PS acusa CMA de querer “fazer a todo o custo” a obra do novo Pavilhão Municipal
A reunião camarária do Município de Aveiro desta quinta-feira, 6 de fevereiro, ficou marcada, entre outros aspetos, pela aprovação, por maioria, do terceiro concurso público para a construção do novo Pavilhão Municipal – Oficina do Desporto, em Aveiro, com um novo valor base superior a 22 milhões de euros. A proposta teve o voto contra do Partido Socialista (PS).
Isabel Cunha Marques
JornalistaNo período da ordem do dia, que tinha entre outros pontos de discussão a abertura de um novo procedimento para a construção do novo pavilhão municipal, Fernando Nogueira, vereador do PS pediu a palavra a José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), tendo mostrado desagrado com o aumento de “cerca de 30%” do terceiro concurso público face ao preço inicial [do primeiro concurso] fixado nos 17.4 milhões de euros. “É sabido que o PS votou favoravelmente por considerar que há necessidades reais das coletividades a que a proposta de construção deste pavilhão procura responder, mas é verdade também que na reunião de dezembro relativa à decisão de revogação de contratação do segundo concurso nos questionávamos sobre quais eram os limites aceitáveis para prosseguir com este projeto. E o que verificamos hoje é que o preço base do concurso proposto é já cerca de 30% maior do que o preço base do primeiro concurso e isto começa a parecer-nos (…) que há uma certa insistência num programa que se insiste em fazer… E que ainda por cima numa obra de envergadura é normal (…) que as derrapagens em 20% ou 30% do valor não são tão raras quanto isso e que nos sujeitamos a que no fim o pavilhão acabe nos 23 ou nos 24 milhões”, alertou.
“Por outro lado, sabemos que o mercado reagiu ao preço base do concurso (…) [e que] o preço base que é agora apresentado já é dois milhões acima do valor máximo das propostas não validadas apresentadas, ou seja, isto faz lembrar um pouco a ideia do Rossio”, comparou. “Insiste-se no programa e quer-se fazer a todo o custo”, continuou Fernando Nogueira, sugerindo a Ribau Esteves se não seria de “bom tom” adaptar o programa. O vereador socialista questionou ainda o autarca como é que a nova revisão de preços foi feita já que o índice de revisão de preços em empreitadas, em 2024, era “pouco mais do que 2%”.
Face a isto, Ribau Esteves explicou que quando falamos de “evolução de preços o índice geral não interessa para nada”. “Ninguém liga nada ao índice geral (…) Este fenómeno do crescimento dos preços da construção em Portugal e na Europa vai continuar a acontecer, no mínimo, até ao final do ano de 2026 (…) Alguma vez se pensou que uma obra de duas centenas de milhões de euros do metro de Lisboa ficasse deserta? É evidente que se quer fazer aquela obra e ou se espera x anos para os preços baixarem ou se tem de lançar, outra vez, o concurso com o preço mais alto. Não há volta a dar. Nós já vivemos isto… Lembro-me da obra mais dolorosa que foi a nossa primeira vez neste ciclo político que lançamos um concurso a terceira vez que foi a obra de reabilitação de habitações sociais em Santiago e, obviamente, tivemos de aumentar os valores (…) Isto está a acontecer, vai acontecer, neste tempo, 30% (…) é muito (…), mas nós entendemos que o que está aqui em causa… Esta importância deste pavilhão desportivo que Aveiro inacreditavelmente não tem”, explicou. “Era bem mais importante ter construído esta infraestrutura do que um estádio de futebol, mas entendeu-se que era ao contrário e, portanto, nós entendemos que esta é uma infraestrutura absolutamente capital”, prosseguiu o presidente da CMA, recordando as multifunções que a mesma terá. “(…) Além de ser uma infraestrutura desportiva (…) tem um bar, um restaurante, uma clínica, dois ginásios, área de trabalho para associações desportivas (…) E a capacidade de ser multiuso para que possamos fazer lá dentro eventos de outra natureza como congressos, eventos culturais (…)”, sublinhou.
