Luís Souto muda nome da coligação e espera apoio de Ribau Esteves, PPM mantém-se
Luís Souto, candidato pela coligação PSD/CDS/PPM à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) nas próximas eleições autárquicas, vai apresentar a sua candidatura à presidência, este domingo, 13 de abril, pelas 18h00, no Hotel Meliá Ria, em Aveiro. O momento vai contar com a presença de Luís Montenegro, atual primeiro-ministro e líder do PSD.
Isabel Cunha Marques
JornalistaNo convite da sessão de apresentação da candidatura, que já circula pelas redes sociais, Luís Souto de Miranda apresenta a coligação constituída pelos partidos PSD, CDS e PPM com uma nova designação “Aliança Mais Aveiro”. Recorde-se que desde 2013, ano em que José Ribau Esteves iniciou o seu primeiro mandato como presidente da CMA, a designação utilizada para esta coligação era de “Aliança com Aveiro”.
Em declarações à Ria, o candidato da agora “Aliança Mais Aveiro” esclarece que a nova nomenclatura pretende “fazer uma ligação com o ciclo anterior” de Ribau Esteves, mas também marcar o início de uma “nova fase”. “Eu acho que [a nova designação] ficou bastante feliz (…). [A palavra] ‘aliança’ para recuperar o que vinha da ‘Aliança com Aveiro’ (…) e agora o ‘Mais Aveiro’ porque nós queremos sempre mais para Aveiro. Somos ambiciosos”, realçou.
Em relação à apresentação da sua candidatura, este domingo, Luís Souto mostrou-se confiante quanto à união do partido. “Eu tenho estado a receber confirmações de várias pessoas. (…). Penso que vai ser um grande momento de união do partido em torno da minha candidatura. Todos os militantes do PSD e simpatizantes não querem um regresso ao passado. Querem apontar um futuro de contínuo crescimento, desenvolvimento, inovação e qualidade de vida”, atirou. “As divergências que possam ter existido, neste momento, não é a hora de ponderar essas questões (…), mas concentrar-nos no futuro. Acho que essa mensagem já foi interiorizada”, garantiu Luís Souto.
Sobre que militantes da coligação procurarão marcar presença na apresentação, além de Luís Montenegro, o candidato pelo PSD/CDS/PPM preferiu não adiantar mais nenhum nome. “Certamente vão estar personalidades que têm estado na atualidade e no passado recente, como até em fases anteriores da vida local e da vida do partido”, referiu.
Interpelado ainda sobre a presença de Ribau Esteves na entrega das listas das eleições legislativas e se acredita que terá o apoio do autarca nas próximas eleições, Luís Souto exprimiu que a sua presença “foi um sinal público de grande congregação de todos em torno do projeto nacional da aliança PSD/CDS - da AD. Estamos todos unidos”, frisou. “Acho que é do interesse (…) de Aveiro que haja aqui, desde o primeiro momento, uma estreita cooperação entre quem quer, na minha opinião, com elevadíssima probabilidade, vir a ser o próximo presidente da Câmara, que sou eu e o atual presidente da Câmara”, completou, realçando que está “convencido” que a estreita cooperação com o Ribau Esteves se vai “confirmar”.
Recorde-se que, ao longo das últimas semanas, Ribau Esteves tem sido muito duro na forma como se tem dirigido ao líder nacional do PSD, Luís Montenegro, pela forma com conduziu o processo autárquico em Aveiro, afirmando mesmo, em entrevista à SIC Notícias, no dia 7 de março, que com a escolha de Luís Souto, como candidato à CMA, a derrota do PSD seria “uma possibilidade objetiva”, culpando também Luís Montenegro nesse cenário.
PPM diz que “não rasga” coligação em Aveiro com o PSD e CDS-PP
A propósito da polémica a nível nacional entre o Partido Popular Monárquico (PPM) e o PSD/CDS - em que o partido decidiu não integrar a coligação nas eleições legislativas de 2025 devido a divergências no processo negocial - Gonçalo da Câmara Pereira, presidente da direção nacional do PPM, esclareceu à Ria que a coligação, em Aveiro, nas eleições autárquicas será “mantida”. “Nós mantemos as nossas obrigações e os nossos contratos até ao fim. Já ouvi dizer que a direção do PSD queria rasgar todas as coligações [com o PPM]... O problema é deles. Nós não rasgamos (…)”, vincou.
Para Gonçalo da Câmara Pereira o PPM é “talvez o partido mais amigo do PSD”, criticando a atual direção do partido. “Tanto o Dr. Montenegro, como o Dr. Hugo Soares, não se têm mostrado pessoas de bem (…). Depois de eles terem tratado o PPM como trataram, neste último ano, sem nos ouvir, eu quero saber como é que eles vão tratar os portugueses se por cá ganharem as eleições. Isto é que me assusta”, exprimiu. “Com o candidato a Aveiro (…) nós temos muita consideração e estamos com ele (…). Agora com a direção atual do PSD: não, obrigado”, continuou.
Relativamente à nova designação da coligação, o presidente da Comissão Política Nacional do partido garantiu que não “lhe faz confusão” e que “não há dúvida nenhuma que ele [Luís Souto] convidou o PPM e o CDS para manter a coligação que tinha com o Ribau Esteves”. À Ria garantiu ainda marcar presença no domingo na sessão de apresentação do candidato da “Aliança Mais Aveiro”.
