Ribau Esteves quebra o silêncio e fala de Ângela Almeida e da "surpresa" Firmino Ferreira
À margem da reunião extraordinária da Câmara Municipal de Aveiro que decorreu esta segunda-feira, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal, garantiu não saber antes de ser público que Ângela Almeida não era licenciada. O autarca mostrou-se ainda surpreendido com a inclusão de Firmino Ferreira, presidente do PSD-Aveiro e da Junta de Freguesia de Oliveirinha, na lista de deputados e frisou que irá apoiar Luís Montenegro na campanha para as eleições legislativas que decorrerão no próximo dia 18 de maio.
Ana Patrícia Novo
JornalistaRelativamente aos acontecimentos mais recentes da vida do PSD-Aveiro, José Ribau Esteves mostrou-se surpreendido com o facto de Ângela Almeida não ser licenciada, contrariamente ao que afirmava. O edil garante que não tinha conhecimento da situação, referindo que não se envolve nas questões da vida pessoal dos colegas por uma “questão de princípio”. “Sabia aquilo que toda a gente sabia, não sei mais nada”, afirma o autarca que diz ainda que não falou com a também presidente da Junta de Freguesia de Esgueira desde os acontecimentos da quarta-feira passada.
Sobre se considera existirem condições para que Ângela se mantenha à frente da freguesia de Esgueira, José Ribau Esteves refere que “as condições de cada pessoa em relação à natureza política e à natureza pessoal são da conta de cada um”, apontando que “só houve uma vez na minha vida que entendi que uma pessoa não tinha condições” para se manter em funções, dando conta que procedeu formalmente “a quem de direito”. “A presidente Ângela Almeida é uma pessoa que eu conheci na política, quando me candidatei, uma pessoa da minha estima e consideração, uma excelente presidente de Junta”, sublinhou Ribau Esteves.
Relativamente às mais recentes demissões na secção concelhia, José Ribau Esteves sublinha ser “a vida normal dos partidos”. “Como é lógico preferíamos todos estar todos de acordo em relação ao candidato à Câmara, estarmos todos de acordo em relação ao candidato a deputado em representação do nosso município: mas a democracia não é feita assim”, entende. “Estarmos todos de acordo em relação a listas de deputados com centenas de pessoas é um exercício seguramente impossível em qualquer partido”, reitera.
Sobre a indicação de Firmino Ferreira para a lista de deputados às eleições legislativas, o edil afirma “não conhecer o que aconteceu”, mas sublinha ser “uma surpresa absoluta”. “Nenhum de nós - que conhece o presidente Firmino há tantos anos - o veria deputado”, repara. “É uma surpresa absoluta, mas do que eu li parece que ele próprio também ficou surpreendido”, aponta o presidente da CMA que refere saber “da dificuldade e das tensões” dos processos. José Ribau Esteves considera ainda "chocante” o lugar atribuído a Aveiro na lista de deputados. “É obviamente chocante para nós todos a pessoa de Aveiro baixar de terceiro para décimo primeiro [lugar]”, considera o edil aveirense dando nota que a explicação para essa descida só pode ser dada pelo “secretário-geral e presidente do partido”.
Sobre o apoio a Luís Montenegro, José Ribau Esteves frisa que o partido pode contar com o seu apoio, evidenciando que, apesar das discordâncias sobre a forma como foi conduzido o processo autárquico pela direção nacional do PSD, continua disponível para apoiar o partido nesta campanha. “O partido sabe o que eu fiz e que tive disponível na eleição anterior e obviamente sabe igual no que respeita a esta eleição”, aponta o autarca. “Eu não tenho qualquer dúvida e é a minha profunda convicção que haverá uma maioria de portugueses, que não acredito que propiciem (…) uma maioria absoluta, mas que possibilite que a Aliança Democrática (PSD-CDS) ganhe as eleições, e julgo que há condições para que ganhe com um bocadinho mais de folga (…), ao Partido Socialista, do que aquilo que aconteceu o ano passado”, reitera.
