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Wilson Carmo não se recandidata à presidência da AAUAv e sai com “sentimento de missão cumprida”

A cerca de um mês das eleições para os órgãos sociais da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), Wilson Carmo, em entrevista à Ria, admitiu que uma nova recandidatura “não está em vista” e que a solução para o futuro da AAUAv está nos “atuais membros da direção da Associação Académica”.

Wilson Carmo não se recandidata à presidência da AAUAv e sai com “sentimento de missão cumprida”
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
18 nov 2024, 17:30

Desde 2022 à frente da AAUAv, Wilson Carmo, atual presidente da AAUAv, partilhou à Ria que “desta foi de vez” e que sempre foi “claro”, desde que iniciou o terceiro mandato, que este seria o último enquanto presidente. “Para mim sempre foi mais do que claro até porque já completei 26 anos…. O propósito de vir para a Associação Académica era (…) muito simples: era um sentido de missão de fazer algo mais. Só fiz este terceiro mandato por este sentido de missão”, justificou. “Pessoalmente, perdi um bocadinho porque já podia estar a trabalhar ou a fazer outras coisas. (…) O meu sentido de missão não me permitiu abandonar a casa com projetos a meio”, continuou. Entre os projetos destacou a criação da Rádio Universitária de Aveiro (Ria) e o Café da Universidade de Aveiro (CUA), cedido pela UA à AAUAv, que o requalificou para um novo conceito. “Vou sair daqui com um sentido claro de missão cumprida, mas também com um sentimento de que não fiz tudo”, desabafou. Entre os desafios que ficaram por concretizar, Wilson destacou o “clube universitário” como o principal. “Será um desafio para o seguinte [presidente]”, esperançou.

Sobre as eleições que se aproximam e a escolha do novo presidente da AAUAv, Wilson Carmo defendeu que a solução “está nos atuais membros da direção da Associação Académica” e que procurará apoiar essa lista. “A Associação Académica é (…) um projeto que dirige e desenvolve mais de 400 dirigentes entre os seus órgãos sociais e os seus núcleos. É uma estrutura que, neste momento, gere uma frota significativa, seis espaços, mais de 20 funcionários e, portanto, não é uma brincadeira. (…) Naturalmente, que vou ter de apoiar alguém, porque tendo em conta tudo aquilo que é a dimensão da Associação Académica tem de vir alguém que conheça e que tenha uma boa ideia. Aqui a ideia pode ser muito diferente da minha”, contou. Enquanto presidente da AAUAv confidenciou ainda que não irá “apoiar alguém que sinta que vai deixar cair” a Associação Académica. Sobre a anúncio do nome, Wilson Carmo não quis avançar com nenhum candidato. “Já não é uma decisão minha, por mais que eu possa ou não apoiar”, sustentou.

A Ria questionou ainda o atual presidente da AAUAv sobre a possibilidade de existir uma lista única de candidatos à AAUAv, tal como se sucedeu nos três mandatos anteriores, mas Wilson Carmo assegurou que, neste momento, está tudo em aberto. “Não consigo responder. Durante os meus três mandatos houve sempre listas a serem formadas além da minha. No meu primeiro ano, inclusivamente, houve uma lista que entregou e depois, no último dia, retirou a candidatura. No meu segundo ano, houve duas listas que tentaram ser feitas, mas que não conseguiram formalizar. No ano passado, também houve a intenção de uma lista que acabou por não se concretizar… Portanto, não sei”, relembrou.

“Consolidação, renovação e criação” na base do mandato atual

Em jeito de balanço aquilo que foi o seu percurso enquanto presidente da AAUAv, Wilson caraterizou o período de “muito positivo”. “Eu fui o presidente que pegou na Associação Académica logo a seguir à covid. O que quer dizer que havia muita vontade das pessoas irem à rua, terem vontade de aderir às várias atividades da Associação Académica e, portanto, naturalmente que as primeiras atividades que trabalhamos foram muito recompensadoras para nós porque estavam sempre cheias. A verdade é que peguei numa casa em 2022 que já estava mais estável do que estava em anos transatos”, sustentou.

Apesar de reconhecer que não fez tudo “o que queria fazer”, Wilson Carmo admitiu que fez a “larga maioria” das coisas por dois motivos: o primeiro pela “grande adesão” dos estudantes às atividades e o segundo pela “estabilidade” que a casa tinha para fazer as atividades e os projetos que queria.

Particularizando ao atual mandato, Wilson assegurou que os três objetivos definidos, aquando da sua tomada de posse, em janeiro deste ano, nomeadamente, “consolidação, renovação e criação” foram cumpridos. “A questão da consolidação foi uma questão basilar. Foi o meu sexto ano na direção, terceiro ano de presidente de direção da Associação Académica e, portanto, a consolidação de vários projetos foi extremamente importante; A renovação (…) também. A renovação no projeto associativo vem das pessoas. São os dirigentes associativos que trazem essas novas ideias e essas novas renovações. Das 29 pessoas da direção, no ano passado, apenas mantive, de uma direção para a outra, oito pessoas e, por fim, a criação não só de novos projetos (…) mas este ano a criação de uma identidade da Associação Académica para fora (…) Recebemos cá as Fases Finais do Desporto Universitário, (…) o Encontro Nacional da Juventude e fomos uma referência, este ano, também na discussão política nacional de jovens que foi realizada em Aveiro”, evidenciou.

Sobre as metas que ainda pretende alcançar até ao final do mandato, o presidente da AAUAv destacou, entre elas, a abertura da lavandaria self-service, junto à Casa do Estudante, no zona do Crasto, na Universidade de Aveiro (UA). “O investimento já está todo feito desde o ano passado. (…) Esta parte de obras já está toda feita. Neste momento, falta apenas a decoração. (…) Uma coisa é certa vai abrir e (…) é para este mandato. Mais um serviço para a comunidade e uma necessidade da comunidade também”, frisou.

