RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

Wilson Carmo não se recandidata à presidência da AAUAv e sai com “sentimento de missão cumprida”

A cerca de um mês das eleições para os órgãos sociais da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), Wilson Carmo, em entrevista à Ria, admitiu que uma nova recandidatura “não está em vista” e que a solução para o futuro da AAUAv está nos “atuais membros da direção da Associação Académica”.

Wilson Carmo não se recandidata à presidência da AAUAv e sai com “sentimento de missão cumprida”
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
18 nov 2024, 17:30

Desde 2022 à frente da AAUAv, Wilson Carmo, atual presidente da AAUAv, partilhou à Ria que “desta foi de vez” e que sempre foi “claro”, desde que iniciou o terceiro mandato, que este seria o último enquanto presidente. “Para mim sempre foi mais do que claro até porque já completei 26 anos…. O propósito de vir para a Associação Académica era (…) muito simples: era um sentido de missão de fazer algo mais. Só fiz este terceiro mandato por este sentido de missão”, justificou. “Pessoalmente, perdi um bocadinho porque já podia estar a trabalhar ou a fazer outras coisas. (…) O meu sentido de missão não me permitiu abandonar a casa com projetos a meio”, continuou. Entre os projetos destacou a criação da Rádio Universitária de Aveiro (Ria) e o Café da Universidade de Aveiro (CUA), cedido pela UA à AAUAv, que o requalificou para um novo conceito. “Vou sair daqui com um sentido claro de missão cumprida, mas também com um sentimento de que não fiz tudo”, desabafou. Entre os desafios que ficaram por concretizar, Wilson destacou o “clube universitário” como o principal. “Será um desafio para o seguinte [presidente]”, esperançou.

Sobre as eleições que se aproximam e a escolha do novo presidente da AAUAv, Wilson Carmo defendeu que a solução “está nos atuais membros da direção da Associação Académica” e que procurará apoiar essa lista. “A Associação Académica é (…) um projeto que dirige e desenvolve mais de 400 dirigentes entre os seus órgãos sociais e os seus núcleos. É uma estrutura que, neste momento, gere uma frota significativa, seis espaços, mais de 20 funcionários e, portanto, não é uma brincadeira. (…) Naturalmente, que vou ter de apoiar alguém, porque tendo em conta tudo aquilo que é a dimensão da Associação Académica tem de vir alguém que conheça e que tenha uma boa ideia. Aqui a ideia pode ser muito diferente da minha”, contou. Enquanto presidente da AAUAv confidenciou ainda que não irá “apoiar alguém que sinta que vai deixar cair” a Associação Académica. Sobre a anúncio do nome, Wilson Carmo não quis avançar com nenhum candidato. “Já não é uma decisão minha, por mais que eu possa ou não apoiar”, sustentou.

A Ria questionou ainda o atual presidente da AAUAv sobre a possibilidade de existir uma lista única de candidatos à AAUAv, tal como se sucedeu nos três mandatos anteriores, mas Wilson Carmo assegurou que, neste momento, está tudo em aberto. “Não consigo responder. Durante os meus três mandatos houve sempre listas a serem formadas além da minha. No meu primeiro ano, inclusivamente, houve uma lista que entregou e depois, no último dia, retirou a candidatura. No meu segundo ano, houve duas listas que tentaram ser feitas, mas que não conseguiram formalizar. No ano passado, também houve a intenção de uma lista que acabou por não se concretizar… Portanto, não sei”, relembrou.

“Consolidação, renovação e criação” na base do mandato atual

Em jeito de balanço aquilo que foi o seu percurso enquanto presidente da AAUAv, Wilson caraterizou o período de “muito positivo”. “Eu fui o presidente que pegou na Associação Académica logo a seguir à covid. O que quer dizer que havia muita vontade das pessoas irem à rua, terem vontade de aderir às várias atividades da Associação Académica e, portanto, naturalmente que as primeiras atividades que trabalhamos foram muito recompensadoras para nós porque estavam sempre cheias. A verdade é que peguei numa casa em 2022 que já estava mais estável do que estava em anos transatos”, sustentou.

Apesar de reconhecer que não fez tudo “o que queria fazer”, Wilson Carmo admitiu que fez a “larga maioria” das coisas por dois motivos: o primeiro pela “grande adesão” dos estudantes às atividades e o segundo pela “estabilidade” que a casa tinha para fazer as atividades e os projetos que queria.

Particularizando ao atual mandato, Wilson assegurou que os três objetivos definidos, aquando da sua tomada de posse, em janeiro deste ano, nomeadamente, “consolidação, renovação e criação” foram cumpridos. “A questão da consolidação foi uma questão basilar. Foi o meu sexto ano na direção, terceiro ano de presidente de direção da Associação Académica e, portanto, a consolidação de vários projetos foi extremamente importante; A renovação (…) também. A renovação no projeto associativo vem das pessoas. São os dirigentes associativos que trazem essas novas ideias e essas novas renovações. Das 29 pessoas da direção, no ano passado, apenas mantive, de uma direção para a outra, oito pessoas e, por fim, a criação não só de novos projetos (…) mas este ano a criação de uma identidade da Associação Académica para fora (…) Recebemos cá as Fases Finais do Desporto Universitário, (…) o Encontro Nacional da Juventude e fomos uma referência, este ano, também na discussão política nacional de jovens que foi realizada em Aveiro”, evidenciou.

Sobre as metas que ainda pretende alcançar até ao final do mandato, o presidente da AAUAv destacou, entre elas, a abertura da lavandaria self-service, junto à Casa do Estudante, no zona do Crasto, na Universidade de Aveiro (UA). “O investimento já está todo feito desde o ano passado. (…) Esta parte de obras já está toda feita. Neste momento, falta apenas a decoração. (…) Uma coisa é certa vai abrir e (…) é para este mandato. Mais um serviço para a comunidade e uma necessidade da comunidade também”, frisou.

