RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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Terceiro concurso do Pavilhão Municipal com duas propostas válidas “muito abaixo” do valor base

José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), avançou na reunião camarária desta sexta-feira, 11 de abril, que o terceiro concurso público para a construção do novo Pavilhão Municipal – Oficina do Desporto, em Aveiro, teve, “no mínimo, duas propostas válidas”. À Ria assegurou ainda que ambas as propostas estão “muito abaixo” do valor base.

Terceiro concurso do Pavilhão Municipal com duas propostas válidas “muito abaixo” do valor base
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
12 abr 2025, 08:32

No dia 6 de fevereiro, o executivo da CMA aprovava, por maioria, o terceiro concurso público para a construção do novo Pavilhão Municipal com um novo valor base superior a 22 milhões de euros [depois dos dois primeiros concursos terem ficado desertos]. No anúncio publicado em Diário da República (DR), o prazo para a apresentação de propostas terminava no dia 23 de março. Face a “solicitações formais de empresas candidatas”, conforme noticiado pela Ria, o prazo acabaria por ser alargado até esta passada segunda-feira, 7 de abril.

Terminado o prazo, na reunião camarária desta sexta-feira, no período da ordem do dia, Ribau Esteves deu nota ao restante executivo que, no total, a autarquia recebeu “seis propostas válidas em preço” para a construção do novo Pavilhão Desportivo, tendo “duas” delas ficado “muito abaixo” do preço base do terceiro concurso. “Estamos muito satisfeitos (…) Uma outra satisfação é que os preços destas duas propostas, que são muito próximas, vêm para muito perto da base do segundo concurso que nós lançámos e bem longe dos 23.5 milhões, que era a base deste terceiro concurso”, afirmou, em entrevista à Ria, à margem da reunião da Câmara, assegurando ainda que as empresas "são nacionais”. “Portanto, agora é o procedimento formal, a adjudicação provisória, a definitiva pela Câmara, o visto prévio do Tribunal de Contas, começar as reuniões com a empresa que vier a ganhar para começar a obra”, continuou.

Para preparar essa adjudicação foi ainda aprovada, por maioria, uma revisão orçamental que irá a deliberação na seguinte Assembleia Municipal que decorre na próxima quarta-feira, 16 de abril, pelas 20h30, na sede. “É necessário pormos o orçamento em ordem. A ordem é basicamente o cronograma previsional da execução, para nós podermos adjudicar e depois virmos a ter o visto prévio do Tribunal de Contas. Neste caso tem de ser visto prévio porque como a obra não é financiada por fundos comunitários, não tem visto sucessivo e o visto prévio é obrigatório”, explicou José Ribau Esteves.

Apesar da aprovação, a revisão orçamental contou com o voto “contra” do Partido Socialista (PS). “Sabemos que isto é um dos assuntos que onera, fortemente, os compromissos futuros e, por isso, votamos contra”, justificou o vereador socialista, Fernando Nogueira realçando também que “isto dos concursos públicos vai-nos deixando situações dúbias”.

CMA adquire “duas viaturas normais” para a Polícia Municipal

No período antes da ordem do dia, Rui Soares Carneiro, vereador do PS questionou ainda o presidente da Câmara quanto ao incêndio que deflagrou, no passado domingo, 6 de abril, numa garagem do Parque de Feiras e Exposições, em Aveiro, onde está sediada a Polícia Municipal, tendo atingido algumas das viaturas de serviço.

José Ribau Esteves respondeu que foi “um azar”, mas que “podia ter sido muito pior”. Segundo o edil o incêndio iniciou-se porque uma das “viaturas elétricas [da Polícia Municipal] entrou em autoincendio”. “A sorte foi termos a Feira de Março, estar muita gente na feira e termos funcionários nossos a trabalhar. [Por] coincidência (…) um dos nossos funcionários precisou de ir à garagem buscar ferramentaria (…) [e] acionou a chamada dos bombeiros”, contou. Neste seguimento, o presidente da CMA adiantou que, neste momento, há “duas investigações em curso”: uma da Polícia Judiciária (PJ) e outra do perito dos seguros dos automóveis.