Wilson Carmo adiantou que a publicação do livro, no âmbito dos 45 anos da AAUAv, com uma reflexão sobre o passado e o futuro da Associação Académica irá também avançar. “Só não sei se é este ano, mas há partida sim. Não quero estar a fazer promessas infundadas. O livro está praticamente escrito, mesmo. Temos uma visão política desta estrutura para o futuro até 2030 (…), alguma análise e visão da Associação Académica também no passado. (…) Falta agora arranjar uma editora, fazer a edição, fazer a paginação do livro e isto é uma coisa que tanto pode demorar um mês como pode demorar dois ou três”, partilhou.

Com um olhar mais aprofundado sobre as conquistas do seu mandato reconheceu ainda a revisão do modelo de voto do Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) como uma das mais “importantes”. Eu fui presidente da Associação Académica em 2022 quando a AAUAv saiu do ENDA. Tive ainda a felicidade de ser o presidente em 2024 quando a associação voltou ao ENDA. Nós saímos do ENDA, juntamente com nove associações académicas, por um motivo: sentíamos que os nossos estudantes não estavam a ser valorizados. (…) Desde junho de 2022 até setembro de 2024 o que acabamos por fazer foi criar e aumentar algumas pontes (…) com várias associações que estão presentes no ENDA”, destacou.

“Nós não somos só uma associação de festas”

Relativamente às últimas críticas à AAUAv, por parte de alguns estudantes da UA, tanto na última Assembleia Geral de Alunos como na manifestação do dia 5 de novembro, tal como noticiado pela Ria, em que acusam a Associação Académica de ser uma “associação de festas”, Wilson considerou-as “injustas”. “Eu consigo perceber, mas não é verdade. Acho que é importante clarificar-se que nós não somos só uma associação de festas como ainda agora dei o exemplo do ENDA que vai dar mais voz aos nossos estudantes. Vai enaltecer a posição dos estudantes. Foi um trabalho de backoffice durante dois anos…. Foi um trabalho que não foi comunicado para fora. Muita gente não sabe que isto acontece e é um dos problemas da política educativa”, relembrou.

No que toca às lutas futuras a levar a cabo pela AAUAv e pela UA, Wilson Carmo focou-se essencialmente em duas áreas: na saúde mental e no alojamento. Na saúde mental, o presidente da AAUAv reconheceu que a UA tem feito um “esforço significativo” no que toca ao investimento desta área. “Em 2022, quando tomei posse, o meu principal marco (…) foi a saúde mental. Vínhamos do pós-covid e tinha de ser. A academia não estava bem (…) e era importante trabalhar-se. A UA, na altura, tinha apenas a LUA [Linha Universidade de Aveiro] (…) mas não tinha projetos consolidados na saúde mental. Na altura, sendo também um dos principais objetivos da Associação Académica, a AAUAv e a UA aliaram-se e fizeram dois projetos para trabalhar a saúde mental (…) mas não são projetos que mudem a vida de toda a gente. Mostram apenas um sinal de trabalho e a vontade de trabalhar”, reconheceu. “A UA é daquelas que tem um dos maiores rácios de psicólogo por número de estudante. São cerca de quatro a cinco psicólogos. Não é muito, mas a maioria das universidades tem cerca de um ou dois”, continuou.

“Somos praticamente 1/4 da cidade de Aveiro”

No que toca à área do alojamento, Wilson reconheceu também que a UA “não está perfeita” apesar de ter um “maior rácio de camas por estudantes” face a outras universidades. “A UA tem poucas camas para os estudantes deslocados porque por mais que seja um grande rácio mais de 50% dos estudantes da UA são estudantes deslocados. (…) Neste momento, este ano letivo e no ano letivo anterior tivemos menos camas, mas não foi porque a UA as cortou. Foi porque está a requalificar camas e enquanto as está a requalificar não pode aumentar o número de camas diretamente”, alertou.

Wilson Carmo deixou ainda algumas críticas ao Município de Aveiro no que toca à falta de apoios à AAUAv. “(…) Somos a única Associação Académica e de Estudantes do país que não recebe um único cêntimo de uma Câmara Municipal. A única. Não há mais nenhuma. E isso para nós é um grande descontentamento porque sentimos alguma desconsideração pelos estudantes e pela associação académica”, atirou. O estudante recordou que a AAUAv é a Associação Académica ou a massa estudantil que “mais impacto direto tem na região”. “Somos praticamente 1/4 da cidade de Aveiro. Não há mais nenhuma Universidade do país ou Instituto Politécnico que tenha um impacto tão grande a nível de população e de estudantes universitários. (…) Sentimos claramente uma falta de apoio e alguma falta de consideração para com os estudantes”, lamentou.

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Patenteado dispositivo de tratamento de águas criado na Universidade de Aveiro
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Patenteado dispositivo de tratamento de águas criado na Universidade de Aveiro

O dispositivo e o processo de tratamento eletrolítico de águas para consumo doméstico foram desenvolvidos pelo Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO) e pelo Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC) da Universidade de Aveiro (UA), tendo ambos sido alvo de concessão de patente nacional. De acordo com uma nota universitária, a equipa de investigação desenvolveu um sistema de tratamento eletrolítico de águas para consumo doméstico “que assegura a qualidade ao longo da rede de distribuição de águas, bem como o processo de operação do dispositivo”.“O dispositivo e o processo desenvolvidos para o tratamento da água municipalizada consistem numa configuração interna de circulação da água única que, aliada ao contacto com elétrodos cerâmicos revestidos com filme fino de diamante dopado com boro, garantem a sua multifuncionalidade”, descreve a nota. Segundo a mesma fonte, o sistema apresenta ainda as vantagens de funcionar à temperatura ambiente, pressão atmosférica, e a baixos valores de tensão elétrica aplicada. Os inventores da tecnologia explicam que, “ao longo da rede de distribuição de águas, a água municipalizada pode sofrer alterações até entrar nas casas, podendo conter poluentes inorgânicos e orgânicos indesejáveis, ou ainda microrganismos nocivos à saúde pública”. “As principais funcionalidades deste dispositivo consistem na eliminação sustentável e eficiente desses poluentes inorgânicos/orgânicos e microrganismos, através de um processo de eletroxidação amplificado pela configuração interna de circulação de água no sistema”, acrescentam. Outra funcionalidade é a de reduzir a dureza da água e a garantia de “uma autolimpeza eficiente.” O processo de proteção da tecnologia foi conduzido pela “UACOOPERA”, estrutura da Universidade de Aveiro responsável pela proteção de resultados de investigação e desenvolvimento da comunidade académica, que acompanhou as fases até à concessão da patente em território nacional. A equipa de investigação responsável é constituída por Violeta Girão, Filipe Oliveira, Miguel Neto, Rui Silva e pelo ex-estudante de mestrado José Soares. A tecnologia que se encontra patenteada foi desenvolvida no âmbito do projeto SGH – Smart Green Homes, liderado pela Bosch Termotecnologia SA e pela Universidade de Aveiro.