Wilson Carmo adiantou que a publicação do livro, no âmbito dos 45 anos da AAUAv, com uma reflexão sobre o passado e o futuro da Associação Académica irá também avançar. “Só não sei se é este ano, mas há partida sim. Não quero estar a fazer promessas infundadas. O livro está praticamente escrito, mesmo. Temos uma visão política desta estrutura para o futuro até 2030 (…), alguma análise e visão da Associação Académica também no passado. (…) Falta agora arranjar uma editora, fazer a edição, fazer a paginação do livro e isto é uma coisa que tanto pode demorar um mês como pode demorar dois ou três”, partilhou.

Com um olhar mais aprofundado sobre as conquistas do seu mandato reconheceu ainda a revisão do modelo de voto do Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) como uma das mais “importantes”. Eu fui presidente da Associação Académica em 2022 quando a AAUAv saiu do ENDA. Tive ainda a felicidade de ser o presidente em 2024 quando a associação voltou ao ENDA. Nós saímos do ENDA, juntamente com nove associações académicas, por um motivo: sentíamos que os nossos estudantes não estavam a ser valorizados. (…) Desde junho de 2022 até setembro de 2024 o que acabamos por fazer foi criar e aumentar algumas pontes (…) com várias associações que estão presentes no ENDA”, destacou.

“Nós não somos só uma associação de festas”

Relativamente às últimas críticas à AAUAv, por parte de alguns estudantes da UA, tanto na última Assembleia Geral de Alunos como na manifestação do dia 5 de novembro, tal como noticiado pela Ria, em que acusam a Associação Académica de ser uma “associação de festas”, Wilson considerou-as “injustas”. “Eu consigo perceber, mas não é verdade. Acho que é importante clarificar-se que nós não somos só uma associação de festas como ainda agora dei o exemplo do ENDA que vai dar mais voz aos nossos estudantes. Vai enaltecer a posição dos estudantes. Foi um trabalho de backoffice durante dois anos…. Foi um trabalho que não foi comunicado para fora. Muita gente não sabe que isto acontece e é um dos problemas da política educativa”, relembrou.

No que toca às lutas futuras a levar a cabo pela AAUAv e pela UA, Wilson Carmo focou-se essencialmente em duas áreas: na saúde mental e no alojamento. Na saúde mental, o presidente da AAUAv reconheceu que a UA tem feito um “esforço significativo” no que toca ao investimento desta área. “Em 2022, quando tomei posse, o meu principal marco (…) foi a saúde mental. Vínhamos do pós-covid e tinha de ser. A academia não estava bem (…) e era importante trabalhar-se. A UA, na altura, tinha apenas a LUA [Linha Universidade de Aveiro] (…) mas não tinha projetos consolidados na saúde mental. Na altura, sendo também um dos principais objetivos da Associação Académica, a AAUAv e a UA aliaram-se e fizeram dois projetos para trabalhar a saúde mental (…) mas não são projetos que mudem a vida de toda a gente. Mostram apenas um sinal de trabalho e a vontade de trabalhar”, reconheceu. “A UA é daquelas que tem um dos maiores rácios de psicólogo por número de estudante. São cerca de quatro a cinco psicólogos. Não é muito, mas a maioria das universidades tem cerca de um ou dois”, continuou.

“Somos praticamente 1/4 da cidade de Aveiro”

No que toca à área do alojamento, Wilson reconheceu também que a UA “não está perfeita” apesar de ter um “maior rácio de camas por estudantes” face a outras universidades. “A UA tem poucas camas para os estudantes deslocados porque por mais que seja um grande rácio mais de 50% dos estudantes da UA são estudantes deslocados. (…) Neste momento, este ano letivo e no ano letivo anterior tivemos menos camas, mas não foi porque a UA as cortou. Foi porque está a requalificar camas e enquanto as está a requalificar não pode aumentar o número de camas diretamente”, alertou.

Wilson Carmo deixou ainda algumas críticas ao Município de Aveiro no que toca à falta de apoios à AAUAv. “(…) Somos a única Associação Académica e de Estudantes do país que não recebe um único cêntimo de uma Câmara Municipal. A única. Não há mais nenhuma. E isso para nós é um grande descontentamento porque sentimos alguma desconsideração pelos estudantes e pela associação académica”, atirou. O estudante recordou que a AAUAv é a Associação Académica ou a massa estudantil que “mais impacto direto tem na região”. “Somos praticamente 1/4 da cidade de Aveiro. Não há mais nenhuma Universidade do país ou Instituto Politécnico que tenha um impacto tão grande a nível de população e de estudantes universitários. (…) Sentimos claramente uma falta de apoio e alguma falta de consideração para com os estudantes”, lamentou.

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No campeonato, onde competiram 199 estudantes-atletas e 25 clubes-FADU, a academia aveirense foi quem somou o maior número de pontos, o que lhe valeu o título de campeã nacional universitária. A equipa da UA somou um total de 15 medalhas - sete de ouro, seis de prata e duas de bronze. À Ria, Hugo Carola conta que, inicialmente, os estudantes de Aveiro “não estavam à espera de ganhar”, embora note que “cedo se provou que podiam fazer um bom resultado”. Finda a competição e já depois de arrecadar o ouro, o nadador que aponta que toda a gente ficou “orgulhosa” do resultado. Sendo um resultado inédito para os aveirenses, Hugo Carola lembra que, quando começou a competir em representação da UA, “ia a competições em que eram só quatro ou cinco” os atletas vindos de Aveiro. Agora, com cerca de “25” nadadores em competição, destaca o crescimento do grupo. “Tem sido mais divulgado e tem aparecido mais gente com mais qualidade. Isso tem proporcionado melhores resultados […] O empenho dos estudantes e da Universidade tem melhorado”, garante o nadador. Os destaques da competição vão para Diogo Silva, João Rodrigues – que venceram, cada um, duas medalhas de ouro - e Maria Almeida – que conquistou um ouro e uma prata. As estafetas masculinas e femininas da equipa, constituídas por Diogo Silva, Tiago Brandão, João Rodrigues e Hugo Carola e Carolina Cabral, Margarida Lopes, Maria Almeida e Lara Vasconcelos, respetivamente, também chegaram ao ouro nos 4x50m estilos.