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Glória e Vera Cruz: este são os nomes mais falados para a liderança da Junta de Freguesia
No caso da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, há nesta fase pelo menos três nomes em cima da mesa. Gonçalo Carvalho, antigo presidente da Associação de Andebol de Aveiro, e Fernando Marques, que tem o mesmo nome do atual presidente da Junta de Freguesia pois é seu filho, são nomes falados por vários militantes sociais-democratas como eventuais candidatos pela coligação PSD/CDS/PPM. Bruno Ferreira, atual tesoureiro no Executivo da Junta de Freguesia, tem sido surpreendentemente apontado por várias pessoas como possível candidato independente apoiado pelo PS. Contactado pela Ria, o militante social-democrata Gonçalo Carvalho referiu estar “sempre disponível” para ajudar o partido naquilo que for necessário. “[É necessário] malta mais nova ajudar e eu estou sempre disponível, seja na Glória Vera Cruz ou em outras zonas”, afirmou. Questionado se já mostrou essa disponibilidade a Luís Souto, candidato do PSD/CDS/PPM à Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Gonçalo referiu que formalmente “não”. “Vamos sempre falando não só com o Luís, mas até com pessoas que saíram da Comissão Política, pessoas que não estão no ativo no partido, as conversas vão sempre surgindo”, disse. “Eu acho que até a Ria sabe primeiro quando é que eu vou ter a conversa do que propriamente eu”, brincou. Também Fernando Marques, filho do atual presidente da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, exprimiu à Ria estar disponível para assumir esse lugar. “Eu sou um munícipe tecnicamente habilitado para um cargo autárquico. Tenho um mestrado em Planeamento Regional e Urbano, sou auditor em Contratação Pública pela Universidade de Coimbra, estou a fazer as unidades curriculares do mestrado de Administração e Políticas Públicas. Por outro lado, tenho feito um discreto e eficiente trabalho autárquico (…). O último argumento que gostaria que fosse utilizado é de ser filho de... Será por méritos próprios e não por ser seu herdeiro, passo a expressão”, relembrou. Tal como Gonçalo, Fernando Marques avançou que também não falou com Luís Souto. “Eu disponível para a comunidade estou sempre, mesmo quando ninguém me pediu nada. Eu sempre tomei a iniciativa de trabalhar para a comunidade, mas discreto e sempre presente”, afirmou. “Não tenho nenhum comentário a conversas ocorridas ou não ocorridas”, acrescentou. Contactado pela Ria, Bruno Ferreira, atual tesoureiro da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, não quis fazer comentários. “Tudo a seu tempo”, declarou. Recorde-se que o atual presidente da Junta de Freguesia, Fernando Marques, um histórico autarca do Município de Aveiro, não se poderá recandidatar fruto ter atingindo o limite de mandatos possíveis, depois de 12 anos na liderança da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz. É provável que as próximas semanas tragam novos desenvolvimentos.
Música, teatro, comédia, cinema e atividades para as escolas em abril no Teatro Aveirense
O mês de abril traz ao Teatro Aveirense um conjunto de propostas em diferentes áreas, convocando a música, o teatro, a comédia, o cinema e as atividades para as escolas. O início do mês é marcado pela celebração da Revolução dos Cravos com a companhia Mala Voadora, que traz a Aveiro o seu espetáculo 25 de abril de 1974, encenado por Jorge Andrade, a ser apresentado em exclusivo para a comunidade escolar nos dias 3 e 4 de abril. Para além de dar a conhecer os factos que garantiram a instauração de uma democracia em Portugal, esta criação estabelece com o seu público um diálogo em torno dos mecanismos de construção da ficção e da manipulação da realidade. No dia 6 de abril, o Teatro Aveirense apresenta-se fora de portas com Jacarandá, um espetáculo de marionetas, de Adriana Melo e Magnum Soares, que se revela sob a forma de solo intimista e sem palavras numa viagem pelas profundezas da natureza. Encontro marcado às 16h00 no Auditório da Sociedade Musical de Santa Cecília, em São Bernardo, com entrada gratuita. Uma iniciativa do programa municipal Aveiro em Família para maiores de 6 anos. Na semana seguinte, no dia 10 de abril, será a vez de os Marquise se apresentarem em palco, integrados no ciclo Novas Quintas, com o qual o Teatro Aveirense tem revelado nomes emergentes da música nacional. Os Marquise são um quarteto nascido no Porto com uma clara influência do rock alternativo dos anos 90. Em 2023 lançaram um EP de estreia que rapidamente os destacou no panorama nacional emergente e acabam de apresentar o primeiro