UA e Fábrica Centro Ciência Viva colaboram em projeto sobre oceano profundo para a Expo Osaka 2025
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A apresentação do projeto surge na sequência das “Missões Mar Profundo 1, 2, 3, 4 e 5”. “Esta nova missão continua a explorar o cruzamento entre arte, ciência, educação e sensibilização ambiental, agora num contexto particularmente relevante”, explica uma nota de imprensa enviada à Ria. Com o tema do pavilhão “Oceano, Diálogo Azul”, Portugal terá um lugar “de destaque” na exposição mundial como uma “nação profundamente ligada ao mar”. O ‘Deep Listening Deep Sea(ing)’ “dará voz ao oceano profundo, um tema de extrema relevância ambiental, e fará ressoar as múltiplas vozes de crianças, adolescentes, jovens, professores, artistas e cientistas que estiveram envolvidas nas várias missões anteriores”, sintetiza a nota. Além da parceria com a UA e a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, o ‘Deep Listening Deep Sea(ing)’ envolveu ainda os contributos da Companhia de Música Teatral, da Universidade de Bergen (NO) e da Academia Internacional de Marvão para a Música, Artes e Ciências. Contou ainda com o apoio do CIIMAR e da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental e foi financiado pelos EEA Grants.

Governo aprova revisão do RJIES: mudanças profundas no Conselho Geral e na eleição do reitor
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Governo aprova revisão do RJIES: mudanças profundas no Conselho Geral e na eleição do reitor

Ao longo do último ano circularam vários documentos de trabalho e sucederam-se reuniões entre o Governo, representantes do setor e partidos políticos. A queda do anterior Executivo e o início de uma nova legislatura obrigaram a reabrir o processo negocial em torno da revisão do RJIES. Tudo indica, porém, que desta vez o desfecho está mais próximo: a proposta foi aprovada ontem, 4 de setembro, pelo Conselho de Ministros e segue agora para a Assembleia da República. De acordo com o documento a que a Ria teve acesso, o Conselho Geral mantém-se como o órgão máximo de governo das Instituições de Ensino Superior (IES), mas passa a ter novas regras de composição que representam uma alteração estrutural. Embora o número total de membros se mantenha entre 15 e 35, desaparece a exigência de maioria docente. Até agora, os docentes e investigadores tinham de constituir mais de metade dos lugares; com a nova proposta, perdem essa posição dominante. Cada corpo – docentes e investigadores (1), estudantes (2), pessoal técnico, especialista e de gestão (3) e personalidades externas (4) – passa a ter entre 10% e 50% dos assentos, com a obrigatoriedade de um mínimo de dois membros por grupo. O Governo não fixa percentagens concretas, deixando às próprias instituições a definição da distribuição nos respetivos estatutos. Para garantir a adaptação ao novo regime, as instituições públicas não poderão recorrer aos conselhos gerais em funções para rever os estatutos. A lei prevê a criação de uma assembleia transitória, com 25 membros, especialmente constituída para esse efeito - o que implicará eleições em cada corpo, semelhantes às que decorrem para o Conselho Geral. Este órgão será presidido pelo reitor ou presidente da instituição e integrará 12 docentes ou investigadores de carreira, quatro estudantes, três trabalhadores do pessoal técnico, especialista e de gestão e cinco personalidades externas de reconhecido mérito, não pertencentes à instituição, mas com experiência relevante. Caberá a esta assembleia aprovar, por maioria absoluta, os novos estatutos, que depois terão de ser homologados pelo Governo, permitindo a instalação dos novos conselhos gerais já alinhados com o novo RJIES. Um detalhe merece atenção: os docentes asseguram 13 dos 25 lugares desta assembleia. Na prática, significa que, se houver consenso entre eles, conseguem aprovar os estatutos sem necessitar do apoio dos restantes corpos representados. Outra das mudanças mais relevantes incide sobre a eleição do reitor ou presidente. Até agora, a escolha do dirigente máximo cabia exclusivamente ao Conselho Geral. A proposta do Governo alarga o processo a toda a comunidade académica. Na última versão apresentada pelo anterior Executivo, estava previsto um modelo misto: os conselhos gerais escolheriam dois candidatos e, a partir daí, a comunidade elegia o reitor entre esses nomes. O Governo recuou nessa solução e avança agora novamente com um modelo de eleição direta. Assim, o reitor passa a ser eleito diretamente pelos docentes e investigadores de carreira, estudantes, pessoal técnico, especialista e de gestão e antigos estudantes. Para o apuramento dos resultados, os votos de cada corpo terão de ser ponderados entre 10% e 50%, tal como sucede no Conselho Geral, sendo que também aqui caberá à assembleia de transição, por via dos novos estatutos, definir a percentagem final de cada corpo. Outro dado relevante é que apenas é eleito reitor o candidato que obtiver mais de metade dos votos validamente expressos, não se considerando como tal os votos em branco. Isto torna possível a existência de segundas voltas na eleição do reitor. O mandato mantém-se de quatro anos, renovável apenas uma vez, mas a grande novidade está na abertura do processo a todos os corpos da instituição. A mudança representa uma rutura com o modelo anterior, mais centralizado e aproxima o sistema português de práticas já existentes em várias universidades europeias. Por último, outro dado importante: o novo regime de eleição dos reitores, diretores e presidentes das unidades orgânicas só se aplicará após a entrada em vigor dos novos estatutos de cada instituição. Até lá, mantêm-se as regras atuais: os processos eleitorais já em curso ou que ocorram entretanto não serão afetados pela alteração legislativa, garantindo-se a estabilidade durante o período de transição. Além disso, os reitores e diretores que já se encontrem em funções à data da entrada em vigor dos novos estatutos mantêm-se no cargo até ao final do mandato para o qual foram eleitos ou designados, sem prejuízo dos regimes de destituição, substituição ou cessação de mandato previstos na lei e nos estatutos da respetiva instituição. Sem prejuízo destas disposições, as Instituições de Ensino Superior, públicas e privadas, têm ainda a obrigação de se adaptar ao novo regime no prazo máximo de um ano após a entrada em vigor da lei, aprovando os respetivos estatutos e submetendo-os a homologação ou registo junto do membro do Governo responsável pelo Ensino Superior. Recorde-se que a Universidade de Aveiro elegeu recentemente o seu Conselho Geral e que a eleição do próximo reitor deverá ser convocada por volta de março do próximo ano. Tendo em conta que o novo RJIES ainda precisa de ser aprovado na Assembleia da República e que, após a sua entrada em vigor, as instituições dispõem de um prazo de um ano para aprovar os estatutos - antecedido ainda pela eleição da assembleia de transição - é praticamente certo que o reitor da UA para o mandato 2025-2029 será escolhido segundo o modelo atualmente em vigor.