Estudantes denunciam “infestação de formigas” em residências universitárias da UA
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Pelo bloco 13, a convivência com as formigas já não é uma novidade. Muito pelo contrário. Tornou-se até mais um dia para a maioria destes estudantes. Mara, nome fictício, está no último ano de licenciatura. No dia em que conversamos com esta estudante, na parte exterior, encontrava-se a sair do edifício para ir para as aulas. Optou por vir para a residência universitária, pelo primeiro ano, por não ter opção de pagar um quarto na cidade. Partilha à Ria, entre risos, que quando decidiu vir para cá já sabia o que a esperava: “Quase todas as residências têm problemas com formigas”, afirmou, assinalando que o bloco “mais crítico” é o sétimo. “Temos formigas nas camas, nas paredes, no meio da comida, em cima do fogão, no frigorífico. (…) Toda a gente se queixa disto. Já é recorrente de malta dos anos anteriores”, admitiu. Em conversa com antigos estudantes, Mara confidencia-nos até que já lhe tinham sugerido, antes de ir para ali residir, que comprasse inseticida para resolver o problema das formigas. “Eu só estou há um ano nas residências, mas tenho colegas minhas que já estão aqui há bastante tempo e a realidade das formigas já vem desde sempre. Já fizeram várias queixas”, contou. A estudante assegurou ainda que, quando o problema das formigas se agrava, o serviço de limpeza - assegurado nos espaços comuns - além de vir de manhã, passa também à noite. No entanto, as formigas continuam a ser uma presença constante. Já dentro da residência, na zona da cozinha, Mara apresenta-nos a outros estudantes que, naquele momento, se encontravam a almoçar. Uma delas, mal nos identificamos e mencionamos as queixas sobre as formigas, responde-nos imediatamente: “Sim, é verdade”. Está ali a morar há três anos. “Tem formigas e à noite [na cozinha] não sei se é por causa da luz, mas fica repleto de bichos. Tem acontecido com frequência”, assinalou. “Todos os dias temos formigas”, continua. Questionada sobre se já tentaram contactar alguém responsável dos SASUA, Mara diz não saber se alguém daquele bloco já o fez, mas refere ter conhecimento de que o bloco 7 já procurou reportar a situação. Decidimos confirmar. Vanessa, nome fictício, foi colocada no bloco 7 há cerca de dois anos. Conta à Ria que o problema das formigas persiste há, pelo menos, um ano. Confidencia, inclusive, que para si a situação já se tornou “rotina”. “Elas aparecem, maioritariamente, nas zonas comuns: Na cozinha, na casa de banho e em alguns quartos”, descreve. Para fazer face ao problema, a estudante relata que também eles - naquele bloco - estão ‘munidos’ de “inseticida”. Tal como Mara, nunca apresentou reclamação, mas confirma saber que há “várias pessoas do bloco” que o fizeram. Conta que optaram por contactar diretamente os SASUA e por enviar um email à vice-reitora para a Cultura e Vida nos Campi da UA, Alexandra Queirós, na passada quarta-feira, 5 de novembro. A Ria teve, entretanto, acesso ao email. Nesse email, enviado pela “Comissão de Residentes do Bloco 7”, as estudantes começam por dar nota da infestação de formigas que “afeta diversos quartos e áreas comuns (como casas de banho e cozinha) do edifício, assim como, outros blocos do Complexo Residencial de Santiago, nomeadamente o Bloco 5”. “Este problema tem vindo a gerar grande desconforto e indignação entre os residentes, não só por colocar em causa a qualidade de vida dos estudantes, mas também por representar um risco à saúde pública e uma clara violação das obrigações contratuais assumidas pelos Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro, enviadas sempre formalmente por correio eletrónico no contrato de alojamento universitário aos estudantes”, escrevem. No seguimento, recordam o contrato - entre os estudantes e os SASUA - realçando que o mesmo é “explícito” quanto às responsabilidades da Universidade em matéria de higiene e manutenção. Apontam a garantia da limpeza e arrumação das áreas comuns, a manutenção de equipamentos e a disponibilização dos produtos de limpeza necessários para a higiene da habitação. “A situação atual representa uma violação destas obrigações contratuais e regulamentares, colocando os estudantes numa posição inaceitável, dado que cumprem os seus deveres, incluindo o pagamento pontual das mensalidades”, defendem os estudantes. A Comissão de Residentes dá ainda nota de que reuniu “provas documentais” - fotografias e vídeos - “que atestam a gravidade da infestação e que serão apresentadas, caso seja necessário, a instâncias externas”. Os estudantes solicitam ainda, “com urgência”, a resolução “imediata do problema”, sugerindo a “desinfestação profissional e medidas preventivas adequadas”, como a “garantia da manutenção regular das condições de higiene e salubridade, conforme estipulado contratualmente”. No final, os estudantes anexam ainda um abaixo-assinado que conta com assinaturas de 19 residentes. Em conversa com uma das estudantes responsáveis pelo abaixo-assinado, a residente explica que, além do email recentemente enviado, já haviam tentado comunicar o problema tanto “há dois anos” como “no ano passado” à “dona Rosa”, atualmente responsável por estas residências. “Os SASUA começaram a ter conhecimento do assunto, mas nada foi feito. Insistimos para resolverem o problema e dissemos que estava pior, mas continuaram sem fazer nada”, atirou. A estudante acrescentou ainda que chegaram