RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

Wilson Carmo não se recandidata à presidência da AAUAv e sai com “sentimento de missão cumprida”

A cerca de um mês das eleições para os órgãos sociais da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), Wilson Carmo, em entrevista à Ria, admitiu que uma nova recandidatura “não está em vista” e que a solução para o futuro da AAUAv está nos “atuais membros da direção da Associação Académica”.

Wilson Carmo não se recandidata à presidência da AAUAv e sai com “sentimento de missão cumprida”
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
18 nov 2024, 17:30

Desde 2022 à frente da AAUAv, Wilson Carmo, atual presidente da AAUAv, partilhou à Ria que “desta foi de vez” e que sempre foi “claro”, desde que iniciou o terceiro mandato, que este seria o último enquanto presidente. “Para mim sempre foi mais do que claro até porque já completei 26 anos…. O propósito de vir para a Associação Académica era (…) muito simples: era um sentido de missão de fazer algo mais. Só fiz este terceiro mandato por este sentido de missão”, justificou. “Pessoalmente, perdi um bocadinho porque já podia estar a trabalhar ou a fazer outras coisas. (…) O meu sentido de missão não me permitiu abandonar a casa com projetos a meio”, continuou. Entre os projetos destacou a criação da Rádio Universitária de Aveiro (Ria) e o Café da Universidade de Aveiro (CUA), cedido pela UA à AAUAv, que o requalificou para um novo conceito. “Vou sair daqui com um sentido claro de missão cumprida, mas também com um sentimento de que não fiz tudo”, desabafou. Entre os desafios que ficaram por concretizar, Wilson destacou o “clube universitário” como o principal. “Será um desafio para o seguinte [presidente]”, esperançou.

Sobre as eleições que se aproximam e a escolha do novo presidente da AAUAv, Wilson Carmo defendeu que a solução “está nos atuais membros da direção da Associação Académica” e que procurará apoiar essa lista. “A Associação Académica é (…) um projeto que dirige e desenvolve mais de 400 dirigentes entre os seus órgãos sociais e os seus núcleos. É uma estrutura que, neste momento, gere uma frota significativa, seis espaços, mais de 20 funcionários e, portanto, não é uma brincadeira. (…) Naturalmente, que vou ter de apoiar alguém, porque tendo em conta tudo aquilo que é a dimensão da Associação Académica tem de vir alguém que conheça e que tenha uma boa ideia. Aqui a ideia pode ser muito diferente da minha”, contou. Enquanto presidente da AAUAv confidenciou ainda que não irá “apoiar alguém que sinta que vai deixar cair” a Associação Académica. Sobre a anúncio do nome, Wilson Carmo não quis avançar com nenhum candidato. “Já não é uma decisão minha, por mais que eu possa ou não apoiar”, sustentou.

A Ria questionou ainda o atual presidente da AAUAv sobre a possibilidade de existir uma lista única de candidatos à AAUAv, tal como se sucedeu nos três mandatos anteriores, mas Wilson Carmo assegurou que, neste momento, está tudo em aberto. “Não consigo responder. Durante os meus três mandatos houve sempre listas a serem formadas além da minha. No meu primeiro ano, inclusivamente, houve uma lista que entregou e depois, no último dia, retirou a candidatura. No meu segundo ano, houve duas listas que tentaram ser feitas, mas que não conseguiram formalizar. No ano passado, também houve a intenção de uma lista que acabou por não se concretizar… Portanto, não sei”, relembrou.

“Consolidação, renovação e criação” na base do mandato atual

Em jeito de balanço aquilo que foi o seu percurso enquanto presidente da AAUAv, Wilson caraterizou o período de “muito positivo”. “Eu fui o presidente que pegou na Associação Académica logo a seguir à covid. O que quer dizer que havia muita vontade das pessoas irem à rua, terem vontade de aderir às várias atividades da Associação Académica e, portanto, naturalmente que as primeiras atividades que trabalhamos foram muito recompensadoras para nós porque estavam sempre cheias. A verdade é que peguei numa casa em 2022 que já estava mais estável do que estava em anos transatos”, sustentou.

Apesar de reconhecer que não fez tudo “o que queria fazer”, Wilson Carmo admitiu que fez a “larga maioria” das coisas por dois motivos: o primeiro pela “grande adesão” dos estudantes às atividades e o segundo pela “estabilidade” que a casa tinha para fazer as atividades e os projetos que queria.

Particularizando ao atual mandato, Wilson assegurou que os três objetivos definidos, aquando da sua tomada de posse, em janeiro deste ano, nomeadamente, “consolidação, renovação e criação” foram cumpridos. “A questão da consolidação foi uma questão basilar. Foi o meu sexto ano na direção, terceiro ano de presidente de direção da Associação Académica e, portanto, a consolidação de vários projetos foi extremamente importante; A renovação (…) também. A renovação no projeto associativo vem das pessoas. São os dirigentes associativos que trazem essas novas ideias e essas novas renovações. Das 29 pessoas da direção, no ano passado, apenas mantive, de uma direção para a outra, oito pessoas e, por fim, a criação não só de novos projetos (…) mas este ano a criação de uma identidade da Associação Académica para fora (…) Recebemos cá as Fases Finais do Desporto Universitário, (…) o Encontro Nacional da Juventude e fomos uma referência, este ano, também na discussão política nacional de jovens que foi realizada em Aveiro”, evidenciou.

Sobre as metas que ainda pretende alcançar até ao final do mandato, o presidente da AAUAv destacou, entre elas, a abertura da lavandaria self-service, junto à Casa do Estudante, no zona do Crasto, na Universidade de Aveiro (UA). “O investimento já está todo feito desde o ano passado. (…) Esta parte de obras já está toda feita. Neste momento, falta apenas a decoração. (…) Uma coisa é certa vai abrir e (…) é para este mandato. Mais um serviço para a comunidade e uma necessidade da comunidade também”, frisou.