Relativamente à comparação com o Rossio, o presidente da CMA atirou ao socialista que o partido não consegue “ultrapassar o trauma” da obra, criticando ainda a primeira proposta de Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à CMA, em que propunha, entre outros aspetos, a replantação das palmeiras do Rossio. “(…) Essas maluqueiras que andam para aí em alguns socialistas de quererem plantar palmeiras no Rossio…. Duvido muito que vão ter essa possibilidade, mas também podem plantar palmeiras no telhado deste edifício. Quer dizer, hoje a tecnologia permite tudo e, portanto, nessas abordagens ridículas que vocês fazem às nossas obras e querem plantar palmeiras ridículas num sítio absurdo… Também podem vir a plantar palmeiras no telhado até pode dar uma paisagem mais tropical ao edifício (…)”, ironizou.
Ribau Esteves sublinhou ainda que o Rossio foi uma “obra de excelência, que toda a gente gosta dela e que tem tido rentabilidade financeira e social”. “Estamos muito felizes com a obra do Rossio e o nosso povo também mesmo que alguns digam ‘ó,ó,ó’. É um exercício de felicidade coletiva e, portanto, só queremos conseguir ter empreiteiro para começar esta obra (…) para que, obviamente, Aveiro venha a ter aquilo que nunca teve: um pavilhão desportivo com a devida qualidade e com estas multifunções que referenciei há pouco”, frisou.
Após as justificações, Fernando Nogueira voltou a pedir a palavra realçando que o PS não “acompanhará” a proposta e que, por isso, votaria “contra” a mesma.
Já no período de participação do público, um dos cidadãos trouxe, novamente, entre outros tópicos, o tema do Rossio questionando Ribau Esteves relativamente ao balanço de 2024 do parque subterrâneo do Rossio.
Face a isto, o presidente da CMA afirmou que os “balanços dos negócios das empresas são coisas das empresas”. “Portanto, nós temos acesso a alguma informação como entidade concessionária nos termos do contrato, parte dela pode ser tornada pública, parte dela não pode (…) Da parte da Empark estamos para receber o primeiro relatório da informação que eles nos têm a obrigação de dar por o contrato, precisamente, porque fez agora um ano, no passado dia 2 de fevereiro, que o parque abriu. Estamos a fazer esse balanço… Nós com o nosso concessionário e parte dessa informação vamos torná-la pública (…)”, adiantou.
Monumento evocativo à UA na rotunda do ISCA foi ideia da CMA
Ainda durante o período da intervenção do público, Ribau Esteves aproveitou para esclarecer os “disparates” que se dizem, relativamente, ao monumento evocativo à Universidade de Aveiro (UA) que está na nascer na rotunda junto ao Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro (ISCA-UA). “Aquele monumento foi ideia do presidente da CMA, apresentada ao reitor Manuel Assunção e reapresentada ao reitor Paulo Jorge Ferreira, logo que tomou posse (…) e a ideia que tivemos foi ter na cidade um monumento para evocar a sua universidade numa zona de proximidade da nossa universidade com o espaço urbano (…) Foi uma ideia nossa, propusemos à universidade porque entendíamos que não íamos fazer um monumento contra a vontade da universidade (…)”, sublinhou. “E o gosto foi tão grande da universidade, seja do reitor Manuel Assunção como do Paulo Jorge Ferreira (…) que foi a própria universidade, a sua equipa técnica de marketing e de engenharia civil que fez o projeto (…)”, continuou.
O presidente da CMA adiantou também que houve “muita dificuldade” em arranjar um empreiteiro já que é uma obra “muito difícil”. “(…) É uma peça de oito metros de altura em betão (…)”, disse.