a ser responsabilizados pela situação: “Chegaram a dizer que a culpa era nossa por causa dos lixos da cozinha e que não podíamos colocar o lixo ali, mas isso não corresponde à realidade. Nós vivemos aqui, temos de usar o lixo e os sítios para o depositar corretamente”, desabafou. Além disso, partilhou que soube que, no verão, os SASUA tinham intenção de realizar uma desinfestação, mas a medida acabou por não avançar. "O que chegou ao nosso conhecimento é que no verão os SASUA queriam de facto fazer uma desinfestação, mas que a reitoria não deixou, porque alojou cá um grupo”, esclareceu. Segundo contou, apesar do edifício já ter sido alvo de intervenções recentes, com obras “pontuais” e a reparação de “alguma humidade”, a situação não foi resolvida. “Trocaram as janelas e foi isso que fizeram”, frisou. Com a situação a “piorar” e sem respostas concretas, a residente explicou que sentiram necessidade de recorrer a medidas mais “extremas”, enviando email à reitoria. “Por enquanto, a única resposta que tivemos foi da vice-reitora (…) a pedir para reencaminhar o documento e que ia tentar solucionar o problema o mais breve possível”, sublinhou. A Ria esteve também à conversa com Alexandra Queirós que confirmou o envio do email. Esta terça-feira, 11 de novembro, afirmou estar a aguardar “alguns esclarecimentos adicionais” por parte dos SASUA. “Da conversa que tive com o senhor diretor dei instruções para se proceder às desinfeções e limpezas no imediato. (…) Sugeri que se tomassem as medidas corretivas imediatas e que depois também fizessem um processo de melhoria contínua: O que é que levou a esta situação? Qual o estado da situação?”, explicou. A vice-reitora garantiu ainda que só tomou conhecimento da situação “agora”, com a reclamação formal dos estudantes. “Também disse que deveríamos iniciar, em conjunto com as encarregadas e com as próprias comissões de residentes, algumas sessões de sensibilização e de informação, relativamente a esta questão. (…) Isto pode acontecer nas nossas casas e temos de ser parte da solução, tomando as medidas necessárias”, partilhou. Além do mais, Alexandra Queirós adiantou que está também em “averiguação” a necessidade de eventuais alterações no “processo interno” das residências. Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), afirmou também à Ria que teve conhecimento da infestação de formigas “no final da última semana”. Na altura, segundo afirma, comunicou de imediato a situação ao provedor do estudante, aos SASUA e também à vice-reitora. “Após termos conhecimento, fizemos uma chamada para a vice-reitora e o que nos foi dito é que todas as diligências para terminar com esta infestação estavam a ser tomadas. (…) Fizemos questão de referir que isto não faz sentido acontecer, porque são questões associadas a problemas de higiene e de limpeza”, recordou. Para a presidente da direção da AAUAv, é “necessário” garantir aos estudantes “condições aceitáveis” nas residências. “A maior parte dos focos que foram encontrados são em espaços comuns e é necessário tomar medidas”, insistiu. “Sei que elas [medidas] estariam a ser tomadas. Sei que, entretanto, já houve queixas de outros blocos e que não seria algo localizado. Sei também que tem sido algo comum. É necessário tomar alguma medida para evitar que isto continue”, acrescentou. Joana Regadas relembrou ainda que, durante a última visita da AAUAv às residências, realizada “no final do último semestre”, os estudantes não apontaram o problema das formigas. “Foram mais questões de manutenção e de degradação dos edifícios”, reconheceu. Atualmente, face à tomada de posse das novas comissões de residentes, a associação está a planear a aplicação de um inquérito sobre as condições das residências. “Não só as de Santiago ou da cidade, mas também as de Águeda para percebermos e conseguirmos, com dados concretos, falar com a vice-reitora e com os Serviços de Ação Social para perceberem aquilo que é a opinião dos estudantes que vivem lá todos os dias”, avançou. João Ribeiro reconheceu à Ria que a situação das formigas é “permanente” e acontece “desde sempre”. “Posso referir que eu fui residente e já, nessa altura, havia formigas nos quartos, que apareciam esporadicamente”, lembrou. No caso do Complexo Residencial de Santiago admite até que, face à antiguidade dos edifícios, “haja instalação permanente de colónias de formigas”. “No interior das paredes e nos espaços entre os tijolos é de admitir que isso existe”, assinalou. No seguimento, explicou a dinâmica da infestação: “Todos nós temos a experiência de que, no final do verão, em setembro, as colónias se propagam. Todos nós assistimos ao voar das formigas para a colonização e para a constituição de novas colónias. É essa emergência. Portanto, há épocas do ano que são particularmente adequadas ou próprias para a emergência das formigas. Admitimos que elas ocorram porque elas estão lá, mas é difícil debelar”. Perante esta realidade, o diretor delegado afirmou que o papel dos SASUA passa “não só pela mitigação”, mas também pela “tentativa de reivindicação”. “Não só pela contratação das empresas de combate a esses tipos de ocorrências, como também, considerando que há essa possibilidade, já é prática do serviço [de limpeza] fazer-se acompanhar dos componentes necessários ao combate imediato. Assim que é detetada, os serviços atuam e nem precisa de ser comunicado”, resumiu. No caso das desinfestações, João Ribeiro garantiu que a universidade tem