UA: Serviço de bar/cafetaria vai reabrir no DCSPT
Após quatro anos, o serviço de bar do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território (DCSPT), na Universidade de Aveiro, vai voltar a reabrir. A informação foi avançada à Ria por Alexandra Queirós, vice-reitora para a cultura e vida nos campi na UA.
Isabel Cunha Marques
JornalistaSegundo Alexandra Queirós, o espaço do bar no DCSPT estava já encerrado desde a pandemia de covid-19, tendo sido agora, novamente, concessionado. “Numa fase inicial e já no antigo mandato havia um entendimento, com o antigo diretor do DCSPT, que não havia necessidade de o bar estar aberto porque causava muito barulho. Com a nova direção houve, novamente, vontade de abrir o bar e assim vai ser feito”, garantiu.
Quanto à data de abertura, a vice-reitora partilhou que gostava que fosse “o mais rápido possível”. “Estamos a fazer todos os esforços possíveis para contratualizar a aquisição do mobiliário para o espaço. Gostava que no início do segundo semestre tivesse tudo operacional”, adiantou.
Além do bar do DCSPT, Alexandra Queirós deu ainda nota que há “vontade” dos Serviços de Ação Social da UA (SASUA) em reabrir também o bar da antiga Reitoria. “Neste caso, o bar já está fechado há algum tempo porque estamos com escassez de recursos humanos. Já lançamos também o concurso em termos de concessão e não tivemos interessados”, afirmou. “Entretanto, decidimos fazer obras de manutenção e a ideia é que aquando da conclusão das obras se reative, novamente, o bar com os SASUA”, explicou.
Bar de Mecânica vai continuar a funcionar “só” como espaço marmita
Atualmente, de acordo com a vice-reitora, a UA dispõe, em funcionamento, de 8 serviços de bar/cafetaria no Campus de Sanatiago: no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (DeCA), no Departamento de Química (DQ), no Departamento de Matemática (DMat), no Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo (DEGEIT), no Bar da Reitoria, no Bar do Complexo Pedagógico (CP), no Bar do Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) e no Departamento de Biologia (DBio).
No que toca ao Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), onde outrora funcionou também um bar e, posteriormente, face à pandemia, foi transformado em espaço marmita, Alexandra Queirós garantiu que o objetivo é manter o espaço “só” para as refeições trazidas de casa pela comunidade académica. Neste momento, “estamos a reformular o espaço com novo mobiliário. A ideia é transformar o bar de Mecânica e o bar do Instituto de Engenharia Eletrónica e Informática (IEETA) em espaços só de marmita”, assegurou. Além destes dois espaços, também o Café da Universidade de Aveiro (CUA) vai continuar a disponibilizar um espaço para as marmitas. “A preocupação pela questão das marmitas já vem antes da pandemia (…) A ideia é continuar a reforçar a qualidade alimentar, mas também conseguir responder à comunidade no que diz respeito aos espaços marmita porque tem surgido essa necessidade”, expôs a vice-reitora. “Queremos também reforçar o número de micro-ondas nos diferentes espaços”, apontou.
