PS acusa CMA de querer “fazer a todo o custo” a obra do novo Pavilhão Municipal
A reunião camarária do Município de Aveiro desta quinta-feira, 6 de fevereiro, ficou marcada, entre outros aspetos, pela aprovação, por maioria, do terceiro concurso público para a construção do novo Pavilhão Municipal – Oficina do Desporto, em Aveiro, com um novo valor base superior a 22 milhões de euros. A proposta teve o voto contra do Partido Socialista (PS).
Isabel Cunha Marques
JornalistaNo período da ordem do dia, que tinha entre outros pontos de discussão a abertura de um novo procedimento para a construção do novo pavilhão municipal, Fernando Nogueira, vereador do PS pediu a palavra a José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), tendo mostrado desagrado com o aumento de “cerca de 30%” do terceiro concurso público face ao preço inicial [do primeiro concurso] fixado nos 17.4 milhões de euros. “É sabido que o PS votou favoravelmente por considerar que há necessidades reais das coletividades a que a proposta de construção deste pavilhão procura responder, mas é verdade também que na reunião de dezembro relativa à decisão de revogação de contratação do segundo concurso nos questionávamos sobre quais eram os limites aceitáveis para prosseguir com este projeto. E o que verificamos hoje é que o preço base do concurso proposto é já cerca de 30% maior do que o preço base do primeiro concurso e isto começa a parecer-nos (…) que há uma certa insistência num programa que se insiste em fazer… E que ainda por cima numa obra de envergadura é normal (…) que as derrapagens em 20% ou 30% do valor não são tão raras quanto isso e que nos sujeitamos a que no fim o pavilhão acabe nos 23 ou nos 24 milhões”, alertou.
“Por outro lado, sabemos que o mercado reagiu ao preço base do concurso (…) [e que] o preço base que é agora apresentado já é dois milhões acima do valor máximo das propostas não validadas apresentadas, ou seja, isto faz lembrar um pouco a ideia do Rossio”, comparou. “Insiste-se no programa e quer-se fazer a todo o custo”, continuou Fernando Nogueira, sugerindo a Ribau Esteves se não seria de “bom tom” adaptar o programa. O vereador socialista questionou ainda o autarca como é que a nova revisão de preços foi feita já que o índice de revisão de preços em empreitadas, em 2024, era “pouco mais do que 2%”.
Face a isto, Ribau Esteves explicou que quando falamos de “evolução de preços o índice geral não interessa para nada”. “Ninguém liga nada ao índice geral (…) Este fenómeno do crescimento dos preços da construção em Portugal e na Europa vai continuar a acontecer, no mínimo, até ao final do ano de 2026 (…) Alguma vez se pensou que uma obra de duas centenas de milhões de euros do metro de Lisboa ficasse deserta? É evidente que se quer fazer aquela obra e ou se espera x anos para os preços baixarem ou se tem de lançar, outra vez, o concurso com o preço mais alto. Não há volta a dar. Nós já vivemos isto… Lembro-me da obra mais dolorosa que foi a nossa primeira vez neste ciclo político que lançamos um concurso a terceira vez que foi a obra de reabilitação de habitações sociais em Santiago e, obviamente, tivemos de aumentar os valores (…) Isto está a acontecer, vai acontecer, neste tempo, 30% (…) é muito (…), mas nós entendemos que o que está aqui em causa… Esta importância deste pavilhão desportivo que Aveiro inacreditavelmente não tem”, explicou. “Era bem mais importante ter construído esta infraestrutura do que um estádio de futebol, mas entendeu-se que era ao contrário e, portanto, nós entendemos que esta é uma infraestrutura absolutamente capital”, prosseguiu o presidente da CMA, recordando as multifunções que a mesma terá. “(…) Além de ser uma infraestrutura desportiva (…) tem um bar, um restaurante, uma clínica, dois ginásios, área de trabalho para associações desportivas (…) E a capacidade de ser multiuso para que possamos fazer lá dentro eventos de outra natureza como congressos, eventos culturais (…)”, sublinhou.