Wilson Carmo adiantou que a publicação do livro, no âmbito dos 45 anos da AAUAv, com uma reflexão sobre o passado e o futuro da Associação Académica irá também avançar. “Só não sei se é este ano, mas há partida sim. Não quero estar a fazer promessas infundadas. O livro está praticamente escrito, mesmo. Temos uma visão política desta estrutura para o futuro até 2030 (…), alguma análise e visão da Associação Académica também no passado. (…) Falta agora arranjar uma editora, fazer a edição, fazer a paginação do livro e isto é uma coisa que tanto pode demorar um mês como pode demorar dois ou três”, partilhou.

Com um olhar mais aprofundado sobre as conquistas do seu mandato reconheceu ainda a revisão do modelo de voto do Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) como uma das mais “importantes”. Eu fui presidente da Associação Académica em 2022 quando a AAUAv saiu do ENDA. Tive ainda a felicidade de ser o presidente em 2024 quando a associação voltou ao ENDA. Nós saímos do ENDA, juntamente com nove associações académicas, por um motivo: sentíamos que os nossos estudantes não estavam a ser valorizados. (…) Desde junho de 2022 até setembro de 2024 o que acabamos por fazer foi criar e aumentar algumas pontes (…) com várias associações que estão presentes no ENDA”, destacou.

“Nós não somos só uma associação de festas”

Relativamente às últimas críticas à AAUAv, por parte de alguns estudantes da UA, tanto na última Assembleia Geral de Alunos como na manifestação do dia 5 de novembro, tal como noticiado pela Ria, em que acusam a Associação Académica de ser uma “associação de festas”, Wilson considerou-as “injustas”. “Eu consigo perceber, mas não é verdade. Acho que é importante clarificar-se que nós não somos só uma associação de festas como ainda agora dei o exemplo do ENDA que vai dar mais voz aos nossos estudantes. Vai enaltecer a posição dos estudantes. Foi um trabalho de backoffice durante dois anos…. Foi um trabalho que não foi comunicado para fora. Muita gente não sabe que isto acontece e é um dos problemas da política educativa”, relembrou.

No que toca às lutas futuras a levar a cabo pela AAUAv e pela UA, Wilson Carmo focou-se essencialmente em duas áreas: na saúde mental e no alojamento. Na saúde mental, o presidente da AAUAv reconheceu que a UA tem feito um “esforço significativo” no que toca ao investimento desta área. “Em 2022, quando tomei posse, o meu principal marco (…) foi a saúde mental. Vínhamos do pós-covid e tinha de ser. A academia não estava bem (…) e era importante trabalhar-se. A UA, na altura, tinha apenas a LUA [Linha Universidade de Aveiro] (…) mas não tinha projetos consolidados na saúde mental. Na altura, sendo também um dos principais objetivos da Associação Académica, a AAUAv e a UA aliaram-se e fizeram dois projetos para trabalhar a saúde mental (…) mas não são projetos que mudem a vida de toda a gente. Mostram apenas um sinal de trabalho e a vontade de trabalhar”, reconheceu. “A UA é daquelas que tem um dos maiores rácios de psicólogo por número de estudante. São cerca de quatro a cinco psicólogos. Não é muito, mas a maioria das universidades tem cerca de um ou dois”, continuou.

“Somos praticamente 1/4 da cidade de Aveiro”

No que toca à área do alojamento, Wilson reconheceu também que a UA “não está perfeita” apesar de ter um “maior rácio de camas por estudantes” face a outras universidades. “A UA tem poucas camas para os estudantes deslocados porque por mais que seja um grande rácio mais de 50% dos estudantes da UA são estudantes deslocados. (…) Neste momento, este ano letivo e no ano letivo anterior tivemos menos camas, mas não foi porque a UA as cortou. Foi porque está a requalificar camas e enquanto as está a requalificar não pode aumentar o número de camas diretamente”, alertou.

Wilson Carmo deixou ainda algumas críticas ao Município de Aveiro no que toca à falta de apoios à AAUAv. “(…) Somos a única Associação Académica e de Estudantes do país que não recebe um único cêntimo de uma Câmara Municipal. A única. Não há mais nenhuma. E isso para nós é um grande descontentamento porque sentimos alguma desconsideração pelos estudantes e pela associação académica”, atirou. O estudante recordou que a AAUAv é a Associação Académica ou a massa estudantil que “mais impacto direto tem na região”. “Somos praticamente 1/4 da cidade de Aveiro. Não há mais nenhuma Universidade do país ou Instituto Politécnico que tenha um impacto tão grande a nível de população e de estudantes universitários. (…) Sentimos claramente uma falta de apoio e alguma falta de consideração para com os estudantes”, lamentou.

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Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o protocolo pretende estabelecer uma “parceria estratégica” com impacto no “ensino superior, na investigação científica e na inovação”. O acordo que prevê a atribuição de um apoio global de “2.975.000 milhões de euros", a concretizar "ao longo dos próximos cinco anos", destina-se a "iniciativas de incentivo ao sucesso académico, à promoção do empreendedorismo, ao desenvolvimento tecnológico e ao reforço da responsabilidade social". A sessão contará com a presença de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA e Paulo Moita de Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD. Recorde-se ainda que a construção da nave UA resultou de uma parceria entre a CGD e a UA. Conforme refere o site da CGD, “as duas instituições têm ligação desde 1995”.