Recomendações
IL Aveiro diz que “aradenses mereciam mais e melhor” e acusa Chega de trocar “princípios” por cargo
Numa nota enviada à Ria, a IL Aveiro começou por referir que a coligação ‘Aliança com Aveiro’ conseguiu formar executivo “graças ao apoio determinante do partido Chega, que decidiu trocar a defesa da transparência por um lugar no executivo”. No seguimento, o partido reforçou que “durante semanas”, as forças da oposição [Sentir Aradas, PS e Chega], “com o contributo da IL”, trabalharam de “forma articulada para assegurar que a presidente eleita, Catarina Barreto, assumisse compromissos mínimos para uma governação responsável”. Entre esses compromissos estava a “transparência total na gestão da Junta e nos processos de decisão”; a “realização e divulgação de auditoria às contas da Junta” e a “reintegração e regularização de vínculos de trabalhadores afastados na gestão anterior”. “Estas exigências tinham como objetivo estabelecer condições de confiança institucional e evitar que o executivo funcionasse como uma extensão de práticas anteriores consideradas opacas e pouco escrutináveis”, justifica. Numa crítica direta ao Chega, a IL Aveiro sugere que o partido “abandonou” a posição e trocou a “exigência de princípios por um lugar no executivo, preferindo o acesso a cargos políticos à defesa das condições mínimas que havia inicialmente apoiado”. “Esta decisão demonstra que, apesar do discurso contra ‘o sistema’, o partido mostra que as defesas dos princípios têm um preço - um lugar no executivo. Está disponível para acomodações partidárias e nomeações políticas, quando lhe são convenientes”, atira. Na reta final da nota, a IL diz ainda que, mesmo não tendo assento formal na Junta, continuará a “exercer vigilância cívica ativa, acompanhando a atuação do executivo e denunciando publicamente práticas que contrariem: transparência; rigor financeiro; responsabilidade na gestão de recursos públicos e respeito pelo serviço aos cidadãos de Aradas”. “Porque fazer política diferente não é ocupar cargos, é defender princípios. E os princípios não têm preço”, sugere, rematando que os “aradenses mereciam mais e melhor”. Recorde-se que, tal como avançado pela Ria, à terceira foi de vez e Catarina Barreto conseguiu aprovar esta quarta-feira, 19 de novembro, a sua proposta de executivo na Assembleia de Freguesia. Em cima da mesa esteve a integração de Ricardo Nascimento, do Chega, no executivo. Nem 24 horas após a aprovação do executivo em Aradas, tanto o PS como o Movimento Independente Sentir Aradas lançaram um comunicado.
Dinis Mota é o primeiro aveirense a chegar ao Festival da Canção desde 2021
O estudante tinha sido escolhido como representante da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) para concorrer na “Prova de Acesso” – fase em que competiam alunos de cinco escolas de música do país -, tendo sido votado pelo público para estar na fase final do Festival da Canção. À Ria, o jovem músico de apenas 23 anos explica que a presença na competição “foi sempre algo que quis ter no seu horizonte, mas que teria de trabalhar para isso e não que seria uma coisa do acaso”. Quando surgiu a oportunidade para ser autor de uma música candidata ao Festival da Canção, Dinis Mota afirma que não hesitou e “teve de aceitar”. “Está a ser uma coisa maravilhosa. Uma fase fantástica, mesmo”, garante. O autor é o primeiro a chegar ao Festival desde que mema., em 2021, interpretou o tema “Claro como a Água”, escrito por Stereossauro. Entretanto, também o grupo “Perpétua”, natural de Ílhavo, marcou presença na edição de 2024 com o tema “Bem longe daqui”. Na altura, o conjunto conseguiu apurar-se para a final e acabou por terminar em 9º lugar da competição. Para o artista, estar no Festival a representar a cidade onde nasceu e cresceu é um “privilégio”. “Poder representar Aveiro… Tenho uma ligação forte e é mesmo um gosto e uma paixão. É um sonho tornado realidade”, sublinha. Antes de estudar na ESMAE – onde completou a licenciatura em Produção e Tecnologias da Música e está agora a fazer o mestrado em Artes e Tecnologias do Som -, Dinis Mota confessa nunca ter passado pelo Conservatório: “Foi sempre em aulas e escolas de música aqui em Aveiro. Eu estudei economia no secundário”. Não obstante, a relação académica acabou por dar outros horizontes ao artista que explica ter tido contactos com “diferentes referências, desde a música erudita à música que as pessoas mais ouvem”. A ligação à música nasceu no âmbito familiar, sendo que, desde cedo, desenvolveu o gosto pela “arte de criação”. Primeiro por intermédio do piano e, mais tarde, através da guitarra, Dinis Mota diz que foi no secundário que começou a alimentar o interesse pela produção, tendo por isso optado pela via académica aquando da chegada ao ensino superior. Esta sexta-feira, 21 de novembro, o jovem aveirense tem ainda previsto o lançamento do novo tema “LMLY”.