Relativamente à comparação com o Rossio, o presidente da CMA atirou ao socialista que o partido não consegue “ultrapassar o trauma” da obra, criticando ainda a primeira proposta de Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à CMA, em que propunha, entre outros aspetos, a replantação das palmeiras do Rossio. “(…) Essas maluqueiras que andam para aí em alguns socialistas de quererem plantar palmeiras no Rossio…. Duvido muito que vão ter essa possibilidade, mas também podem plantar palmeiras no telhado deste edifício. Quer dizer, hoje a tecnologia permite tudo e, portanto, nessas abordagens ridículas que vocês fazem às nossas obras e querem plantar palmeiras ridículas num sítio absurdo… Também podem vir a plantar palmeiras no telhado até pode dar uma paisagem mais tropical ao edifício (…)”, ironizou.
Ribau Esteves sublinhou ainda que o Rossio foi uma “obra de excelência, que toda a gente gosta dela e que tem tido rentabilidade financeira e social”. “Estamos muito felizes com a obra do Rossio e o nosso povo também mesmo que alguns digam ‘ó,ó,ó’. É um exercício de felicidade coletiva e, portanto, só queremos conseguir ter empreiteiro para começar esta obra (…) para que, obviamente, Aveiro venha a ter aquilo que nunca teve: um pavilhão desportivo com a devida qualidade e com estas multifunções que referenciei há pouco”, frisou.
Após as justificações, Fernando Nogueira voltou a pedir a palavra realçando que o PS não “acompanhará” a proposta e que, por isso, votaria “contra” a mesma.
Já no período de participação do público, um dos cidadãos trouxe, novamente, entre outros tópicos, o tema do Rossio questionando Ribau Esteves relativamente ao balanço de 2024 do parque subterrâneo do Rossio.
Face a isto, o presidente da CMA afirmou que os “balanços dos negócios das empresas são coisas das empresas”. “Portanto, nós temos acesso a alguma informação como entidade concessionária nos termos do contrato, parte dela pode ser tornada pública, parte dela não pode (…) Da parte da Empark estamos para receber o primeiro relatório da informação que eles nos têm a obrigação de dar por o contrato, precisamente, porque fez agora um ano, no passado dia 2 de fevereiro, que o parque abriu. Estamos a fazer esse balanço… Nós com o nosso concessionário e parte dessa informação vamos torná-la pública (…)”, adiantou.
Monumento evocativo à UA na rotunda do ISCA foi ideia da CMA
Ainda durante o período da intervenção do público, Ribau Esteves aproveitou para esclarecer os “disparates” que se dizem, relativamente, ao monumento evocativo à Universidade de Aveiro (UA) que está na nascer na rotunda junto ao Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro (ISCA-UA). “Aquele monumento foi ideia do presidente da CMA, apresentada ao reitor Manuel Assunção e reapresentada ao reitor Paulo Jorge Ferreira, logo que tomou posse (…) e a ideia que tivemos foi ter na cidade um monumento para evocar a sua universidade numa zona de proximidade da nossa universidade com o espaço urbano (…) Foi uma ideia nossa, propusemos à universidade porque entendíamos que não íamos fazer um monumento contra a vontade da universidade (…)”, sublinhou. “E o gosto foi tão grande da universidade, seja do reitor Manuel Assunção como do Paulo Jorge Ferreira (…) que foi a própria universidade, a sua equipa técnica de marketing e de engenharia civil que fez o projeto (…)”, continuou.
O presidente da CMA adiantou também que houve “muita dificuldade” em arranjar um empreiteiro já que é uma obra “muito difícil”. “(…) É uma peça de oito metros de altura em betão (…)”, disse.
