Autárquicas: Vereador André Martins Silva é o candidato do CDS à Câmara de Vale de Cambra
O candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Vale de Cambra é André Martins Silva, que, sendo o atual vereador do Desporto, Associativismo e Comércio nessa autarquia, anuncia hoje que vai apostar na “simplificação administrativa e celeridade processual”.
Redação
Esse cabeça de lista apresenta-se assim como potencial sucessor de José Pinheiro, que, ao fim de três mandatos na liderança da referida autarquia do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, atingiu o limite de mandatos naquela que é uma das seis câmaras do país chefiadas pelo CDS-PP a título autónomo, sem coligação.
“Depois de muito trabalho feito nos 12 últimos anos, sob a liderança de José Pinheiro, a minha missão é continuar a desenvolver Vale de Cambra”, declara André Martins Silva à Lusa. “Quero continuar a desenvolver as condições de vida dos valecambrenses, jovens e menos jovens, e a apoiar o empreendedorismo e os empresários, porque a construção de um concelho faz-se com todos”, acrescenta.
O cabeça de lista de 42 anos deixa outras promessas: “Manteremos o rigor financeiro e será feito um esforço na simplificação administrativa e celeridade processual, medidas que, por si só, permitem a aposta no crescimento e investimento em Vale de Cambra".
Segundo fonte oficial da candidatura, a escolha de André Martins Silva “foi aprovada por unanimidade em plenário de militantes” da concelhia local do CDS, o que o próprio considera “uma honra” e diz conferir-lhe uma missão “desafiante e motivadora”.
Natural de Vale de Cambra e aí residente, o cabeça-de-lista dos populares é licenciado em Ensino Básico, na variante de Educação Física, e pós-graduado em Coordenação Técnica de Academias Desportivas, na modalidade de futebol.
Além de diretor técnico de ginásios, coordenador de campos de férias e professor de natação no período entre 2005 e 2017, foi ainda professor de Educação Física no ensino público, durante 13 anos.
Exerceu ainda funções de treinador de futebol e coordenador de estruturas como a Associação Desportiva Valecambrense, sendo que de 2017 a 2020 assumiu a coordenação técnica de um clube na China.
De regresso a Portugal, integrou em 2021 o executivo da Câmara Municipal de Vale de Cambra, onde ficou responsável por “pelouros como o da Juventude, Desporto e Tempos Livres, o do Associativismo e o do Comércio, Mercados e Feiras”.
Além de André Martins Silva pelo CDS-PP, outro candidato à Câmara de Vale de Cambra já anunciado para as próximas eleições autárquicas – que deverão realizar-se no próximo mês de setembro ou outubro – é o empresário e dirigente dos bombeiros locais Miguel Aguiar Soares, pelo PSD.
Recomendações
Câmara de Ílhavo constrói Posto Náutico da Barquinha para reforçar ligação à ria
O novo posto náutico terá acesso direto à ria, para facilitar a entrada de embarcações na água, refere uma nota de imprensa municipal, indicando estarem já em curso as obras em terra, nomeadamente a definição de arruamentos e áreas de parqueamento automóvel. Na margem vão ser construídas infraestruturas de apoio à prática de desportos náuticos, que têm vindo a ser reivindicadas por uma coletividade local. “O Posto Náutico da Barquinha incluirá um local fechado de apoio ao Clube Natureza e Aventura de Ílhavo (CNAI), com zona para as embarcações, sala de formação e balneários”, descreve a nota de imprensa. Quanto ao espaço exterior, “será de utilização livre e aberto à comunidade, sendo dotado de estacionamento automóvel, um parque de merendas, um parque infantil e uma zona de cafetaria com instalações sanitárias de apoio”, acrescenta-se no texto. “Com um investimento superior a 350 mil euros, esta intervenção dará resposta a um anseio antigo do CNAI, e proporcionará a toda a comunidade um novo espaço de lazer, desporto e contacto com a natureza, num exemplo claro de como a valorização ambiental, a promoção da atividade desportiva e a qualificação do espaço público podem caminhar lado a lado, ao serviço de todos”, salienta. Foi na Barquinha que nasceu, em 1993, o CNAI, associação desportiva que já conquistou vários prémios regionais e nacionais em canoagem. A autarquia tem vindo a apostar na revitalização da relação da comunidade com a ria e na valorização do território ribeirinho, tendo já requalificado, no mesmo canal, a zona da Murteira, um pouco a sul, com a criação de um parque de merendas, entre outras intervenções.