Academia de Verão acolhe 440 alunos do 5º ao 12º ano para duas semanas de ciência e descoberta
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O que é a poluição atmosférica? Que quantidade de ar respiramos? O que influencia o consumo de ar em cada pessoa? Estas foram algumas das perguntas que a atividade ‘Inspirar: uma força invisível?’, integrada no programa Ciência Mix da Academia de Verão, lançou durante a tarde desta terça-feira, dia 7, a alunos do 5º e 6º ano de escolaridade que estão de passagem pela UA até dia 11. A iniciativa ‘InspirAR: uma força invisível?’ é apenas uma das atividades dos vários programas que estão a decorrer no âmbito da Academia de Verão. Decorreu no Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da UA, mas o programa é organizado em conjunto com outros departamentos. Bruno Augusto, doutorado emCiências e Engenharia do Ambiente e bolsista de investigação, é um dos responsáveis pelo Laboratório de Aerodinâmica da Atmosfera (LAA) – também conhecido como túnel de vento. À Ria, Bruno confidencia que quando chegam à atividade os alunos “têm sempre a ideia errada e as expectativas são baixas”, mas que isso é revertido e conseguem sempre “surpreendê-los pela positiva”. A atividade a que a Ria assistiu tenta dar a conhecer não só o túnel de vento e a “aerodinâmica da atmosfera”, como também falar e mostrar tudo o que se faz no DAO. “Tentamos fazer algo que seja interessante”, resume Bruno. A acompanhar Bruno na sessão esteve Diogo Nascimento, também estudante de doutoramento no DAO. A sessão contou com uma apresentação dinâmica, em que os alunos do 5º e 6º ano respondiam a perguntas que iam sendo colocadas, e recebiam, em simultâneo, pistas sobre as utilidades do túnel de vento. “O túnel do vento é só uma ferramenta: o nosso papel é melhorar as cidades”, ouviu-se a certa altura. Os estudantes responsáveis por dar a conhecer o LAA ao grupo de alunos explicaram que o objetivo do túnel é observar como se comporta o vento em várias situações. Para isso são utilizadas maquetes, que depois são colocadas no túnel para determinar uma solução para um dado problema, ou mesmo para prevenir os mesmos. A título de exemplo, Diogo e Bruno apontaram maquetes já utilizadas que agora penduradas por cima do túnel, apenas dão cor ao laboratório. Mas serviram, outrora, para solucionar problemas. “Esta maquete é de um anfiteatro ao ar livre que há em Setúbal, e o que é que acontecia? Da maneira que estava construído, o vento não deixava as pessoas ouvirem o que se estava a fazer no palco e as pessoas que estavam no palco também não conseguiam ouvir nada”, começam por explicar os responsáveis pela atividade. A solução passou então por construir barreiras e utilizar árvores, de forma a “controlar o vento e impedir que ele fosse para esse anfiteatro”. O túnel, acrescentam ainda, foi utilizado para determinar o local onde essas barreiras deveriam ser colocadas. Entre outros exemplos, estava dado o mote para a restante atividade: melhorar as cidades. Depois da explicação, em traços gerais, sobre como funciona o túnel, os alunos foram divididos em grupos com a missão de criarem um modelo 2D de três edifícios da cidade de Aveiro, à escala de 1:200 – pormenor importante por ter sido um dos pontos que adicionou alguma dificuldade à atividade. Contas feitas e com os moldes desenhados e recortados, chegou a vez dos alunos perceberem como são feitas as maquetes das cidades que são colocadas no túnel. Impressão 3D era uma das “respostas certas” e os alunos tiveram, então, a oportunidade de ver uma máquina a trabalhar para um projeto que está a ser desenvolvido no LAA. Os olhos dos alunos brilharam, no entanto, de forma especial quando conseguiram “visualizar” o movimento do ar no túnel do vento apesar do ponto alto ter sido, sem dúvida, a possibilidade de terem os cabelos despenteados com o vento produzido pela ventoinha do mesmo túnel. Finda a atividade no DAO, os alunos contaram à Ria outras atividades que foram desenvolvendo ao longo do dia. Mensagens secretas, lâmpadas de lava e a criação de um “caviar de manga” foram algumas das atividades que marcaram o grupo. Foram 16 os alunos que participaram na atividade de ontem. No total, nestas duas semanas vão passar pela Academia 440 alunos, a maioria dos quais frequenta já o ensino secundário. Em declarações à Ria, Artur Silva, vice-reitor com a pasta da investigação, inovação e formação de terceiro ciclo e acreditação dos ciclos de estudos na UA, frisa precisamente este número e destaca a importância da atividade, sobretudo para os alunos do ensino secundário – que compõem a larga maioria dos alunos participantes: “cerca de 330”, aponta. Artur Silva frisa ainda que a iniciativa, “uma marca da Universidade de Aveiro”, tem sempre grande procura. “No dia em que se abre as inscrições está toda a gente a clicar no botão para tentar ser o escolhido”, repara. A iniciativa é, segundo o vice-reitor, não só “uma forma dos jovens passarem um pouco do seu tempo de verão”, como também de começarem a ver “oportunidades e opções para o seu futuro”. Para o vindouro o aumento do número de vagas para os participantes é uma vontade da universidade. Ainda assim, Artur admite que essa é uma possibilidade “difícil” de concretizar, especialmente em termos logísticos. Aumentar o número de vagas implicaria também “aumentar o alojamento” o que constitui “um constrangimento”. Artur Silva sublinha também o número de vagas “financiadas por entidades externas”. A inscrição na Academia de Verão tem um custo associado de 90 ou 100 euros, com mais de uma centena dos participantes a verem esse custo a ser suportado pela autarquia ou por instituições, o que reforça a relevância da iniciativa da UA. A Academia de Verão decorre na UA até dia 18 e conta com um total de 26 programas com atividades diárias e com o envolvimento de praticamente todos os departamentos da academia aveirense. A iniciativa, que completa 20 anos em 2026, convida os alunos do 5º ao 12º ano para, durante duas semanas, virem a Aveiro experenciar a vida universitária.