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Fábrica Centro Ciência Viva celebrou 21º aniversário com inauguração de novo Steam Lab
O vigésimo primeiro aniversário da Fábrica ficou marcado com a inauguração do novo Steam Lab, um espaço que Pedro Pombo, diretor da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, salienta como uma nova valência que nasce com o objetivo de diversificar a oferta “para as famílias começarem a poder visitar e participar dada esta ativa renovação e atualização do serviço educativo” que a Fábrica promove. O novo espaço da fábrica conta com diversas experiências que envolvem áreas desde a realidade virtual à robótica, sem esquecer as Artes, fazendo jus ao compromisso STEAM: a promoção da aprendizagem prática e interdisciplinar. O aniversário marca “o início de duas décadas”, com os impactos do “que se vai desenvolvendo em grande escala temporal” a começarem a revelar “um impacto que é extremamente significativo, não só na cidade e na região de Aveiro, mas também a nível nacional”, dá nota o diretor. No total, a Fábrica conta com 20 novos laboratórios Steam em marcha, distribuídos por oito municípios, e o número de visitantes tem vindo “sempre a crescer”, salienta Pedro Pombo. O diretor da Fábrica de Aveiro aponta ainda a coordenação de 137 Clubes de Ciência Viva estabelecidos “dentro da rede nacional” como um “programa itinerante de atividades na região centro e norte de Portugal muito interessante”. O diretor da Fábrica de Aveiro destacou também o projeto TechLabs, estabelecido em todas as escolas do município de Aveiro como um projeto que “permite esta intervenção na educação STEAM de uma forma continuada e estruturada”. A internacionalização e a ligação com a universidade foram outros dois pontos salientados por Pedro Pombo no 21º aniversário. A nova exposição, ‘Feito de Ciência: Os Materiais do Nosso Futuro’, patente na Fábrica é precisamente um dos exemplos da colaboração com a academia aveirense. “Foi feita pelos investigadores [do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro] que tiveram toda a habilidade de desenvolver estes conteúdos e trabalhar connosco e depois a exposição foi toda desenhada por nós, (…) mas é um projeto conjunto que pretende realmente mostrar a investigação que se faz na universidade”, frisa. Para o futuro, um dos objetivos apontados por Pedro Pombo para a Fábrica passa precisamente por “diversificar as fontes de financiamento”, de forma a “promover cada vez mais a sustentabilidade da Fábrica a todos os níveis”. A sessão de abertura do aniversário ficou a cargo do reitor da Universidade de Aveiro (UA), Paulo Jorge Ferreira. Na sua intervenção, sublinhou que o objetivo de “cativar os mais jovens para a Ciência”, presente desde o arranque do projeto pela mão da antiga reitora Helena Nazaré, continua a ser cumprido. “Na altura era importante [a criação da Fábrica], era visionário fazer isso; hoje, eu diria, é ainda mais importante pela simples razão que nós temos ainda menos jovens: e quando se tem menos talentos, é ainda mais grave desperdiçar algum. Por isso, temos sítios onde se expõem os mais jovens à ciência e temos sítios onde os cativamos para as universidades”, frisa. À Ria, Helena Nazaré sublinha precisamente a importância da iniciativa da Fábrica, sobretudo há 21 anos, quando “a compreensão pública da ciência ainda, pelo menos em Portugal, não estava na ordem do dia”. “Foi muito importante para dar a conhecer aos jovens o que é a ciência, para que é que serve a ciência (…) e também agora já estão a integrar a investigação de topo que a universidade tem, o que é muito importante”, atenta a antiga reitora. Paulo Jorge Ferreira aponta ainda a importância da Fábrica para o desenvolvimento da ligação entre a universidade e a atividade empresarial, lembrando que a Fábrica acolheu, em tempos, um laboratório da Nokia. “É interessante ver como é que essa linha se foi desenvolvendo, como é que marcou a universidade e a atividade da mesma e como é que também contribuiu para termos neste espaço, na sua totalidade, atividade científica e atividade empresarial em conjunto e articulação”, aponta. O reitor da UA frisa ainda o papel