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Aliança Mais Aveiro lança Rui Cordeiro em Esgueira com propostas e críticas ao PS
A ‘Aliança Mais Aveiro’ deu esta sexta-feira o pontapé de saída para a apresentação dos seus candidatos às juntas de freguesias. O Centro Cultural de Esgueira foi o local escolhido para a apresentação de Rui Cordeiro. A cerimónia estava inicialmente prevista para o Parque Aventura - Fonte do Meio, mas devido às condições climatéricas incertas, foi transferida para o Centro Cultural. Ângela Almeida, atual presidente da Junta de Freguesia de Esgueira - que não pode recandidatar-se por ter atingido o limite de mandatos - marcou presença para apoiar o candidato. Apesar disso, notou-se a sua preocupação em manter-se distante dos lugares de destaque, ficando mais isolada e permanecendo em pé junto à porta do Centro Cultural, afastada do candidato. O primeiro a tomar a palavra foi Luís Souto, cabeça de lista da ‘Aliança Mais Aveiro’ às próximas eleições autárquicas, que começou por elogiar a “energia” de Esgueira. Para ele, “o Rui escolheu aqui uma ‘movida’, como dizem os espanhóis, que tem tudo a ver com as nossas candidaturas”. Destacou que a coligação é “uma candidatura alegre, bem-disposta”, reforçando que não se trata de “acertar contas com o passado”, mas sim de um projeto carregado de “entusiasmo, muita alegria e vontade de vencer”. Luís Souto dirigiu-se de forma especial a Isabel Barbosa, descrevendo-a como “um elemento muito preponderante do atual Executivo”. Reconheceu que, embora a sua forma de estar seja “bastante discreta”, Isabel teve um papel “essencial e fundamental no processo de preparação das listas em Esgueira”. Sublinhou que ela deu “o exemplo de uma forma de estar na política que, de facto, deveria fazer escola”. Recorde-se que Isabel Barbosa é a atual tesoureira da Junta de Freguesia de Esgueira e era a preferida de Ângela Almeida para liderar a sua sucessão. Agradeceu ainda a Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, pela sua “presença física e constante” na preparação das várias candidaturas, bem como a Ana Cláudia Oliveira, presidente da concelhia do CDS-Aveiro, a quem chamou “parceira”, frisando o projeto de continuidade entre as forças políticas da coligação. Destacou que, ao longo dos anos, “nunca falhou a solidariedade política, a coerência de projeto e o empenhamento do CDS-PP”, pelo que a renovação do acordo “faz todo o sentido”. Durante o discurso, Luís Souto aproveitou para recordar o seu percurso no movimento associativo. Reconheceu que, apesar de ter tido pouca exposição direta na política, ocupa o cargo de presidente da Assembleia Municipal e mantém uma forte ligação à comunidade através das associações. “Há pessoas que questionam ‘como é que ele chega ali a candidato, afinal de contas, na política tem estado pouco’. Enfim, sou presidente da Assembleia Municipal, não sei se posso dizer isto, porque parece que ficam zangados, (…) mas de facto sou, até ao último dia. A minha relação com a comunidade tem vindo muito das associações”, confessou. Referiu que Esgueira é uma freguesia “muito dinâmica” e “exigente”, uma exigência que resulta da sua “riqueza associativa de eleição” e da intensa participação comunitária. Falando diretamente de Rui Cordeiro, Luís Souto destacou que, apesar de se conhecerem há pouco tempo, rapidamente foi possível reconhecer diversas qualidades no candidato, como o seu carácter, disponibilidade e empenho. Sublinhou que Rui é “uma pessoa de princípios e valores”, com uma vida dedicada tanto à sua “exigente profissão” como à “comunidade” e ao “associativismo” local. “As condições proporcionaram-se e foi uma ótima escolha”, afirmou, mostrando-se convicto de que Rui Cordeiro será “o próximo presidente da Junta”. Sobre a equipa apresentada para as dez juntas de freguesia, Luís Souto avançou que esta “é sem dúvida a melhor”, composta pelas pessoas “mais capazes, mais competentes” e pelo que considera “o melhor projeto para a freguesia de Esgueira”. Frisou que o mesmo assenta numa lógica de “continuidade”, aproveitando o “excelente trabalho que tem sido feito na freguesia nos últimos 12 anos” e refletindo os avanços registados no “Município de Aveiro nos últimos ciclos autárquicos”. Fez ainda questão de “salientar” o orgulho na coligação, anteriormente, designada de ‘Aliança com Aveiro,’ liderada por José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro nos últimos 12 anos. Falando diretamente sobre Ângela Almeida, Luís Souto de Miranda afirmou que “não se pode projetar o futuro sem respeitar o passado”. Destacou o “bom trabalho” realizado pela atual liderança e reforçou a intenção de “inovar”, sempre valorizando o legado construído. Olhou também para o futuro, não deixando de lançar uma crítica direta ao candidato socialista. Referiu que “quem manda na calendarização das apresentações das nossas ideias e do nosso projeto somos nós e não são eles”, numa resposta clara à contestação gerada pela polémica em torno da apresentação do livro de Bruno Paixão. Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, tinha criticado nas redes sociais a estratégia da coligação, questionando se “os eleitores aceitam votar cegamente em quem não diz o que propõe” e acusando-os de “falta de respeito para com os eleitores” por alegadamente esconderem o programa eleitoral até “ao momento em que já ninguém lê programas para formar opinião”. Luís Souto sublinhou que a coligação “sabe bem o caminho que está a trilhar (…) e o que queremos para Esgueira, para cada uma das nove freguesias e para o Município como um todo”. Reforçou que “sempre dissemos que iríamos construir um projeto político para as pessoas”. “Ouvindo associação a associação. Clube a clube. Ouvindo que as suas preocupações, os seus anseios e é esse trabalho que temos vindo a desenvolver intensamente nos últimos três meses”, explicou. Mais uma vez dirigindo-se indiretamente a Alberto Souto que tem vindo a divulgar um conjunto de propostas nas redes sociais, bem como a promover um conjunto de encontros temáticos, o candidato da ‘Aliança’ relembrou que tem uma “forma distinta de trabalhar”. “Por isso, insistimos - apesar de todas as provocações - em ouvir primeiro as pessoas. (…) Acreditem que o nosso programa é verdadeiramente aquilo que hoje tanto se apela da participação democrática”, defendeu. O candidato criticou ainda a oposição, afirmando que “não existe em qualquer outra candidatura, muito menos naquela cuja maior promessa parece ser desfazer o trabalho desenvolvido pelo atual executivo ao longo dos anos”. Continuando a direcionar as suas palavras ao PS, Luís Souto garantiu que não recorrerá a “números de ilusionismo programático”. “Não andamos a prometer tudo a todos nem a oferecer soluções para todos os problemas, como se houvesse dinheiro infinito nos cofres do município para satisfazer todas as