Gala dos 35 Anos da AAAUA junta 150 alumni e distingue personalidades
Universidade

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Ao longo da noite, foram entregues várias distinções, sendo a primeira atribuída à Comissão Instaladora da Associação, que deu origem à primeira direção da AAAUA. Esta foi presidida por Luís Almeida e contou com Augusto Tomé, João Miguel Dias, Osvaldo Rocha Pacheco e Ana Manata. O grupo recebeu o “Prémio Reconhecimento”. No lote dos vencedores esteve também a Associação Alumni de Espanha, representada pelo seu presidente, António José Redondo, que venceu o “Prémio Instituição”. De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, aproveitou a presença do congénere espanhol para fazer um roteiro sobre os trabalhos realizados e a concluir relativos “à criação da Associação Alumni de Portugal”. Um projeto que “desejamos sediar em Aveiro, após a conclusão dos processos eleitorais de duas associações”, destaca a AAAUA na nota. Ao longo do evento, Pedro Oliveira avançou ainda que os “próximos meses” serão destinados a concluir os trabalhos de mudança de sede no “edifício 1” e a preparar a exposição a propósito dos 35 anos da Associação. O presidente aproveitou também para elogiar o Núcleo de Futebol, que apresentou os novos equipamentos, “num projeto sustentável” com a inscrição do novo logótipo da AAAUA adequado ao Núcleo. Nesta noite de muitos reencontros entre a comunidade dos antigos alunos da UA, coube a Artur Silva, vice-reitor para as matérias atinentes à investigação e inovação, salientar a importância dos alumni para o projeto da UA, “valorizando o trabalho que a atual direção tem vindo a realizar, com a promoção de diversas iniciativas de reunião, o que contribui para a dinamização desta rede”. O aniversário ficou também marcado pela entrega dos novos títulos de Sócio Honorário a João Veloso, vice-reitor para as matérias atinentes à cooperação Universidade-Sociedade, bem como a Miguel Casal, fundador e CEO da Grestel e a Fatinha Ramos, artista e ilustradora. Além do mais, valorizando a “dinâmica interna dos 22 núcleos alumni em funcionamento, envolvendo 111 dirigentes”, foram ainda entregues os prémios de: Melhor Núcleo ao Núcleo Alumni de Biologia e de melhor atividade ao Núcleo Alumni de Rugby. Ao nível do prémio colaboração, a nota refere também que “foram valorizadas as duas primeiras parcerias com horizonte plurianual outorgadas pela AAAUA, com a SAGE e o ITM, respetivamente representados pelo diretor Ibérico de parcerias, Francisco Rayo e pela diretora geral, Ana Ocana”. No âmbito destas comemorações foi ainda editada a 30ª edição do jornal Antiguinho, que reuniu as memórias de várias personalidades, numa edição especial de aniversário, coordenada pelo Tiago Almeida, vice-presidente da AAAUA. A gala contou com a atuação do SOUL ID um grupo formado por duas antigas alunas da UA, Diana Silva e Inês Bola, e com a participação do ilusionista, Ricardo Pimenta. A apresentação esteve a cargo de Manuela Nunes, igualmente alumni da UA e membro da atual direção. A festa terminou com o habitual corte do bolo e um brinde à Associação.

Cantina de Santiago encerra temporariamente para manutenção, mas mantém apoio à Aveiro Cup
Universidade

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Em declarações à Ria, João Ribeiro, diretor delegado dos Serviços de Ação Social da UA (SASUA), explicou que a decisão visa "preservar as condições de funcionamento" daquele espaço. “Executamos os trabalhos de manutenção e limpeza exigidos, face ao trabalho intensivo e ininterrupto de dois serviços de alimentação diários”, referiu. Segundo João Ribeiro, a Cantina de Santiago requer uma intervenção diferenciada devido à “elevada afluência” que regista ao longo do ano. A reabertura está prevista para o início do próximo ano letivo. Apesar do encerramento, a Cantina de Santiago mantém esta semana o fornecimento de refeições aos participantes da 30.ª edição da Aveiro Cup, torneio internacional de futebol juvenil que decorre de 2 a 6 de julho. Este ano, o evento reúne 40 clubes e centenas de jovens atletas entre os 8 e os 17 anos, com jogos espalhados por vários campos do concelho, incluindo o relvado sintético do Crasto, na UA. “A Cantina do Crasto não tem as mesmas condições em termos de centralidade e, por uma questão de segurança dos miúdos e também de logística, é prática recorrente servir estas refeições em Santiago”, justificou o diretor delegado dos SASUA. As restantes unidades de alimentação da universidade: Restaurante TrêsDê, Espaço Grelhados, Restaurante Universitário e Restaurante Vegetariano – mantêm o seu funcionamento regular.

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Mais de um milhão de utentes notificados para atualização de dados no SNS
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Mais de um milhão de utentes notificados para atualização de dados no SNS

“Esta iniciativa visa notificar, através do envio de SMS, os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com dados obrigatórios em falta no RNU, alertando-os para a necessidade de se dirigirem às respetivas unidades de saúde e completarem a informação em falta”, adiantou a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Em comunicado, a ACSS referiu que, em articulação com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, serão contactados 1,1 milhões de utentes com informação necessária em falta para ter um registo atualizado no RNU, a base de dados nacional que agrega e identifica o cidadão que acede ao SNS. Deste universo, apenas 251 mil utentes estão inscritos nos cuidados de saúde primários, refere o comunicado, que avança que a operação de contacto por mensagem SMS vai decorrer entre terça-feira e o final de julho. “Após esta data e volvidos 90 dias, para os utentes que, ainda assim, mantenham informação em falta, haverá nova operação de contacto”, assegurou a ACSS, adiantando que, a partir de janeiro de 2026 e depois de esgotadas estas tentativas de atualização dos dados, “entrarão automaticamente em vigor as condições associadas a cada tipologia de registo”. Um despacho de janeiro deste ano determinou que a inscrição numa unidade cuidados de saúde primários pressupõe um registo atualizado, através do preenchimento integral dos dados biográficos do utente (como nome, idade, sexo, país de naturalidade e nacionalidade), apresentação de número de identificação fiscal, documentação de identificação civil e registo de residência nacional. Já no caso de cidadãos estrangeiros é ainda necessária a apresentação da autorização de residência válida (exceto menores), quando aplicável, referiu a ACSS, considerando que este processo atualização do RNU tem sido realizado de forma gradual pelas entidades do Ministério da Saúde “com grande rigor, integrando medidas preventivas de contacto com os utentes, de forma a não colocar em causa o seu acesso ao SNS”.