Recomendações
Gala dos 35 Anos da AAAUA junta 150 alumni e distingue personalidades
Ao longo da noite, foram entregues várias distinções, sendo a primeira atribuída à Comissão Instaladora da Associação, que deu origem à primeira direção da AAAUA. Esta foi presidida por Luís Almeida e contou com Augusto Tomé, João Miguel Dias, Osvaldo Rocha Pacheco e Ana Manata. O grupo recebeu o “Prémio Reconhecimento”. No lote dos vencedores esteve também a Associação Alumni de Espanha, representada pelo seu presidente, António José Redondo, que venceu o “Prémio Instituição”. De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, aproveitou a presença do congénere espanhol para fazer um roteiro sobre os trabalhos realizados e a concluir relativos “à criação da Associação Alumni de Portugal”. Um projeto que “desejamos sediar em Aveiro, após a conclusão dos processos eleitorais de duas associações”, destaca a AAAUA na nota. Ao longo do evento, Pedro Oliveira avançou ainda que os “próximos meses” serão destinados a concluir os trabalhos de mudança de sede no “edifício 1” e a preparar a exposição a propósito dos 35 anos da Associação. O presidente aproveitou também para elogiar o Núcleo de Futebol, que apresentou os novos equipamentos, “num projeto sustentável” com a inscrição do novo logótipo da AAAUA adequado ao Núcleo. Nesta noite de muitos reencontros entre a comunidade dos antigos alunos da UA, coube a Artur Silva, vice-reitor para as matérias atinentes à investigação e inovação, salientar a importância dos alumni para o projeto da UA, “valorizando o trabalho que a atual direção tem vindo a realizar, com a promoção de diversas iniciativas de reunião, o que contribui para a dinamização desta rede”. O aniversário ficou também marcado pela entrega dos novos títulos de Sócio Honorário a João Veloso, vice-reitor para as matérias atinentes à cooperação Universidade-Sociedade, bem como a Miguel Casal, fundador e CEO da Grestel e a Fatinha Ramos, artista e ilustradora. Além do mais, valorizando a “dinâmica interna dos 22 núcleos alumni em funcionamento, envolvendo 111 dirigentes”, foram ainda entregues os prémios de: Melhor Núcleo ao Núcleo Alumni de Biologia e de melhor atividade ao Núcleo Alumni de Rugby. Ao nível do prémio colaboração, a nota refere também que “foram valorizadas as duas primeiras parcerias com horizonte plurianual outorgadas pela AAAUA, com a SAGE e o ITM, respetivamente representados pelo diretor Ibérico de parcerias, Francisco Rayo e pela diretora geral, Ana Ocana”. No âmbito destas comemorações foi ainda editada a 30ª edição do jornal Antiguinho, que reuniu as memórias de várias personalidades, numa edição especial de aniversário, coordenada pelo Tiago Almeida, vice-presidente da AAAUA. A gala contou com a atuação do SOUL ID um grupo formado por duas antigas alunas da UA, Diana Silva e Inês Bola, e com a participação do ilusionista, Ricardo Pimenta. A apresentação esteve a cargo de Manuela Nunes, igualmente alumni da UA e membro da atual direção. A festa terminou com o habitual corte do bolo e um brinde à Associação.
Cantina de Santiago encerra temporariamente para manutenção, mas mantém apoio à Aveiro Cup
Em declarações à Ria, João Ribeiro, diretor delegado dos Serviços de Ação Social da UA (SASUA), explicou que a decisão visa "preservar as condições de funcionamento" daquele espaço. “Executamos os trabalhos de manutenção e limpeza exigidos, face ao trabalho intensivo e ininterrupto de dois serviços de alimentação diários”, referiu. Segundo João Ribeiro, a Cantina de Santiago requer uma intervenção diferenciada devido à “elevada afluência” que regista ao longo do ano. A reabertura está prevista para o início do próximo ano letivo. Apesar do encerramento, a Cantina de Santiago mantém esta semana o fornecimento de refeições aos participantes da 30.ª edição da Aveiro Cup, torneio internacional de futebol juvenil que decorre de 2 a 6 de julho. Este ano, o evento reúne 40 clubes e centenas de jovens atletas entre os 8 e os 17 anos, com jogos espalhados por vários campos do concelho, incluindo o relvado sintético do Crasto, na UA. “A Cantina do Crasto não tem as mesmas condições em termos de centralidade e, por uma questão de segurança dos miúdos e também de logística, é prática recorrente servir estas refeições em Santiago”, justificou o diretor delegado dos SASUA. As restantes unidades de alimentação da universidade: Restaurante TrêsDê, Espaço Grelhados, Restaurante Universitário e Restaurante Vegetariano – mantêm o seu funcionamento regular.