reivindicações”, frisou. “O passado do nosso município ensinou-nos que esse não é o caminho a seguir”, acrescentou, sublinhando que o compromisso assumido com cada freguesia, associação e instituição “é um contrato à prova de balas” que “é mesmo para cumprir”. Também durante o seu discurso e pela primeira vez, publicamente, Luís Souto avançou com alguns dos compromissos da ‘Aliança Mais Aveiro’, embora mais centrados na freguesia de Esgueira. Um dos destaques vai para a requalificação do Parque Aventura, com o objetivo de o tornar “mais acolhedor, atrativo e com medidas de limpeza mais eficientes”. Recorde-se que o Parque Aventura Fonte do Meio foi inaugurado há 4 anos, em junho de 2021, e representou um investimento da autarquia aveirense de cerca de 450 mil euros. O candidato referiu ainda que uma das “grandes linhas mestras” para Esgueira, e para o município em geral, passa por aumentar a “oferta de espaços verdes”. Entre as propostas, está a requalificação da Rua da Ribeira de Esgueira, promovendo a sua ligação ao Parque Aventura, aos Passadiços e ao Cais da Ribeira. O plano inclui também a construção de um parque de lazer e a criação de uma via ciclável e pedonal. Abordando o desporto como um “pilar essencial”, Luís Souto de Miranda garantiu que a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ continuará a valorizar o Parque Desportivo de Aveiro. “Se bem se recordam, a zona do estádio durante muitos anos tinha um estádio praticamente sem atividade. Hoje, fruto de muito trabalho e das tais contas certas, nós já passamos na zona do estádio e vemos equipamentos desportivos que já não são só o estádio”, afirmou. Nesse sentido, assegurou que o projeto do Pavilhão Oficina “é para avançar”, contrariando o que classificou como intenções da oposição. “Vamos fazer o contrário do que a oposição quer. Não vamos parar nada. Vamos fazer avançar”, afirmou, sublinhando que a decisão resulta da auscultação feita junto dos clubes desportivos. “É mesmo necessário. E, portanto, se já está em condições de ser financiado e construído, connosco é mesmo para avançar”, concluiu. O candidato dirigiu-se ainda ao Clube do Povo de Esgueira, que descreveu como “uma marca desportiva do nosso município” e um “símbolo” da freguesia. Reforçou o compromisso da coligação em apoiar a coletividade: “Estaremos abertos e empenhados (…) em encontrar uma solução que valorize a prática desportiva dos nossos jovens (…) e a ajudar a que se encontrem soluções para que eles tenham as condições que nunca tiveram, apesar de tanto merecerem”. Em tom crítico à oposição, voltou a sublinhar a diferença da sua abordagem. “Como eu já disse uma vez, realmente eu não sou de ir lugar a lugar, associação a associação com um saco de promessas, mas há uma coisa que eu disse e alguém ouviu: eu disse que connosco chegou a hora de Esgueira e do Esgueira”, afirmou. Mencionou ainda o Taboeira pelo “trabalho” que tem feito com os jovens. “Vamos trabalhar com o Taboeira e com outras agremiações desportivas ajudando-as a crescer ainda mais”, insistiu. Luís Souto reconheceu ainda a “gritante” falta de espaços “viáveis” para diversas associações de Esgueira. “Isso é um bom sinal. São chamadas dores de crescimento. (…) Nós queremos que aumente ainda mais a participação, seja de jovens, seja, por exemplo, das atividades da terceira idade”, referiu. A propósito, adiantou que a Escola das Cardadeiras, que deixará de ser utilizada para fins educativos, representa uma “oportunidade única” para dar resposta a essa carência. “[Pode ser aproveitada] para espaços de utilização pelo movimento associativo e, por outro lado, permitir [a criação] de um espaço verde que a freguesia tanto carece”, exemplificou. Face ao crescimento de Esgueira, Luís Souto assumiu também o compromisso de proceder à criação “de um novo acesso de ligação da Avenida Europa ao centro da freguesia”. “A chamada rotunda do rato. (…) Aí está uma obra que está em fase adiantada e, connosco, vocês sabem que também não é para parar”, vincou. Numa outra crítica implícita ao PS, o candidato referiu que “a outra candidatura, mais sonante, (…) também já veio muito contrariada com a perspetiva dessa obra que é fundamental e que também favorece a freguesia de Esgueira, embora não de forma exclusiva”, partilhou. Entre os principais desafios identificados para a freguesia, o candidato destacou o estacionamento como o “problema número um”. “O nosso compromisso é, de facto, que vamos abraçar este problema, que é muito significativo e muito grave, de forma que no nosso mandato se criem finalmente novas opções de estacionamento”, afirmou, sublinhando a ligação entre esta necessidade e o dinamismo do comércio local. “Se não houver estacionamento em Esgueira, a atividade comercial é prejudicada. (…) Custa dinheiro? Custa, mas eu penso que é um investimento que chegou a hora da Câmara Municipal, no futuro, fazer”, defendeu. O candidato abordou também a questão da habitação, que classificou como uma prioridade transversal. “O nosso empenhamento é procurar, em todas as dimensões legais e com todos os instrumentos disponíveis na lei, explorá-los ao máximo. Contem com a futura Câmara Municipal para dar seguimento ao esforço que já foi feito pela atual Câmara para colmatar esta necessidade, que não é apenas da freguesia ou do município, mas de todo o país e até da Europa”, referiu. Na mesma linha de prioridades, apontou a mobilidade e os transportes públicos como áreas críticas a reavaliar. “É altura de revermos o funcionamento da rede de transportes, sem dramas”, afirmou, referindo-se à atual concessão do serviço. “Há uma experiência, houve uma concessão (…) é preciso reavaliar, notar os fluxos de trânsito. Há claramente excesso (…) de oferta nuns pontos e falta noutros. Esta disfuncionalidade precisa de ser corrigida. É fundamental otimizar a oferta de transportes públicos para garantir regularidade e qualidade de serviço, sobretudo numa freguesia com a densidade populacional que tem Esgueira”, opinou. Luís Souto de Miranda reforçou ainda o modelo de governação que pretende implementar, baseado na proximidade com as juntas de freguesia. “Mesmo estas questões que ele [Rui Cordeiro] vai apresentar, são compromissos da sua candidatura - alguns mais arrojados, outros mais simples - mas todos validados comigo. Isto é uma forma de trabalhar muito importante e um sinal. Nós vamos trabalhar sempre com as juntas de freguesia”, assegurou. Dirigindo-se, novamente, a Rui Cordeiro realçou que serão uma “dream team”, fazendo referência a O.J. Simpson. Na continuação das propostas, salientou ainda a importância de reforçar a “coesão territorial no Município de Aveiro”. “Claro que Esgueira, sendo uma freguesia muito urbana, tem aqui características diferentes, mas há outras, mais periféricas, características mais rurais, que vão precisar de outra atenção. Esgueira também tem os seus