Semana de Acolhimento da UA começa segunda-feira e reúne mais de 200 atividades
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Semana de Acolhimento da UA começa segunda-feira e reúne mais de 200 atividades

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, as iniciativas estarão distribuídas em três eixos: “Prepara-te” que integrará workshops para ajudar a começar o percurso académico com o “pé direito”; “Esclarece-te”, que incluirá sessões práticas sobre os serviços e espaços da UA e o “Experimenta” em que os novos alunos serão desafiados a pôr a “mão na massa”. Além das atividades específicas de cada curso e departamento, haverá ainda ações abertas a todos os novos alunos. As iniciativas podem ser consultadas aqui. Além do mais, de acordo com a nota, este ano, a participação será ainda valorizada através de ‘badges digitais’ [crachás digitais], atribuídos como forma de reconhecimento pelo envolvimento nas iniciativas. O ponto alto da semana de acolhimento decorrerá na quinta-feira, 11 de setembro, com o tradicional piquenique na Alameda da UA. Durante a manhã, decorrerão atividades nos departamentos e, a partir das 12h00, realizar-se-á a sessão de boas-vindas na Nave Multiusos, com a presença do reitor e da presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). Pelas 13h00, começará a distribuição do piquenique no relvado central, acompanhada pela atuação das tunas académicas e pela emissão ao vivo da Rádio Universitária de Aveiro (Rádio Ria). A tarde reserva ainda momentos de convívio e criatividade, incluindo a Oficina de UpCycling, espetáculos de magia, caricaturas, pipocas e uma máquina de ‘arcade’ com prémios surpresa. A UA disponibilizará ainda autocarros gratuitos a partir das escolas de Oliveira de Azeméis (ESAN) e de Águeda (ESTGA). “A partida é às 11h30 das escolas (ESAN e ESTGA, respetivamente) e o regresso às 19h00 e às 23h00, junto à Casa do Estudante (sede da AAUAv)”, realça. O Programa de Acolhimento e Integração integra o projeto Ser+, coordenado pelo Núcleo de Ensino e Aprendizagem (NEA). A iniciativa envolve docentes, serviços, estudantes e parceiros externos, e pretende fomentar uma universidade “mais inclusiva, inovadora e centrada nas pessoas, promovendo o sucesso académico, o bem-estar e o desenvolvimento integral dos estudantes”.

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Alberto Souto acusa “Aliança” de desacreditar “sondagem” do PS por ser “muito desfavorável”
Cidade

Alberto Souto acusa “Aliança” de desacreditar “sondagem” do PS por ser “muito desfavorável”