álbum. O dia 11 de abril terá como destaque o fenómeno Amigos da Treta, projeto criado em 1997 e que se apresenta no Teatro Aveirense com José Pedro Gomes e Aldo Lima a darem corpo às personagens Zezé e Jóni. A música regressa no dia 19 de abril com o concerto de encerramento do XXII Estágio da Orquestra dos Jovens dos Conservatórios Oficiais de Música, iniciativa que irá decorrer no Teatro Aveirense entre os dias 16 e 19 de abril, com um momento público na sua derradeira data. Nos dias 22 e 23 de abril o Teatro Aveirense volta a receber a Festa do Cinema Italiano, que nesta edição propõe os filmes “Confidência”, de Daniele Luchetti, Diva Futura; “Cicciolina e a Revolução do Desejo”, de Giulia Louise Steigerwalt; “O Lugar do Trabalho”, de Michele Riondino e “A Grande Ambição”, de Andrea Segre. No cinema existe ainda a programação da rubrica “Os Filmes das Nossas Terças”, este mês preenchida com os filmes “Monsieu Aznavour”, de Mehdi Idir e “Grand Corps Malade,” no dia 1 de abril, “Lulu”, de Pedro Anjos, no dia 8, e “Diamante Bruto”, de Agathe Riedinger, no dia 15. A estes filmes junta-se a antestreia de “A Última Meia”, no dia 24 de abril, uma curta-metragem de animação de Carolina Batista que contou com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro. O mês completa-se com o espetáculo “Refugiado”, no dia 30 de abril, encenado e interpretado por Paulo Matos, que se debruça sobre o tema da migração, relatando a epopeia de um homem que foge do seu país de origem para procurar um futuro possível num outro lugar. A programação na íntegra pode ser consultada aqui.
Ribau Esteves seguro da herança que deixa a Aveiro, mas PS critica as opções
Fernando Nogueira, vereador eleito pelo Partido Socialista (PS), deu nota de que “um saldo de gerência de 33,5 milhões e uma execução da despesa orçamentada da ordem dos 57% é bastante inferior àquilo que era esperado”. Para o socialista houve “alguma incapacidade de realizar aquilo a que a Câmara se propôs” e “alguma aposta parcialmente errada, pelo menos no exercício corrente, de realizar a sua despesa em projetos e propô-los a financiamento”. “A Câmara apresenta liquidez por não conseguir concretizar alguns projetos de montante elevado em carteira, independentes desse financiamento, e embora esteja justificado pela incapacidade de realização em despesa de capital não deve ser ignorado o indicador de alerta precoce de desvios orçamentais face ao que ele pode representar em termos de comportamento sobre orçamentação”, alertou Fernando Nogueira. O vereador apontou ainda que apesar de reconhecer “algumas melhorias” no espaço público, as obras destacadas por José Ribau Esteves, como a do monumento invocativo à Muralha, “foram processos quase unipessoalmente tratados com muitas críticas às opções e com muita falta de consenso sobre o que elas representam, custaram e o que trazem de bom”. Fernando Nogueira revelou ainda preocupação relativamente ao aumento de turismo, referido por Ribau Esteves, considerando que este “sucesso” adveio da abertura do Rossio, projeto ao qual os socialistas referem ter tido “uma grande resistência”. “(…) Devíamos ter mais cuidado relativamente ao que queremos para a cidade em termos do turismo. Aquilo que é resultado positivo hoje, pode, a longo prazo, ser negativo como tem sido em muitos sítios”, reparou. O socialista criticou também a falta de capacidade do atual executivo de “fazer pontes” nas tomadas de decisão. “É uma marca deste executivo e desta governação a falta de discussão política”, considerou. “Falar de discussão pública quando ela foi sempre adversativa, de combate, de oposição sem nenhuma tentativa de antes de tomar decisões reunir para procurar algumas linhas de contacto é uma marca, em geral, destes mandatos e desta maneira de estar na política”, entendeu Fernando Nogueira. À Ria, José Ribau Esteves apontou que o seu executivo vai deixar “coisas positivas” a Aveiro. “Nós ganhamos [as eleições] com claríssima maioria, portanto governamos a executar o nosso programa com toda a intensidade e compromisso com os cidadãos até ao fim do mandato”, reparou. “Nada do que fazemos está fora do nosso programa de candidatura; e por outro lado, na dimensão financeira, em vez de recebermos uma Câmara endividada com problemas de credibilidade e de organização, como eu recebi (…) vamos entregar uma Câmara com solidez financeira, com todo um conjunto de parâmetros com qualidade, com uma relação da dívida com receita absolutamente equilibrada, com capacidade de endividamento, com muitos contratos e muitas reservas de fundos comunitários já tratadas com as diferentes autoridades de gestão”, apontou o edil.