passos. É um bocadinho um misto. Portanto, nós vamos ter de trabalhar pela coesão territorial”, assegurou. Terminada a intervenção, seguiu-se a apresentação dos elementos da ‘Aliança Mais Aveiro’ à Junta de Freguesia de Esgueira e o discurso de Rui Cordeiro. O candidato começou por destacar o seu percurso profissional, vincando que ao longo da sua vida sempre se guiou por “dois grandes pilares”: “o trabalho sério e o compromisso com as pessoas”. “Nunca fui pessoa de ficar parado perante o que pode e deve ser melhorado. Sempre fui uma pessoa de desafios”, relembrou. “Acredito que uma Junta de Freguesia deve ser mais do que um órgão administrativo. Deve ser um espaço de proximidade, de diálogo constante, de resolução eficaz dos problemas concretos das pessoas”, continuou. Sobre o seu papel enquanto candidato à Junta prometeu que caso venha a ser eleito será um presidente “presente, que ouve, responde, que não está fechado no gabinete, mas que está, sempre que possível, nas ruas, nas escolas, nas associações e nas coletividades”. “Com a ‘Aliança Mais Aveiro’, apresentamos um projeto de continuidade e inovação, de uma equipa comprometida, plural, que representa diferentes gerações, diferentes experiências e diferentes saberes. Gente que ama esta terra, que tem ideias novas e que acredita que é possível fazer sempre melhor”, afirmou. Além das ideias partilhadas por Luís Souto, o candidato à Junta de Esgueira desvendou ainda querer criar “mais canais de comunicação diretos com a população, reuniões abertas, presença digital ativa e mecanismos ágeis de participação pública na vida da junta”. “Como até agora, a transparência será um pilar do nosso mandato”, vincou. Sobressaiu ainda, entre as medidas, a manutenção e gestão dos cemitérios, a reparação e a construção de novos passeios, iluminação pública, limpeza urbana regular, limpeza de tanques e fontanários, zonas verdes bem cuidadas e novos espaços de lazer. Rui Cordeiro deixou também a meta de integrar Esgueira nos desafios da sustentabilidade “com projetos ecológicos e boas práticas ambientais onde se inclui a já conhecida horta comunitária”. “Queremos requalificar os caminhos rurais de Taboeira e toda a sua área envolvente, nomeadamente a Pateira de Taboeira e o Parque de Merendas, tornando-os ainda mais apelativos e agradáveis, potenciando as visitas e passeios, não só da população residente, mas também dos muitos turistas que visitam a nossa cidade”, disse. “Temos de criar polos de atração turística que levem os turistas não só para o centro da cidade, mas também para as periferias”, atentou. Ao longo da apresentação também Jorge Caetano, ex-presidente do Clube do Povo de Esgueira, foi chamado ao palco para dar o seu testemunho enquanto membro da equipa ‘Aliança Mais Aveiro’ para a Junta de Freguesia de Esgueira. Na sua intervenção, aproveitou para denunciar aquilo que considera ser uma situação “inaceitável”: os três pórticos ainda em funcionamento na A25, entre Aveiro e Albergaria-a-Velha, integrados na concessão “Costa de Prata”. “É uma coisa inaceitável e que existe há anos e anos e que toda a gente fala e ninguém resolve. Até aqueles que tentaram mudar sem saber o que estavam a fazer… Agora todos querem resolver. Temos de ser nós também a lutar por isso”, insistiu. Recorde-se que Luís Montenegro, na sessão de apresentação da candidatura de Luís Souto, afirmou que não estava esquecido desta matéria e que a cobrança daqueles pórticos não fazia sentido. Contudo, deu nota que este não é um caso único no país e que pretendia resolver todos os casos semelhantes. Optou assim por não apontar datas para a resolução deste problema. Nesta nova legislatura, o Grupo Parlamentar do PCP já fez entrar o ‘Projeto de Lei n.º 34/XVII/1.ª’, no dia 20 de junho, que pretende “eliminar as taxas de portagem em todas as autoestradas ex-SCUT”. Já o Grupo Parlamentar do PS quis ser mais específico para o caso de Aveiro e apresentou o ‘Projeto-Lei n.º 91/XVII’, que pretende “eliminar as taxas de portagem da autoestrada A25 ainda não abrangidas pela Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto”. Falta perceber se ambos os projetos de lei serão votados antes das próximas eleições autárquicas do dia 12 de outubro. Caso venha a acontecer, o assunto poderá marcar o período da campanha eleitoral, dependendo da posição de cada partido.
IL apresenta Moisés Braz como candidato à Junta de Cacia
Natural de Aveiro e residente no Paço, Moisés Braz é estudante de Engenharia Informática Aplicada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), na Universidade de Aveiro (UA), tendo também completado uma formação como técnico superior em programação de sistemas de informação. Conciliando os estudos com o trabalho, o candidato tem já experiência profissional em áreas como os “sistemas de informação, a restauração e a construção civil”. Na nota, a IL destaca que esta “vivência multifacetada” lhe confere “uma visão prática e realista dos desafios enfrentados por muitos jovens e trabalhadores portugueses”. Além do percurso académico e profissional, Moisés é também músico, o que, segundo o partido, reflete a sua ligação à cultura e à importância do papel da criatividade no desenvolvimento pessoal e comunitário. Em comunicado, a IL afirma que Moisés Matos Braz “representa uma nova geração de cidadãos ativos, que acreditam que a política local pode ser feita com proximidade, competência e sentido de missão”. Recorde-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura a esta junta de freguesia. Nessa altura, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu com “63,64%” dos votos. As eleições autárquicas decorrem no dia 12 de outubro.
Alberto Souto afirma que Rui Carneiro “não representa nada, não tem mandato de ninguém”
Na mesma publicação em que Alberto Souto critica Ribau Esteves pela abertura de “concursos de milhões” em final de mandato, o candidato socialista deixa uma nota final relativamente a Rui Carneiro. Após a retirada de confiança política, aponta Alberto, “o Dr. Rui Carneiro ainda não teve a hombridade de se demitir”. Considerando que “cada dia que permaneça em funções é uma vergonha para a democracia”, Alberto Souto aponta que Rui Carneiro foi “convidado pelo PS e foi oferecer- se ao Bloco de Esquerda” e que “ninguém o quis” para apontar o dedo ao agora vereador independente por permanecer “impávido e ilegitimamente a receber os trinta dinheiros municipais”. “Não foi eleito por ninguém. Não representa o PS, não representa nada, não tem mandato de ninguém. É um suplente sem qualquer legitimidade”, reitera Alberto na sua publicação. “Representa a falta de dignidade e de ética na política. Quantas senhas de presença valerá a sua indignidade?”, questiona ainda o candidato socialista. Contactado pela Ria, Rui Carneiro preferiu não prestar declarações, remetendo para as afirmações anteriormente divulgadas.