fulcral da Fábrica na captação e do Parque de Ciência e Inovação (PCI) na retenção de talentos. “A fábrica é importante nesse esforço de angariação [de talentos], para nós e para outros, e por isso o Parque de Ciência e Inovação é importante no esforço de reter na região o talento e valorizar as empresas desta região”, salienta Paulo Jorge Ferreira. A iniciativa contou ainda com a presença de João Machado, vereador responsável, entre outras, pela pasta da Aveiro Tech City. À Ria, o vereador aponta a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro como um “parceiro essencial” do município, salientando que “nos últimos oito anos” tem sido feito “um trabalho ímpar nesta área”. “Temos mudado muito as nossas escolas através da Fábrica da Ciência, temos formado muitos docentes do nosso município e temos investido também muito nos nossos alunos”, aponta João Machado. O vereador repara que “até dezembro de 2027 está garantido o financiamento para que as nossas escolas continuem a receber esta formação”, num investimento de “quase 600 mil euros” através do Programa Portugal 2030. “Só queremos é continuar a aumentar a participação dos nossos professores, que os nossos alunos continuem a aproveitar ao máximo e que, ao mesmo tempo, durante estes próximos anos também continuem a aparecer novos projetos, como têm aparecido”, assegura João Machado. Também Pedro Russo, membro da direção da Ciência Viva e futuro presidente da direção, marcou presença no aniversário em Aveiro. À Ria evidenciou como “bastante interessante” o facto de a Fábrica ter todos os anos “uma ideia nova, que não é apenas uma ideia pontual, é estrutural que realmente tem um impacto que vai para além das paredes deste Centro de Ciência Viva que é a Fábrica”. “Acho que o trabalho que têm feito aqui com a Aveiro Tech City, com o apoio do município, mas sempre muito alavancado em todo o conhecimento tecnológico que existe na universidade, está a ter um impacto muito grande na comunidade escolar”, aponta Pedro Russo a título de exemplo. O futuro presidente da direção da Ciência Viva aproveitou ainda a oportunidade para desafiar os estudantes da UA a envolverem-se “muito mais com as atividades que fazem aqui na Fábrica”. “Com certeza que a Fábrica tem as portas abertas e sei que muitos deles trabalham aqui: isto é um espaço para a própria comunidade estudantil e a universidade lançar novos projetos e novas ideias. A Ciência Viva está sempre aberta às ideias dos estudantes”, atenta. Pedro Russo deverá assumir a presidência da direção da Ciência Viva em janeiro de 2026. Assume que o novo cargo vai ser “um desafio”, embora se sinta “bastante entusiasmado” e confiante no projeto. “É um trabalho que neste momento está bastante enraizado no território português e acima de tudo enraizado em pessoas, não só na equipa da Ciência Viva,(…) mas também em todos os diretores e toda a equipa dos 21 centros de Ciência Viva que temos em todo o país”, repara. O atual membro da direção aponta ainda os “quase 900” clubes de Ciência Viva nas escolas, bem como os professores e alunos envolvidos nessa realidade como parte da comunidade. “O meu papel vai ser um papel apenas de continuar, de apoiar e acima de tudo de tentar encontrar mais apoio para o trabalho que tem vindo a ser feito”, frisa. Não esconde, no entanto, que está à espera de desafios: a nível da competitividade e a nível de financiamento. “O senhor reitor hoje falou muito desta importância da transição entre formação e criar alguma riqueza, que é uma riqueza que será sempre económica, mas também é muito a riqueza cultural, social, tecnológica e científica e a Ciência Viva tem um papel muito importante no início desse trajeto”, repara, em relação aos desafios que Portugal e a Europa enfrentam a nível da competitividade do setor. Pedro Russo sublinha também que “a nível de financiamento por questões geopolíticas” também se podem vir a sentir algumas diferenças. “Estes desafios que são da sociedade atual também vão ter um impacto no trabalho que nós estamos a fazer: temos de estar atentos, de trabalhar e temos de contribuir para resolvê-los: com ciência, com tecnologia, mas também com muita humanidade”, finaliza.