Luís Souto assume compromisso do Município com “desporto para todos” durante Gala do Remo do Galitos
Na 8.ª Gala do Remo do Clube dos Galitos, a intervenção de Luís Souto prendeu-se com a celebração do trabalho, da história e do contributo da secção de remo do clube para a “identidade desportiva do Município”. No sentido de reforçar o papel do desporto, Luís Souto mencionou também o compromisso da Câmara com a construção de políticas integradas de “desporto para todos” que promovam saúde, educação, coesão social, turismo e desenvolvimento económico. Da mesma forma, lembrou que Aveiro é, por natureza, um território de excelência para a prática de desportos náuticos, enaltecendo as condições singulares da Ria de Aveiro e reforçando a visão estratégica do Município na consolidação da Estação Náutica de Aveiro, com polos previstos na Antiga Lota, Rio Novo do Príncipe, Cacia e São Jacinto. O autarca notou também que o desporto é “uma força educativa e cívica, capaz de transformar vidas”. Por isso, apontou que, “num tempo em que muitos jovens enfrentam solidão, ansiedade e isolamento, o remo e outras modalidades náuticas assumem um papel fundamental na promoção da pertença, da autoestima e de rotinas saudáveis, sendo um contributo decisivo para o bem-estar das novas gerações”.
‘Sentir Aradas’ lança comunicado após aprovação do executivo: “Não pactuamos com práticas políticas”
À semelhança dos socialistas, também o Movimento ‘Sentir Aradas’ lançou, no entretanto, um comunicado, através das redes sociais, em tom de crítica à postura do Chega e da ‘Aliança com Aveiro’. Nessa nota, o movimento de cidadãos independentes recorda que não tem “qualquer ligação partidária” e apenas se guia pelos "princípios de transparência, credibilidade e verdadeira democracia”. “Não pactuamos com práticas políticas que contrariem estes valores nem com comportamentos que revelem falta de carácter”, atira. No seguimento, o Sentir Aradas diz ainda que os “interesses e a qualidade de vida dos aradenses estarão sempre acima de qualquer interesse pessoal ou partidário”. “Honraremos, com determinação, o mandato que nos foi confiado: fiscalizar a atividade da Junta de Freguesia, apresentar propostas construtivas e contribuir ativamente para a construção de uma freguesia melhor, mais justa e mais dinâmica”, reforça a nota. No comunicado, o Movimento Sentir Aradas relembra ainda que está representado por “Gilberto Ferreira, Sílvia Rocha Neves e Nelson Silva” e que tem a determinação em “proteger e promover os interesses da comunidade aradense, com verdade, proximidade e responsabilidade”. Recorde-se que esta nota surge na sequência da aprovação do executivo de Aradas com o apoio do Chega. À margem da sessão de ontem, a Ria procurou falar com a oposição, mas ambos os partidos [PS e Sentir Aradas] não quiseram prestar qualquer tipo de declaração. Note-se que Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento Independente ‘Sentir Aradas’, não marcou presença na terceira sessão, tendo sido substituído. Além do Movimento Independente, também o PS avançou esta quinta-feira com um comunicado através das redes sociais. Nessa nota, os socialistas alertaram que não trabalhavam através de “sinais, gestos calculados ou mensagens ambíguas”. A eleição do Executivo e da Mesa da Assembleia de Freguesia marcam um ponto de viragem para a Freguesia de Aradas e para todos os que nela vivem. O Movimento Sentir Aradas — representado por Gilberto Ferreira, Sílvia Rocha Neves e Nelson Silva — reafirma a sua determinação em proteger e promover os interesses da comunidade Aradense, com verdade, proximidade e responsabilidade. Somos um movimento de cidadãos independentes, sem qualquer ligação partidária, guiados por princípios de