Luís Souto de Miranda alvo de críticas por intervenção em evento solidário na Pateira do Carregal
O caso ganhou visibilidade após a publicação de uma “carta aberta” de um munícipe, divulgada esta quinta-feira, 10 de julho, nas redes sociais. Na mensagem, o autor questiona “em que qualidade” o candidato subiu ao palco e fez uma intervenção pública ao lado do presidente da junta, considerando que houve um “aproveitamento político de um evento cívico, humanitário e apartidário”. Luís Souto de Miranda, entretanto, partilhou fotografias da sua participação nas redes sociais da candidatura da “Aliança Mais Aveiro”, o que motivou ainda mais críticas da oposição, que vê na publicação a confirmação do alegado “aproveitamento”. Alberto Souto de Miranda, candidato do Partido Socialista (PS), manifestou-se “estupefacto”: “Espero que haja uma explicação. Esta fotografia, porém, reflecte só por si, o aproveitamento a que te referes. Como é que é possível?? Utilizar uma ação em favor da Liga Portuguesa contra o Cancro, para fazer política???”, escreveu na publicação. Também João Moniz, candidato do Bloco de Esquerda (BE), reagiu à publicação, acusando o “PSD/CDS” de repetir práticas que diz serem recorrentes: a “instrumentalização de eventos, associações e até de inaugurações de obras públicas com o intuito de obter ganhos eleitorais”. “Essa tem sido a práctica de Ribau Esteves, e a ser verdade o que é relatado nesta publicação, Luís Souto Miranda pretende manter a coerência com essa tradição. Mas tendo em conta a causa e natureza deste evento em particular, a situação torna-se ainda mais sórdida. Completamente lamentável. O candidato do PSD/CDS deve um pedido de explicações”, afirmou. Na polémica, o munícipe denuncia ainda alegações de exclusão de participantes. Segundo a carta aberta, um grupo de “cerca de 30 pessoas” de Nariz e Requeixo não conseguiu inscrever-se na caminhada, apesar de ter manifestado interesse antes do evento. O munícipe alega ainda que foram abertas mais “50” vagas na véspera da iniciativa, às quais o grupo não teve acesso. Em declarações à Ria, Miguel Silva, presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, rejeitou as acusações de “instrumentalização” política, esclarecendo que Luís Souto participou “na qualidade de presidente da Assembleia Municipal de Aveiro” e que a sua intervenção teve meramente esse carácter. “Simplesmente proferiu umas palavras enquanto presidente da Assembleia Municipal, valorizando três aspetos: a prática de caminhadas, convívio das pessoas e o objetivo nobre desta caminhada que era recolher fundos para uma causa tão nobre que era a Liga Portuguesa Contra o Cancro”, explicou. Sobre a alegada gestão irregular das inscrições, Miguel Silva nega qualquer problema. “Nós atingimos um valor total de 320 inscrições e quando atingimos o limite encerramos. As inscrições tiveram abertas cerca de um mês. É evidente que nós não tínhamos logística para termos 500 ou 1000 pessoas”, assegurou. Apesar da controvérsia e não querendo comentar diretamente as críticas proferidas, o presidente da Junta sublinha que o evento alcançou o seu principal objetivo: angariar “dois mil euros” para a Liga Portuguesa Contra o Cancro, valor que será formalmente entregue “no próximo domingo”. Contactado pela Ria, Luís Souto de Miranda preferiu não comentar o episódio.
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Venda de livros aumenta 10% no segundo trimestre face ao mesmo período de 2024
Segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre abril e junho deste ano foram vendidos 3.277.957 livros, mais 9,8% do que no período homólogo do ano passado. Estas unidades de venda traduziram-se num encaixe financeiro superior a 47 milhões de euros (47.683.077), mais 11,1% face ao segundo trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. Estas subidas foram registadas apesar do aumento do preço médio do livro de 1,2% para os 14,55 euros. Neste mesmo período foram postos à venda 3.045 novos livros. Quanto aos pontos de venda, 70,7% dos livros vendidos neste segundo trimestre foram escoados por livrarias, enquanto 29,3% foram vendidos por hipermercados. Isto reflete-se igualmente nos valores das vendas, já que 79,1% do total arrecadado no mercado livreiro foram repartidos pelas livrarias e 20,9% ficaram com os hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a literatura infantojuvenil, com o maior número de unidades vendidas - 38,5% do total -, a um preço médio de 11,58 euros, que contribuem com 30,7% para o encaixe financeiro total, abaixo da receita das vendas de ficção e não-ficção. Em segundo lugar, em termos de unidades vendidas, está a ficção, com um peso de 32,9% do mercado, a um preço médio de 16,82 euros por livro, conseguindo um valor correspondente a 38% do total das vendas. Os livros de não-ficção representam 25% das unidades vendidas neste período, a um preço médio de 17,59 euros, e obtêm 30,3% do valor total de vendas. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,6% em número de unidades vendidas, 1,1% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,28 euros. Na quinta-feira, durante a apresentação do Book 2.0, o presidente da APEL, Miguel Pauseiro, disse que o mercado livreiro tem vindo a crescer de forma consistente, indicando que entre 2021 e 2024, esse crescimento situou-se um pouco acima dos 30% em valor e ligeiramente abaixo dos 30% em unidades, e que os primeiros meses de 2025 apontam no mesmo sentido. De acordo a APEL, este crescimento deve-se em grande parte aos jovens, sobretudo motivados por redes sociais e clubes de leitura, com muita atividade e muita partilha.