7ª edição do “Fórum de Ensino e Aprendizagem” reforçou aposta da UA na inovação pedagógica
O programa desta manhã contou, entre outros pontos, com a apresentação da “Estratégia@UA”. Na sua intervenção, Sandra Soares, vice-reitora para matérias atinentes aoensino e formação na UA, aproveitou o momento para abordar a oferta formativa, destacando a aposta da Universidade de Aveiro na formação ao longo da vida. “Há uma série de transformações (…) na sociedade, nomeadamente a automação, a inovação tecnológica, a transição ecológica e digital, novas formas de trabalhar (…) que nos faz ter a necessidade de implementar uma estratégia (…) que permita a educação ao longo da vida e (…) o upskilling e o reskilling da nossa população”, apontou. Neste seguimento, a vice-reitora aproveitou a ocasião para dar nota de que o “funcionamento em concreto” dos cursos não conferentes de grau já se encontra implementado no Regulamento de Criação dos Cursos Não Conferentes de Grau. “O crescimento tem sido muito significativo nesta área”, afirmou. Quanto à aposta nas microcredenciais, a vice-reitora sublinhou que desde 2022 foram emitidos quase mil certificados, número que continua “a aumentar a cada dia”. A vice-reitora apontou que há ainda, no entanto, melhorias a fazer no que toca à qualidade do ensino, tendo apontado “o desenho dos cursos e a inovação curricular em função da inteligência artificial” como um dos desafios para o futuro. Sandra frisou também o crescimento registado pela Universidade quanto ao número de estudantes inscritos em cursos conferentes de grau e apontou que a instituição tem recebido também cada vez mais estudantes de fora da Região. Atentou, ainda, que os estudantes internacionais têm sido também uma tendência crescente na UA. “Os dados relativamente aos ciclos de estudo mostram um grau de internacionalização maior nos programas doutorais, seguidos dos mestrados e depois das licenciaturas, mas com números que se vêm a consolidar e mesmo a aumentar e diversificando os países de origem dos nossos estudantes internacionais”, revelou. Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) sublinhou, na sua intervenção, a importância da adaptação dos métodos de ensino aos tempos atuais. Realçou que o modelo de ensino “em muitas partes, mesmo dentro desta universidade” permanece igual ao que se fazia há 50 anos, com aulas maioritariamente expositivas. No entanto, a estudante aponta que a fórmula não funciona: “[há 50 anos] era o ensino que resultava porque tínhamos dez estudantes numa sala de aula (…) atualmente temos salas com 200 alunos”. A representante dos estudantes alertou ainda para a “evolução cada vez maior”, com as novas gerações expostas cada vez a mais e diferentes estímulos. Para Joana “é necessário existirem técnicas e metodologias” que captem a atenção dos jovens estudantes. A presidente da AAUAv atentou também para a importância da reflexão interna para as realidades existentes na academia aveirense. Frisou que, se por um lado há docentes “que querem que uma aula não seja só uma aula, mas que seja um processo de construção de pensamento em conjunto”, por outro, há estudantes que continuam a ter “uma hora e meia, três horas às vezes, de débito constante daquilo que é a informação que, atualmente, qualquer estudante consegue procurar se for pesquisar online”, considerou. Por sua vez, Sandra Vieira, professora e investigadora no Departamento de Ciências Médicas da UA e vencedora do prémio Boas Práticas Inovação Pedagógica 2023/2024 sublinhou a adoção das metodologias ativas como o caminho que tem seguido precisamente para fazer face aos novos desafios sentidos. Na sua intervenção, a docente destacou algumas iniciativas que tem seguido para implementar este tipo de ensino, apontando que a recetividade dos estudantes tem sido boa, no geral, mas que o processo pode não ser linear com todas as turmas. As aulas de Sandra são realizadas em volta de uma aprendizagem baseada em problemas (problem-based learning [PBL]), com os estudantes a serem desafiados a resolver questões de forma crítica, apesar de existirem na mesma algumas aulas mais centradas na exposição de matéria. Os estudantes são ainda envolvidos em atividades de síntese de papers da área, e contam com seminários ao cargo de especialistas. Parte da avaliação dos estudantes é ainda feita com quizzes e atividades colaborativas realizadas de forma periódica. A abertura da sessão desta manhã esteve ainda a cargo de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA. A programação, que terminou esta tarde com a apresentação de práticas institucionais que promovem o sucesso escolar e previnem o abandono, contou ainda com a realização de sessões de incentivo a projetos de inovação pedagógica e com a realização de um workshop voltado para os desafios nas áreas de intervenção estratégica no ensino e aprendizagem.
