aveiro] Luís Souto”, sublinhou, não querendo adiantar mais detalhes sobre quem seriam os nomes das “outras possibilidades”. O presidente da concelhia disse ainda que Luís Souto só soube do convite “da parte de tarde” de quarta-feira.

Relativamente à situação do PSD-Aveiro, face às últimas demissões, Firmino Ferreira garantiu à Ria que para a Comissão Política “cair” ainda haveria “um conjunto de pessoas que se teriam de demitir”. “Segundo sei uma Concelhia pode funcionar com sete elementos, portanto, ainda temos mais do que isso… Um número significativo de pessoas”, afirmou.

Numa fase final, a Ria questionou ainda o presidente da concelhia do PSD-Aveiro, relativamente, à situação de Ângela Almeida [que, no entretanto, acabou também por se demitir da Concelhia], referindo este que, sobre a sua “companheira”, não iria fazer qualquer comentário. “Eu consigo compreender todas as demissões, todas as ações individuais (…) porque estamos num país e num partido completamente democrático e eu só tenho que respeitar aquilo que são as decisões dos meus companheiros”, exprimiu.

Sobre a possibilidade desta se demitir da Junta de Freguesia de Esgueira, Firmino Ferreira opinou que “não” vê que haja aqui “um paralelismo entre aquilo que aconteceu e aquilo que é a sua função enquanto presidente de Junta”. “A nossa companheira Ângela Almeida foi eleita pela sua população. Portanto, não serei eu, nunca, que acharei que a Ângela não deve continuar. Embora, eu ache que [não] o deva fazer”, reforçou.

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No caso da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, há nesta fase pelo menos três nomes em cima da mesa. Gonçalo Carvalho, antigo presidente da Associação de Andebol de Aveiro, e Fernando Marques, que tem o mesmo nome do atual presidente da Junta de Freguesia pois é seu filho, são nomes falados por vários militantes sociais-democratas como eventuais candidatos pela coligação PSD/CDS/PPM. Bruno Ferreira, atual tesoureiro no Executivo da Junta de Freguesia, tem sido surpreendentemente apontado por várias pessoas como possível candidato independente apoiado pelo PS. Contactado pela Ria, o militante social-democrata Gonçalo Carvalho referiu estar “sempre disponível” para ajudar o partido naquilo que for necessário. “[É necessário] malta mais nova ajudar e eu estou sempre disponível, seja na Glória Vera Cruz ou em outras zonas”, afirmou. Questionado se já mostrou essa disponibilidade a Luís Souto, candidato do PSD/CDS/PPM à Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Gonçalo referiu que formalmente “não”. “Vamos sempre falando não só com o Luís, mas até com pessoas que saíram da Comissão Política, pessoas que não estão no ativo no partido, as conversas vão sempre surgindo”, disse. “Eu acho que até a Ria sabe primeiro quando é que eu vou ter a conversa do que propriamente eu”, brincou. Também Fernando Marques, filho do atual presidente da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, exprimiu à Ria estar disponível para assumir esse lugar. “Eu sou um munícipe tecnicamente habilitado para um cargo autárquico. Tenho um mestrado em Planeamento Regional e Urbano, sou auditor em Contratação Pública pela Universidade de Coimbra, estou a fazer as unidades curriculares do mestrado de Administração e Políticas Públicas. Por outro lado, tenho feito um discreto e eficiente trabalho autárquico (…). O último argumento que gostaria que fosse utilizado é de ser filho de... Será por méritos próprios e não por ser seu herdeiro, passo a expressão”, relembrou. Tal como Gonçalo, Fernando Marques avançou que também não falou com Luís Souto. “Eu disponível para a comunidade estou sempre, mesmo quando ninguém me pediu nada. Eu sempre tomei a iniciativa de trabalhar para a comunidade, mas discreto e sempre presente”, afirmou. “Não tenho nenhum comentário a conversas ocorridas ou não ocorridas”, acrescentou. Contactado pela Ria, Bruno Ferreira, atual tesoureiro da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, não quis fazer comentários. “Tudo a seu tempo”, declarou. Recorde-se que o atual presidente da Junta de Freguesia, Fernando Marques, um histórico autarca do Município de Aveiro, não se poderá recandidatar fruto ter atingindo o limite de mandatos possíveis, depois de 12 anos na liderança da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz. É provável que as próximas semanas tragam novos desenvolvimentos.