Candidatura de Luís Souto garante que Rosário Carvalho aceitou convite antes de recuar
A resposta surge após Rosário Carvalho ter afirmado, em declarações à Ria na noite de sexta-feira, que não integra nem irá integrar a equipa de Luís Souto, contrariando o que havia sido avançado pela candidatura horas antes, em nota oficial. “A Dra. Rosário Carvalho foi convidada a integrar o grupo de trabalho responsável pela conclusão do programa eleitoral e aceitou o convite, estando programadas sessões de trabalho já na próxima semana”, refere. Na nota, a coligação esclarece que foi “com base nessa aceitação, e com a sua concordância, que a Aliança Mais Aveiro, tornou pública a nota de imprensa”. No entanto, defende que “passadas escassas horas” da publicação da nota, Rosário Carvalho comunicou à candidatura a sua “indisponibilidade”, invocando uma “eventual incompatibilidade devido ao cargo que desempenha e que inicialmente não considerou”. “Lamentamos o sucedido, mas estamos muito tranquilos quanto à correção do comportamento da Aliança Mais Aveiro em todo o processo”, afirma na nota de imprensa enviada este sábado. A candidatura liderada por Luís Souto de Miranda dá assim o caso como “esclarecido” e “encerrado” e assegura estar concentrada na reta final da elaboração do programa eleitoral. “Continuamos concentrados na conclusão do Programa Eleitoral, (…) que queremos apresentar aos nossos concidadãos alicerçados no rigor, na seriedade das propostas e que seja indutor da melhoria da qualidade de vida em Aveiro e dos aveirenses”, realça. “Continuaremos a pugnar por uma candidatura que defende e valoriza as pessoas de Aveiro”, finaliza. Recorde-se que, em declarações à Ria, Rosário Carvalho afirmou que se “expressou mal” a Luís Souto e que a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro “está acima de qualquer partido”. “Eu neste momento sou a maior representante da Misericórdia, portanto não posso tomar partido nenhum para o bem da Misericórdia: a instituição está acima de tudo”, vincou.
Urgências de obstetrícia de Aveiro fechadas “metade dos dias” de julho
“Neste mês de julho de 2025 foi notícia, uma vez mais, o agravamento das condições assistenciais em ginecologia e obstetrícia, desta feita na Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULSRA), com o encerramento em cerca de metade dos dias do mês da urgência obstétrica, por falta de médicos especialistas”, lamentou o SIM em comunicado. Na quarta-feira, o conselho de administração da ULSRA confirmou à Lusa que o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia encontrava-se encerrado, após a demissão do diretor, que foi apresentada “na sequência da escala de urgência submetida para o mês de julho, que apresenta um elevado número de encerramentos”. Esses fechos temporários, de acordo com os responsáveis hospitalares, são “justificados pela total recusa dos médicos especialistas em realizar horas extraordinárias”, uma responsabilidade que o SIM rejeita. “Todos os médicos ginecologistas-obstetras da ULSRA já ultrapassaram largamente o número de horas extraordinárias anuais a que estão legalmente obrigados, não lhes podendo ser imputada a responsabilidade pela quebra da assistência médica diferenciada nesta área, o não preenchimento das escalas de urgência ou a falta de solidariedade” com a unidade de saúde, alegou o sindicato. De acordo com a estrutura sindical, os recursos humanos médicos “são escassos”, traduzindo-se em 20 especialistas e 10 médicos internos, que estão ainda em fase de formação. Desses 20 especialistas, por questões de idade, doença ou parentalidade, “só 11 prestam serviço de urgência e, destes, oito fazem urgência noturna”, referiu também o SIM, adiantando que, relativamente aos internos, quatro não prestam serviço nas urgências por estarem na fase inicial de formação ou em estágio noutra instituição. “A falta de perspetiva na melhoria das condições de trabalho, a curto médio prazo, faz temer pelo abandono do serviço de mais médicos, com o consequente agravar da degradação assistencial médica ginecológica e obstétrica na ULSRA”, avisou o SIM. Na quinta-feira, dia 3, os deputados do PS eleitos por Aveiro questionaram a ministra da Saúde sobre as eventuais medidas a adotar para evitar o encerramento da urgência de obstetrícia do hospital.