Luís Souto reage à crise no PSD-Aveiro: "Ao cidadão comum isto não interessa nada"
Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, foi anunciado na passada quarta-feira, 26 de março, pela direção nacional do PSD, em 11.º lugar na lista de deputados às eleições legislativas pelo círculo de Aveiro, contrariamente ao esperado. A indicação da estrutura local para a distrital recaía, inicialmente, sob Ângela Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Esgueira e deputada na legislatura cessante. Para Luís Souto, as disputas internas dos partidos são “problemas que vão surgindo de Norte a Sul”, não querendo exprimir opinião por “não estar ligado a esse processo de escolha de deputados”. “Sempre que se está a escolher candidatos, nomes, há sempre dificuldades, dores de parto, como eu digo, não é? Portanto, isto não é nada de novo”, refletiu. À Ria garantiu ainda estar focado no processo autárquico. “Não vou dizer que é agradável assistir a isso, obviamente que não é agradável, mas, como digo, são processos que não são comunicantes, nem têm nada que ser e é um processo com o qual eu não estou de facto relacionado”, refletiu. Recorde-se que, na passada sexta-feira, Firmino Ferreira revelou à Ria que Luís Souto soube do convite deste para integrar a lista de deputados “da parte de tarde” dessa quarta-feira [quando foram revelados os nomes do círculo de Aveiro]. Sobre esta conversa, o candidato pelo PSD/CDS/PPM não confirmou e respondeu apenas à Ria que o “presidente Firmino liga-me todos os dias, várias vezes. Isso eu posso confirmar”. “Uma caixa para a Rádio Ria: Firmino e Luís Souto falam todos os dias, é verdade, pronto”, ironizou. Questionado ainda sobre o que achou do nome de Firmino Ferreira para integrar a lista de deputados pelo círculo de Aveiro, o candidato pelo PSD/CDS/PPM optou por não dar a sua “opinião pessoal”. “Poderia ter, mas é uma posição minha de me manter à margem do processo relativo à escolha dos candidatos a deputados. Como disse, é sempre um processo. É doloroso em todos os partidos, só que há partidos que não mostram tanto”, referiu. Relembre-se que no dia em que a Ria avançou com a notícia de que Ângela Almeida não era licenciada pela Universidade de Aveiro (UA), tal como se apresentava, foi publicada a lista de deputados pelo círculo de Aveiro. Sobre não ser licenciada, Luís Souto assegurou também à Ria que desconhecia essa informação. “Que não era licenciada? Então, mas acha que eu ando a verificar se as pessoas são diplomadas ou se não são diplomadas?”, atirou. “O que eu tenho a dizer sobre a Ângela Almeida é o seguinte: uma excelente presidente da Junta (…). É preciso que as pessoas saibam. Teve uma grande vitória em Esgueira, quando as pessoas pensavam que não ia conseguir ganhar, porque Esgueira é um terreno muito difícil (…). O nosso futuro não é virar a página e agora esquecer a Ângela Almeida”, vincou Luís Souto. “A Ângela Almeida está em funções, é a presidente da Junta, a sua equipa, o seu trabalho, a experiência e o trabalho que tem desenvolvido em Esgueira falam por si e são para nós uma semente para o futuro”, continuou. Sobre as oito demissões no partido, Luís Souto interpelou a Ria se algumas dessas demissões tinham sido por sua causa. “Antes pelo contrário, realçam sempre que nunca esteve em causa o nome do candidato autárquico (…). Isto significa que eu tenho o apoio de todo o partido... Agora não é só do partido, mas também da aliança constituída”, reforçou fazendo referência ao CDS-Aveiro e ao PPM. “Tirando um caso ou outro, nós sabemos, logo no início, que está no seu direito de discordar (…). Vão entrevistar o Simão Santana, o nosso anterior presidente da concelhia, se em algum momento ele disse: ‘eu estou muito desagradado com a escolha deste nome’ (…). Eu acho que isso nunca se passou, mas ele pode-vos dizer”, exemplificou. A Ria tentou contactar Simão Santana, mas este não quis prestar qualquer declaração quanto ao assunto. Questionado ainda se estas demissões terão implicação na sua campanha, o candidato pelo PSD/CDS/PPM descartou tal opção. “Neste momento nós estamos a começar. Este debate de sábado (…) foi um momento que não estava no nosso calendário de organização da campanha, mas eu entendi que era muito importante estar presente porque os temas da mobilidade saudável e da descarbonização não são temas da esquerda (…). Claro que não é agradável ver isso nas notícias, mas, sinceramente, eu não estou para desviar a minha atenção para essas questões. E depois também digo outra coisa... Acredite que ao cidadão comum de Aveiro isto não interessa nada”, rematou.