Relativamente aos danos, Ribau Esteves assegurou que houve a “perda total” da viatura que originou o incêndio, uma possível perda de uma segunda viatura e dois automóveis “com danos ligeiros”. “Tivemos um dos quadros elétricos daquela zona mais administrativa do parque perdido e, portanto, tivemos também sem eletricidade (…) Não houve qualquer dano nas áreas de trabalho da polícia”, apontou avançando ainda que o serviço da Polícia Municipal se mantém “normal” pela cidade. “Obviamente que baixamos um bocadinho o tempo de serviço na estrada porque não temos viaturas à espera de andar”, referiu.

O autarca deixou ainda a nota que a autarquia já procedeu à compra de “duas viaturas normais” e que “até ao final da semana do 21 de abril” se dará a “reposição” da frota da Polícia Municipal.

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Aveirense Dinis Mota recusa participar na Eurovisão e propõe concerto para ajudar povo da Palestina
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Aveirense Dinis Mota recusa participar na Eurovisão e propõe concerto para ajudar povo da Palestina

No comunicado, Dinis Mota escreve que “enquanto cidadão, músico, ser humano […] nunca poderia estar do lado do agressor”. Isso significa, portanto, que caso se mantenha a participação de Israel na competição, o artista não marcará presença, caso venha a ser selecionado. Recorde-se que esta já tinha sido uma posição assumida por 11 dos 16 concorrentes do concurso. Dinis Mota explica não ter assinado a declaração conjunta com os restantes músicos, uma vez que “acredita que a música pode ser pensada como um instrumento ativo de paz, diálogo e ação” e, por isso, “necessitou de tempo para uma tomada de posição”. Em alternativa, sugere que Portugal se junte aos outros países que já decidiram não participar na Eurovisão, bem como “a todos os que queiram fazer parte do movimento”, para organizar um festival alternativo na Áustria, mesmo local onde se realiza a Eurovisão. A ideia seria que o evento tomasse a forma de um “concerto solidário” e que os lucros revertessem para ajuda humanitária ao povo palestiniano.

PSD-Aveiro diz que não há fundamentos para revogar o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso
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PSD-Aveiro diz que não há fundamentos para revogar o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso

Num comunicado enviado às redações, os sociais-democratas acusam o PS de apresentar declarações “contraditórias e manifestamente pobres”, considerando que os vereadores socialistas tentaram “desviar o foco do essencial”, ao afirmarem que o problema não reside no projeto hoteleiro em causa, mas sim no modelo de turismo, desenvolvimento e criação de emprego associado. Para o PSD, esta posição é “no mínimo incoerente”, sublinhando que o turismo qualificado, o desenvolvimento económico e a criação de emprego devem ser objetivos centrais de “qualquer município moderno e ambicioso”. A concelhia liderada pelo PSD defende que o projeto previsto para o Cais do Paraíso constitui “uma oportunidade concreta de investimento privado”, com a instalação de um hotel de cinco estrelas capaz de reforçar a atratividade turística de Aveiro, aumentar a estadia média dos visitantes e gerar riqueza e emprego. No mesmo comunicado, o partido destaca o atual estado de degradação da zona do Cais do Paraíso, classificando-a como “abandonada e sem dinamismo”, e sustenta que o espaço necessita de uma requalificação “séria e estruturada”. O PSD recorda ainda que, segundo foi referido pelo presidente da Câmara Municipal de Aveiro, a revogação de um plano de pormenor exige “razões excecionais e devidamente fundamentadas”, considerando que essas condições “não existem, nem foram demonstradas” no caso concreto. Para os sociais-democratas, qualquer tentativa de travar ou reverter o processo compromete a imagem de Aveiro enquanto território “fiável e credível para investir”. O partido defende que o concelho deve respeitar os seus compromissos e instrumentos de planeamento, criando condições para atrair investimento e promover o desenvolvimento sustentável. “ Aveiro não pode continuar refém de discursos inconsequentes, contradições políticas e do imobilismo”, conclui o comunicado, datado de 15 de dezembro de 2025. A Concelhia do PSD de Aveiro vem manifestar a sua profunda discordância e preocupação face às declarações contraditórias e manifestamente pobres proferidas pelos Senhores Vereadores do Partido Socialista na última reunião da Câmara Municipal de Aveiro, a propósito da revogação do plano de pormenor urbanístico previsto para o Cais do Paraíso. Ao longo da referida reunião, ficou claro que o PS tenta desviar o foco do essencial, afirmando que o problema não é o hotel em si, mas sim o turismo, o desenvolvimento e os empregos que o projeto poderá trazer para Aveiro. Esta posição é, no mínimo incoerente. O turismo qualificado, o desenvolvimento económico e a criação de emprego são precisamente alguns dos principais desígnios que qualquer município moderno e ambicioso deve promover e defender. A verdade é simples e inegável: a zona do Cais do Paraíso encontra-se atualmente abandonada, degradada e sem qualquer dinamismo. Carece urgentemente de uma requalificação séria e estruturada. O projeto em causa representa uma oportunidade concreta de investimento privado, com a instalação de um hotel de 5 estrelas, capaz de elevar a qualidade da oferta turística de Aveiro, aumentar a estadia média dos visitantes e gerar riqueza, emprego e notoriedade para o concelho e a região. Importa ainda sublinhar que, conforme referido pelo senhor Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, a revogação de um plano de pormenor exige razões excecionais e devidamente fundamentadas. Ora, essas razões não existem, nem foram demonstradas. Qualquer tentativa de bloqueio ou retrocesso neste processo apenas fragiliza a imagem de Aveiro enquanto território fiável para investir. O PSD de Aveiro defende que o concelho deve ser visto como um município credível, que respeita os seus compromissos, os seus instrumentos de planeamento e que cria condições para atrair investimento e promover o desenvolvimento sustentável. Aveiro não pode continuar refém de discursos inconsequentes, contradições políticas e do imobilismo. O futuro do concelho constrói-se com decisões responsáveis, coragem política e uma visão clara de progresso. Aveiro, 15 de dezembro de 2025