Área ardida este ano quase que triplicou face a 2024 e fogos aumentaram 68%
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O SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), tem um novo portal com informações para a população e comunicação social sobre o risco de incêndios, ocorrências de fogo ativas e medidas de proteção, bem como estatísticas sobre os incêndios e a área ardida. O novo portal indica que, entre 01 de janeiro e 11 de julho (sexta-feira), deflagraram 3.202 incêndios rurais que consumiram 9.974 hectares. No mesmo período do ano passado, tinham ocorrido 1.902 fogos e 3.246 hectares de área ardida. Os dados mostraram que a maioria dos incêndios rurais registou-se este ano na região Norte, com 1.761, seguido de Lisboa e Vale do Tejo (521), Centro (460), Alentejo (334) e Algarve (127). Já os valores mais elevados da área ardida foram no Alentejo (4.616 hectares) e no Norte (4.591), seguido do Centro (602), Lisboa e Vale do Tejo (145) e Algarve (21 hectares). Segundo as estatísticas do SGIFR, 28% dos fogos ocorreram este ano em dias de risco ‘muito elevado’ de incêndio e 10% em dias de risco “máximo”, enquanto as chamas consumiram mais área ardida em dias de risco ‘máximo’ (29%) e ‘extremo’ (17%). Apesar de muitos fogos ainda estarem a ser investigados, os dados indicam que 24% das ocorrências de incêndio tiveram como causa o uso do fogo e 12% o incendiarismo.

Venda de livros aumenta 10% no segundo trimestre face ao mesmo período de 2024
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Venda de livros aumenta 10% no segundo trimestre face ao mesmo período de 2024

Segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), entre abril e junho deste ano foram vendidos 3.277.957 livros, mais 9,8% do que no período homólogo do ano passado. Estas unidades de venda traduziram-se num encaixe financeiro superior a 47 milhões de euros (47.683.077), mais 11,1% face ao segundo trimestre de 2024, de acordo com os dados disponibilizados à APEL pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano. Estas subidas foram registadas apesar do aumento do preço médio do livro de 1,2% para os 14,55 euros. Neste mesmo período foram postos à venda 3.045 novos livros. Quanto aos pontos de venda, 70,7% dos livros vendidos neste segundo trimestre foram escoados por livrarias, enquanto 29,3% foram vendidos por hipermercados. Isto reflete-se igualmente nos valores das vendas, já que 79,1% do total arrecadado no mercado livreiro foram repartidos pelas livrarias e 20,9% ficaram com os hipermercados. Por categoria, o género mais procurado foi a literatura infantojuvenil, com o maior número de unidades vendidas - 38,5% do total -, a um preço médio de 11,58 euros, que contribuem com 30,7% para o encaixe financeiro total, abaixo da receita das vendas de ficção e não-ficção. Em segundo lugar, em termos de unidades vendidas, está a ficção, com um peso de 32,9% do mercado, a um preço médio de 16,82 euros por livro, conseguindo um valor correspondente a 38% do total das vendas. Os livros de não-ficção representam 25% das unidades vendidas neste período, a um preço médio de 17,59 euros, e obtêm 30,3% do valor total de vendas. O género menos representativo - campanhas e exclusivos - contribuiu com 3,6% em número de unidades vendidas, 1,1% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 4,28 euros. Na quinta-feira, durante a apresentação do Book 2.0, o presidente da APEL, Miguel Pauseiro, disse que o mercado livreiro tem vindo a crescer de forma consistente, indicando que entre 2021 e 2024, esse crescimento situou-se um pouco acima dos 30% em valor e ligeiramente abaixo dos 30% em unidades, e que os primeiros meses de 2025 apontam no mesmo sentido. De acordo a APEL, este crescimento deve-se em grande parte aos jovens, sobretudo motivados por redes sociais e clubes de leitura, com muita atividade e muita partilha.

Aliança Mais Aveiro lança Rui Cordeiro em Esgueira com propostas e críticas ao PS
Cidade

Aliança Mais Aveiro lança Rui Cordeiro em Esgueira com propostas e críticas ao PS