Música, teatro, comédia, cinema e atividades para as escolas em abril no Teatro Aveirense
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O mês de abril traz ao Teatro Aveirense um conjunto de propostas em diferentes áreas, convocando a música, o teatro, a comédia, o cinema e as atividades para as escolas. O início do mês é marcado pela celebração da Revolução dos Cravos com a companhia Mala Voadora, que traz a Aveiro o seu espetáculo 25 de abril de 1974, encenado por Jorge Andrade, a ser apresentado em exclusivo para a comunidade escolar nos dias 3 e 4 de abril. Para além de dar a conhecer os factos que garantiram a instauração de uma democracia em Portugal, esta criação estabelece com o seu público um diálogo em torno dos mecanismos de construção da ficção e da manipulação da realidade. No dia 6 de abril, o Teatro Aveirense apresenta-se fora de portas com Jacarandá, um espetáculo de marionetas, de Adriana Melo e Magnum Soares, que se revela sob a forma de solo intimista e sem palavras numa viagem pelas profundezas da natureza. Encontro marcado às 16h00 no Auditório da Sociedade Musical de Santa Cecília, em São Bernardo, com entrada gratuita. Uma iniciativa do programa municipal Aveiro em Família para maiores de 6 anos. Na semana seguinte, no dia 10 de abril, será a vez de os Marquise se apresentarem em palco, integrados no ciclo Novas Quintas, com o qual o Teatro Aveirense tem revelado nomes emergentes da música nacional. Os Marquise são um quarteto nascido no Porto com uma clara influência do rock alternativo dos anos 90. Em 2023 lançaram um EP de estreia que rapidamente os destacou no panorama nacional emergente e acabam de apresentar o primeiro álbum. O dia 11 de abril terá como destaque o fenómeno Amigos da Treta, projeto criado em 1997 e que se apresenta no Teatro Aveirense com José Pedro Gomes e Aldo Lima a darem corpo às personagens Zezé e Jóni. A música regressa no dia 19 de abril com o concerto de encerramento do XXII Estágio da Orquestra dos Jovens dos Conservatórios Oficiais de Música, iniciativa que irá decorrer no Teatro Aveirense entre os dias 16 e 19 de abril, com um momento público na sua derradeira data. Nos dias 22 e 23 de abril o Teatro Aveirense volta a receber a Festa do Cinema Italiano, que nesta edição propõe os filmes “Confidência”, de Daniele Luchetti, Diva Futura; “Cicciolina e a Revolução do Desejo”, de Giulia Louise Steigerwalt; “O Lugar do Trabalho”, de Michele Riondino e “A Grande Ambição”, de Andrea Segre. No cinema existe ainda a programação da rubrica “Os Filmes das Nossas Terças”, este mês preenchida com os filmes “Monsieu Aznavour”, de Mehdi Idir e “Grand Corps Malade,” no dia 1 de abril, “Lulu”, de Pedro Anjos, no dia 8, e “Diamante Bruto”, de Agathe Riedinger, no dia 15. A estes filmes junta-se a antestreia de “A Última Meia”, no dia 24 de abril, uma curta-metragem de animação de Carolina Batista que contou com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro. O mês completa-se com o espetáculo “Refugiado”, no dia 30 de abril, encenado e interpretado por Paulo Matos, que se debruça sobre o tema da migração, relatando a epopeia de um homem que foge do seu país de origem para procurar um futuro possível num outro lugar. A programação na íntegra pode ser consultada aqui