Morreu António Oliveira, presidente da OLI: Luís Souto sublinha “contributo” para economia nacional
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Morreu António Oliveira, presidente da OLI: Luís Souto sublinha “contributo” para economia nacional

A Câmara Municipal de Aveiro manifestou o seu “mais profundo pesar” pelo falecimento de António Oliveira, que considera “figura incontornável do setor industrial e empresarial português”. Na mesma nota, Luís Souto, presidente da autarquia, destaca um “trajeto pautado por uma liderança ímpar, visão estratégica e inovadora e uma notável capacidade de inspirar pessoas e organizações”, sublinhando o contributo relevante deixado para o desenvolvimento económico nacional, a valorização da inovação e a afirmação internacional da indústria portuguesa. No Facebook, onde a morte do presidente foi comunicada pelas 16h30, a empresa aveirense OLI escreve que a perda de António Oliveira é “profundamente sentida em toda a empresa e por todos os que tiveram o privilégio de com ele trabalhar”. “Ao longo de mais de quatro décadas, o engenheiro António Oliveira foi um exemplo de rigor, dedicação, responsabilidade e proximidade. Estes valores continuarão a orientar a forma como trabalhamos, garantindo a fidelidade à sua visão e a continuidade do desenvolvimento sustentável da empresa. A sua memória permanecerá viva e orientará o futuro da OLI”, sublinham os responsáveis. O Sport Clube Beira-Mar também já reagiu ao falecimento através das redes sociais. O clube comunica “profunda consternação” com a perda do seu sócio 102 e salienta que, “em momentos distintos […] e nas alturas de dificuldades conhecidas, Engenheiro António Oliveira disse sempre presente ao Clube de forma desinteressada”. O presidente da OLI tinha sido no último ano condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial. O percurso do empresário já tinha sido distinguido com o prémio EY Entrepreneur of the Year – Inovação (2021) e com um Prémio Especial nos Prémios Exportação & Internacionalização (2024). Entre dezembro de 2021 e setembro de 2025, António Oliveira foi presidente do Conselho Geral da Universidade de Aveiro.