A ‘Aliança Mais Aveiro’ deu esta sexta-feira o pontapé de saída para a apresentação dos seus candidatos às juntas de freguesias. O Centro Cultural de Esgueira foi o local escolhido para a apresentação de Rui Cordeiro. A cerimónia estava inicialmente prevista para o Parque Aventura - Fonte do Meio, mas devido às condições climatéricas incertas, foi transferida para o Centro Cultural. Ângela Almeida, atual presidente da Junta de Freguesia de Esgueira - que não pode recandidatar-se por ter atingido o limite de mandatos - marcou presença para apoiar o candidato. Apesar disso, notou-se a sua preocupação em manter-se distante dos lugares de destaque, ficando mais isolada e permanecendo em pé junto à porta do Centro Cultural, afastada do candidato. O primeiro a tomar a palavra foi Luís Souto, cabeça de lista da ‘Aliança Mais Aveiro’ às próximas eleições autárquicas, que começou por elogiar a “energia” de Esgueira. Para ele, “o Rui escolheu aqui uma ‘movida’, como dizem os espanhóis, que tem tudo a ver com as nossas candidaturas”. Destacou que a coligação é “uma candidatura alegre, bem-disposta”, reforçando que não se trata de “acertar contas com o passado”, mas sim de um projeto carregado de “entusiasmo, muita alegria e vontade de vencer”. Luís Souto dirigiu-se de forma especial a Isabel Barbosa, descrevendo-a como “um elemento muito preponderante do atual Executivo”. Reconheceu que, embora a sua forma de estar seja “bastante discreta”, Isabel teve um papel “essencial e fundamental no processo de preparação das listas em Esgueira”. Sublinhou que ela deu “o exemplo de uma forma de estar na política que, de facto, deveria fazer escola”. Recorde-se que Isabel Barbosa é a atual tesoureira da Junta de Freguesia de Esgueira e era a preferida de Ângela Almeida para liderar a sua sucessão. Agradeceu ainda a Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, pela sua “presença física e constante” na preparação das várias candidaturas, bem como a Ana Cláudia Oliveira, presidente da concelhia do CDS-Aveiro, a quem chamou “parceira”, frisando o projeto de continuidade entre as forças políticas da coligação. Destacou que, ao longo dos anos, “nunca falhou a solidariedade política, a coerência de projeto e o empenhamento do CDS-PP”, pelo que a renovação do acordo “faz todo o sentido”. Durante o discurso, Luís Souto aproveitou para recordar o seu percurso no movimento associativo. Reconheceu que, apesar de ter tido pouca exposição direta na política, ocupa o cargo de presidente da Assembleia Municipal e mantém uma forte ligação à comunidade através das associações. “Há pessoas que questionam ‘como é que ele chega ali a candidato, afinal de contas, na política tem estado pouco’. Enfim, sou presidente da Assembleia Municipal, não sei se posso dizer isto, porque parece que ficam zangados, (…) mas de facto sou, até ao último dia. A minha relação com a comunidade tem vindo muito das associações”, confessou. Referiu que Esgueira é uma freguesia “muito dinâmica” e “exigente”, uma exigência que resulta da sua “riqueza associativa de eleição” e da intensa participação comunitária. Falando diretamente de Rui Cordeiro, Luís Souto destacou que, apesar de se conhecerem há pouco tempo, rapidamente foi possível reconhecer diversas qualidades no candidato, como o seu carácter, disponibilidade e empenho. Sublinhou que Rui é “uma pessoa de princípios e valores”, com uma vida dedicada tanto à sua “exigente profissão” como à “comunidade” e ao “associativismo” local. “As condições proporcionaram-se e foi uma ótima escolha”, afirmou, mostrando-se convicto de que Rui Cordeiro será “o próximo presidente da Junta”. Sobre a equipa apresentada para as dez juntas de freguesia, Luís Souto avançou que esta “é sem dúvida a melhor”, composta pelas pessoas “mais capazes, mais competentes” e pelo que considera “o melhor projeto para a freguesia de Esgueira”. Frisou que o mesmo assenta numa lógica de “continuidade”, aproveitando o “excelente trabalho que tem sido feito na freguesia nos últimos 12 anos” e refletindo os avanços registados no “Município de Aveiro nos últimos ciclos autárquicos”. Fez ainda questão de “salientar” o orgulho na coligação, anteriormente, designada de ‘Aliança com Aveiro,’ liderada por José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro nos últimos 12 anos. Falando diretamente sobre Ângela Almeida, Luís Souto de Miranda afirmou que “não se pode projetar o futuro sem respeitar o passado”. Destacou o “bom trabalho” realizado pela atual liderança e reforçou a intenção de “inovar”, sempre valorizando o legado construído. Olhou também para o futuro, não deixando de lançar uma crítica direta ao candidato socialista. Referiu que “quem manda na calendarização das apresentações das nossas ideias e do nosso projeto somos nós e não são eles”, numa resposta clara à contestação gerada pela polémica em torno da apresentação do livro de Bruno Paixão. Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, tinha criticado nas redes sociais a estratégia da coligação, questionando se “os eleitores aceitam votar cegamente em quem não diz o que propõe” e acusando-os de “falta de respeito para com os eleitores” por alegadamente esconderem o programa eleitoral até “ao momento em que já ninguém lê programas para formar opinião”. Luís Souto sublinhou que a coligação “sabe bem o caminho que está a trilhar (…) e o que queremos para Esgueira, para cada uma das nove freguesias e para o Município como um todo”. Reforçou que “sempre dissemos que iríamos construir um projeto político para as pessoas”. “Ouvindo associação a associação. Clube a clube. Ouvindo que as suas preocupações, os seus anseios e é esse trabalho que temos vindo a desenvolver intensamente nos últimos três meses”, explicou. Mais uma vez dirigindo-se indiretamente a Alberto Souto que tem vindo a divulgar um conjunto de propostas nas redes sociais, bem como a promover um conjunto de encontros temáticos, o candidato da ‘Aliança’ relembrou que tem uma “forma distinta