Alberto Souto não deixou de alertar os apoiantes que estavam na sessão para “não se entusiasmarem demais com as sondagens”. Num apelo aos presentes para continuarem a trabalhar para que as sondagens se confirmem nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro, o candidato reafirmou que o estudo encomendado à GfK Metris - Métodos de Recolha e Investigação Social, S.A “é séria”. Recorde-se que, conforme noticiou a Ria, a “sondagem” não se encontra disponível no site da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), condição necessária para que possa ser considerada oficial. Da mesma forma, a Gfk não é apresentada no site da ERC como empresa credenciada para realizar sondagens. A discussão sobre a “sondagem”, que aqueceu o fim-de-semana autárquico, não foi a única farpa deixada pelo candidato socialista à “Aliança” e ao executivo. A escolha do local para a apresentação da candidatura a Esgueira serviu para recuperar a discussão da demolição da antiga sede da Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Aveiro (CERCIAV). Diz Alberto Souto que o Centro Cultural de Esgueira, junto ao qual a sessão se realizou, seria mais uma “casa velha” para o atual executivo – uma expressão usada por José Ribau Esteves, presidente da CMA, em Assembleia Municipal, quando falava do edifício que agora deve ser demolido. “Se prevalecessem os conceitos que agora estão a prevalecer e que prevalecem no candidato que se opõe a nós, esta casa teria sido demolida, como demoliram a ‘Vivenda Aleluia’ e demoliram a [antiga sede da] CERCIAV. Não, nós recuperámos esta casa e preservámos o património”, relembrou o candidato, referindo-se ao seu tempo enquanto presidente da autarquia, entre 1998 e 2005. A olhar para o outro lado da barricada, o candidato do PS falou também do Estádio Municipal de Aveiro, um “elefante colorido” situado em Esgueira. Num momento em que diz que a campanha vai começar a “aquecer”, afirmou que é importante que as pessoas não se esqueçam que “o Alberto Souto não é o culpado de tudo o que aconteceu depois” de se decidir a construção. A decisão, recorda, foi tomada por unanimidade na Câmara Municipal em 1999 e foi “uma grande vitória para Aveiro”. Conforme já tem vindo a dizer noutros momentos da campanha, como fez na entrega de listas no Tribunal de Aveiro e na apresentação do programa para a autarquia, o candidato do PS reiterou que a CMA foi “enganada” pelo Estado no processo. Num exercício de repetição, Alberto Souto reiterou que o Município de Aveiro foi enganado duas vezes: primeiro, porque o Estádio não custou aquilo que a Federação Portuguesa de Futebol tinha dito que ia custar e, depois, porque o financiamento previsto para seis estádios acabou por ficar dividido por dez estruturas. As acusações à oposição passaram também pelo que tem sido feito na Junta de Freguesia de Esgueira, governada pela coligação de forças entre PSD, CDS-PP e PPM desde 2013. Ao dar os parabéns a Luís Martins, que diz ter sido o “capitão de equipa” na oposição, Alberto Souto considera que foram “anos de chumbo em termos democráticos na freguesia, porque não havia respeito, transparência e educação cívica”. Com a equipa que agora se candidata à freguesia, liderada por Jaime Paulo, o candidato afirma que há condições para “pôr Esgueira a andar e não parada, como tem estado”. As principais propostas de Alberto para a freguesia são condicentes com aquelas que também apresenta para o Município. Uma das grandes preocupações é a criação de espaços verdes, uma vez que, segundo diz, “não se construiu um parque público digno desse nome” em Esgueira nos últimos anos. Nesse âmbito, Alberto Souto referiu uma ideia – que, fez questão de frisar, “é uma ideia, não é uma promessa” – de conversar com os padres dehonianos para procurar um protocolo com a CMA para fazer um “belo jardim público” num espaço que está “subaproveitado e fechado”. Da mesma forma, com o objetivo de requalificar a zona do Olho de Água, o candidato propõe também que se una o Parque Aventura à Cidadela. Dessa forma, o parque passaria a ter o dobro da dimensão. No campo da habitação, o socialista identifica também questões específicas à freguesia. Em Esgueira, Alberto Souto afirma que há casas vazias e que, por exemplo, no Bairro de Mataduços, a CMA não teve capacidade de reabilitar. Também em Mataduços, o candidato do PS diz que é necessário valorizar a zona ribeirinha. O candidato aponta que é preciso pensar além da freguesia e incluir Paço, Póvoa do Paço, Vilarinho e Sarrazola para “transformar as costas das urbanizações em frentes de ria” para serem fruídas pelas pessoas. Outra prioridade que tem sido transversal às freguesias prende-se com a mobilidade. Alberto Souto insiste com a necessidade de fazer novos passeios e de ter sentidos únicos nas estradas, mas também reforça a necessidade de resolver os problemas de estacionamento. Na sua intervenção, a necessidade de solucionar a falta de estacionamento no centro de Esgueira foi também uma grande prioridade elencada por Jaime Paulo, candidato à presidência da Junta de Freguesia de Esgueira. No campo da mobilidade, o socialista refere que é preciso requalificar o estacionamento e a zona envolvente do Olho de Água e Cidadela, bem como expandir a rede de passeios e ciclovias na freguesia, especialmente a Mataduços, Águas do Norte, Quinta de Simão e Cabo Luís.  Na mesma página que Alberto Souto, Jaime Paulo falou também de criar um parque natural de merendas, assim como um percurso pedestre ao longo do curso de água no Paço. Para o candidato, também é importante investir na manutenção preventiva das infraestruturas, requalificar os tanques e ampliar o Largo da Fonte, no Paço, de forma a transformar uma parte na sede da Associação dos Amigos do Paço. A aposta na cultura, no desporto e no associativismo não foi esquecida pelo candidato do PS. De acordo com Jaime Paulo, é intenção da lista candidata manter um diálogo contínuo com os clubes e associações da freguesia e organizar uma gala associativa para celebrar as entidades que se destacam. Entre outras propostas, o candidato a Esgueira apontou ainda à reestruturação das Festas Quinhentistas, à aposta na limpeza e desenvolvimento de uma rede de drenagem de águas pluviais em toda a freguesia, à necessidade de requalificar as habitações sociais de Esgueira, o interesse em criar um projeto de cuidados básicos aos idosos ou a vontade envolver mais a comunidade na tomada de decisão dos assuntos da autarquia.

Autárquicas: Agricultor João Sousa é o candidato da CDU à Câmara de Oliveira do Bairro
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Autárquicas: Agricultor João Sousa é o candidato da CDU à Câmara de Oliveira do Bairro

“Candidato-me porque nem todos sabem tudo. A CDU tem propostas e causas que é preciso continuar a defender, porque elas não estão concretizadas”, destacou. Em declarações à agência Lusa, o candidato de 75 anos, que já tinha entrado na corrida autárquica de 2021, explicou que há muito por concretizar em termos de saúde, habitação, educação e agricultura. “Há ainda outros melhoramentos para a qualidade de vida das populações do concelho de Oliveira do Bairro que pretendemos fazer. Mesmo não estando eleito ninguém da CDU ao nível do concelho, têm sido feitas propostas e elas têm sido aceites pelo executivo, principalmente este e o anterior”. De acordo com João Sousa, nas áreas da saúde, educação, habitação e agricultura, “tanto a nível nacional, como no concelho, têm sido feitos remendos”. “As propostas não se concretizam na totalidade, vão-se fazendo remendos e promessas e todos nós sabemos que não são as melhores para satisfazer as necessidades a que nós temos direito”, referiu. O candidato aludiu à questão da extinção dos postos médicos de proximidade, como aconteceu em Troviscal, de onde é natural, que “deixaram os mais velhotes distantes dos cuidados de saúde, onde até iam a pé”. “Construíram-se centros de saúde, mas não é satisfatório. Estão longe e os netos ou os filhos têm de sair de manhã e vêm à noite e quando os levam ficam sem consulta ou têm de andar táxi”, lamentou. À Lusa, disse ainda que, se Oliveira do Bairro tivesse um eleito da CDU nas próximas autárquicas, que se realizam em 12 de outubro, “o galo cantaria melhor, como diz o povo”. Na corrida autárquica, João Sousa, da CDU, vai defrontar Duarte Novo, que procura alcançar um terceiro mandato pelo CDS-PP. São também candidatos à liderança da autarquia de Oliveira do Bairro Joaquim Ribeiro, pelo Chega, José Soares, pelo PSD, e Miguel Tomás, pelo PS. A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro é liderada por Duarte Novo, do CDS-PP, que em 2021 foi reeleito com 45,58%, enquanto o PSD arrecadou 35,50%, o PS 8,37%, o Chega 4,87% e a CDU 1,08%. O executivo da Câmara de Oliveira do Bairro é formado por quatro eleitos do CDS-PP e três do PSD.