Câmara de Aveiro reduz taxa de participação no IRS em 0,25 pontos percentuais
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Câmara de Aveiro reduz taxa de participação no IRS em 0,25 pontos percentuais

Cumprindo com aquilo a que se tinha proposta aquando da apresentação do seu programa eleitoral, Luís Souto, presidente da autarquia, levou a reunião de Câmara a proposta de redução da taxa variável do IRS de “5%” para “4,75%”. A descida proposta é “simbólica”, segundo assinala, mas mostra a intenção da Câmara de promover um “alívio fiscal” sempre que exista disponibilidade”. Do lado do Partido Socialista, a vereadora Isabel Vila-Chã mostrou-se agradada com a postura do executivo, mas disse que a redução ainda era “residual”. Em comparação com a média dos concelhos da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), que é de “2,38%”, a socialista aponta que a alteração é “mesmo poucochinha”. Quem respondeu foi o vereador Pedro Almeida, responsável pelo pelouro das finanças, que esclareceu não só que a mudança só se vai fazer sentir em 2027, mas que deu também nota de que a medida representa uma quebra de receita de “400.000€”. O que também gerou discussão foi a taxa de IMI. Para além de manter a taxa em “0,35%”, a Câmara Municipal de Aveiro aprovou também o agravamento de “30%” na taxa de IMI para fogos devolutos em estado de degradação. Para o caso dos imóveis em estado de degradação, Isabel Vila-Chã alertou que há munícipes que podem não ter condições de os recuperar e que o agravamento do IMI os pode prejudicar. Nesse sentido, a vereadora alertou que a autarquia tem de ser “proativa” no apoio e, se necessário, poderia tomar “posse administrativa” dos imóveis para os recuperar. A sugestão não agradou a Luís Souto, que questionou a vereadora se se tratava de um regresso ao “PREC”. Da mesma forma, Rui Santos, vice-presidente da autarquia disse que “posse administrativa nunca” seria opção e, por intermédio do vereador Diogo Soares Machado, o Chega também recusou a possibilidade. Isabel Vila-Chã também propôs a criação de zonas de pressão urbanística para agravamento do IMI para casa desocupadas e Alojamento Local e formas de discriminar positivamente os pequenos negócios, isentando os volumes mais baixos, por exemplo até 150 mil euros. Enquanto a primeira proposta também não foi bem recebida pelo executivo, a segunda já teve mais aceitação. Pedro Almeida explicou que “está prevista” uma análise mais aprofundada da derrama, mas que se trata de um processo “mais complexo” que implica elaboração de regulamento a aprovar em Assembleia Municipal. A CMA decidiu também manter a aplicação do IMI Familiar e também da Taxa Municipal de Direito de Passagem.

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Ribau Esteves diz que candidatura à CCDR-Centro nasce da sua “vontade” e defende “verdade” da nota
Região

Ribau Esteves diz que candidatura à CCDR-Centro nasce da sua “vontade” e defende “verdade” da nota

“É um corolário de um processo de diálogo que existiu entre colegas de presidente de Câmara, com o líder do meu partido, que também é primeiro-ministro, com o Partido Socialista (PS) e com o líder do PS”, resumiu José Ribau Esteves à Ria sobre a candidatura à CCDR-Centro. Segundo o ex-autarca, a candidatura nasceu da sua “vontade”, “disponibilidade” e “determinação” no exercício da função, aproveitando também o seu “património de conhecimento profundo da região Centro, dos fundos comunitários e do planeamento”. “É um desafio que encaro com muita alegria e intensidade, sabendo, obviamente, que terei de esperar até ao final do dia 22 ou início do dia 23 para saber se serei candidato único ou se haverá mais alguém. Não se perspetiva que haja mais alguém, mas qualquer português que cumpra as regras pode apresentar candidatura”, reconheceu, apontando o “final do mês de janeiro” como a data de posse do novo presidente. Em relação às críticas de Hugo Oliveira, presidente da Federação Distrital do PS de Aveiro, que considerou um “abuso” a alegação de Ribau Esteves na nota enviada ao JN de que teria a “confiança dos presidentes dos dois partidos políticos, Luís Montenegro e José Luís Carneiro”, o ex-autarca preferiu não se pronunciar, classificando o assunto como “conversas de política”. “Eu tratei deste assunto com o presidente do PSD, Luís Montenegro e com o José Luís Carneiro, presidente do PS. Não tratei deste assunto com nenhuma distrital, nem do PSD nem do PS”, vincou. “Eles, seguramente, trataram de fazer esse trabalho dentro do partido, mas eu não. Não me coloque nessa conversa porque eu não estive, nem estarei nessa conversa”, continuou. Ribau Esteves assegurou ainda que a nota enviada a vários órgãos de comunicação social foi escrita por si e que corresponde à “verdade”. “Telefone ao Luís Montenegro e ao José Luís Carneiro e eles dirão se trataram comigo ou não trataram. Não me vou meter nesse tipo de conversa”, rematou. Tal comoavançado esta terça-feira pela Ria, José Ribau Esteves confirmou ao JN que será candidato à presidência da CCDR-Centro. Lembre-se que, como noticiado, Ribau Esteves e Paulo Fernandes, ex-presidente da Câmara do Fundão eram os nomes mais falados para a liderança da CCDRC-Centro. Na altura, em declarações à Ria, o ex-presidente da Câmara de Aveiro preferiu não fazer comentários.