transparência, credibilidade e verdadeira democracia. Não pactuamos com práticas políticas que contrariem estes valores nem com comportamentos que revelem falta de carácter. Os interesses e a qualidade de vida dos Aradenses estarão sempre acima de qualquer interesse pessoal ou partidário. Honraremos, com determinação, o mandato que nos foi confiado: fiscalizar a atividade da Junta de Freguesia, apresentar propostas construtivas e contribuir ativamente para a construção de uma freguesia melhor, mais justa e mais dinâmica. Aradas, uma Freguesia das pessoas e para as pessoas! Movimento de Cidadãos Independentes Sentir Aradas
Últimas
Câmara de Vagos quer construir mais de quatro dezenas de fogos neste mandato
“A Câmara é proprietária de dois loteamentos que têm espaço para dezenas de fogos, provavelmente mais de quatro dezenas de fogos, mais para venda a custos controlados do que propriamente arrendamento acessível. Penso que isto é possível nos próximos quatro anos”, assegurou. O social-democrata Rui Cruz regressou no dia 12 de outubro à presidência da Câmara de Vagos, funções que já tinha desempenhado entre 2001 e 2013. Em declarações à agência Lusa, o autarca explicou que este concelho do distrito de Aveiro não tem grandes carências em termos de habitação social. “Aquilo que Vagos precisa, neste preciso momento, é de entrar numa nova geração de políticas de habitação, a que eu chamo de habitação municipal, para distinguir da habitação social, apesar de esta também ser municipal. Falo de construção de habitação para venda a custos acessíveis ou a custos controlados e de arrendamento acessível, mas mais venda a custos controlados do que propriamente arrendamento acessível”, referiu. De acordo com Rui Cruz, esta é uma resposta especialmente para jovens casais que trabalham, mas que não conseguem ter habitação com as atuais condições de mercado, sendo mesmo obrigados a regressar a casa dos pais. “Os valores para este investimento ainda não lhe sei dizer, mas os locais existem: a Câmara Municipal é proprietária de dois loteamentos, um na Gafanha da Boa Hora, outro em Vagos, para esse efeito”, acrescentou. À Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Vagos afirmou que pretende que a construção destes fogos seja uma realidade nos próximos quatro anos, indicando que o projeto de arquitetura até poderá ser desenvolvido na autarquia. “O Banco Europeu de Investimento tem uma linha específica para habitação municipal e o Município tem capacidade de endividamento, bastante capacidade de endividamento e, por isso, acho que é possível realizar ao longo do mandato. Então, se for na modalidade de venda a custos controlados, é mesmo possível”, afirmou. O autarca aludiu ao facto de a Comissão Europeia estar a reponderar instrumentos financeiros para reforçar a questão da habitação, que “não é um problema que é só português, não é só do Porto e Lisboa, é do país inteiro e é da Europa também”. “Portanto, existirão medidas, provavelmente de fundo perdido para esse efeito, o que vai ainda mais facilitar a vida aos municípios que queiram avançar com esta modalidade da construção de habitação municipal, a custos controlados ou arrendamento acessível”, destacou. Para além da construção destes fogos, Rui Cruz apontou ainda que as dificuldades nesta área exigem a celeridade do licenciamento, bem como a redução de custos, para além da dinamização do solo urbano. “Andámos 14 anos a rever o PDM [Plano Diretor Municipal]. Criámos, aumentámos os perímetros urbanos para 98 mil habitantes [o concelho tem menos de 30 mil habitantes] e não soubemos potenciar. Há terrenos que têm valor, mas que continuam a não ser vendíveis para construção porque não há acessibilidade: é preciso abrir caminhos nos perímetros urbanos”, concluiu.