Ana Torrão é a candidata da IL à Junta de Freguesia de Aradas
Conciliando a vida profissional com a maternidade, a candidata afirma ter um “profundo compromisso” com a freguesia onde vive. Numa nota enviada à Ria, este sábado, 5 de julho, a IL destaca a sua candidatura como parte de uma estratégia de renovação da política local, apostando em propostas “sérias, transparentes e próximas da realidade das pessoas”. “Acreditamos que Aradas merece uma liderança atenta, competente e determinada a valorizar o potencial da freguesia, rompendo com as lógicas de estagnação e dependência partidária”, refere o partido. Além de Ana Torrão pela IL, também já foram anunciadas outras candidaturas à presidência desta junta. Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia, recandidata-se pelo projeto da coligação Aliança Mais Aveiro. Pelo Partido Socialista, a candidatura será liderada por Sónia Aires, atual assistente social na Câmara Municipal de Aveiro e também natural da freguesia. Gilberto Ferreira, gestor comercial, volta a ser candidato pelo movimento de cidadãos independentes “Sentir Aradas”. Recorde-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura. Na freguesia de Aradas, a coligação "Aliança com Aveiro" (PSD/CDS/PPM) venceu com 46,28% dos votos, elegendo sete mandatos para a Assembleia de Freguesia. Em segundo lugar ficou o movimento independente "Sentir Aradas", que conquistou 19,13% dos votos e três mandatos. A coligação "Viva Aveiro" (PS/PAN) obteve 17,87% e também garantiu três mandatos. Os restantes partidos – Bloco de Esquerda (BE), Chega e CDU – não conseguiram eleger representantes para a Assembleia de Freguesia.
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Fábrica Centro Ciência Viva celebrou 21º aniversário com inauguração de novo Steam Lab
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No total, a Fábrica conta com 20 novos laboratórios Steam em marcha, distribuídos por oito municípios, e o número de visitantes tem vindo “sempre a crescer”, salienta Pedro Pombo. O diretor da Fábrica de Aveiro aponta ainda a coordenação de 137 Clubes de Ciência Viva estabelecidos “dentro da rede nacional” como um “programa itinerante de atividades na região centro e norte de Portugal muito interessante”. O diretor da Fábrica de Aveiro destacou também o projeto TechLabs, estabelecido em todas as escolas do município de Aveiro como um projeto que “permite esta intervenção na educação STEAM de uma forma continuada e estruturada”. A internacionalização e a ligação com a universidade foram outros dois pontos salientados por Pedro Pombo no 21º aniversário. 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Na sua intervenção, sublinhou que o objetivo de “cativar os mais jovens para a Ciência”, presente desde o arranque do projeto pela mão da antiga reitora Helena Nazaré, continua a ser cumprido. “Na altura era importante [a criação da Fábrica], era visionário fazer isso; hoje, eu diria, é ainda mais importante pela simples razão que nós temos ainda menos jovens: e quando se tem menos talentos, é ainda mais grave desperdiçar algum. Por isso, temos sítios onde se expõem os mais jovens à ciência e temos sítios onde os cativamos para as universidades”, frisa. À Ria, Helena Nazaré sublinha precisamente a importância da iniciativa da Fábrica, sobretudo há 21 anos, quando “a compreensão pública da ciência ainda, pelo menos em Portugal, não estava na ordem do dia”. “Foi muito importante para dar a conhecer aos jovens o que é a ciência, para que é que serve a ciência (…) e também agora já estão a integrar a investigação de topo que a universidade tem, o que é muito importante”, atenta a antiga reitora. Paulo Jorge Ferreira aponta ainda a importância da Fábrica para o desenvolvimento da ligação entre a universidade e a atividade empresarial, lembrando que a Fábrica acolheu, em tempos, um laboratório da Nokia. “É interessante ver como é que essa linha se foi desenvolvendo, como é que marcou a universidade e a atividade da mesma e como é que também contribuiu para termos neste espaço, na sua totalidade, atividade científica e atividade empresarial em conjunto e articulação”, aponta. 