Entrevista: Joana Regadas recandidata-se à AAUAv e destaca redução da dívida em “100 mil euros”
Universidade

Entrevista: Joana Regadas recandidata-se à AAUAv e destaca redução da dívida em “100 mil euros”

Apesar de se recandidatar com o mesmo lema do ano anterior, Joana Regadas rejeita a ideia de que o novo projeto represente uma mera repetição do mandato em curso. “A decisão foi muito ponderada. (…) Para mim não faria sentido encabeçar uma lista, um projeto, para que ele estagnasse de alguma forma”, afirmou. A candidata sublinhou ainda que houve um longo período de reflexão sobre a forma de evoluir e crescer, mantendo os pilares considerados essenciais no ano passado, mas “sem cair no erro do conforto”. Nesse sentido, destacou a renovação “considerável” da equipa, que conta agora com “59%” de novos elementos, bem como a necessidade de dar resposta às atuais preocupações dos estudantes. “Não é por acaso que continuamos com o mesmo lema do Unidos pela Voz, porque de facto é a voz de cada um dos estudantes que faz com que este projeto se mova”, alertou. Numa outra fase da entrevista, a candidata foi questionada sobre a situação financeira da Associação Académica. A atual presidente classificou o processo de reajuste como “desafiante” para toda a equipa. “Foi termos uma idealização do projeto que expusemos à comunidade (…) e depois quando nos deparamos com esse relatório de atividades e contas teve de haver um reajuste e tivemos de agir de uma forma mais fria”, recordou. Recorde-se que, tal como noticiado pela Ria, só no ano de 2024, a AAUAv terminou com um saldo negativo superior a 250 mil euros.Perante este cenário, Joana Regadas admitiu a existência de alguns “problemas associados à grande estrutura de recursos humanos”. Segundo a dirigente, foi realizada uma “reformulação no início do mandato”. “Por isso, é que mantemos ainda uma presidência maior neste ano para conseguirmos ter um acompanhamento mais próximo, porque não temos nenhum gestor de recursos humanos e, neste momento, temos uma estrutura profissional de 19 funcionários”, atentou. Ainda assim, a presidente adiantou que a AAUAv conseguiu reduzir a dívida total em cerca de “100 mil euros” ao longo do primeiro semestre do ano civil. “Esta redução deve-se muito aos acordos que foram feitos, ao longo do ano, quer seja para perdões de dívida, quer seja por métodos de pagamento da dívida a longo prazo”, explicou. Joana Regadas frisou ainda que esta diminuição resultou de uma gestão “muito cuidada” por parte da tesouraria, do gabinete financeiro e de toda a estrutura associativa, destacando também a aposta na formação interna como um eixo a reforçar ao longo do próximo mandato. Questionada sobre o Integra-te e o Enterro, iniciativas que, de acordo com o manifesto da Lista A, se manterão no próximo ano, a candidata esclareceu que, à semelhança da edição deste ano, o Integra-te continuará a não contar com a tradicional semana de concertos. “Confesso que não foi uma decisão de todo fácil. Foi uma decisão muito ponderada”, exprimiu. Segundo a dirigente, esta opção resultou de um dos principais reajustes impostos pela análise ao relatório de atividades e contas do ano anterior. “Foi o principal reajuste e o grande responsável para aquilo que será o relatório de atividades e contas que iremos apresentar em breve”, garantiu. “Por isso, de uma forma muito resumida, a decisão será para manter”, continuou. Relativamente ao Enterro, Joana Regadas reconheceu que se trata do evento que mais impacto tem “a nível financeiro”. Apesar do receio associado ao atual contexto de maior dificuldade económica, a dirigente assegurou que a edição deste ano registou um “resultado positivo”. Num