de trabalhar”. “Por isso, insistimos - apesar de todas as provocações - em ouvir primeiro as pessoas. (…) Acreditem que o nosso programa é verdadeiramente aquilo que hoje tanto se apela da participação democrática”, defendeu. O candidato criticou ainda a oposição, afirmando que “não existe em qualquer outra candidatura, muito menos naquela cuja maior promessa parece ser desfazer o trabalho desenvolvido pelo atual executivo ao longo dos anos”. Continuando a direcionar as suas palavras ao PS, Luís Souto garantiu que não recorrerá a “números de ilusionismo programático”. “Não andamos a prometer tudo a todos nem a oferecer soluções para todos os problemas, como se houvesse dinheiro infinito nos cofres do município para satisfazer todas as reivindicações”, frisou. “O passado do nosso município ensinou-nos que esse não é o caminho a seguir”, acrescentou, sublinhando que o compromisso assumido com cada freguesia, associação e instituição “é um contrato à prova de balas” que “é mesmo para cumprir”. Também durante o seu discurso e pela primeira vez, publicamente, Luís Souto avançou com alguns dos compromissos da ‘Aliança Mais Aveiro’, embora mais centrados na freguesia de Esgueira. Um dos destaques vai para a requalificação do Parque Aventura, com o objetivo de o tornar “mais acolhedor, atrativo e com medidas de limpeza mais eficientes”. Recorde-se que o Parque Aventura Fonte do Meio foi inaugurado há 4 anos, em junho de 2021, e representou um investimento da autarquia aveirense de cerca de 450 mil euros. O candidato referiu ainda que uma das “grandes linhas mestras” para Esgueira, e para o município em geral, passa por aumentar a “oferta de espaços verdes”. Entre as propostas, está a requalificação da Rua da Ribeira de Esgueira, promovendo a sua ligação ao Parque Aventura, aos Passadiços e ao Cais da Ribeira. O plano inclui também a construção de um parque de lazer e a criação de uma via ciclável e pedonal. Abordando o desporto como um “pilar essencial”, Luís Souto de Miranda garantiu que a coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ continuará a valorizar o Parque Desportivo de Aveiro. “Se bem se recordam, a zona do estádio durante muitos anos tinha um estádio praticamente sem atividade. Hoje, fruto de muito trabalho e das tais contas certas, nós já passamos na zona do estádio e vemos equipamentos desportivos que já não são só o estádio”, afirmou. Nesse sentido, assegurou que o projeto do Pavilhão Oficina “é para avançar”, contrariando o que classificou como intenções da oposição. “Vamos fazer o contrário do que a oposição quer. Não vamos parar nada. Vamos fazer avançar”, afirmou, sublinhando que a decisão resulta da auscultação feita junto dos clubes desportivos. “É mesmo necessário. E, portanto, se já está em condições de ser financiado e construído, connosco é mesmo para avançar”, concluiu. O candidato dirigiu-se ainda ao Clube do Povo de Esgueira, que descreveu como “uma marca desportiva do nosso município” e um “símbolo” da freguesia. Reforçou o compromisso da coligação em apoiar a coletividade: “Estaremos abertos e empenhados (…) em encontrar uma solução que valorize a prática desportiva dos nossos jovens (…) e a ajudar a que se encontrem soluções para que eles tenham as condições que nunca tiveram, apesar de tanto merecerem”. Em tom crítico à oposição, voltou a sublinhar a diferença da sua abordagem. “Como eu já disse uma vez, realmente eu não sou de ir lugar a lugar, associação a associação com um saco de promessas, mas há uma coisa que eu disse e alguém ouviu: eu disse que connosco chegou a hora de Esgueira e do Esgueira”, afirmou. Mencionou ainda o Taboeira pelo “trabalho” que tem feito com os jovens. “Vamos trabalhar com o Taboeira e com outras agremiações desportivas ajudando-as a crescer ainda mais”, insistiu. Luís Souto reconheceu ainda a “gritante” falta de espaços “viáveis” para diversas associações de Esgueira. “Isso é um bom sinal. São chamadas dores de crescimento. (…) Nós queremos que aumente ainda mais a participação, seja de jovens, seja, por exemplo, das atividades da terceira idade”, referiu. A propósito, adiantou que a Escola das Cardadeiras, que deixará de ser utilizada para fins educativos, representa uma “oportunidade única” para dar resposta a essa carência. “[Pode ser aproveitada] para espaços de utilização pelo movimento associativo e, por outro lado, permitir [a criação] de um espaço verde que a freguesia tanto carece”, exemplificou. Face ao crescimento de Esgueira, Luís Souto assumiu também o compromisso de proceder à criação “de um novo acesso de ligação da Avenida Europa ao centro da freguesia”. “A chamada rotunda do rato. (…) Aí está uma obra que está em fase adiantada e, connosco, vocês sabem que também não é para parar”, vincou. Numa outra crítica implícita ao PS, o candidato referiu que “a outra candidatura, mais sonante, (…) também já veio muito contrariada com a perspetiva dessa obra que é fundamental e que também favorece a freguesia de Esgueira, embora não de forma exclusiva”, partilhou. Entre os principais desafios identificados para a freguesia, o candidato destacou o estacionamento como o “problema número um”. “O nosso compromisso é, de facto, que vamos abraçar este problema, que é muito significativo e muito grave, de forma que no nosso mandato se criem finalmente novas opções de estacionamento”, afirmou, sublinhando a ligação entre esta necessidade e o dinamismo do comércio local. “Se não houver estacionamento em Esgueira, a atividade comercial é prejudicada. (…) Custa dinheiro? Custa, mas eu penso que é um investimento que chegou a hora da Câmara Municipal, no futuro, fazer”, defendeu. O candidato abordou também a questão da habitação, que classificou como uma prioridade transversal. “O nosso empenhamento é procurar, em todas as dimensões legais e com todos os instrumentos disponíveis na lei, explorá-los ao máximo. Contem com a futura Câmara Municipal para dar seguimento ao esforço que já foi feito pela atual Câmara