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Alberto Souto de Miranda promove encontro temático sobre democracia local em Esgueira
De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, o encontro tem como objetivo “refletir sobre os desafios da participação cívica nos processos de decisão local e explorar novos caminhos para aumentar o envolvimento dos cidadãos, sobretudo daqueles pertencentes aos grupos sub-representados, em resposta aos principais desafios societais, nomeadamente a inclusão social, a transição energética e climática e a inovação urbana”. “A democracia local é muito mais do que a eleição periódica de responsáveis políticos para câmaras municipais ou juntas de freguesia. É também uma oportunidade para envolver os cidadãos e as organizações locais em decisões relevantes para o futuro dos territórios, reforçando a legitimidade política, proporcionando uma resposta mais eficaz aos problemas das comunidades e atendendo melhor ao interesse coletivo”, realça a nota. O debate contará com a presença de José Carlos Mota, professor auxiliar do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e Territoriais da Universidade de Aveiro e investigador do GOVCOPP, e Giovanni Allegretti, investigador sénior do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. A iniciativa será aberta à participação de todos os aveirenses.
Microalga salina estudada na Universidade de Aveiro para tratar inflamação e diabetes
De acordo com os investigadores da Universidade de Aveiro, a 'Dunaliella salina' contém compostos que podem reduzir processos inflamatórios e controlar os níveis de açúcar no sangue. O estudo foi feito em parceria com o Centro Interdisciplinar de Investigação Marítima e Ambiental (CIIMAR), o centro de biotecnologia e química fina (CBQF)- Universidade Católica Portuguesa, o GreenCoLab e a Necton. “Os testes em laboratório demonstraram que o extrato lipídico desta microalga bloqueia a enzima COX-2, associada à inflamação no corpo humano”, refere uma nota de imprensa sobre aquele trabalho. Os investigadores chegaram ainda à conclusão de que a 'Dunaliella salina' “possui uma forte ação antioxidante e inibe a enzima a-glucosidase, responsável pela digestão de açúcares”. “Os resultados mostram que a 'Dunaliella salina' pode ter um impacto positivo na prevenção de doenças metabólicas, oferecendo uma abordagem natural para a regulação da inflamação e dos níveis de açúcar no sangue” explica Rosário Domingues, coautora do estudo e docente e investigadora da universidade da Aveiro. Os investigadores destacam que as microalgas podem ser uma alternativa natural aos suplementos convencionais, como os de ómega-3, que atualmente vêm sobretudo do óleo de peixe. “Ao utilizarmos microalgas como fonte de nutrientes, estamos não só a oferecer uma solução mais sustentável, mas também a aproveitar os seus múltiplos benefícios para a saúde humana”, sublinha Rosário Domingues, citada na nota de imprensa. O estudo foi realizado no âmbito do projeto Vertical Algas, que integra o Pacto da Bioeconomia Azul, um consórcio que reúne dezenas de empresas, universidades e centros de investigação dedicados ao setor das algas em Portugal.
Coletivo Sabotagem traz a peça “Ocidente” até ao GrETUA
Com texto do dramaturgo francês Rémi de Vos, e seguindo o tom ácido e humorístico que lhe são característicos, segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o espetáculo, encenado por Paulo Calatré, “retrata com humor negro e crueza as dinâmicas destrutivas de um casal mergulhado na miséria emocional e moral”. “Através de um diálogo pautado pela agressividade, interpretado por Pedro Barros e Nádia Matos, a peça estabelece um ambiente doméstico, claustrofóbico, que expõe as dinâmicas de uma relação conjugal abusiva e opressiva, tecendo uma crítica a uma sociedade cada vez mais marcada pelas linguagens da violência e do ódio”, lê-se. Depois de uma passagem por Ponte de Lima, pelo Teatro Diogo Bernardes, será agora o palco do GrETUA a receber, em duas sessões, esta encenação de Paulo Calatré, que é já uma cara conhecida da casa, enquanto formador e encenador. Este acolhimento integra a programação do espaço aveirense, que procura trazer regularmente à cidade propostas diversificadas na área do teatro contemporâneo, como parte da sua missão. As reservas para o espetáculo podem ser feitas aqui. A peça tem o custo de 5 euros para estudante e de 7.5 euros para o público em geral.