uma empresa contratada para esse fim, normalmente, acionada uma vez por ano, fora do “período de ocupação”, durante o verão. Contudo, este ano houve um “caso particular”, já que as residências permaneceram “ocupadas durante todo o verão”. “Foi feito parcialmente, mas dada a ocupação que tínhamos, não conseguíamos deslocar os estudantes de algumas residências para as outras e, portanto, não tivemos disponibilidade, nem janela temporal, para fazer aquilo que é usual fazer”, justificou. “Em anos anteriores, essa ocupação existia, mas não com tanta intensidade. Nós fazíamos com que isso coincidisse com o mês de julho, ou seja, no fim do ano letivo naquele período. Sempre evitamos que isto ocorresse durante o mês de agosto. Este ano, foi impossível porque a universidade foi tão solicitada que para dar resposta a estas solicitações que nós tivemos de ceder durante o mês de agosto. Criou-nos condicionantes”, admitiu. Questionado sobre se a falta do serviço de desinfestação este ano poderia justificar o aumento das queixas verificadas na última semana, o diretor delegado preferiu não “particularizar” nem estabelecer uma “relação direta”. “Não queria fazer isso. O que eu quero dizer é que esta ocupação permanente deve fazer-se no equilíbrio que permita corresponder às necessidades da comunidade e à relação da Universidade com a comunidade, mas também com as nossas necessidades de manutenção e de limpeza”, respondeu. “Este ano serviu como experiência e constatação de que uma ocupação deste género não é adequada porque, se for repetida, a probabilidade de que situações como a que ocorreu se repitam com maior frequência é possível de acontecer”, reconheceu. Apesar desta consciência, João Ribeiro disse não compreender o intuito do envio do email à reitoria e do abaixo-assinado. “Foi a primeira vez que aconteceu e surpreende, dada a relação que existe entre os responsáveis da gestão do alojamento, nomeadamente, encarregadas e dada a estrutura que está organizada por comissões de residentes por bloco. A interação é feita diretamente com a encarregada, que por sua vez comunica com os responsáveis dos serviços centrais. Portanto, este processo foi ultrapassado e não se compreende por que motivo aconteceu”, exprimiu. Quanto ao email, o diretor delegado classificou-o como “vago”, por não especificar o “local”, “piso”, “quarto”, “hora” ou “dia”. Apesar de ter tomado conhecimento das fotos e vídeos que os estudantes têm vindo a partilhar, admitiu que o facto é “dificilmente comprovável”. “Das nossas averiguações não se verifica infestação de formigas nos blocos referidos de forma genérica. Mesmo no bloco em questão, admitimos a emergência das formigas, nem que tenha sido em setembro, eventualmente. É natural que aconteça: se a colónia existe e não foi erradicada, ela vai emergir. Portanto, pode acontecer”, assumiu. Como causa para a ocorrência, apontou também a “falta de limpeza” dos espaços comuns e dos quartos, por parte dos estudantes. “A não limpeza de uma cozinha, que também é frequente acontecer, com resíduos alimentares, vai promover o aparecimento das formigas. Há uma fonte de alimento, e a formiga aparece. A comida que os estudantes levam para o quarto”, apontou. Para ilustrar, deu um exemplo: “Estou a falar do pão que levaram da cantina. (…) Estão a comer, fica a migalha. É normal que isso aconteça. Pousaram o pão em cima da secretária, não limparam e ficaram as migalhas. Portanto, ela emerge e vai à procura da comida e da subsistência”. No seguimento, alertou ainda que os SASUA não são responsáveis pela limpeza dos quartos, mas apenas dos espaços comuns. “É o estudante que limpa ao abrigo do novo regulamento. Portanto, se o estudante não o faz estão criadas as condições para que isto tenha expressão. Nos lugares-comuns, onde nós tratamos, diariamente, com a limpeza que fazemos nós atuamos de imediato, e já é prática os funcionários fazerem-se acompanhar do produto que aplicam no imediato”, resumiu. Perante isto, descartou que possa existir uma “infestação” no Complexo Residencial de Santiago, conforme relatam os estudantes. “É uma ocorrência no nosso ponto de vista”, particularizou. “Ela é combatida no imediato e, no dia seguinte, já não existe. Dizer-se, como vem referido, nessa reclamação, que é contínua, não é de todo verdade… Tanto mais se lá formos neste momento, não há nenhuma ocorrência. Portanto, não é contínua”, justificou. De seguida, questionou ainda: “Se é conhecido o esforço de intervenção da Universidade [nas residências] - e as obras estão a decorrer - porquê isto, neste momento?”. Segundo o diretor delegado, “estamos convencidos de que as obras de reabilitação que vão decorrer vão eliminar grande parte do foco do problema, nomeadamente com a colmatação das fendas que é por onde elas entram”. Apesar desta observação, João Ribeiro preferiu olhar para o lado positivo deste episódio: “Isto é um ensinamento a retirar”, afirmou. “Temos de aproveitar a janela da oportunidade para fazer aquilo que temos de fazer. (…) Temos de definir qual é o limite de ocupação que podemos permitir, durante o verão, de forma a não condicionar estes trabalhos que se impõem”, concretizou. Em resposta às reclamações, o diretor delegado reforçou, novamente, o papel dos SASUA: “Podem fazer aquilo que estão a fazer e que farão sempre - atuar no imediato. Como eu disse, a atuação é imediata, a situação não é protelada, e, no dia seguinte, a ser detetada a ocorrência já não existe”, rematou.