Ribau Esteves seguro da herança que deixa a Aveiro, mas PS critica as opções
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Fernando Nogueira, vereador eleito pelo Partido Socialista (PS), deu nota de que “um saldo de gerência de 33,5 milhões e uma execução da despesa orçamentada da ordem dos 57% é bastante inferior àquilo que era esperado”. Para o socialista houve “alguma incapacidade de realizar aquilo a que a Câmara se propôs” e “alguma aposta parcialmente errada, pelo menos no exercício corrente, de realizar a sua despesa em projetos e propô-los a financiamento”. “A Câmara apresenta liquidez por não conseguir concretizar alguns projetos de montante elevado em carteira, independentes desse financiamento, e embora esteja justificado pela incapacidade de realização em despesa de capital não deve ser ignorado o indicador de alerta precoce de desvios orçamentais face ao que ele pode representar em termos de comportamento sobre orçamentação”, alertou Fernando Nogueira. O vereador apontou ainda que apesar de reconhecer “algumas melhorias” no espaço público, as obras destacadas por José Ribau Esteves, como a do monumento invocativo à Muralha, “foram processos quase unipessoalmente tratados com muitas críticas às opções e com muita falta de consenso sobre o que elas representam, custaram e o que trazem de bom”. Fernando Nogueira revelou ainda preocupação relativamente ao aumento de turismo, referido por Ribau Esteves, considerando que este “sucesso” adveio da abertura do Rossio, projeto ao qual os socialistas referem ter tido “uma grande resistência”. “(…) Devíamos ter mais cuidado relativamente ao que queremos para a cidade em termos do turismo. Aquilo que é resultado positivo hoje, pode, a longo prazo, ser negativo como tem sido em muitos sítios”, reparou. O socialista criticou também a falta de capacidade do atual executivo de “fazer pontes” nas tomadas de decisão. “É uma marca deste executivo e desta governação a falta de discussão política”, considerou. “Falar de discussão pública quando ela foi sempre adversativa, de combate, de oposição sem nenhuma tentativa de antes de tomar decisões reunir para procurar algumas linhas de contacto é uma marca, em geral, destes mandatos e desta maneira de estar na política”, entendeu Fernando Nogueira. À Ria, José Ribau Esteves apontou que o seu executivo vai deixar “coisas positivas” a Aveiro. “Nós ganhamos [as eleições] com claríssima maioria, portanto governamos a executar o nosso programa com toda a intensidade e compromisso com os cidadãos até ao fim do mandato”, reparou. “Nada do que fazemos está fora do nosso programa de candidatura; e por outro lado, na dimensão financeira, em vez de recebermos uma Câmara endividada com problemas de credibilidade e de organização, como eu recebi (…) vamos entregar uma Câmara com solidez financeira, com todo um conjunto de parâmetros com qualidade, com uma relação da dívida com receita absolutamente equilibrada, com capacidade de endividamento, com muitos contratos e muitas reservas de fundos comunitários já tratadas com as diferentes autoridades de gestão”, apontou o edil.

Ribau Esteves quebra o silêncio e fala de Ângela Almeida e da "surpresa" Firmino Ferreira
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Relativamente aos acontecimentos mais recentes da vida do PSD-Aveiro, José Ribau Esteves mostrou-se surpreendido com o facto de Ângela Almeida não ser licenciada, contrariamente ao que afirmava. O edil garante que não tinha conhecimento da situação, referindo que não se envolve nas questões da vida pessoal dos colegas por uma “questão de princípio”. “Sabia aquilo que toda a gente sabia, não sei mais nada”, afirma o autarca que diz ainda que não falou com a também presidente da Junta de Freguesia de Esgueira desde os acontecimentos da quarta-feira passada. Sobre se considera existirem condições para que Ângela se mantenha à frente da freguesia de Esgueira, José Ribau Esteves refere que “as condições de cada pessoa em relação à natureza política e à natureza pessoal são da conta de cada um”, apontando que “só houve uma vez na minha vida que entendi que uma pessoa não tinha condições” para se manter em funções, dando conta que procedeu formalmente “a quem de direito”. “A presidente Ângela Almeida é uma pessoa que eu conheci na política, quando me candidatei, uma pessoa da minha estima e consideração, uma excelente presidente de Junta”, sublinhou Ribau Esteves. Relativamente às mais recentes demissões na secção concelhia, José Ribau Esteves sublinha ser “a vida normal dos partidos”. “Como é lógico preferíamos todos estar todos de acordo em relação ao candidato à Câmara, estarmos todos de acordo em relação ao candidato a deputado em representação do nosso município: mas a democracia não é feita assim”, entende. “Estarmos todos de acordo em relação a listas de deputados com centenas de pessoas é um exercício seguramente impossível em qualquer partido”, reitera. Sobre a indicação de Firmino Ferreira para a lista de deputados às eleições legislativas, o edil afirma “não conhecer o que aconteceu”, mas sublinha ser “uma surpresa absoluta”. “Nenhum de nós - que conhece o presidente Firmino há tantos anos - o veria deputado”, repara. “É uma surpresa absoluta, mas do que eu li parece que ele próprio também ficou surpreendido”, aponta o presidente da CMA que refere saber “da dificuldade e das tensões” dos processos. José Ribau Esteves considera ainda "chocante” o lugar atribuído a Aveiro na lista de deputados. “É obviamente chocante para nós todos a pessoa de Aveiro baixar de terceiro para décimo primeiro [lugar]”, considera o edil aveirense dando nota que a explicação para essa descida só pode ser dada pelo “secretário-geral e presidente do partido”. Sobre o apoio a Luís Montenegro, José Ribau Esteves frisa que o partido pode contar com o seu apoio, evidenciando que, apesar das discordâncias sobre a forma como foi conduzido o processo autárquico pela direção nacional do PSD, continua disponível para apoiar o partido nesta campanha. “O partido sabe o que eu fiz e que tive disponível na eleição anterior e obviamente sabe igual no que respeita a esta eleição”, aponta o autarca. “Eu não tenho qualquer dúvida e é a minha profunda convicção que haverá uma maioria de portugueses, que não acredito que propiciem (…) uma maioria absoluta, mas que possibilite que a Aliança Democrática (PSD-CDS) ganhe as eleições, e julgo que há condições para que ganhe com um bocadinho mais de folga (…), ao Partido Socialista, do que aquilo que aconteceu o ano passado”, reitera.