Autárquicas: Luís Canelas reconfirmado com 91,6% dos votos como candidato do PS a Espinho
A segunda votação deu-se esta quinta-feira à noite e reforçou a posição inicial do candidato, já que no procedimento de fevereiro Luís Canelas obteve apenas 18 votos a favor face aos 12 do concorrente Nuno Almeida – o que, a juntar a dois nulos e quatro abstenções, resultava no que a jurisdição distrital considerou um empate técnico – e agora conseguiu 22 apoios, com apenas dois boletins brancos. “O apoio à minha candidatura foi claramente reforçado, com 91,6% da votação favorável, legitimando a continuidade de um projeto firme, ambicioso e profundamente comprometido com o futuro do concelho de Espinho”, declara Luís Canelas hoje à Lusa. Quando em maio a jurisdição distrital anulou a primeira votação do candidato, alegando que o procedimento realizado em fevereiro não tinha recolhido o mínimo de 50% dos votos presenciais como requerido pelos estatutos do partido, o visado apresentou recurso, que seguiu também para a estrutura congénere do PS nacional. O seu argumento, na altura, foi que a votação de fevereiro foi, tecnicamente, uma “designação de candidato a cargo político”, nos termos do artigo 67.º dos Estatutos do PS, e “não uma eleição interna – distinção expressamente prevista nos próprios estatutos e no Regulamento Eleitoral Interno” do partido. Atendendo a que, um mês depois da anulação, tanto a Jurisdição distrital como a nacional continuavam sem emitir um parecer definitivo sobre o assunto, Luís Canelas optou por convocar novamente a comissão concelhia de Espinho para esta quinta-feira repetir o escrutínio. “Tomei a decisão com o objetivo de desbloquear o impasse político existente na sequência da ausência de resposta por parte da Comissão de Jurisdição Distrital de Aveiro e da Comissão Nacional de Jurisdição, relativamente ao recurso apresentado pela Mesa da Comissão Política Concelhia em 20 de maio de 2025, situação que gerou um bloqueio injustificado à dinâmica política local”, justifica. Luís Canelas propõe-se agora, como cabeça de lista, “retomar um caminho planeado, coordenado e orientado para os interesses de Espinho e dos espinhenses”. Além dessa candidatura, há três outros cabeças de lista já anunciados à Câmara Municipal de Espinho: Ricardo Sousa, que, embora apontado como a escolha do PSD local, enfrenta situação idêntica à de Luís Canelas devido a divergências entre a concelhia e a estrutura nacional do partido; Pilar Gomes, da CDU; e Maria Manuel Cruz, que, sendo a atual presidente da câmara numa lista do PS, vai concorrer como independente. Luís Canelas foi, de janeiro de 2023 até fevereiro de 2025, vice-presidente na equipa de Maria Manuel Cruz, que subiu ao primeiro lugar do executivo na sequência da renúncia de Miguel Reis no âmbito da investigação criminal Vórtex. A presidente da câmara retirou, contudo, a confiança política a Canelas e desvinculou-se ela própria do PS, após ser informada que a estrutura nacional do partido o escolhera a ele como cabeça-de-lista.