Aliança Mais Aveiro lança Rui Cordeiro em Esgueira com propostas e críticas ao PS
A ‘Aliança Mais Aveiro’ deu esta sexta-feira o pontapé de saída para a apresentação dos seus candidatos às juntas de freguesias. O Centro Cultural de Esgueira foi o local escolhido para a apresentação de Rui Cordeiro. A cerimónia estava inicialmente prevista para o Parque Aventura - Fonte do Meio, mas devido às condições climatéricas incertas, foi transferida para o Centro Cultural. Ângela Almeida, atual presidente da Junta de Freguesia de Esgueira - que não pode recandidatar-se por ter atingido o limite de mandatos - marcou presença para apoiar o candidato. Apesar disso, notou-se a sua preocupação em manter-se distante dos lugares de destaque, ficando mais isolada e permanecendo em pé junto à porta do Centro Cultural, afastada do candidato. O primeiro a tomar a palavra foi Luís Souto, cabeça de lista da ‘Aliança Mais Aveiro’ às próximas eleições autárquicas, que começou por elogiar a “energia” de Esgueira. Para ele, “o Rui escolheu aqui uma ‘movida’, como dizem os espanhóis, que tem tudo a ver com as nossas candidaturas”. Destacou que a coligação é “uma candidatura alegre, bem-disposta”, reforçando que não se trata de “acertar contas com o passado”, mas sim de um projeto carregado de “entusiasmo, muita alegria e vontade de vencer”. Luís Souto dirigiu-se de forma especial a Isabel Barbosa, descrevendo-a como “um elemento muito preponderante do atual Executivo”. Reconheceu que, embora a sua forma de estar seja “bastante discreta”, Isabel teve um papel “essencial e fundamental no processo de preparação das listas em Esgueira”. Sublinhou que ela deu “o exemplo de uma forma de estar na política que, de facto, deveria fazer escola”. Recorde-se que Isabel Barbosa é a atual tesoureira da Junta de Freguesia de Esgueira e era a preferida de Ângela Almeida para liderar a sua sucessão. Agradeceu ainda a Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, pela sua “presença física e constante” na preparação das várias candidaturas, bem como a Ana Cláudia Oliveira, presidente da concelhia do CDS-Aveiro, a quem chamou “parceira”, frisando o projeto de continuidade entre as forças políticas da coligação. Destacou que, ao longo dos anos, “nunca falhou a solidariedade política, a coerência de projeto e o empenhamento do CDS-PP”, pelo que a renovação do acordo “faz todo o sentido”. Durante o discurso, Luís Souto aproveitou para recordar o seu percurso no movimento associativo. Reconheceu que, apesar de ter tido pouca exposição direta na política, ocupa o cargo de presidente da Assembleia Municipal e mantém uma forte ligação à comunidade através das associações. “Há pessoas que questionam ‘como é que ele chega ali a candidato, afinal de contas, na política tem estado pouco’. Enfim, sou presidente da Assembleia Municipal, não sei se posso dizer isto, porque parece que ficam zangados, (…) mas de facto sou, até ao último dia. A minha relação com a comunidade tem vindo muito das associações”, confessou. Referiu que Esgueira é uma freguesia “muito dinâmica” e “exigente”, uma exigência que resulta da sua “riqueza associativa de eleição” e da intensa participação comunitária. Falando diretamente de Rui Cordeiro, Luís Souto destacou que, apesar de se conhecerem há pouco tempo, rapidamente foi possível reconhecer diversas qualidades no candidato, como o seu carácter, disponibilidade e empenho. Sublinhou que Rui é “uma pessoa de princípios e valores”, com uma vida dedicada tanto à sua “exigente profissão” como à “comunidade” e ao “associativismo” local. “As condições proporcionaram-se e foi uma ótima escolha”, afirmou, mostrando-se convicto de que Rui Cordeiro será “o próximo presidente da Junta”. Sobre a equipa apresentada para as dez juntas de freguesia, Luís Souto avançou que esta “é sem dúvida a melhor”, composta pelas pessoas “mais capazes, mais competentes” e pelo que considera “o melhor projeto para a freguesia de Esgueira”. Frisou que o mesmo assenta numa lógica de “continuidade”, aproveitando o “excelente trabalho que tem sido feito na freguesia nos últimos 12 anos” e refletindo os avanços registados no “Município de Aveiro nos últimos ciclos autárquicos”. Fez ainda questão de “salientar” o orgulho na coligação, anteriormente, designada de ‘Aliança com Aveiro,’ liderada por José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro nos últimos 12 anos. Falando diretamente sobre Ângela Almeida, Luís Souto de Miranda afirmou que “não se pode projetar o futuro sem respeitar o passado”. Destacou o “bom trabalho” realizado pela atual liderança e reforçou a intenção de “inovar”, sempre valorizando o legado construído. Olhou também para o futuro, não deixando de lançar uma crítica direta ao candidato socialista. Referiu que “quem manda na calendarização das apresentações das nossas ideias e do nosso projeto somos nós e não são eles”, numa resposta clara à contestação gerada pela polémica em torno da apresentação do livro de Bruno Paixão. Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, tinha criticado nas redes sociais a estratégia da coligação, questionando se “os eleitores aceitam votar cegamente em quem não diz o que propõe” e acusando-os de “falta de respeito para com os eleitores” por alegadamente esconderem o programa eleitoral até “ao momento em que já ninguém lê programas para formar opinião”. Luís Souto sublinhou que a coligação “sabe bem o caminho que está a trilhar (…) e o que queremos para Esgueira, para cada uma das nove freguesias e para o Município como um todo”. Reforçou que “sempre dissemos que iríamos construir um projeto político para as pessoas”. “Ouvindo associação a associação. Clube a clube. Ouvindo que as suas preocupações, os seus anseios e é esse trabalho que temos vindo a desenvolver intensamente nos últimos três meses”, explicou. Mais uma vez dirigindo-se indiretamente a Alberto Souto que tem vindo a divulgar um conjunto de propostas nas redes sociais, bem como a promover um conjunto de encontros temáticos, o candidato da ‘Aliança’ relembrou que tem uma “forma distinta de trabalhar”. “Por isso, insistimos - apesar de todas as provocações - em ouvir primeiro as pessoas. (…) Acreditem que o nosso programa é verdadeiramente aquilo que hoje tanto se apela da participação democrática”, defendeu. O candidato criticou ainda a oposição, afirmando que “não existe em qualquer outra candidatura, muito menos naquela cuja maior promessa parece ser desfazer o trabalho desenvolvido pelo atual executivo ao longo dos anos”. Continuando a direcionar as suas palavras ao PS, Luís Souto garantiu que não recorrerá a “números de ilusionismo programático”. “Não andamos a prometer tudo a todos nem a oferecer soluções para todos os problemas, como se houvesse dinheiro infinito nos cofres do município para satisfazer todas as reivindicações”, frisou. “O passado do nosso município ensinou-nos que esse não é o caminho a seguir”, acrescentou, sublinhando que o compromisso assumido com cada freguesia, associação e instituição “é um contrato à prova de balas” que “é mesmo para cumprir”. Também durante o seu discurso e pela