para colmatar esta necessidade, que não é apenas da freguesia ou do município, mas de todo o país e até da Europa”, referiu. Na mesma linha de prioridades, apontou a mobilidade e os transportes públicos como áreas críticas a reavaliar. “É altura de revermos o funcionamento da rede de transportes, sem dramas”, afirmou, referindo-se à atual concessão do serviço. “Há uma experiência, houve uma concessão (…) é preciso reavaliar, notar os fluxos de trânsito. Há claramente excesso (…) de oferta nuns pontos e falta noutros. Esta disfuncionalidade precisa de ser corrigida. É fundamental otimizar a oferta de transportes públicos para garantir regularidade e qualidade de serviço, sobretudo numa freguesia com a densidade populacional que tem Esgueira”, opinou. Luís Souto de Miranda reforçou ainda o modelo de governação que pretende implementar, baseado na proximidade com as juntas de freguesia. “Mesmo estas questões que ele [Rui Cordeiro] vai apresentar, são compromissos da sua candidatura - alguns mais arrojados, outros mais simples - mas todos validados comigo. Isto é uma forma de trabalhar muito importante e um sinal. Nós vamos trabalhar sempre com as juntas de freguesia”, assegurou. Dirigindo-se, novamente, a Rui Cordeiro realçou que serão uma “dream team”, fazendo referência a O.J. Simpson. Na continuação das propostas, salientou ainda a importância de reforçar a “coesão territorial no Município de Aveiro”. “Claro que Esgueira, sendo uma freguesia muito urbana, tem aqui características diferentes, mas há outras, mais periféricas, características mais rurais, que vão precisar de outra atenção. Esgueira também tem os seus passos. É um bocadinho um misto. Portanto, nós vamos ter de trabalhar pela coesão territorial”, assegurou. Terminada a intervenção, seguiu-se a apresentação dos elementos da ‘Aliança Mais Aveiro’ à Junta de Freguesia de Esgueira e o discurso de Rui Cordeiro. O candidato começou por destacar o seu percurso profissional, vincando que ao longo da sua vida sempre se guiou por “dois grandes pilares”: “o trabalho sério e o compromisso com as pessoas”. “Nunca fui pessoa de ficar parado perante o que pode e deve ser melhorado. Sempre fui uma pessoa de desafios”, relembrou. “Acredito que uma Junta de Freguesia deve ser mais do que um órgão administrativo. Deve ser um espaço de proximidade, de diálogo constante, de resolução eficaz dos problemas concretos das pessoas”, continuou. Sobre o seu papel enquanto candidato à Junta prometeu que caso venha a ser eleito será um presidente “presente, que ouve, responde, que não está fechado no gabinete, mas que está, sempre que possível, nas ruas, nas escolas, nas associações e nas coletividades”. “Com a ‘Aliança Mais Aveiro’, apresentamos um projeto de continuidade e inovação, de uma equipa comprometida, plural, que representa diferentes gerações, diferentes experiências e diferentes saberes. Gente que ama esta terra, que tem ideias novas e que acredita que é possível fazer sempre melhor”, afirmou. Além das ideias partilhadas por Luís Souto, o candidato à Junta de Esgueira desvendou ainda querer criar “mais canais de comunicação diretos com a população, reuniões abertas, presença digital ativa e mecanismos ágeis de participação pública na vida da junta”. “Como até agora, a transparência será um pilar do nosso mandato”, vincou. Sobressaiu ainda, entre as medidas, a manutenção e gestão dos cemitérios, a reparação e a construção de novos passeios, iluminação pública, limpeza urbana regular, limpeza de tanques e fontanários, zonas verdes bem cuidadas e novos espaços de lazer. Rui Cordeiro deixou também a meta de integrar Esgueira nos desafios da sustentabilidade “com projetos ecológicos e boas práticas ambientais onde se inclui a já conhecida horta comunitária”. “Queremos requalificar os caminhos rurais de Taboeira e toda a sua área envolvente, nomeadamente a Pateira de Taboeira e o Parque de Merendas, tornando-os ainda mais apelativos e agradáveis, potenciando as visitas e passeios, não só da população residente, mas também dos muitos turistas que visitam a nossa cidade”, disse. “Temos de criar polos de atração turística que levem os turistas não só para o centro da cidade, mas também para as periferias”, atentou. Ao longo da apresentação também Jorge Caetano, ex-presidente do Clube do Povo de Esgueira, foi chamado ao palco para dar o seu testemunho enquanto membro da equipa ‘Aliança Mais Aveiro’ para a Junta de Freguesia de Esgueira. Na sua intervenção, aproveitou para denunciar aquilo que considera ser uma situação “inaceitável”: os três pórticos ainda em funcionamento na A25, entre Aveiro e Albergaria-a-Velha, integrados na concessão “Costa de Prata”. “É uma coisa inaceitável e que existe há anos e anos e que toda a gente fala e ninguém resolve. Até aqueles que tentaram mudar sem saber o que estavam a fazer… Agora todos querem resolver. Temos de ser nós também a lutar por isso”, insistiu. Recorde-se que Luís Montenegro, na sessão de apresentação da candidatura de Luís Souto, afirmou que não estava esquecido desta matéria e que a cobrança daqueles pórticos não fazia sentido. Contudo, deu nota que este não é um caso único no país e que pretendia resolver todos os casos semelhantes. Optou assim por não apontar datas para a resolução deste problema. Nesta nova legislatura, o Grupo Parlamentar do PCP já fez entrar o ‘Projeto de Lei n.º 34/XVII/1.ª’, no dia 20 de junho, que pretende “eliminar as taxas de portagem em todas as autoestradas ex-SCUT”. Já o Grupo Parlamentar do PS quis ser mais específico para o caso de Aveiro e apresentou o ‘Projeto-Lei n.º 91/XVII’, que pretende “eliminar as taxas de portagem da autoestrada A25 ainda não abrangidas pela Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto”. Falta perceber se ambos os projetos de lei serão votados antes das próximas eleições autárquicas do dia 12 de outubro. Caso venha a acontecer, o assunto poderá marcar o período da campanha eleitoral, dependendo da posição de cada partido.