António Filipe reflete sobre problemas do Ensino Superior em encontro com a AAUAv
Universidade

António Filipe reflete sobre problemas do Ensino Superior em encontro com a AAUAv

Tal como noticiado pela Ria, António Filipe esteve esta quinta-feira de visita à Universidade de Aveiro e à AAUAv. O encontro estava inicialmente agendado para as 12h00, mas acabou por realizar-se cerca de duas horas mais tarde, já que o candidato presidencial aproveitou para almoçar com os estudantes universitários na cantina do Crasto. Já na sede da AAUAv, o candidato presidencial, ao longo de cerca de meia hora, ouviu algumas das reflexões partilhadas pela associação e transmitidas por Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv. Depois de uma “breve, mas extensa reflexão”, a presidente começou por questionar António Filipe sobre a necessidade de se rever o sistema de Ensino Superior como um todo e o seu papel na formação das próximas gerações, que “terão imensas dificuldades para enfrentar”. Face à questão, António Filipe não tem dúvidas de que “há desafios”, admitindo que houve “muitos erros” no Processo de Bolonha. “Não foi um processo positivo. Abriu diferenças entre instituições e contribuiu para aumentar a seletividade no acesso aos órgãos derivados do ensino, designadamente, no acesso daquilo que era a licenciatura pré-bolonha passou a corresponder, basicamente, o mestrado bolonha. Isto não foi positivo. Criou dificuldades”, expôs. O mesmo disse sobre o RJIES: “O RJIES também não”, declarou. O candidato presidencial defendeu a necessidade de “recuar”. “Nós tivemos uma geração que lutou pela autonomia universitária, que garantia a autonomia das instituições do Ensino Superior, nos anos 80, não só com a eleição dos órgãos próprios da universidade e também, nesse aspeto, até chegarmos ao RJIES foi uma degradação da democracia das instituições que temos hoje”, opinou. “Onde existiam órgãos eleitos com a participação e gestão, nos vários níveis de participação da escola, passamos a ter um poder muito mais concentrado nas equipas reitorais”, continuou insistindo que “esta espécie de empresarialização, na gestão das universidades, não tem sido positiva”. No seguimento, António Filipe acrescentou: “Vale a pena refletir sobre o funcionamento da democraticidade e das instituições”. Recorde-se que, tal como avançado pela Ria, o Conselho de Ministros aprovou, no passado dia 4 de setembro, um pacote legislativo que marca uma reforma profunda no sistema de Ensino Superior e na política científica e de inovação em Portugal. Entre as medidas, destacou-se a tão anunciada proposta de lei que altera o RJIES. De acordo com o documento a que a Ria teve acesso, o Conselho Geral mantém-se como o órgão máximo de governo das Instituições de Ensino Superior (IES), mas passa a ter novas regras de composição que representam uma alteração estrutural.  Ainda no encontro, António Filipe atentou para a realidade da “ação social escolar”. Insistiu que a mesma “tem de ser levada muito a sério”, nomeadamente, com a questão do alojamento. Da sua experiência pelo Politécnico de Santarém contou que: “Todos os anos (…) a falta de alojamento levava que houvesse dezenas de estudantes que, por ano, abandonavam a escola”. Face à partilha, a presidente da direção da AAUAv destacou que esta é uma realidade que tem também bem “presente”. “Nós temos muitos estudantes que entram no ensino, que se matriculam, e ao final de dois meses estão a desistir porque não conseguem ter condições de permanência”, atentou. “Não é suficiente garantir o acesso. É necessário garantir a permanência dos estudantes e uma permanência com qualidade”, continuou Joana Regadas. Sem esquecer o associativismo, a presidente da AAUAv expôs também ao candidato presidencial a dificuldade em envolver os estudantes “em atividades”. “Nós somos uma estrutura muito grande. Somos cerca de 600 dirigentes na estrutura. (…) Notamos que é cada vez mais difícil pedir aos estudantes para se envolverem nestas estruturas porque requer tempo, às vezes deixar um ano para trás, colocar isto em prioridade, e sentimos que há, cada vez mais, algo de impeditivo a este envolvimento dos estudantes”, sublinhou Joana. Na opinião da presidente, os estudantes enfrentam, cada vez mais, uma pressão “socioeconómica” em terminar o curso, que se junta à “pressa de arranjar um emprego e se emanciparem dos pais”. “Uma saída que não valoriza os cidadãos, mas que valoriza as capacidades do profissional acaba por fazer com que estes estudantes tenham menos interesse em envolver-se porque quando se põe na balança tende a cair mais para o negativo”, expôs, alertando para a necessidade de se discutir “soluções concretas”. Atento à reflexão, António Filipe reconheceu que a fraca participação dos estudantes na associação constitui um “problema complicado”. Voltando a partilhar a sua experiência académica, desta vez no âmbito do “Conselho Diretivo”, e tendo por base aquilo que observava nos seus colegas, referiu: “É um custo pessoal que se tem e para as famílias pode ser um pouco penoso (…), mas é uma experiência que se leva para a vida e que nos enriquece muito”. “Eu tenho o maior apreço por vocês”, confessou. Como último tema do encontro, Joana Regadas questionou ainda o candidato presidencial sobre: “O que será de Portugal pós PRR?”. António Filipe não tem dúvidas de que será “um risco” já que o país vive “muito de financiamentos comunitários”. “A primeira geração de financiamentos foi o PRODEP”, recordou, reconhecendo que “muitas infraestruturas” do Ensino Superior “cresceram imenso” por causa deste apoio. António Filipe caraterizou ainda o investimento do país, sem fundos comunitários, como “muito exíguo”. Como causa atribuiu as “contas certas”. “Há muito pouco investimento público e os que existem são uma contrapartida nacional para financiamentos comunitários”, analisou. “Acho que devemos utilizar as possibilidades todas de financiamento, mas não podemos perder de vista o investimento público próprio nosso”, rematou o candidato presidencial. A sessão terminou com a entrega, por parte da AAUAv, de um kit de caloiro a António Filipe. Entre os vários elementos que o saco continha, destacou-se uma ‘bola anti-stress’, que acabou por chamar a atenção do próprio. Questionado à margem da sessão pela Ria sobre o significado deste encontro, o candidato presidencial sublinhou que o “contacto com a juventude é fundamental” para o futuro. “São as pessoas que estão no Ensino Superior, esta geração, que vai ter de tomar conta do país e que vai ter de encontrar as soluções para levar por diante as políticas públicas que viabilizem o desenvolvimento nacional e que o defendam”, partilhou. “Estes tipos de iniciativas são muito importantes para uma campanha eleitoral que se pretende próxima das pessoas”, insistiu. Como “mensagem fundamental”, António Filipe referiu ainda: “Estamos a falar que tivemos uma reunião com pessoas que conciliam os seus estudos, com uma participação ativa na vida da escola e da associação, e que têm consciência de como isso é enriquecedor para a sua própria vida”. “Um grande pensador português, Bento de Jesus Caraça, considerava a formação integral do indivíduo como algo fundamental no sistema educativo. Eu acho que isto é um exemplo disso mesmo. A formação integral do indivíduo passa, não apenas por estudar, mas também por saber mais da vida para além do que se estuda nos livros e nos manuais”, comparou. Pela segunda vez a acolher um candidato presidencial na Casa do Estudante, Joana Regadas referiu à Ria a importância destes encontros para uma “auscultação contínua” dos estudantes. “O mais importante é valorizarem e perceberem que de facto nós continuamos aqui não só nestes momentos, mas também durante todo o resto do ano. As nossas posições mantêm-se e é importante uma auscultação contínua. Não só momentânea”, afirmou. Tanto com António Filipe, como com Luís Marques Mendes, que passou pela AAUAv em julho, as preocupações foram transversais. “Tenho feito questão que as perguntas que levo a um sejam as mesmas que levo a outro. A lógica é perceber quais é que são as posições, onde há divergências, e qual é a visão nestes tópicos que consideramos que são mais importantes: o futuro das universidades, o futuro do país pós PRR, aquilo que são os apoios e o futuro do ensino superior”, expôs. Além destes dois candidatos presidenciais, a presidente da direção da AAUAv adiantou que já teve também a oportunidade de conversar com Gouveia e Melo e António José Seguro, num outro contexto, com todo o movimento associativo. “Algo que posso partilhar dos quatro candidatos (…) é que há uma motivação comum entre todos: há um reconhecimento de que o país não pode estar pendente de fundos como é o caso do PRR e que é necessária uma estratégia conjunta para alavancar o país como um todo no seu futuro”, frisou. Joana Regadas acrescentou ainda que todos eles têm também consciência do papel do Ensino Superior “na construção de uma sociedade do futuro”. “Estas duas grandes preocupações que partilhamos garantimos que estão também na agenda deles e que enquanto figura do Presidente da República farão pressão para que esteja incluída numa agenda de futuros governos”, rematou.