FEST com 250 filmes em Espinho, mais IA, muita habitação e thriller erótico português
Com um orçamento na ordem dos 180.000 euros, a 21.ª edição do certame do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto decorre até 29 de junho e este ano passa assim de oito para nove dias de duração, com o que o diretor do festival quis “aliviar a intensidade do programa” e responder ao apelo recorrente de “mais filmes para crianças e jovens” – público que representa cerca de 20% de uma audiência que, em 2024, rondou um total de 15.000 espectadores. “O ano passado já havia muitos filmes com IA, mas este ano nota-se um salto gigante nesse domínio, inclusive ao nível das bandas sonoras, e temos uma secção específica só para obras com essa tecnologia”, declarou o diretor do FEST, Fernando Vasquez, à Lusa. “A IA está a ter um grande impacto na produção cinematográfica e avança a um ritmo tão rápido que as diferenças são abismais”, realçou. Da secção competitiva, que em 2025 conta com 10 longas-metragens, o diretor do FEST começa por destacar “Manas”, de Marianna Brennaud, que descreve como “o grande filme brasileiro do momento” ao analisar o despertar sexual de uma adolescente numa comunidade restritiva da Amazónia, e “Mad bills to pay (or Destiny, dile que no soy malo)”, em que Joel Alfonso Vargas conta como uma gravidez não planeada afeta uma família dominicana a viver nos Estados Unidos. “É um dos grandes filmes americanos de 2025 e está destinado aos Óscares”, garante Vasquez. Segue-se “Peacock”, do austríaco Bernhard Wenger, que “em 2018 ganhou o FEST com a melhor curta de ficção e em 2024 foi um dos grandes vencedores do Festival de Veneza”. A obra é uma comédia satírica sobre a rigidez germânica e aborda a crise existencial de um homem que “pode ser alugado para representar o papel de namorado muito culto, filho educado ou outra figura qualquer, mas não sabe ao certo quem ele próprio é”. Sobre a atualidade política internacional, o diretor do certame salientou dois filmes: “Lesson Learned”, do húngaro Bálint Szimler, que explora o ambiente de um liceu para refletir sobre o sistema educativo após 15 anos de governo de Viktor Órban, e “Happy Hollidays”, em que o realizador palestiniano Scandar Copti mostra as dificuldades que as famílias de origem idêntica enfrentam ao residir em Israel, onde estão sujeitas a discriminação geral e um “regime legal específico”. Com idêntico propósito de reflexão social, mas em registo de documentário, Vasquez aponta ainda “To close your eyes and see fire”, que, sendo o primeiro longa-duração dos austríacos Nicola von Leffern e Jacob Carl Sauer, expõe o trauma coletivo de Beirute após as explosões de 2020 no porto dessa cidade e abre “todas as feridas do Líbano e do Médio Oriente”. Com cerca de 200 obras em estreia nacional e uma panorâmica sobre a produção da Geórgia, que “está na moda e a tornar-se uma potência do cinema mundial” graças a uma geração de novos cineastas “particularmente talentosa”, o cartaz do FEST 2025 inclui ainda um programa de formação a cargo de profissionais nacionais e internacionais, sessões de ‘pitching’ com profissionais do audiovisual e atividades paralelas como concertos, festas e exposições no âmbito da 8.ª Bienal Internacional de Arte de Espinho. A direção do festival nota, contudo, que as limitações de alojamento e habitação em Espinho levam muitos dos oradores e participantes do seu intenso programa formativo a instalarem-se noutros concelhos da região, e causam constrangimentos à própria equipa do certame. “Temos dificuldade em negociar com os técnicos que queríamos ter ao serviço no festival porque, como o evento dura nove dias e envolve jornadas muito extensas de trabalho, os profissionais que vivem longe têm mesmo que ficar instalados por perto e o preço do alojamento é tão caro que nos impede de os contratar”, lamentou Fernando Vasquez. Dado que o problema afeta a generalidade dos grandes centros urbanos nacionais, não surpreenderá, por isso, que a habitação seja “o tema claramente dominante” da secção competitiva dedicada exclusivamente a cinema português e este ano disputada por 23 filmes. Dois exemplos disso são a curta-metragem “Agente imobiliário sem casa para viver”, em que Filipe Amorim aborda no registo ‘mockumentary’ a vida de um profissional que não consegue pagar uma renda própria e tenta vender casas para nelas poder dormir, e “C’est pas la vie en rose”, a “ousada e invulgar” primeira longa de Leonor Bettencourt Loureiro, que nela relata como uma banda francesa a viver em Lisboa passa a explorar a cultura local e a contribuir para a gentrificação da capital. Outros filmes da competição portuguesa são “First Date”, comédia romântica que é o primeiro filme do apresentador televisivo Luís Filipe Borges, “em estreia absoluta no FEST”, e “Arriba Beach”, em que o realizador indiano Nishchaya Gera, residente em Portugal, assina o que Vasquez considera “o primeiro thriller erótico nacional, com conotação LGBT”. “A influência de profissionais estrangeiros a viver em Portugal está a trazer muitas coisas boas para o nosso cinema”, garante o diretor do FEST. “Nos anos anteriores isso notou-se sobretudo com a influência brasileira e agora percebe-se também com os profissionais de outras partes do mundo, que têm contribuído para trazer mais variedade de estilos e formatos ao que se faz em Portugal”, conclui.