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O vereador repara que “até dezembro de 2027 está garantido o financiamento para que as nossas escolas continuem a receber esta formação”, num investimento de “quase 600 mil euros” através do Programa Portugal 2030. “Só queremos é continuar a aumentar a participação dos nossos professores, que os nossos alunos continuem a aproveitar ao máximo e que, ao mesmo tempo, durante estes próximos anos também continuem a aparecer novos projetos, como têm aparecido”, assegura João Machado. Também Pedro Russo, membro da direção da Ciência Viva e futuro presidente da direção, marcou presença no aniversário em Aveiro. À Ria evidenciou como “bastante interessante” o facto de a Fábrica ter todos os anos “uma ideia nova, que não é apenas uma ideia pontual, é estrutural que realmente tem um impacto que vai para além das paredes deste Centro de Ciência Viva que é a Fábrica”. “Acho que o trabalho que têm feito aqui com a Aveiro Tech City, com o apoio do município, mas sempre muito alavancado em todo o conhecimento tecnológico que existe na universidade, está a ter um impacto muito grande na comunidade escolar”, aponta Pedro Russo a título de exemplo. O futuro presidente da direção da Ciência Viva aproveitou ainda a oportunidade para desafiar os estudantes da UA a envolverem-se “muito mais com as atividades que fazem aqui na Fábrica”. “Com certeza que a Fábrica tem as portas abertas e sei que muitos deles trabalham aqui: isto é um espaço para a própria comunidade estudantil e a universidade lançar novos projetos e novas ideias. A Ciência Viva está sempre aberta às ideias dos estudantes”, atenta. 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Não esconde, no entanto, que está à espera de desafios: a nível da competitividade e a nível de financiamento. “O senhor reitor hoje falou muito desta importância da transição entre formação e criar alguma riqueza, que é uma riqueza que será sempre económica, mas também é muito a riqueza cultural, social, tecnológica e científica e a Ciência Viva tem um papel muito importante no início desse trajeto”, repara, em relação aos desafios que Portugal e a Europa enfrentam a nível da competitividade do setor. Pedro Russo sublinha também que “a nível de financiamento por questões geopolíticas” também se podem vir a sentir algumas diferenças. “Estes desafios que são da sociedade atual também vão ter um impacto no trabalho que nós estamos a fazer: temos de estar atentos, de trabalhar e temos de contribuir para resolvê-los: com ciência, com tecnologia, mas também com muita humanidade”, finaliza.
Candidatura de Luís Souto garante que Rosário Carvalho aceitou convite antes de recuar
A resposta surge após Rosário Carvalho ter afirmado, em declarações à Ria na noite de sexta-feira, que não integra nem irá integrar a equipa de Luís Souto, contrariando o que havia sido avançado pela candidatura horas antes, em nota oficial. “A Dra. Rosário Carvalho foi convidada a integrar o grupo de trabalho responsável pela conclusão do programa eleitoral e aceitou o convite, estando programadas sessões de trabalho já na próxima semana”, refere. Na nota, a coligação esclarece que foi “com base nessa aceitação, e com a sua concordância, que a Aliança Mais Aveiro, tornou pública a nota de imprensa”. No entanto, defende que “passadas escassas horas” da publicação da nota, Rosário Carvalho comunicou à candidatura a sua “indisponibilidade”, invocando uma “eventual incompatibilidade devido ao cargo que desempenha e que inicialmente não considerou”. “Lamentamos o sucedido, mas estamos muito tranquilos quanto à correção do comportamento da Aliança Mais Aveiro em todo o processo”, afirma na nota de imprensa enviada este sábado. A candidatura liderada por Luís Souto de Miranda dá assim o caso como “esclarecido” e “encerrado” e assegura estar concentrada na reta final da elaboração do programa eleitoral. “Continuamos concentrados na conclusão do Programa Eleitoral, (…) que queremos apresentar aos nossos concidadãos alicerçados no rigor, na seriedade das propostas e que seja indutor da melhoria da qualidade de vida em Aveiro e dos aveirenses”, realça. “Continuaremos a pugnar por uma candidatura que defende e valoriza as pessoas de Aveiro”, finaliza. Recorde-se que, em declarações à Ria, Rosário Carvalho afirmou que se “expressou mal” a Luís Souto e que a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro “está acima de qualquer partido”. “Eu neste momento sou a maior representante da Misericórdia, portanto não posso tomar partido nenhum para o bem da Misericórdia: a instituição está acima de tudo”, vincou.