Ranking internacional coloca três investigadores entre os mais influentes do mundo
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Ranking internacional coloca três investigadores entre os mais influentes do mundo

Entre as instituições portuguesas, a Universidade de Aveiro é aquela que vê mais investigadores serem reconhecidos pelo ranking. Dos sete cientistas listados a trabalhar em Portugal, três trabalham na UA: Armando da Costa Duarte, Teresa Rocha Santos e João Pinto da Costa, todos investigadores no do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM). Os dois primeiros já são repetentes na lista – ao passo que Armando Duarte já é mencionado há cinco anos consecutivos, Teresa Santos soma agora a sua quarta presença no ranking. No total, a lista conta com 6.868 investigadores de 60 países diferentes. Conforme explica a nota, o objetivo é “reconhecer os cientistas mais influentes em todo o mundo, com contributos relevantes nas suas áreas científicas e para o futuro da ciência, da tecnologia e da academia a nível mundial, divulgar o impacto da investigação mundial e promover a inovação em colaboração, assim como fornecer insights sobre as tendências globais de investigação e inovação”.

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AAUAv/UA sagra-se campeã nacional universitária de natação em piscina curta
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No campeonato, onde competiram 199 estudantes-atletas e 25 clubes-FADU, a academia aveirense foi quem somou o maior número de pontos, o que lhe valeu o título de campeã nacional universitária. A equipa da UA somou um total de 15 medalhas - sete de ouro, seis de prata e duas de bronze. À Ria, Hugo Carola conta que, inicialmente, os estudantes de Aveiro “não estavam à espera de ganhar”, embora note que “cedo se provou que podiam fazer um bom resultado”. Finda a competição e já depois de arrecadar o ouro, o nadador que aponta que toda a gente ficou “orgulhosa” do resultado. Sendo um resultado inédito para os aveirenses, Hugo Carola lembra que, quando começou a competir em representação da UA, “ia a competições em que eram só quatro ou cinco” os atletas vindos de Aveiro. Agora, com cerca de “25” nadadores em competição, destaca o crescimento do grupo. “Tem sido mais divulgado e tem aparecido mais gente com mais qualidade. Isso tem proporcionado melhores resultados […] O empenho dos estudantes e da Universidade tem melhorado”, garante o nadador. Os destaques da competição vão para Diogo Silva, João Rodrigues – que venceram, cada um, duas medalhas de ouro - e Maria Almeida – que conquistou um ouro e uma prata. As estafetas masculinas e femininas da equipa, constituídas por Diogo Silva, Tiago Brandão, João Rodrigues e Hugo Carola e Carolina Cabral, Margarida Lopes, Maria Almeida e Lara Vasconcelos, respetivamente, também chegaram ao ouro nos 4x50m estilos.

Club Pardilhoense vai “celebrar as tradições” da vila de Pardilhó em evento de Natal
Região

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É com o lema “Unir gerações, celebrar tradições” que o Club Pardilhoense se propõe a, na sua sede, organizar uma “jornada cultural e afetiva que atravessa todas as idades, com atuações musicais, corais, etnográficas e momentos de partilha comunitária”. Entre as 14h00 e as 23h15, vão decorrer uma série de atuações musicais, corais, etnográficas e momentos de partilha comunitária. A iniciativa, que nasce do desafio lançado pela direção do Club Pardilhoense, foi desenhado com o envolvimento de todas as instituições, associações, projetos e grupos da vila de Pardilhó. Neste momento, o clube assegura a participação direta de mais de 380 participantes diretos e uma passagem de público estimada de cerca de até 1000 pessoas.