Mark Eitzel tem canções sobre Trump e guerra, mas prefere gravar “amor e compaixão”
Será esse o espírito do álbum que espera poder lançar em 2026, como revelou em entrevista à Lusa durante o ensaio com os nove estudantes da Escola Profissional de Música de Espinho e do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga que o irão acompanhar nos concertos de hoje na Culturgest de Lisboa, sexta no Auditório de Espinho e sábado no Theatro Circo de Braga. Entusiasmado com a qualidade dos “jovens espetaculares” que terá em palco, meigo e amável no tom, e evocando várias vezes o “homem bom” com que está há 15 anos, o que se enquadra no estilo confessional que lhe granjeou um culto próprio, o ‘crooner’ indie que começou por afirmar-se como vocalista da banda American Music Club e que depois se consagrou com vários álbuns a solo hesita alguns segundos quando questionado sobre a guerra na Ucrânia, o regresso de Trump ao poder, a sua aparente aliança com Putin e a alegada antipatia pela Europa. “Eu escrevo sobre tudo isso. Tenho umas cinco canções novas que são todas sobre esses temas, mas não vou falar disso porque quero voltar ao meu país. Não quero ser preso e é com isso que todos estamos preocupados agora. Não quero acabar num campo de concentração. Porque estão a fazer isso: dizes a coisa errada e eles vão buscar-te”, declara, no tom mais triste e sério da entrevista. A lista de canções novas é, no entanto, maior e cresce a cada dia. “Tenho umas 40 para gravar, todas completas, acabadas e misturadas, mas eu prefiro dedicar-me à que vem a seguir”, conta Mark Eitzel, já com melhor ânimo, embora assumindo que essa tarefa é dificultada pela restrição temática que se impôs. “Já não consigo ouvir música violenta, já não consigo ver filmes violentos, já não consigo olhar para nada em que as mulheres sejam magoadas…”, revela. “Quero fazer um álbum sobre amor e compaixão – e isso não é fácil para mim, porque eu não sou esse tipo de pessoa! Mas estou casado com um homem que fez de mim um ser humano melhor, que me fez ver quais devem ser as minhas prioridades, e é por isso que eu tento”, explica. Dois ataques cardíacos no currículo, ainda recentes, não o desmotivam. Teve-os porque come mal? Porque bebe muito? Porque tem outros maus hábitos? “Foi por isso tudo”, diz a rir. Mas se esses sustos não foram suficientes para que num ápice a vida lhe passasse toda à frente dos olhos, como se diz que acontece nos derradeiros momentos, o facto é que há dúvidas que, aos 66 anos, ainda lhe tiram o sono. “Tenho arrependimentos e fico acordado à noite a pensar em coisas que aconteceram há 30 anos, em asneiras que fiz”, confessa. Não ter trabalhado mais com Bob Dylan não o preocupa particularmente, até porque a sua onda “é mais Joni Mitchell”, mas uma certeza identifica: “Devia ter percebido mais cedo que não sou a personagem principal na sala. Embora possa ser o vocalista e a estrela, há outras pessoas no palco e eu devia tê-las inspirado mais, como o Elvis Presley fazia com a sua banda”. Um conselho para os jovens músicos que o acompanham nestes três concertos e para outros que pretendam seguir a carreira artística é, por isso, que se façam distinguir por boas razões. “Acho que estes jovens até sabem mais que eu, tão diferente que é o mundo deles hoje em relação ao que foi o meu, quando as expectativas eram tão baixas que até podias ser um idiota e mesmo assim dar alguma coisa”, diz Mark Eitzel. "Mas na música clássica só podes abandalhar se fores brilhante! Podes ser uma diva, mas só se fores uma muito, muito boa”.