UA promove esta semana 7ª edição do “Fórum de Ensino e Aprendizagem”
O primeiro dia do Fórum, entre as 9h30 e as 12h30, será dedicado à apresentação das práticas pedagógicas desenvolvidas por docentes da UA. Ao longo das três sessões, docentes das várias unidades orgânicas apresentarão os resultados dos projetos de inovação pedagógica financiados desde 2020. Todas as sessões ocorrerão na sala do Senado. A partir das 13h45, na sala de Atos Académicos, haverá ainda uma sessão dedicada à apresentação das práticas pedagógicas distinguidas com o “Prémio de Boas Práticas Pedagógicas da Universidade de Aveiro”, bem como a atribuição de menções honrosas. O prémio visa reconhecer o mérito, a qualidade e a inovação pedagógica de docentes ou equipas docentes no contexto das unidades curriculares da UA e foi instituído no âmbito do “Regulamento para a Valorização e Desenvolvimento de Boas Práticas e Inovação Pedagógica”. Na sala do Senado, pelas 14h00, estarão ainda a decorrer três sessões de comunicações orais, dinamizadas por docentes e outros membros da comunidade académica da UA, cujas propostas foram selecionadas no âmbito da submissão de trabalhos da 7.ª edição do “Fórum de Ensino e Aprendizagem – Teaching & Learning Forum”. No dia seguinte, 3 de julho, na sala de Atos Académicos, a abertura do evento estará a cargo de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, seguindo-se, pelas 9h30, uma apresentação do responsável institucional, com prestação de contas sobre o trabalho realizado e ações para o futuro e partilha de contributo de um membro da comunidade UA. O painel contará com a intervenção de Sandra Soares, vice-reitora para o Ensino e Formação da UA, Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e de Sandra Vieira, vencedora do Prémio de Boas Práticas Pedagógicas 2023/2024. Após o coffee-break, pelas 10h15, seguir-se-á um momento de disseminação de boas práticas da comunidade UA, seguindo-se a partilha de William Carey, desenvolvedor educacional sénior na Universidade Nottingham Trent. Pelas 14h30 haverá ainda workshops sobre os desafios mais imediatos em áreas de intervenção estratégica no ensino e aprendizagem. Já na sala de Atos Académicos, a partir das 16h00, decorrerá uma sessão de posters digitais e a “Estratégias@UO” com a apresentação de uma seleção de práticas institucionais das unidades orgânicas que promovam o sucesso escolar e previnam o abandono. O encerramento acontecerá pelas 17h30. O programa na íntegra pode ser consultado aqui. As inscrições para os diferentes momentos do Fórum de Ensino e Aprendizagem - Teaching & Learning Forum podem ser efetuadas aqui.
Últimas
IL apresenta candidatura autárquica em São João da Madeira este domingo
De acordo com uma nota enviada às redações, o evento contará com os discursos dos candidatos e dos cabeças de lista, bem como com a presença de Mário Amorim Lopes, deputado eleito pela IL pelo distrito de Aveiro. No final, haverá ainda um momento de animação com DJ e o contacto dos candidatos com a população sanjoanense.