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“Neste mês de julho de 2025 foi notícia, uma vez mais, o agravamento das condições assistenciais em ginecologia e obstetrícia, desta feita na Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULSRA), com o encerramento em cerca de metade dos dias do mês da urgência obstétrica, por falta de médicos especialistas”, lamentou o SIM em comunicado. Na quarta-feira, o conselho de administração da ULSRA confirmou à Lusa que o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia encontrava-se encerrado, após a demissão do diretor, que foi apresentada “na sequência da escala de urgência submetida para o mês de julho, que apresenta um elevado número de encerramentos”. Esses fechos temporários, de acordo com os responsáveis hospitalares, são “justificados pela total recusa dos médicos especialistas em realizar horas extraordinárias”, uma responsabilidade que o SIM rejeita. “Todos os médicos ginecologistas-obstetras da ULSRA já ultrapassaram largamente o número de horas extraordinárias anuais a que estão legalmente obrigados, não lhes podendo ser imputada a responsabilidade pela quebra da assistência médica diferenciada nesta área, o não preenchimento das escalas de urgência ou a falta de solidariedade” com a unidade de saúde, alegou o sindicato. De acordo com a estrutura sindical, os recursos humanos médicos “são escassos”, traduzindo-se em 20 especialistas e 10 médicos internos, que estão ainda em fase de formação. Desses 20 especialistas, por questões de idade, doença ou parentalidade, “só 11 prestam serviço de urgência e, destes, oito fazem urgência noturna”, referiu também o SIM, adiantando que, relativamente aos internos, quatro não prestam serviço nas urgências por estarem na fase inicial de formação ou em estágio noutra instituição. “A falta de perspetiva na melhoria das condições de trabalho, a curto médio prazo, faz temer pelo abandono do serviço de mais médicos, com o consequente agravar da degradação assistencial médica ginecológica e obstétrica na ULSRA”, avisou o SIM. Na quinta-feira, dia 3, os deputados do PS eleitos por Aveiro questionaram a ministra da Saúde sobre as eventuais medidas a adotar para evitar o encerramento da urgência de obstetrícia do hospital.
Ana Torrão é a candidata da IL à Junta de Freguesia de Aradas
Conciliando a vida profissional com a maternidade, a candidata afirma ter um “profundo compromisso” com a freguesia onde vive. Numa nota enviada à Ria, este sábado, 5 de julho, a IL destaca a sua candidatura como parte de uma estratégia de renovação da política local, apostando em propostas “sérias, transparentes e próximas da realidade das pessoas”. “Acreditamos que Aradas merece uma liderança atenta, competente e determinada a valorizar o potencial da freguesia, rompendo com as lógicas de estagnação e dependência partidária”, refere o partido. Além de Ana Torrão pela IL, também já foram anunciadas outras candidaturas à presidência desta junta. Catarina Barreto, atual presidente da Junta de Freguesia, recandidata-se pelo projeto da coligação Aliança Mais Aveiro. Pelo Partido Socialista, a candidatura será liderada por Sónia Aires, atual assistente social na Câmara Municipal de Aveiro e também natural da freguesia. Gilberto Ferreira, gestor comercial, volta a ser candidato pelo movimento de cidadãos independentes “Sentir Aradas”. Recorde-se que, nas eleições autárquicas de 2021, a IL não apresentou candidatura. Na freguesia de Aradas, a coligação "Aliança com Aveiro" (PSD/CDS/PPM) venceu com 46,28% dos votos, elegendo sete mandatos para a Assembleia de Freguesia. Em segundo lugar ficou o movimento independente "Sentir Aradas", que conquistou 19,13% dos votos e três mandatos. A coligação "Viva Aveiro" (PS/PAN) obteve 17,87% e também garantiu três mandatos. Os restantes partidos – Bloco de Esquerda (BE), Chega e CDU – não conseguiram eleger representantes para a Assembleia de Freguesia.