primeira vez, publicamente, Luís Souto avançou com alguns dos compromissos da ‘Aliança Mais Aveiro’, embora mais centrados na freguesia de Esgueira. Um dos destaques vai para a requalificação do Parque Aventura, com o objetivo de o tornar “mais acolhedor, atrativo e com medidas de limpeza mais eficientes”. Recorde-se que o Parque Aventura Fonte do Meio foi inaugurado há 4 anos, em junho de 2021, e representou um investimento da autarquia aveirense de cerca de 450 mil euros. O candidato referiu ainda que uma das “grandes linhas mestras” para Esgueira, e para o município em geral, passa por aumentar a “oferta de espaços verdes”. Entre as propostas, está a requalificação da Rua da Ribeira de Esgueira, promovendo a sua ligação ao Parque Aventura, aos Passadiços e ao Cais da Ribeira. O plano inclui também a construção de um parque de lazer e a criação de uma via ciclável e pedonal. Abordando o desporto como um “pilar essencial”, Luís Souto de Miranda garantiu que a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ continuará a valorizar o Parque Desportivo de Aveiro. “Se bem se recordam, a zona do estádio durante muitos anos tinha um estádio praticamente sem atividade. Hoje, fruto de muito trabalho e das tais contas certas, nós já passamos na zona do estádio e vemos equipamentos desportivos que já não são só o estádio”, afirmou. Nesse sentido, assegurou que o projeto do Pavilhão Oficina “é para avançar”, contrariando o que classificou como intenções da oposição. “Vamos fazer o contrário do que a oposição quer. Não vamos parar nada. Vamos fazer avançar”, afirmou, sublinhando que a decisão resulta da auscultação feita junto dos clubes desportivos. “É mesmo necessário. E, portanto, se já está em condições de ser financiado e construído, connosco é mesmo para avançar”, concluiu. O candidato dirigiu-se ainda ao Clube do Povo de Esgueira, que descreveu como “uma marca desportiva do nosso município” e um “símbolo” da freguesia. Reforçou o compromisso da coligação em apoiar a coletividade: “Estaremos abertos e empenhados (…) em encontrar uma solução que valorize a prática desportiva dos nossos jovens (…) e a ajudar a que se encontrem soluções para que eles tenham as condições que nunca tiveram, apesar de tanto merecerem”. Em tom crítico à oposição, voltou a sublinhar a diferença da sua abordagem. “Como eu já disse uma vez, realmente eu não sou de ir lugar a lugar, associação a associação com um saco de promessas, mas há uma coisa que eu disse e alguém ouviu: eu disse que connosco chegou a hora de Esgueira e do Esgueira”, afirmou. Mencionou ainda o Taboeira pelo “trabalho” que tem feito com os jovens. “Vamos trabalhar com o Taboeira e com outras agremiações desportivas ajudando-as a crescer ainda mais”, insistiu. Luís Souto reconheceu ainda a “gritante” falta de espaços “viáveis” para diversas associações de Esgueira. “Isso é um bom sinal. São chamadas dores de crescimento. (…) Nós queremos que aumente ainda mais a participação, seja de jovens, seja, por exemplo, das atividades da terceira idade”, referiu. A propósito, adiantou que a Escola das Cardadeiras, que deixará de ser utilizada para fins educativos, representa uma “oportunidade única” para dar resposta a essa carência. “[Pode ser aproveitada] para espaços de utilização pelo movimento associativo e, por outro lado, permitir [a criação] de um espaço verde que a freguesia tanto carece”, exemplificou. Face ao crescimento de Esgueira, Luís Souto assumiu também o compromisso de proceder à criação “de um novo acesso de ligação da Avenida Europa ao centro da freguesia”. “A chamada rotunda do rato. (…) Aí está uma obra que está em fase adiantada e, connosco, vocês sabem que também não é para parar”, vincou. Numa outra crítica implícita ao PS, o candidato referiu que “a outra candidatura, mais sonante, (…) também já veio muito contrariada com a perspetiva dessa obra que é fundamental e que também favorece a freguesia de Esgueira, embora não de forma exclusiva”, partilhou. Entre os principais desafios identificados para a freguesia, o candidato destacou o estacionamento como o “problema número um”. “O nosso compromisso é, de facto, que vamos abraçar este problema, que é muito significativo e muito grave, de forma que no nosso mandato se criem finalmente novas opções de estacionamento”, afirmou, sublinhando a ligação entre esta necessidade e o dinamismo do comércio local. “Se não houver estacionamento em Esgueira, a atividade comercial é prejudicada. (…) Custa dinheiro? Custa, mas eu penso que é um investimento que chegou a hora da Câmara Municipal, no futuro, fazer”, defendeu. O candidato abordou também a questão da habitação, que classificou como uma prioridade transversal. “O nosso empenhamento é procurar, em todas as dimensões legais e com todos os instrumentos disponíveis na lei, explorá-los ao máximo. Contem com a futura Câmara Municipal para dar seguimento ao esforço que já foi feito pela atual Câmara para colmatar esta necessidade, que não é apenas da freguesia ou do município, mas de todo o país e até da Europa”, referiu. Na mesma linha de prioridades, apontou a mobilidade e os transportes públicos como áreas críticas a reavaliar. “É altura de revermos o funcionamento da rede de transportes, sem dramas”, afirmou, referindo-se à atual concessão do serviço. “Há uma experiência, houve uma concessão (…) é preciso reavaliar, notar os fluxos de trânsito. Há claramente excesso (…) de oferta nuns pontos e falta noutros. Esta disfuncionalidade precisa de ser corrigida. É fundamental otimizar a oferta de transportes públicos para garantir regularidade e qualidade de serviço, sobretudo numa freguesia com a densidade populacional que tem Esgueira”, opinou. Luís Souto de Miranda reforçou ainda o modelo de governação que pretende implementar, baseado na proximidade com as juntas de freguesia. “Mesmo estas questões que ele [Rui Cordeiro] vai apresentar, são compromissos da sua candidatura - alguns mais arrojados, outros mais simples - mas todos validados comigo. Isto é uma forma de trabalhar muito importante e um sinal. Nós vamos trabalhar sempre com as juntas de freguesia”, assegurou. Dirigindo-se, novamente, a Rui Cordeiro realçou que serão uma “dream team”, fazendo referência a O.J. Simpson. Na continuação das propostas, salientou ainda a importância de reforçar a “coesão territorial no Município de Aveiro”. “Claro que Esgueira, sendo uma freguesia muito urbana, tem aqui características diferentes, mas há outras, mais periféricas, características mais rurais, que vão precisar de outra atenção. Esgueira também tem os seus passos. É um bocadinho um misto. Portanto, nós vamos ter de trabalhar pela coesão territorial”, assegurou. Terminada a intervenção, seguiu-se a apresentação dos elementos da ‘Aliança Mais Aveiro’ à Junta de Freguesia de Esgueira e o discurso de Rui Cordeiro. O candidato começou por destacar o seu percurso profissional, vincando que ao longo da sua vida sempre se guiou por “dois grandes pilares”: “o trabalho sério e o compromisso com as pessoas”. “Nunca fui pessoa de ficar parado perante o que pode e deve ser melhorado. Sempre fui uma pessoa