IL Aveiro diz que “aradenses mereciam mais e melhor” e acusa Chega de trocar “princípios” por cargo
Numa nota enviada à Ria, a IL Aveiro começou por referir que a coligação ‘Aliança com Aveiro’ conseguiu formar executivo “graças ao apoio determinante do partido Chega, que decidiu trocar a defesa da transparência por um lugar no executivo”. No seguimento, o partido reforçou que “durante semanas”, as forças da oposição [Sentir Aradas, PS e Chega], “com o contributo da IL”, trabalharam de “forma articulada para assegurar que a presidente eleita, Catarina Barreto, assumisse compromissos mínimos para uma governação responsável”. Entre esses compromissos estava a “transparência total na gestão da Junta e nos processos de decisão”; a “realização e divulgação de auditoria às contas da Junta” e a “reintegração e regularização de vínculos de trabalhadores afastados na gestão anterior”. “Estas exigências tinham como objetivo estabelecer condições de confiança institucional e evitar que o executivo funcionasse como uma extensão de práticas anteriores consideradas opacas e pouco escrutináveis”, justifica. Numa crítica direta ao Chega, a IL Aveiro sugere que o partido “abandonou” a posição e trocou a “exigência de princípios por um lugar no executivo, preferindo o acesso a cargos políticos à defesa das condições mínimas que havia inicialmente apoiado”. “Esta decisão demonstra que, apesar do discurso contra ‘o sistema’, o partido mostra que as defesas dos princípios têm um preço - um lugar no executivo. Está disponível para acomodações partidárias e nomeações políticas, quando lhe são convenientes”, atira. Na reta final da nota, a IL diz ainda que, mesmo não tendo assento formal na Junta, continuará a “exercer vigilância cívica ativa, acompanhando a atuação do executivo e denunciando publicamente práticas que contrariem: transparência; rigor financeiro; responsabilidade na gestão de recursos públicos e respeito pelo serviço aos cidadãos de Aradas”. “Porque fazer política diferente não é ocupar cargos, é defender princípios. E os princípios não têm preço”, sugere, rematando que os “aradenses mereciam mais e melhor”. Recorde-se que, tal como avançado pela Ria, à terceira foi de vez e Catarina Barreto conseguiu aprovar esta quarta-feira, 19 de novembro, a sua proposta de executivo na Assembleia de Freguesia. Em cima da mesa esteve a integração de Ricardo Nascimento, do Chega, no executivo. Nem 24 horas após a aprovação do executivo em Aradas, tanto o PS como o Movimento Independente Sentir Aradas lançaram um comunicado.
Dinis Mota é o primeiro aveirense a chegar ao Festival da Canção desde 2021
O estudante tinha sido escolhido como representante da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) para concorrer na “Prova de Acesso” – fase em que competiam alunos de cinco escolas de música do país -, tendo sido votado pelo público para estar na fase final do Festival da Canção. À Ria, o jovem músico de apenas 23 anos explica que a presença na competição “foi sempre algo que quis ter no seu horizonte, mas que teria de trabalhar para isso e não que seria uma coisa do acaso”. Quando surgiu a oportunidade para ser autor de uma música candidata ao Festival da Canção, Dinis Mota afirma que não hesitou e “teve de aceitar”. “Está a ser uma coisa maravilhosa. Uma fase fantástica, mesmo”, garante. O autor é o primeiro a chegar ao Festival desde que mema., em 2021, interpretou o tema “Claro como a Água”, escrito por Stereossauro. Entretanto, também o grupo “Perpétua”, natural de Ílhavo, marcou presença na edição de 2024 com o tema “Bem longe daqui”. Na altura, o conjunto conseguiu apurar-se para a final e acabou por terminar em 9º lugar da competição. Para o artista, estar no Festival a representar a cidade onde nasceu e cresceu é um “privilégio”. “Poder representar Aveiro… Tenho uma ligação forte e é mesmo um gosto e uma paixão. É um sonho tornado realidade”, sublinha. Antes de estudar na ESMAE – onde completou a licenciatura em Produção e Tecnologias da Música e está agora a fazer o mestrado em Artes e Tecnologias do Som -, Dinis Mota confessa nunca ter passado pelo Conservatório: “Foi sempre em aulas e escolas de música aqui em Aveiro. Eu estudei economia no secundário”. Não obstante, a relação académica acabou por dar outros horizontes ao artista que explica ter tido contactos com “diferentes referências, desde a música erudita à música que as pessoas mais ouvem”. A ligação à música nasceu no âmbito familiar, sendo que, desde cedo, desenvolveu o gosto pela “arte de criação”. Primeiro por intermédio do piano e, mais tarde, através da guitarra, Dinis Mota diz que foi no secundário que começou a alimentar o interesse pela produção, tendo por isso optado pela via académica aquando da chegada ao ensino superior. Esta sexta-feira, 21 de novembro, o jovem aveirense tem ainda previsto o lançamento do novo tema “LMLY”.