PS da Murtosa inicia campanha com “Dia Aberto” e encontro com Cooperativa de Carnaval
No que toca ao “Dia Aberto”, segundo uma nota enviada à Ria, o encontro de carácter informal, “reuniu amigos e apoiantes da candidatura, num ambiente de diálogo aberto e escuta ativa, onde foram partilhadas preocupações locais e sugestões para o futuro do concelho”. Durante a sessão, Augusto Leite, fez uma intervenção política, onde sublinhou a importância de “governar com as pessoas e para as pessoas”, reforçando a sua "proximidade com a população e o compromisso com uma política participativa e transparente". No discurso, o candidato lembrou ainda, a importância da Murtosa “ser governada por pessoas da terra, que vivam permanentemente no concelho que pretendem governar, com conhecimento da realidade local”. Para o candidato “só quem está verdadeiramente presente e enraizado na comunidade pode compreender os seus desafios e lutar convictamente por soluções”. Na nota, o PS destaca ainda que o “Dia Aberto” marca o arranque de uma série de iniciativas que irão percorrer “todo o concelho, ouvindo as pessoas e apresentando propostas concretas para o futuro”. A próxima iniciativa está agendada para o dia 24 de julho, pelas 21h00, no auditório da COMUR - Museu Municipal, onde decorrerá a apresentação formal dos “cabeças de lista da candidatura, um evento aberto à comunidade e ao qual estão todos convidados a participar”. No que toca à reunião com a Cooperativa de Carnaval, a concelhia do PS da Murtosa destaca ainda que este teve como objetivo “ouvir as suas preocupações e reforçar o compromisso com aquela que é uma das maiores manifestações culturais e recreativas da Murtosa”. Segundo o partido, a reunião permitiu “aprofundar conhecimento sobre os desafios que os grupos de Carnaval enfrentam, desde a sustentabilidade financeira das suas atividades à necessidade de espaços adequados para albergar as sedes dos grupos, passando pelo reconhecimento institucional do papel cultural e socioeconómico do Carnaval”. Durante o encontro foram ainda abordadas propostas concretas para uma maior valorização do Carnaval, incluindo, “a criação de um programa de apoio contínuo, (…) a disponibilização de infraestruturas logísticas (…) e o reforço da divulgação externa do Carnaval da Murtosa como elemento diferenciador no panorama cultural”. Citado na nota, Augusto Vidal Leite recordou que o Carnaval da Murtosa é “muito mais do que uma festa popular”. “É um traço identitário do concelho, uma manifestação clara do conceito de comunidade, onde os adultos, os professores, as crianças e as famílias se envolvem durante largos meses, no objetivo comum de proporcionar um dia único à população”, vincou.
Investigadores criam pulseira que deteta em segundos “drogas da violação” em bebidas
“Podemos utilizar esta pulseira como um método de proteção e fazer com que um concerto, um festival ou uma discoteca seja um lugar livre de perigo, porque as pessoas se podem proteger com este sistema”, adiantou à Lusa Carlos Lodeiro Espiño, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCT). Segundo o coordenador do projeto em Portugal, esta pulseira já é comercializada em Espanha e pode ser adquirida em Portugal na página eletrónica da startup Nanoarts, mas a intenção é que possa também ser disponibilizada através dos próprios organizadores de eventos ou entidades públicas, como câmaras municipais. Na prática, trata-se de um sensor incorporado numa pulseira de papel e que reage diretamente a qualquer bebida que tenha uma das três “drogas da violação”, a GHB, a mais barata e mais fácil de obter, a burundanga, importada da América Latina, e as catinonas, explicou Carlos Lodeiro Espiño. De acordo com o investigador, no caso da GHB, a mais utilizada nos casos de submissão química, trata-se de uma droga que, algumas horas após a ingestão, “não se consegue detetar na urina, no sangue e na saliva”, sendo, por essa razão, necessário um “dispositivo rápido que detete” a sua presença. “É imediato e serve como método preventivo e dissuasor”, salientou ainda Carlos Lodeiro Espiño, ao alertar que a GHB é uma substância que, no passado, foi utilizada na medicina como anestésico, fazendo com que uma “pessoa fique sem capacidade de reagir” e que também sofra um episódio de amnésia, algumas horas após a sua ingestão. Salientando que essa substância não tem cheiro, cor ou sabor, o investigador adiantou que, com a nova pulseira, “alguém que vai a uma discoteca, a um festival a um concerto ao ar livre e que queira testar qualquer bebida antes do seu consumo, basta simplesmente tocar com a palhinha na pulseira” e verificar se há uma mudança de cor para verde. Para uma mulher de 60 quilos, para resultar na sua submissão química, bastam dois a três gramas de droga, realçou Carlos Lodeiro Espiño. O investigador deu o exemplo da comunidade autónoma de Valência, no sul de Espanha, que os investigadores consideram ser um laboratório protótipo, onde “houve uma descida muito grande de casos de violação e de tentativas de violação” de pelo menos para metade dos casos. O projeto desenvolvido em colaboração com a Universidade de Valência e a empresa Celentis já originou uma patente conjunta e artigos científicos e os investigadores estão agora a trabalhar num sistema que permite que este sensor possa ser considerado uma prova forense, nos casos de eventuais crimes. A equipa de investigação está em contacto com autoridades, para que a pulseira possa ser reconhecida como elemento de prova legal, mas também com municípios e entidades promotoras de eventos em Portugal para ser integrada em campanhas de sensibilização e de prevenção. “Queremos que [o resultado do teste] não seja alterado por ninguém porque, para poder servir como prova forense, temos de prever que ninguém possa mudar a resposta”, explicou o investigador. "O nosso objetivo é oferecer uma ferramenta simples, acessível e eficaz para prevenir crimes de abuso sexual, sobretudo em contextos onde as pessoas estão mais vulneráveis, como discotecas, bares ou festivais", concluiu o professor catedrático do Departamento de Química da NOVA FCT.