Autárquicas: IL Aveiro apresenta candidatura com promessa de “mudança” e sem coligações
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Autárquicas: IL Aveiro apresenta candidatura com promessa de “mudança” e sem coligações

Durante mais de uma hora, foram apresentados os candidatos liberais. A primeira intervenção coube a Cláudia Rocha, cabeça de lista à Assembleia Municipal de Aveiro, que sublinhou a decisão do partido em avançar sem coligações. “Crescemos”, afirmou, destacando o aumento do número de militantes, a experiência acumulada e a mobilização em torno dos ideais liberais. Cláudia Rocha recordou ainda que, nas autárquicas de 2021, a IL apresentou “três candidaturas”, número que sobe agora para “oito”. “Apresentamos candidatos à Câmara, à Assembleia Municipal e a seis freguesias.São ao todo 150 pessoas motivadas para trabalhar pela mudança em Aveiro”, sublinhou. A cabeça de lista à Assembleia justificou ainda a escolha por quererem “fazer diferente” através de “políticas de proximidade, simplificação, flexibilidade e transparência”. “Não queremos ser a continuidade. Não queremos ser o regresso ao passado. Queremos sim ser a mudança e o futuro”, atirou numa crítica direta a Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) à Câmara de Aveiro. Também Mário Amorim Lopes aproveitou a ocasião para comparar Luís Souto de Miranda e Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, a “arroz carolino e agulha”. “Souto contra Souto. PS contra PSD. Arroz carolino e arroz agulha. Mais do mesmo. Não é daqui que nós vamos ter a transformação que esta cidade precisa para ser a tal capital da região centro e ser a capital do futuro da região centro”, opinou. “O que Aveiro verdadeiramente precisa é de um arroz de marisco apimentado, com picante, com vontade de fazer diferente e transformar”, respondeu ainda, em tom irónico, o deputado da IL. Por último, Cláudia Rocha sublinhou também a “ambição” que o partido tem para Aveiro. “Avançar sem acordo de coligação também significa isto. Clareza. Os cidadãos sabem quem propõe, quem responde e quem decide. Não há desculpas e não há jogos de empurra. A IL será sempre uma voz independente”, atentou. Sem esquecer os desafios – atuais e futuros- do concelho, a candidata deixou ainda a nota de que Aveiro precisa de “políticas ambiciosas com visão de futuro”. “Políticas de soluções viáveis que aproximem o decisor dos cidadãos. Foi com esse sentido de responsabilidade e compromisso que aceitei encabeçar a candidatura da IL à Assembleia Municipal”, disse. Juntamente com os restantes “35 candidatos” à Assembleia Municipal, Cláudia Rocha sublinhou que o partido vai “eleger o primeiro grupo parlamentar liberal em Aveiro”. “A Assembleia Municipal é muito mais do que um espaço de fiscalização da Câmara ou de cumprimento de meras formalidades para deliberar sobre as opções políticas do executivo camarário”, referiu, salientando que o mesmo deve ser um espaço de “debate” e de "construção de soluções”. “Com a IL cada decisão será feita com transparência, responsabilidade e foco nas pessoas. A fiscalização será firme, exigente e clara”, insistiu. Cláudia Rocha acrescentou também que o partido pretende aproximar os cidadãos da política municipal através da criação de “canais de participação, dando voz às associações locais e levando para a Assembleia os temas que realmente preocupam os aveirenses”. “Queremos ser uma força que explica, presta contas e convida a participar”, afirmou. Miguel Gomes, candidato da IL à Câmara de Aveiro, aproveitou, consequentemente, a sessão para apresentar algumas das medidas que integram o seu programa eleitoral: menos impostos, uma burocracia mais ágil e seguro de saúde municipal para os habitantes do concelho. Segundo o cabeça-de-lista dos liberais, esses compromissos refletem uma estratégia apostada em "transformar Aveiro num município mais livre, mais próspero e mais justo, onde o mérito é reconhecido e a liberdade individual respeitada". Nas questões fiscais, Miguel Gomes salientou que "a essência do liberalismo é confiar nas pessoas" e anunciou depois que a sua intenção é "reduzir o IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] para o valor mínimo legal, devolver aos aveirenses a totalidade dos 5% de IRS que a Câmara cobra anualmente e extinguir a derrama para as empresas". O candidato acredita que isso facilitará a fixação de mais famílias no concelho e atrairá investimento, para o que contribuirá também a criação de um portal online "onde qualquer cidadão pode submeter projetos de reclassificação de terrenos para habitação com resposta obrigatória em 60 dias" - porque "chega de processos que dormem nas gavetas durante anos"."Assim se promove também mais habitação", realçou o candidato liberal, defendendo uma gestão camarária "que não sufoque com burocracia e antes facilite". Miguel Gomes quer "criar em Aveiro um seguro de saúde municipal que garanta a cada cidadão liberdade de escolha para poder marcar consultas, exames e tratamentos sem depender do caos do SNS [Serviço Nacional de Saúde]", o que vê como "uma medida simples, mas transformadora e viável". As outras prioridades do candidato da IL passam pela mobilidade "urbana e rural", mediante serviços de autocarro "com horários adaptados aos turnos das empresas de Taboeira, Cacia ou Oliveirinha" e um conjunto de ciclovias que funcionem efetivamente em rede, em vez de constituírem "remendos desconexos"."Aprendemos com os erros do passado - chega de ciclovias que não vão a lado nenhum ou que põem ciclistas em perigo! Vamos resolver os pontos negros como a travessia da Avenida Europa", propôs. Quanto à rede de velocípedes partilhados, o candidato considera "incompreensível que as Bugas estejam confinadas ao centro" e anuncia que as irá "expandir para Esgueira, São Bernardo, Aradas, Santa Joana", acrescentando-lhes trotinetas. Além disso, comprometeu-se a"lutar pela modernização da linha ferroviária do Vouga e pela ligação direta a Viseu e Salamanca".Outras propostas de Miguel Gomes são a abertura das escolas à comunidade, "permitindo que associações culturais e clubes desportivos usem estes espaços para atividades"; a reabilitação da Ribeira de Esgueira para efeitos de navegabilidade, turismo náutico e lazer; a criação de "um verdadeiro parque da cidade entre o Pavilhão dos Galitos e Vilar". Na União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, Marcelo Silva foi a escolha da IL Aveiro. O candidato aveirense de gema, conforme avançado pela Ria, tem 35 anos, é economista e ex-docente do Ensino Superior.No seu discurso, o cabeça de lista começou por questionar os presentes: “Quando é que foi a última vez que cada um de nós se deslocou à sua Junta de Freguesia para resolver um problema?”