ULS RA: Equipa de medicina vence bolsa de “50 mil euros” com projeto de insuficiência cardíaca
O projeto da ULS RA partiu da premissa, segundo uma nota de imprensa enviada às redações, de que a “insuficiência cardíaca representa uma das principais causas de hospitalização em Portugal, especialmente numa população envelhecida e com múltiplas comorbilidades e que a medicina interna assume um papel primordial na abordagem destes doentes”. “Contudo, a abordagem tradicional tem demonstrado pouco impacto nos reinternamentos e custos evitáveis e na qualidade de vida”, explica. Assim, o projeto da equipa de Medicina Interna da ULS RA defende a aplicação de um modelo baseado no “Value Based healthcare (VBHC)” para a insuficiência cardíaca. Segundo a ULS RA, esta proposta permitirá “melhorar significativamente os resultados clínicos através da redução de readmissões, melhoria da qualidade de vida, otimização da utilização de recursos (evitandas admissões desnecessárias) e aumentando a satisfação do doente”. O projeto pretende ainda identificar, previamente à alta, “os doentes com episódio de urgência ou internamento por insuficiência aguda como diagnóstico principal que apresentem classificação de ‘alto’ ou ‘muito alto risco’, de acordo com a estratégia da ‘Estratificação da População pelo Risco’”. Propõe também a “intervenção precoce e estruturada”. “Após a identificação deste grupo de doentes, pretende-se criar um continuum de cuidados e uma transição para ambulatório de forma estruturada com reavaliação precoce após a alta, facilitando ao doente meios de comunicação simplificada e direta com a equipa hospitalar, sempre que sejam identificados sinais precoces de descompensação ou perante questões que surjam sobre a doença ou terapêutica”, realça a equipa no comunicado. Citada na nota, Joana Neves, médica internista responsável pela candidatura da ULS RA, mostrou-se visivelmente satisfeita pela distinção e pela atribuição do apoio financeiro. “Para além de apostar na transição de cuidados e de uma abordagem de proximidade, este projeto engloba um acompanhamento centrado no doente, promovendo a edução e o autocuidado, permitindo a redução do número de deslocações à unidade hospitalar”, destaca. Tal como avançado, anteriormente, o projeto da ULS RA recebeu uma bolsa de “50 mil euros”, valor que permitirá a sua implementação, no âmbito da 4ª edição das bolsas “Mais Valor em Saúde- Vidas que Valem”. A iniciativa foi promovida pela Gilead Sciences, em parceria com a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), a Exigo e a Vision for Value. A par da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro, foram também selecionados os projetos apresentados pela ULS de Santo António (Percurso Otimizado do Doente com Esclerose Múltipla), ULS de São José (TAVI + - Transformar Cuidados em Valor: Alta Precoce e Sustentabilidade em Estenose Aórtica) e pela ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro (ReabDiagital – Autogestão e Monitorização da Reabilitação Respiratória na Doença Pulmonor Obstrutiva Crónica com recurso a mHealth).