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Tensões na Distrital do PS-Aveiro: Bruno Aragão e Joana Sá Pereira retiram-se da lista de deputados
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Tensões na Distrital do PS-Aveiro: Bruno Aragão e Joana Sá Pereira retiram-se da lista de deputados

O presidente da Câmara de São João da Madeira e antigo presidente da federação, Jorge Sequeira, foi uma das vozes mais críticas, lamentando a "falta de qualidade" da lista apresentada e o afastamento de figuras que poderiam fortalecer a representação do distrito na Assembleia da República, dando o exemplo da atual deputada à Assembleia da República, Cláudia Santos. Recorde-se que Cláudia Santos é natural de Aveiro e não foi indicada pela Comissão Política da concelhia do PS-Aveiro, que preferiu indicar Filipe Neto Brandão e Rosa Aparício. Contudo, Cláudia Santos era deputada à Assembleia da República desde 2019 e foi sempre uma indicação da direção nacional do PS. A insatisfação alastrou-se a várias concelhias, com vários apoiantes da candidatura de Jorge Sequeira, nas últimas eleições para a distrital, a demonstrarem o seu descontentamento. Um deles foi Joaquim Jorge, atual presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, que manifestou descontentamento pela descida do deputado Bruno Aragão na lista, vendo nisso um desrespeito pela sua estrutura local. As divisões internas na distrital do PS de Aveiro ficaram ainda mais evidentes com a decisão de Bruno Aragão (Oliveira de Azeméis) e Joana Sá Pereira (Mealhada), transmitida durante a reunião, de que pretendiam que o seu nome fosse retirado da lista de deputados como sinal de protesto. Mais sorte teve Filipe Neto Brandão, atual deputado à Assembleia da República que, mesmo tendo apoiado Jorge Sequeira na disputa eleitoral para a federação com Hugo Oliveira, acabou por se manter em lugar elegível na proposta do atual presidente da distrital. Neto Brandão lamentou a indisponibilidade de Bruno Aragão e de Joana Sá Pereira para continuarem na lista e deu nota que o presidente da federação o tinha informado de que apenas consideraria para a lista de deputados indicações das concelhias. O presidente da Federação Distrital do PS de Aveiro, Hugo Oliveira, aproveitou a sua intervenção final para recordar os presentes que tinha “muito orgulho” por ter garantido nas negociações com a direção nacional do PS que o número dois da lista fosse alguém do distrito e relembrou o antigo presidente da distrital, Jorge Sequeira, que os candidatos que subiram agora posições na lista de deputados (Paulo Tomaz de Águeda e Nuno Almeida de Espinho) já tinham integrado as listas anteriores feitas pelo próprio Jorge Sequeira, e que, assim sendo, não entendia as referências à falta de qualidade da lista apresentada. A lista acabou por ser aprovada com 50 votos a favor, 26 contra e 2 em branco, evidenciando que Hugo Oliveira continua com o apoio da larga maioria dos dirigentes socialistas do distrito de Aveiro. As listas de deputados serão amanhã aprovadas pelos órgãos nacionais do PS e aguarda-se pela indicação da nacional para o quinto lugar da lista que terá que ser uma mulher. Cláudia Santos poderá ainda integrar a lista se o secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, assim o entender. 1 - Pedro Nuno Santos (Indicação da direção nacional) 2 - Susana Correia (Santa Maria da Feira) 3 - Hugo Oliveira (Estarreja) 4 - Filipe Neto Brandão (Aveiro) 5 - Indicação da direção nacional (terá que ser uma mulher) 6 - Paulo Tomaz (Águeda) 7 - Nuno Almeida (Espinho) 8 - Ana Marta Santos (Ovar) 9 - Catarina Gamelas (Albergaria-a-Velha) 10 - José António Rocha (Castelo de Paiva) 11 - Ricardo Conceição (Anadia) 12 - Daniela Gonçalinho (Oliveira do Bairro) 13 - Regina Fontes (Arouca) 14 - João Figueiredo (Santa Maria da Feira) 15 - Cláudia Campos (Murtosa) 16 - Ana Patrícia (Sever do Vouga) Suplentes: 1 - Justino Monteiro (Ovar) 2 - LaSallete Monteiro (Vagos) 3 - Eduardo Conde (Ílhavo) 4 - Ana Magalhães (Vale de Cambra) 5 - Irene Gomes (São João da Madeira)