comentário breve às críticas surgidas nas redes sociais relativamente à decisão da AAUAv de não permitir que os espaços dos estudantes apresentassem temáticas que “apelassem à violência”, “contivessem cariz sexual explícito” ou “entrassem em conflito com parceiros da associação”, Joana Regadas adiantou que, “em princípio”, esta será uma medida a manter. “Sei que foi controversa, há muitas coisas a melhorar e o tema será novamente levado ao Conselho de Núcleos, para limar algumas áreas cinzentas que é importante colocar a preto e branco. Ainda assim, consideramos que, no final de contas, toda a gente teve oportunidade de experienciar a melhor semana do ano, nas melhores condições”, refletiu. No seguimento da conversa, Joana Regadas alertou ainda para a necessidade de se melhorarem as instalações da Universidade, face à “sobrelotação” das mesmas. No caso da Escola Superior Aveiro-Norte (ESAN) atentou para o facto da mesma ainda não ter uma cantina - apesar de já existir um projeto de construção - o que tem impossibilitado os estudantes de acederem a uma “refeição social” e a uma “refeição completa”. “É necessário dar foco a este problema e, de uma vez por todas, deixarmo-nos de pequenos remendos e pequenas soluções e tentar encontrar uma solução definitiva para aquilo que é um problema que se arrasta há anos e anos”, vincou. Alargando a análise aos campus de Santiago e do Crasto, a candidata apontou também fragilidades na resposta das cantinas universitárias. No caso do Crasto, a candidata atentou para o fecho frequente da mesma. “A resposta tem sido a 'cantina fecha, porque é necessário albergar alguns eventos'. (…) Tem umas instalações ótimas, mas é necessário repensar se isto é uma prioridade (…) e, depois, estamos a colocar em segundo plano o acesso à refeição social”, reforçou. Apesar de os Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA) terem optado por praticar o preço da refeição social também no 3D, sempre que a cantina se encontra encerrada, a dirigente alertou que essa alternativa “não corresponde a uma refeição completa”. “O estudante tem de ter a oportunidade de ter uma refeição com sopa, com a peça de fruta, com o prato principal e com tudo aquilo que é necessário nutricionalmente”, continuou. Tal como avançado pela Ria, a partir de fevereiro, a Cantina do Crasto vai passar ainda a disponibilizar um prato simples com o preço de 2,20 euros. Face ao aumento, no início deste ano, da refeição social para 2,80 euros, Joana Regadas justificou que esta foi a “solução” que se encontrou para garantir que os estudantes numa situação “mais complicada” tivessem acesso a uma refeição com um preço mais baixo. Durante a conversa, a dirigente adiantou ainda que está ainda a ser equacionada pela AAUAv a possibilidade de os “estudantes bolseiros terem outro tipo de preço na refeição social”. Prestes a concluir a conversa, Joana Regadas falou ainda sobre a proposta do Governo para a revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), sobre a Taça UA e sobre a dinamização de um “Museu AAUAv”. A entrevista, na íntegra, pode ser ouvida no Spotify. As eleições para os órgãos sociais da AAUAv acontecem já esta quinta-feira, 18 de dezembro.

Aveirense Dinis Mota recusa participar na Eurovisão e propõe concerto para ajudar povo da Palestina
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Aveirense Dinis Mota recusa participar na Eurovisão e propõe concerto para ajudar povo da Palestina

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Câmara de Santa Maria da Feira aprova orçamento de 185 ME para 2026
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Câmara de Santa Maria da Feira aprova orçamento de 185 ME para 2026