A Garota Não e Sétima Legião em Ovar sexta e sábado para festa da Lusofonia
Crua, Asa Cobra, Juliana Linhares e Mário Lúcio são os outros artistas em cartaz no evento que, organizado pelo referido município do distrito de Aveiro, este ano também integra atividades para crianças no “Lugar das Infâncias” – entre elas oficinas musicais, jogos tradicionais e narração de histórias – e o ciclo de conversas “Dar à Língua”, que aproxima artistas e público em encontros sobre criação, música, memória, pensamento, identidade, liberdade e futuro. Sempre com entrada livre, a edição de 2025 prevê ainda o lançamento do livro “Da revolução ao ritmo – 50 anos do 25 de abril em sons lusófonos”, uma publicação da autarquia que, além de recordar anteriores edições do FESTA, inclui uma série de reflexões sobre a Lusofonia em entrevistas conduzidas pelo crítico musical Rui Miguel Abreu. O presidente da Câmara Municipal de Ovar, Domingos Silva, adianta que o livro “procura ser um contributo para a valorização da música cantada em Português e da palavra como motor de união e celebração”. Quanto à generalidade do programa, o autarca declarou à Lusa que o cartaz foi pensado para “promover uma efetiva participação de todos os públicos e estimular uma cultura de proximidade, de diálogo, de tolerância e encontro”. Realça, aliás, que o programa infantil, o ciclo de conversas e o lançamento do livro se combinam para “tornar a experiência de cada visitante ainda mais distintiva e marcante, demarcando o FESTA como um evento para todos, não por ser generalista, mas por ter como ponto de partida as diferenças de cada um e ver na pluralidade a sua maior força”. O autarca social-democrata defende, por isso, que “o FESTA é identidade, pertença e abertura ao mundo”, apresentando-se como um projeto que, desde a sua origem, se vem intensificando a cada edição “como espaço de cruzamento entre culturas, gerações e expressões artísticas”. Cenário habitual de mantas na relva e piqueniques, o festival abrange, além das atividades paralelas já referidas, um total de três palcos e 10 concertos. Para sexta-feira está anunciado o espetáculo de A Garota Não, que logo às 19:00 apresentará os novos temas do álbum “Ferry Gold”, e às 22:00 segue-se a banda Cara de Espelho, com a noite a encerrar com o coletivo Cacique’97, de afrobeat luso-moçambicano. Quanto a sábado, a organização indica que o cartaz começa assim: Crua às 16:00, com seis vozes, batuques e outras percussões; Juliana Linhares às 17:00, com o espírito nordestino e rock que a afirmou como “uma das vozes mais vibrantes do Brasil na atualidade”; Asa Cobra às 18:00, combinando lusofonia urbana e dança tribal; e Fogo Fogo às 19:00, com “funaná moderno, acelerado e vibrante”. Às 21:00 seguem-se os Sétima Legião, com “os hinos que marcaram gerações” e fizeram dessa uma “banda histórica portuguesa”, e às 23:00 atua Mário Lúcio, “figura central da música cabo-verdiana”, que interpretará com The Pan African Band temas do álbum “Independance” e assim assinalará os 50 anos da autonomia do seu país. Para remate definitivo, o FESTA propõe ainda diferentes sessões com a DJ Carla Castelhano, conhecida por fundir “Nu-Jazz, World Music e Eletrónica de Dança Independente”, e uma performance dos Fogo Fogo no registo “Radio Mosquito”, que harmoniza um DJ ‘set’ com a sua prestação ao vivo.