Vagos Sensation Gourmet aposta na fusão entre gastronomia, tradição e arte
De acordo com a organização, o evento “mais saboroso do verão” utilizará como combinação alguns dos “ingredientes mais preciosos” da Praia da Vagueira. “As tradicionais peixeiras, pescadores, vendedores de rua, ‘chefs’, cozinheiros, ‘sommeliers’, músicos e pintores e muitos outros, para a confeção de um prato que juntará, no largo da Praia da Vagueira, a cozinha e a arte, cultivando e trazendo as melhores memórias destes 10 anos de evento”, acrescentou. O Vagos Sensation Gourmet irá decorrer nos dias 04,05,06 e 11,12 e 13 de julho, na Praia da Vagueira, concelho de Vagos, distrito de Aveiro. “A edição deste ano marcará a estreia no evento da ‘chef’, Teresa Horta Colaço (jurada do MasterChefKids), do Francisco Moreira e Carlos Afonso (apresentadores do canal de televisão 24H Kitchen) e de José Diogo Costa (Estrela Michelin e recém-premiado jovem ‘chef’ do ano pelo Guia)”, informou. Já os ‘sommeliers’ responsáveis pelo evento são António Lopes e André Figuinha, acompanhados de talentos em ascensão como Pedro Escoto (Feitoria, Lisboa), eleito Melhor Jovem Sommelier do Ano 2025; Joana Reis (Avenida, Lagos), Sommelier do Ano pela Revista de Vinhos; e Leonel Nunes (Il Galo D’Oro, Funchal), premiado com o Sommelier Award do Guia Michelin. No mundo do bar, a presença internacional de Jarred Brown e Anistatia Miller (Londres) e Fernando Sousa (vencedor do WorldClass Portugal), do The Royal Cocktail Club, no Porto. A apresentação do evento estará a cargo de João Paulo Sousa, da televisão SIC. O Vagos Sensation Gourmet é organizado pela Câmara Municipal de Vagos, em estreita colaboração com as associações e agentes locais.
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Ordem quer que ministério abra todas as vagas onde faltam médicos de família
“É inaceitável que existam utentes sem médico de família e, em simultâneo, especialistas em medicina geral e familiar sem colocação. Este é um problema de gestão, não de recursos”, alertou o bastonário Carlos Cortes, citado num comunicado da ordem. Os últimos dados disponíveis no portal da transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) indicam que o número de utentes sem médico de família tem aumentado ao longo deste ano, passando dos 1.564.203 em janeiro para os 1.633.701 em abril, ou seja, mais cerca de 70 mil pessoas. Segundo a Ordem dos Médicos (OM), a situação da medicina geral e familiar “atingiu um ponto crítico”, verificando-se que milhares de utentes continuam sem médico de família atribuído, ao mesmo tempo em que a “resposta pública permanece marcada pela inação e por falhas gritantes na colocação de especialistas disponíveis”. Perante isso, a organização liderada por Carlos Cortes exigiu a abertura de todas as vagas disponíveis em medicina geral e familiar nas zonas com carência real de cuidados de saúde, isto é, onde existem utentes sem médico de família, à semelhança do que aconteceu em 2023. “Esta é uma medida elementar de justiça para com os profissionais e de proteção para com as populações”, salientou ainda a OM, alertando que “não se pode desperdiçar uma geração de médicos altamente qualificados, nem continuar a deixar comunidades ao abandono por inércia ou rigidez administrativa”. Além da abertura de vagas, Carlos Cortes defendeu que os concursos de mobilidade devem ser regulares, permitindo que os médicos possam ajustar o seu percurso às necessidades do sistema e às condições das suas vidas pessoais e profissionais. “O atual bloqueio aos movimentos entre unidades de saúde é desmotivador, injusto e contribui para a erosão do SNS”, avisou também a ordem, ao realçar que, nas regiões mais desfavorecidas, o Estado deve assumir um papel ativo, disponibilizando incentivos remuneratórios, habitacionais, profissionais e formativos que atraiam e fixem médicos. De acordo com a OM, não faltam médicos formados em Portugal, mas sim “vontade política, visão estratégica e uma estrutura administrativa funcional”, alegando que, anualmente, dezenas de jovens especialistas terminam a sua formação sem conseguirem aceder a uma vaga no SNS nas zonas onde fazem falta. “O Ministério da Saúde, ao não abrir concursos nas regiões carenciadas, empurra médicos para fora do SNS, comprometendo o acesso das populações a cuidados primários de saúde”, lamentou ainda a ordem.