. A questão serviu de mote para sublinhar a sua crítica à falta de confiança dos cidadãos nas instituições locais, apontando que muitos acabam por desistir de procurar a Junta por não acreditarem na sua capacidade de resposta. Face a isto, Marcelo Silva avançou que a sua candidatura tem um propósito “claro”: “Devolver à Junta a confiança das pessoas”. Numa crítica direta a Glória Leite, candidata da ‘Aliança’ à União de Freguesias, assim como a Luís Souto, Marcelo atirou que: “A confiança das pessoas não significa e não se pode resumir a irmos à Feira dos 28 tirar fotos com toda a gente ou sabermos o nome de cor de toda a gente da freguesia”. “Confiança das pessoas tem que significar sempre resolver e falar com os vizinhos e eles nos dizerem ‘vai à Junta que eles vão resolver o problema’”, rematou prontamente. O candidato à Junta exigiu ainda a “responsabilização dos funcionários públicos”. “Cada queixa, cada reclamação de cada um de nós tem de ser pública, transparente, e se não for resolvida tem de prestar contas não só à Junta, mas principalmente aos cidadãos”, vincou. No que toca à Junta de Freguesia de Esgueira, o partido optou pelo nome de Jaime Faria. Natural e residente naquele lugar, o cabeça de lista tem 24 anos, é licenciado em Marketing pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro (ISCA-UA) e é, atualmente, consultor imobiliário. Na intervenção, Jaime não escondeu a “satisfação” e a “felicidade” com o crescimento de Esgueira ao “longo dos últimos anos”, realçando que quer “mais e melhor” para a sua terra. Entre os aspetos a melhorar apontou a “literacia financeira”, “mais espaços verdes”, “mais biodiversidade” e um “maior aproveitamento da Ria de Esgueira”. Acrescentou ainda o melhoramento na área da saúde, o apoio aos mais vulneráveis e idosos e o aumento de estacionamento. Seguiu-se a Junta de Aradas. Para esta freguesia, Ana Torrão foi a aposta da IL Aveiro. A candidata tem 36 anos, é doutorada em Direito e exerce atualmente funções como jurista no setor empresarial. No que toca à governação desta Junta de Freguesia, a cabeça de lista apelou a uma maior “transparência”. “É inadmissível que os cidadãos de Aradas tenham de recorrer ao tribunal para obter informação que devia ter carácter público e é incompreensível que perante uma decisão condenatória (…) a Junta recorra a essa decisão. É incompreensível que a Junta obste a que essa transparência ocorra”, sublinhou. Recorde-se que o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Aveiro condenou a Junta de Freguesia de Aradas – atualmente liderada por Catarina Barreto- a facultar o acesso a diversa documentação ao movimento independente ‘Sentir Aradas’. Tal como noticiado pela Ria, a Junta acabou por recorrer da decisão. A candidata falou ainda da mobilidade na freguesia, insistindo que Aradas precisa de “passeios, passadeiras e ciclovias em condições”. “Também precisamos de assegurar a manutenção regular daqueles que já existem. Muitos estão a precisar dessa manutenção. Entre buracos nas entradas (…) e passeios já com jardins a aparecer no meio da calçada, os aradenses merecem que essa manutenção seja assegurada e que efetivamente tenham a via pública disponível para circular em segurança”, atentou. A isto, acrescentou as áreas do “lazer” - dando como exemplo as “esquecidas” piscinas do Carocho- e do “desporto e cultura”. “Nós vamos apoiar as associações desportivas e culturais que tanto dignificam a freguesia de Aradas. Queremos promover eventos que envolvam a nossa comunidade de Aradas e queremos dar vida à Casa da Música, tornando-a num verdadeiro centro cultural”, expôs. “Não estamos aqui para fazer promessas vãs”, avisou Ana Torrão. Para a freguesia de Santa Joana, a escolha recaiu sobre Nuno Oliveira. Com 41 anos, natural e residente neste lugar, é hipnoterapeuta clínico, coach mental, empreendedor na área do desenvolvimento pessoal e membro da International Hypnosis Association. No seu discurso, o candidato começou por recordar algumas das memórias da freguesia, em jeito de crítica à atual gestão da Junta. “Vi associações desportivas a lutarem sozinhas.Vi património a cair no esquecimento.E o pior, vi a freguesia parar no tempo”, lamentou, sugerindo que Santa Joana “não pode continuar a ser o parente pobre do concelho”. Numa crítica direta a Luís Souto de Miranda e a Alberto Souto de Miranda atirou ainda que viu “poderes que passam de mão em mão como se a junta fosse uma herança de família”. “Mas Santa Joana não é um negócio de família, nem de castas familiares”, insistiu. Entre as propostas que “prometeu” executar na freguesia estão: as “estradas e passeios com manutenção regular e obras calendarizadas; o apoio transparente à Frente Impulsionadora Desporto e Cultura (FIDEC); a recuperação das fontes comunitárias; uma junta com serviços de apoio digitais, transparente e ao serviço das pessoas; mais transporte público e ciclovias e, acima de tudo, decisões claras, transparentes e abertas à população”. “Porque aqui na Iniciativa Liberal não há amiguismos. Aqui ninguém manda por ser amigo de alguém ou por sempre ter sido assim.A Iniciativa Liberal defende aquilo que eu acredito: liberdade com responsabilidade, meritocracia, transparência e dar às pessoas ferramentas e não promessas vagas”, afirmou. Seguiu-se o cabeça de lista à Junta de Freguesia de São Bernardo: Nuno Barraca. O candidato tem 42 anos, é natural de Leiria e atualmente reside em São Bernardo. É licenciado em Engenharia Geológica pela UA e empresário na área da geotecnia e geofísica, tendo fundado a empresa GeoAviz. Na sua intervenção, Nuno Barraca criticou também a gestão atual da junta, realçando que a freguesia funciona, nos dias de hoje, em “piloto automático”. “Doze anos do mesmo poder e pode-se ver uma freguesia acomodada”, comentou, apontando a “insegurança” como um dos principais problemas que afetam São Bernardo. “As ruas mal iluminadas, locais que temos dificuldade de circular, espaços abandonados, etc. É uma vaga de assaltos que assola as nossas casas e os nossos comerciantes”, descreveu. No seguimento, acrescentou ainda a “estagnação” que, segundo o candidato, é visível no “antigo centro de saúde mental de Aveiro”. “Há mais de uma década que vemos os nossos responsáveis políticos a dizer que estão preocupados com a ruína no coração da nossa freguesia. A preocupação não é um plano, não resolve problemas. É um retrato da gestão que desistiu de lutar por São Bernardo”, atirou. Criticou ainda a proximidade da Junta. “Falam que a Junta de Freguesia de São Bernardo está sempre de portas abertas. Em 2025, portas abertas é o mínimo que se quer numa junta de freguesia. Proximidade não é um horário de expediente e uma conta de correio do hotmail no site”, atirou, sugerindo “três propostas concretas”: “Uma auditoria completa à segurança da freguesia de São Bernardo”; “uma junta de freguesia de contas certas” e “uma aplicação móvel para reportar problemas da freguesia”. Por último seguiu-se a freguesia de Cacia com o candidato Moisés Braz. Natural de Aveiro e residente no Paço, o cabeça de lista tem 21 anos, é estudante de Engenharia Informática Aplicada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), na UA, tendo também completado uma formação como técnico superior em programação de sistemas de informação. No discurso apelou, entre outros aspetos, a “mais oportunidades e saúde”, “mais estradas recuperadas”, “mais vias pedonais” e “segurança” para as crianças. “Para esse efeito, a criação e renovação dos parques na Póvoa do Paço, Vilarinho, Sarrazola, Quintal de Loureiro e Cacia são essenciais”, considerou, acrescentando ainda a intervenção no Rio Novo do Príncipe. “A sua reabilitação é crucial para o bem-estar de todos os cidadãos. Pode ser o orgulho de Cacia. Chega de promessas vazias. Chega de abandono. Não podemos deixar a piscina de verão continuar esquecida.Cacia precisa dela”, insistiu.