UA quer avançar com empreitada de instalação de produção fotovoltaica
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UA quer avançar com empreitada de instalação de produção fotovoltaica

A instalação de painéis deverá ser feita para a cobertura de estacionamento, de acordo com o anúncio publicado no Diário da República. A empreitada está a concurso público com um valor base de 1,5 milhões de euros, antes de impostos, com um prazo de execução de 270 dias.

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O mês de abril traz ao Teatro Aveirense um conjunto de propostas em diferentes áreas, convocando a música, o teatro, a comédia, o cinema e as atividades para as escolas. O início do mês é marcado pela celebração da Revolução dos Cravos com a companhia Mala Voadora, que traz a Aveiro o seu espetáculo 25 de abril de 1974, encenado por Jorge Andrade, a ser apresentado em exclusivo para a comunidade escolar nos dias 3 e 4 de abril. Para além de dar a conhecer os factos que garantiram a instauração de uma democracia em Portugal, esta criação estabelece com o seu público um diálogo em torno dos mecanismos de construção da ficção e da manipulação da realidade. No dia 6 de abril, o Teatro Aveirense apresenta-se fora de portas com Jacarandá, um espetáculo de marionetas, de Adriana Melo e Magnum Soares, que se revela sob a forma de solo intimista e sem palavras numa viagem pelas profundezas da natureza. Encontro marcado às 16h00 no Auditório da Sociedade Musical de Santa Cecília, em São Bernardo, com entrada gratuita. Uma iniciativa do programa municipal Aveiro em Família para maiores de 6 anos. Na semana seguinte, no dia 10 de abril, será a vez de os Marquise se apresentarem em palco, integrados no ciclo Novas Quintas, com o qual o Teatro Aveirense tem revelado nomes emergentes da música nacional. Os Marquise são um quarteto nascido no Porto com uma clara influência do rock alternativo dos anos 90. Em 2023 lançaram um EP de estreia que rapidamente os destacou no panorama nacional emergente e acabam de apresentar o primeiro álbum. O dia 11 de abril terá como destaque o fenómeno Amigos da Treta, projeto criado em 1997 e que se apresenta no Teatro Aveirense com José Pedro Gomes e Aldo Lima a darem corpo às personagens Zezé e Jóni. A música regressa no dia 19 de abril com o concerto de encerramento do XXII Estágio da Orquestra dos Jovens dos Conservatórios Oficiais de Música, iniciativa que irá decorrer no Teatro Aveirense entre os dias 16 e 19 de abril, com um momento público na sua derradeira data. Nos dias 22 e 23 de abril o Teatro Aveirense volta a receber a Festa do Cinema Italiano, que nesta edição propõe os filmes “Confidência”, de Daniele Luchetti, Diva Futura; “Cicciolina e a Revolução do Desejo”, de Giulia Louise Steigerwalt; “O Lugar do Trabalho”, de Michele Riondino e “A Grande Ambição”, de Andrea Segre. No cinema existe ainda a programação da rubrica “Os Filmes das Nossas Terças”, este mês preenchida com os filmes “Monsieu Aznavour”, de Mehdi Idir e “Grand Corps Malade,” no dia 1 de abril, “Lulu”, de Pedro Anjos, no dia 8, e “Diamante Bruto”, de Agathe Riedinger, no dia 15. A estes filmes junta-se a antestreia de “A Última Meia”, no dia 24 de abril, uma curta-metragem de animação de Carolina Batista que contou com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro. O mês completa-se com o espetáculo “Refugiado”, no dia 30 de abril, encenado e interpretado por Paulo Matos, que se debruça sobre o tema da migração, relatando a epopeia de um homem que foge do seu país de origem para procurar um futuro possível num outro lugar. A programação na íntegra pode ser consultada aqui