Agora Aveiro desafia comunidade UA a plantar “500 árvores” em dezembro
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Agora Aveiro desafia comunidade UA a plantar “500 árvores” em dezembro

Apesar do projeto “Plantar o Futuro” se encontrar em “pausa”, tal como avançado anteriormente pela Ria, a Agora Aveiro refere, numa nota de imprensa enviada às redações, que nem assim quer deixar de “fazer crescer esta ideia”. Assim, aproveitando a época de chuvas, a associação desafia toda a comunidade académica da UA- alunos, docentes e funcionários- a participar na ação de reflorestação em Estarreja, no próximo dia 3 de dezembro. “Num mundo onde as alterações climáticas e a degradação ambiental se tornaram uma ameaça cada vez mais real, é fundamental agir para proteger o nosso planeta e garantir um futuro para as próximas gerações. Apesar da complexidade e dimensão do desafio que enfrentamos, muitas vezes é nas ações mais simples que encontramos a solução. Como cidadãos do mundo, cada um de nós tem um papel a desempenhar na preservação do meio ambiente”, alerta na nota. Nesta iniciativa, serão plantadas “500 árvores” - carvalhos-alvarinhos, pilriteiro, medronheiros e sobreiros- cujo objetivo é promover a recuperação ecológica do município e da região. Os interessados em participar devem inscrever-se aqui. O ponto de encontro será na Reitoria da UA, pelas 14h00, seguindo-se a partida de autocarro pelas 14h30 e a chegada ao local pelas 15h00. O regresso a Aveiro está marcado para as 18h00. “No cenário global esta é apenas uma pequena ação, mas uma com o potencial para ser replicada noutras universidades, escolas e comunidades, demonstrando que ações individuais, embora pequenas, quando repetidas por centenas ou até milhares de pessoas, têm o potencial para mudar as nossas comunidades e o mundo”, continua a nota. No comunicado, a Agora Aveiro relembra ainda que o projeto “Plantar o Futuro”, surgiu em 2014, como “Biologia a Plantar o Futuro” e estava integrado no programa de receção e integração dos novos alunos da Licenciatura em Biologia da Universidade de Aveiro. O seu objetivo era promover a responsabilidade social e ambiental, bem como contribuir para a recuperação da Floresta Nativa Portuguesa. Em 2018, na sequência dos devastadores incêndios que assolaram Portugal, com especial incidência em Pedrógão Grande, nasceu o “Plantar o Futuro”. O projeto passou a abranger toda a comunidade académica da Universidade de Aveiro, incluindo alunos, docentes e funcionários, com as atividades de reflorestação agora focadas no Município de Estarreja. Desde 2014, somando os resultados do “Biologia a Plantar o Futuro” e do “Plantar o Futuro”, contabilizam-se mais de 5600 “adotantes” - pessoas que adotaram uma árvore nativa - e mais de 7800 árvores plantadas por cerca de 850 voluntários na Mata Nacional do Buçaco e nos Municípios de Albergaria-a-Velha, Lousada e Estarreja.

Presidenciais: Seguro apela à participação de progressistas e humanistas
Cidade

Presidenciais: Seguro apela à participação de progressistas e humanistas

“Nenhum Presidente ou líder transforma um país sozinho” disse, deixando o apelo para que os democratas, progressistas e humanistas participem ativamente nas eleições presidenciais, pois “a democracia é uma responsabilidade pessoal e Portugal merece o melhor de cada um”.  António José Seguro falava em Aveiro, na apresentação e debate do “Contrato de Confiança” com os portugueses para o mandato presidencial, assumindo as suas raízes socialistas, de uma “esquerda moderada e moderna”, mas salientando que será o Presidente de todos e lembrando que se soube afastar quando podia dividir e regressa “para unir”. O candidato presidencial sublinhou que a democracia “enfrenta novos desafios, como a polarização, a desinformação e a indiferença cívica”, afirmando mesmo que a estabilidade democrática, o respeito institucional e a confiança estão ameaçados, numa época em que “as redes sociais amplificam o antagonismo com falsidades valorizadas por algoritmos”. “É preciso cuidar da democracia e assegurar que a política seja um espaço de construção, esperança, e não de medo ou divisão”, declarou. Para António José Seguro é preciso reconstruir a confiança entre eleitos e eleitores, referindo no seu discurso a necessidade de acabar com a discriminação das mulheres e combater a emigração de talentos, porque “Portugal não pode conformar-se com a perda dos seus melhores”. Caso seja eleito, garantiu, não será “um Presidente de gestão diária ou de manutenção do ‘status quo’, mas sim o Presidente para um "tempo novo", mas leal e cumpridor da Constituição. Comprometeu-se a dar ao país “estabilidade, confiança e sentido de direção”, referindo, por exemplo, que o chumbo de um Orçamento não tem de implicar dissolver o parlamento. “Serei um Presidente próximo, retomando as "presidências abertas", trabalhando em todos os distritos e regiões, e atento às comunidades portuguesas no mundo”, adiantou. Assumiu-se como defensor do Estado Social, da Saúde e da Educação para todos e da centralidade da cultura e reafirmou o seu europeísmo, “acreditando que problemas comuns exigem soluções comuns e que os nacionalismos não são a solução”. “Aprofundar a integração europeia é essencial para responder aos desafios globais, na segurança, economia, ambiente, demografia” e puxou da sua experiência política europeia para afirmar ser o candidato melhor preparado a esse nível. As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.   Esta é a 12.ª vez (incluindo as duas voltas das eleições de 1986) que os portugueses são chamados, desde 1976, a escolher o Presidente da República em democracia. Às eleições presidenciais anunciaram, entre outros, as suas candidaturas António Filipe (com o apoio do PCP), António José Seguro (apoiado pelo PS), André Ventura (apoiado pelo Chega), Catarina Martins (apoiada pelo BE), Henrique Gouveia e Melo, João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), Jorge Pinto (apoiado pelo Livre) e Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD). Segundo o portal da candidatura, do Ministério da Administração Interna, há mais 31 cidadãos que se encontram a recolher assinaturas para uma candidatura à Presidência.