de desafios”, relembrou. “Acredito que uma Junta de Freguesia deve ser mais do que um órgão administrativo. Deve ser um espaço de proximidade, de diálogo constante, de resolução eficaz dos problemas concretos das pessoas”, continuou. Sobre o seu papel enquanto candidato à Junta prometeu que caso venha a ser eleito será um presidente “presente, que ouve, responde, que não está fechado no gabinete, mas que está, sempre que possível, nas ruas, nas escolas, nas associações e nas coletividades”. “Com a ‘Aliança Mais Aveiro’, apresentamos um projeto de continuidade e inovação, de uma equipa comprometida, plural, que representa diferentes gerações, diferentes experiências e diferentes saberes. Gente que ama esta terra, que tem ideias novas e que acredita que é possível fazer sempre melhor”, afirmou. Além das ideias partilhadas por Luís Souto, o candidato à Junta de Esgueira desvendou ainda querer criar “mais canais de comunicação diretos com a população, reuniões abertas, presença digital ativa e mecanismos ágeis de participação pública na vida da junta”. “Como até agora, a transparência será um pilar do nosso mandato”, vincou. Sobressaiu ainda, entre as medidas, a manutenção e gestão dos cemitérios, a reparação e a construção de novos passeios, iluminação pública, limpeza urbana regular, limpeza de tanques e fontanários, zonas verdes bem cuidadas e novos espaços de lazer. Rui Cordeiro deixou também a meta de integrar Esgueira nos desafios da sustentabilidade “com projetos ecológicos e boas práticas ambientais onde se inclui a já conhecida horta comunitária”. “Queremos requalificar os caminhos rurais de Taboeira e toda a sua área envolvente, nomeadamente a Pateira de Taboeira e o Parque de Merendas, tornando-os ainda mais apelativos e agradáveis, potenciando as visitas e passeios, não só da população residente, mas também dos muitos turistas que visitam a nossa cidade”, disse. “Temos de criar polos de atração turística que levem os turistas não só para o centro da cidade, mas também para as periferias”, atentou. Ao longo da apresentação também Jorge Caetano, ex-presidente do Clube do Povo de Esgueira, foi chamado ao palco para dar o seu testemunho enquanto membro da equipa ‘Aliança Mais Aveiro’ para a Junta de Freguesia de Esgueira. Na sua intervenção, aproveitou para denunciar aquilo que considera ser uma situação “inaceitável”: os três pórticos ainda em funcionamento na A25, entre Aveiro e Albergaria-a-Velha, integrados na concessão “Costa de Prata”. “É uma coisa inaceitável e que existe há anos e anos e que toda a gente fala e ninguém resolve. Até aqueles que tentaram mudar sem saber o que estavam a fazer… Agora todos querem resolver. Temos de ser nós também a lutar por isso”, insistiu. Recorde-se que Luís Montenegro, na sessão de apresentação da candidatura de Luís Souto, afirmou que não estava esquecido desta matéria e que a cobrança daqueles pórticos não fazia sentido. Contudo, deu nota que este não é um caso único no país e que pretendia resolver todos os casos semelhantes. Optou assim por não apontar datas para a resolução deste problema. Nesta nova legislatura, o Grupo Parlamentar do PCP já fez entrar o ‘Projeto de Lei n.º 34/XVII/1.ª’, no dia 20 de junho, que pretende “eliminar as taxas de portagem em todas as autoestradas ex-SCUT”. Já o Grupo Parlamentar do PS quis ser mais específico para o caso de Aveiro e apresentou o ‘Projeto-Lei n.º 91/XVII’, que pretende “eliminar as taxas de portagem da autoestrada A25 ainda não abrangidas pela Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto”. Falta perceber se ambos os projetos de lei serão votados antes das próximas eleições autárquicas do dia 12 de outubro. Caso venha a acontecer, o assunto poderá marcar o período da campanha eleitoral, dependendo da posição de cada partido.
IL apresenta Moisés Braz como candidato à Junta de Cacia
Natural de Aveiro e residente no Paço, Moisés Braz é estudante de Engenharia Informática Aplicada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), na Universidade de Aveiro (UA), tendo também completado uma formação como técnico superior em programação de sistemas de informação. Conciliando os estudos com o trabalho, o candidato tem já experiência profissional em áreas como os “sistemas de informação, a restauração e a construção civil”. Na nota, a IL destaca que esta “vivência multifacetada” lhe confere “uma visão prática e realista dos desafios enfrentados por muitos jovens e trabalhadores portugueses”. Além do percurso académico e profissional, Moisés é também músico, o que, segundo o partido, reflete a sua ligação à cultura e à importância do papel da criatividade no desenvolvimento pessoal e comunitário. Em comunicado, a IL afirma que Moisés Matos Braz “representa uma nova geração de cidadãos ativos, que acreditam que a política local pode ser feita com proximidade, competência e sentido de missão”. Recorde-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura a esta junta de freguesia. Nessa altura, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu com “63,64%” dos votos. As eleições autárquicas decorrem no dia 12 de outubro.
São João da Madeira com concurso para escolher nova direção do Centro de Arte Oliva
A autarquia revelou à Lusa que o equipamento cultural onde estão depositadas milhares de obras de arte – uma parte delas reunida na Coleção Treger Saint Silvestre, de Arte Bruta, e outra na Coleção Norlinda e José Lima, de Arte Moderna – prepara assim o fim de um ciclo de oito anos que foi “determinante para a afirmação do Centro de Arte Oliva”. O procedimento para escolha do novo diretor está aberto até 31 de julho e, por via da análise ao currículo detalhado dos interessados, à respetiva carta de motivação e ao seu projeto estratégico para três anos, deverá resultar no recrutamento de um profissional “capaz de dar continuidade à missão do Centro de Arte, reforçando o seu posicionamento enquanto espaço de investigação, fruição e debate em torno das práticas artísticas contemporâneas”. O perfil procurado implica “formação superior ao nível de pós-graduação ou doutoramento em áreas relevantes, experiência comprovada em coordenação de equipas e projetos artísticos, profundo conhecimento do contexto artístico nacional e capacidade para desenvolver uma programação expositiva, editorial e de mediação alinhada com as linhas programáticas do Centro”. A autarquia proprietária do equipamento com cerca de 2.500 metros quadrados de área expositiva diz que valorizará ainda “a visão curatorial” dos candidatos e a sua “sensibilidade para a diversidade cultural, sustentabilidade e inclusão”, assim como as respetivas competências ao nível de gestão orçamental e comunicação institucional. Quanto ao trabalho de Andreia Magalhães ao longo de oito anos, o presidente da Câmara de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, agradece-lhe “a dedicação, a visão e o rigor que pautaram a sua liderança”. Afirma ainda que o seu desempenho se traduziu “numa programação consistente, inovadora e profundamente comprometida com a valorização do património artístico e a promoção da criação contemporânea”.