Patenteado dispositivo de tratamento de águas criado na Universidade de Aveiro
Universidade

Patenteado dispositivo de tratamento de águas criado na Universidade de Aveiro

O dispositivo e o processo de tratamento eletrolítico de águas para consumo doméstico foram desenvolvidos pelo Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO) e pelo Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC) da Universidade de Aveiro (UA), tendo ambos sido alvo de concessão de patente nacional. De acordo com uma nota universitária, a equipa de investigação desenvolveu um sistema de tratamento eletrolítico de águas para consumo doméstico “que assegura a qualidade ao longo da rede de distribuição de águas, bem como o processo de operação do dispositivo”.“O dispositivo e o processo desenvolvidos para o tratamento da água municipalizada consistem numa configuração interna de circulação da água única que, aliada ao contacto com elétrodos cerâmicos revestidos com filme fino de diamante dopado com boro, garantem a sua multifuncionalidade”, descreve a nota. Segundo a mesma fonte, o sistema apresenta ainda as vantagens de funcionar à temperatura ambiente, pressão atmosférica, e a baixos valores de tensão elétrica aplicada. Os inventores da tecnologia explicam que, “ao longo da rede de distribuição de águas, a água municipalizada pode sofrer alterações até entrar nas casas, podendo conter poluentes inorgânicos e orgânicos indesejáveis, ou ainda microrganismos nocivos à saúde pública”. “As principais funcionalidades deste dispositivo consistem na eliminação sustentável e eficiente desses poluentes inorgânicos/orgânicos e microrganismos, através de um processo de eletroxidação amplificado pela configuração interna de circulação de água no sistema”, acrescentam. Outra funcionalidade é a de reduzir a dureza da água e a garantia de “uma autolimpeza eficiente.” O processo de proteção da tecnologia foi conduzido pela “UACOOPERA”, estrutura da Universidade de Aveiro responsável pela proteção de resultados de investigação e desenvolvimento da comunidade académica, que acompanhou as fases até à concessão da patente em território nacional. A equipa de investigação responsável é constituída por Violeta Girão, Filipe Oliveira, Miguel Neto, Rui Silva e pelo ex-estudante de mestrado José Soares. A tecnologia que se encontra patenteada foi desenvolvida no âmbito do projeto SGH – Smart Green Homes, liderado pela Bosch Termotecnologia SA e pela Universidade de Aveiro.