Aprovado esta segunda-feira pelos seis eleitos presentes do PSD e um do Chega, face à abstenção de três vereadores do PS, o documento que vai gerir as contas da Câmara reflete alguma “continuidade”, mas, em declarações à Lusa, o presidente da autarquia, Amadeu Albergaria, afirmou: “Este orçamento tem sobretudo a função de preparar aquilo que queremos concretizar nos próximos quatro anos”. O autarca, que embora já assumisse a presidência da câmara desde a renúncia de Emídio Sousa, em março de 2024, foi eleito nas autárquicas de 12 de outubro, com maioria absoluta, disse que o documento foi “construído com a participação da sociedade civil e que, por isso, expressa preocupações reais e anseios legítimos”, nomeadamente no que se refere a duas empreitadas “estruturantes” para o concelho: “Em articulação com o Governo, avançaremos com os projetos de execução do Tribunal de Santa Maria da Feira e do Túnel da Cruz, preparando o arranque destas duas obras”. Outras intervenções destacadas em 2026 são a conclusão da nova Unidade de Saúde Familiar de Romariz, dotada com 200.000 euros, e o início da de Fiães, com 500.000; o arranque da construção do Centro Escolar da Feira, com 5,85 milhões; a conclusão da 4.ª e 5.ª fases dos Passadiços do Uíma, com mais de 833.000 euros; a requalificação urbana da Avenida Sá Couto, com 1,4 milhões; o arranjo dos centros urbanos das freguesias de Nogueira da Regedoura e Milheirós de Poiares, respetivamente com um milhão e 1,5 milhões; e a execução do projeto do Túnel da Cruz, junto ao nó da autoestrada A1, com um milhão de euros. Com uma dívida municipal na ordem dos 14,3 milhões de euros e um saldo de gerência de 63 milhões, a autarquia propõe-se também proceder à “redistribuição dos seus bons resultados financeiros”, começando pelas freguesias desagregadas em 2025: “As freguesias-sede das antigas uniões terão uma majoração de 20% durante dois anos, enquanto as restantes freguesias desagregadas terão uma de 50% durante quatro anos”. A tesouraria da Câmara permitirá igualmente “manter medidas com impacto direto nas famílias, como o Programa de Apoio à Natalidade, e concretizar um compromisso estruturante: o aumento de 50% do apoio para a construção de novas creches, novos lares e outras valências das instituições particulares de solidariedade social”. Quanto a impostos, o IMI, que continuará na taxa de 0,35%, permitiu angariar este ano mais de 17,7 milhões de euros e em 2026 deverá acumular 18,25; já o IRS, que se mantém nos 5%, diminuirá de um total na ordem dos 7,3 milhões de euros para 7,1 milhões de euros, e a derrama, que na Feira continuará de 1 ou 1,5%, permitiu à Câmara ganhar 5,58 milhões em 2025 e deverá assegurar 5,87 milhões em 2026. Quanto à despesa da autarquia, 33,4% da mesma corresponde a gastos com pessoal, mas esses vão diminuir para 26,5% no próximo ano, porque, se em 2025 a Câmara gastou mais de 38,7 milhões de euros com recursos humanos, em 2026 ficar-se-á pelos 32,4 milhões. Amadeu Albergaria explica que isso se deve aos “ajustamentos efetuados para dotações de vencimentos, que foram revistas em alinhamento com a execução verificada nos anos anteriores, eliminando margens que se revelaram superiores ao efetivamente gasto”. O vereador do Chega, Luís André Santos, votou a favor do orçamento, o que atribuiu à intenção de “democraticamente reconhecer os resultados que o povo feirense decidiu nas eleições de outubro”.  O eleito do Chega pretendeu assim dar “um voto de confiança” ao novo executivo e mostrou-se satisfeito com a inclusão no documento de “algumas propostas” do partido, sendo que, quanto ao Túnel da Cruz, expressou a sua reprovação ao projeto, por ser uma obra “demorada, onerosa e ainda sem estudo adequado”. Os três vereadores socialistas, por sua vez, abstiveram-se, o que Márcio Correia atribuiu a sentido de “responsabilidade política” face ao arranque de um novo ciclo de gestão autárquica. “O PS concede o benefício da dúvida ao novo executivo do PSD, recentemente empossado, na expectativa de que acolha e implemente as propostas que foram apresentadas”, referiu, realçando que o orçamento “não responde de forma adequada a problemas estruturais que continuam a condicionar a vida das famílias e o desenvolvimento equilibrado do concelho”, por prolongar “fragilidades” em áreas essenciais como “a mobilidade, o elevado custo da água e a insuficiente oferta de habitação a preços acessíveis”.