Tech Meetup da Inova-Ria regressa em julho com foco na cibersegurança
Segundo uma nota enviada à Ria, a escolha do tema deve-se ao facto de esta ser uma “área cada vez mais crítica e transversal à atividade económica e social”. A sessão contará com a participação de especialistas da área, sendo a empresa “Art Resilia”, referência no setor da ciber-resiliência, a anfitriã desta edição. O evento terá lugar no Parque de Exposições de Aveiro, entre as 18h30 e as 20h30 e apresenta como objetivos: “Conhecer os principais desafios e tendências atuais da cibersegurança; ouvir o testemunho e a experiência de especialistas da área e estimular a colaboração entre profissionais, empresas e instituições”. O encontro terminará com um momento de networking, acompanhado por “cerveja Quinas e pizzas artesanais da Pizzarte, num ambiente informal pensado para aproximar a comunidade tecnológica”. A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição obrigatória, devido à limitação de lugares. As inscrições devem ser feitas aqui.
DGS alerta que transmissão do vírus da hepatite A está a aumentar com 504 casos este ano
Esta situação “configura um aumento da transmissão do vírus da hepatite A em Portugal, em linha com a tendência reportada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) sobre surtos ativos em diferentes países europeus”, adiantou a DGS, em comunicado. Do total de 504 casos confirmados de infeção aguda do fígado, 122 estão associados a transmissão através de contacto sexual, distribuídos por várias regiões do país, mas com maior incidência em Lisboa e Vale do Tejo e na Área Metropolitana do Porto, a maioria homens entre os 18 e 44 anos. Além dessa situação, a DGS avançou que foi identificado um segundo surto localizado nas regiões do Algarve, Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo, com transmissão associada a condições deficitárias de salubridade, que tem afetado particularmente crianças. Segundo a direção-geral, a hepatite A é frequentemente assintomática ou ligeira em crianças com menos de cinco anos, mas, em adultos, pode manifestar-se de forma súbita, com sintomas como febre, mal-estar e dor abdominal, sendo a icterícia - coloração amarelada da pele e dos olhos - o sinal mais característico. Não existe uma forma crónica da doença e a infeção confere imunidade vitalícia, salientou também a DGS, garantindo que as autoridades de saúde a nível nacional e subnacional acompanham a situação em permanência, adotando as medidas de saúde pública adequadas para conter a propagação da infeção. Entre estas medidas, a DGS destacou o rastreio e seguimento de contactos, a vacinação pré-exposição dos grupos de risco e ações de educação para a saúde. A DGS adiantou que a vacinação pré-exposição contra o vírus constitui a principal forma de prevenção, sendo especialmente recomendada para pessoas que residem ou viajam para áreas endémicas ou com surtos ativos, com práticas sexuais associadas a risco acrescido de infeção e com doenças crónicas ou outras condições que possam agravar o curso clínico da infeção pelo vírus da hepatite A. A norma da vacinação contra a hepatite A está a ser revista para facilitar o acesso gratuito para os grupos mais vulneráveis da população. Segundo referiu, a vacinação está também disponível em regime de pós-exposição, dirigida a contactos próximos de casos confirmados, conforme as orientações nacionais em vigor e critérios de elegibilidade, com o objetivo de prevenir o aparecimento de casos secundários. Em articulação com organizações da sociedade civil e serviços de saúde sexual, a DGS tem vindo a desenvolver campanhas de informação e sensibilização, difundidas através das suas plataformas digitais e aplicações móveis de encontros.
Beira-Mar recua na criação da sociedade desportiva com Breno Silva
"Disse sempre aos sócios que só colocaríamos a nossa assinatura na escritura de constituição de uma sociedade desportiva se sentíssemos absoluta confiança e segurança no processo. Neste momento, essas condições não estão reunidas", afirmou Nuno Quintaneiro à Ria, sublinhando que a decisão está em linha com o compromisso assumido em Assembleia Geral. A Direção comunicou oficialmente esta sexta-feira a decisão de não avançar com a constituição da sociedade desportiva, através de uma nota publicada no site do clube. No comunicado lê-se que "a Direção do SC Beira-Mar reuniu com o Sr. Breno Dias Silva, num encontro em que participaram também os presidentes da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar do Clube, tendo informado o mesmo que, neste momento, não se encontram reunidas as condições para se avançar com a constituição da Sociedade Desportiva (SD) para o futebol". Confrontado com os pressupostos que terão ficado por cumprir por parte de Breno Silva, o presidente do clube optou por não entrar em detalhes, justificando-se com a sensibilidade da matéria. "Trata-se de uma questão com dimensão jurídica. Para proteger a posição do clube, não me vou pronunciar publicamente sobre esse assunto", declarou. Recorde-se que a notícia já tinha sido anteriormente avançada pela Ria onde, segundo informação recolhida pela redação, a direção do clube tinha mostrado intransigência em abdicar dos pressupostos previamente aprovados em sede própria pelos sócios. Entre as exigências feitas ao investidor, estavam a regularização de compromissos anteriormente assumidos perante o clube, a apresentação de uma garantia bancária e a demonstração de capacidade financeira para assegurar a totalidade do capital social necessário à constituição da sociedade. Apesar do recuo neste processo com Breno Silva, a Direção assegurou que o clube “já se encontra inscrito no Campeonato de Portugal e competirá na época 2025/2026”, embora com “restrições orçamentais”. “À luz do que aconteceu na época passada, em que também arrancamos com muitas restrições orçamentais, vamos procurar construir um grupo forte, competitivo, que dignifique as cores do clube e que também nos garanta, do ponto de vista desportivo, a estabilidade para podermos reiniciar este processo de constituição de uma sociedade desportiva”, afirmou. “Neste momento, o paradigma que temos é (…) de realismo, em que vamos procurar, essencialmente, ser competitivos, sem prometer nenhuma subida de divisão, nem prometer nenhum resultado desportivo em que gostaríamos de ser candidatos, mas nesta altura não estamos em condições de o fazer”, continuou Nuno Quintaneiro. Sem encerrar o dossiê da sociedade desportiva, o presidente do SC Beira-Mar assumiu que, para esta temporada, a constituição da sociedade desportiva já não será possível. “Vejo com muita dificuldade. Aliás, quase que há uma incompatibilidade prática de constituir a sociedade desportiva a tempo da participação no Campeonato de Portugal. (...) A partir do momento em que estejam estabilizados os quadros competitivos da Federação, já não é possível alterar a estrutura formal de um clube para uma SD”, justificou. Com o processo em suspenso, o foco do clube passa agora pela preparação da nova época desportiva. “Dentro das limitações orçamentais que temos, queremos formar um grupo competitivo e garantir condições de estabilidade desportiva, o que também nos permitirá trabalhar a vertente institucional, financeira e organizacional do clube”, afirmou. Ainda assim, Nuno Quintaneiro garantiu que o processo da constituição da sociedade desportiva continuará a ser um dos objetivos estratégicos da direção. “Continuamos com esse objetivo estratégico. (…) Não é por este processo não estar nesta altura no estágio de maturação que vamos desistir”, vincou. Quanto a novos interessados, Nuno Quintaneiro revelou que têm surgido abordagens, “essencialmente, de fora”, mas sem qualquer formalização. “Muitas das abordagens que recebemos são de pessoas que estão no mercado do futebol: agentes, empresários, jogadores, etc. (…) Portanto, pessoas que têm muitos contactos com investidores e que muitas vezes funcionam aqui como intermediários de investidores e que estão no terreno à procura de clubes para realizar esses investimentos e essas parcerias”, avançou. Recorde-se que os pressupostos da sociedade desportivos foram aprovados na Assembleia Geral no dia 22 de novembro de 2024 com um voto contra e duas abstenções. Breno Dias Silva, um empresário de nacionalidade brasileira, residente em Londres, com “vasta experiência na orientação de empresas em processos de expansão internacional” tinha sido o investidor escolhido para a constituição da sociedade desportiva pela direção do SC Beira-Mar. O seu nome foi oficialmente anunciado a 19 de janeiro, numa conferência de imprensa no Auditório António José Bartolomeu, no Estádio Municipal de Aveiro - Mário Duarte, por Nuno Quintaneiro. . Na altura, a proposta de Breno Silva destacou-se pelo “amplo consenso dentro do clube”.