RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

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UA sintetiza composto promissor para aplicação fotodinâmica em tratamento de cancro

Um grupo de investigação multidisciplinar da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu e caracterizou novos derivados de clorofila que demonstraram resultados promissores em ensaios experimentais de terapia fotodinâmica. Na terapia fotodinâmica há um efeito biológico em certas células que ocorre quando o tecido ou órgão onde o agente fotossensibilizador se localizou é iluminado com luz.

UA sintetiza composto promissor para aplicação fotodinâmica em tratamento de cancro
Redação

Redação

28 out 2024, 15:20

Um grupo formado pela estudante de doutoramento Cristina Dias, o investigador Nuno Moura e os docentes Amparo Faustino, Graça Neves (ambas membros do LAQV-REQUIMTE - Laboratório Associado para a Química Verde), Vítor Gaspar e João Mano (CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro) e Luisa Helguero (Instituto de Biomedicina de Aveiro, iBIMED), desenvolveu e caracterizou novos derivados de clorofila nos laboratórios do Departamento de Química da Universidade de Aveiro e no Departamento de Ciências Médicas, respetivamente. Os compostos demonstraram resultados promissores em ensaios experimentais de terapia fotodinâmica, tanto em cancro da mama triplo negativo, como em outros tipos de cancro, incluindo o cancro do pâncreas. Amparo Faustino, professora do Departamento de Química e membro do LAQV-REQUIMTE, explicou algumas das caraterísticas e comportamentos destes compostos, com destaque para a eficácia e sustentabilidade da solução. “A aplicação de derivados de clorofila (extraídos a partir de fontes naturais) como agentes terapêuticos em terapia fotodinâmica permite não só utilizar recursos disponíveis de forma sustentável, como minimizar efeitos indesejáveis”, explicou a docente.  Amparo Faustino revelou ainda que “os compostos absorvem radiação na região do vermelho do espectro de visível, onde a luz penetra melhor os tecidos” o que facilita “a ativação dos derivados de clorofila presentes nas células tumorais”.

Os novos compostos foram caracterizados ao nível da sua atividade anti tumoral, em colaboração com Luisa Helguero, professora do Departamento de Ciências Médicas e membro do iBIMED, e apresentam, segundo concluiu a equipa, uma toxicidade muito baixa na ausência de luz e uma elevada eficácia na eliminação de células tumorais, quando ativados sob condições controladas de iluminação (terapia fotodinâmica).

“A utilização destes compostos em terapia fotodinâmica do cancro de mama triplo negativo representa uma solução promissora para suprir a falta de abordagens terapêuticas eficazes e seguras para os pacientes. Este tratamento é minimamente invasivo, e atua apenas na área iluminada”. A solução apresenta-se assim como “uma alternativa viável (…) especialmente em casos de resistência aos tratamentos convencionais”, afirma Amparo Faustino.

A expectativa é ainda de que abordagem possa ser estendida a outros tipos de cancros, como o cancro de pâncreas e do pulmão. A tecnologia foi desenvolvida no âmbito do doutoramento de Cristina Dias, cuja tese será defendida em breve na UA, e envolveu três grupos de investigação com conhecimentos complementares.

A universidade submeteu, através da UACOOPERA, um pedido provisório de patente e está a avaliar uma estratégia mais ampla de proteção.

Recomendações

Universidade de Aveiro lidera projeto para restaurar recifes de ostras
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Universidade de Aveiro lidera projeto para restaurar recifes de ostras

“O projeto RePor propõe uma abordagem inovadora para restaurar os recifes de ostras que têm vindo a sofrer um acentuado declínio devido à exploração excessiva e à poluição, de forma a recuperar e rentabilizar os benefícios ecológicos, económicos e sociais destes ecossistemas importantes”, explica a universidade em nota de imprensa.  De acordo com o texto, serão desenvolvidas e aplicadas “técnicas inovadoras para aumentar a resiliência das ostras juvenis ('Ostrea edulis'), incluindo o pré-condicionamento a choques térmicos e de salinidade, aliado à modulação do microbioma”. O projeto baseia-se numa plataforma tecnológica composta por malhas poliméricas porosas e biodegradáveis, que permite a libertação controlada de moduladores microbianos, anteriormente desenvolvida pela mesma equipa de investigação. Após a fase de testes em condições laboratoriais, as ostras tratadas serão transplantadas para áreas da Ria de Aveiro, “onde serão monitorizados indicadores como saúde, crescimento, composição microbiana e taxa de sobrevivência”. “Com este trabalho, espera-se contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes e sustentáveis no restauro de habitats marinhos degradados, com base em soluções biotecnológicas e adaptadas às crescentes pressões ambientais sobre os ecossistemas costeiros”, explica a mesma fonte. Coordenado pelo investigador Daniel Cleary, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), o RePor é apoiado pelo programa Mar2030, e cofinanciado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e Aquicultura (FEAMPA), no âmbito da ação de Apoio à Proteção e Restauração da Biodiversidade e dos Ecossistemas Marinhos. O projeto obteve parecer favorável da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), estando alinhado com a Diretiva Quadro Estratégia Marinha e contribuindo para a implementação da Estratégia Ambiental do Atlântico Nordeste da Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR).

AAUAv quer mais apoios e maior flexibilidade para os trabalhadores-estudantes da UA
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AAUAv quer mais apoios e maior flexibilidade para os trabalhadores-estudantes da UA

Em declarações à Ria, Joana Regadas lembrou que muitos estudantes são forçados a trabalhar para sustentar os seus estudos, frequentemente em condições precárias e sem recorrer ao estatuto de trabalhador-estudante. “Muitos acabam por não pedir o estatuto, ou por desconhecimento ou porque o trabalho que têm é precário e não conseguem sequer provar que estão a trabalhar”, referiu. Segundo dados recolhidos junto da UA, tal como avançado pela Ria, a maioria dos estudantes com estatuto são mulheres e frequentam o segundo ciclo de estudos. No entanto, Joana Regadas acredita que o número real é significativamente superior. “A realidade é que está cada vez mais caro frequentar o Ensino Superior, os rendimentos das famílias não têm aumentado, nem têm conseguido equiparar-se àquele que tem sido o aumento das despesas - e já vimos uma diminuição nos candidatos ao Ensino Superior”, alertou. O pedido de estatuto pode atualmente ser feito apenas até 31 de outubro, com validade para um ou dois semestres, dependendo do contrato de trabalho do estudante. Maria João Soares, diretora dos Serviços de Gestão Académica (SGA), justificou a data com a regra que impede os estudantes de reprovarem por faltas após esse ponto do calendário académico. Apesar de compreender esta razão, Joana Regadas insiste na necessidade de adaptar os prazos às necessidades reais dos estudantes. “Muitos estudantes não contam ter essa necessidade [de trabalharem]. Só depois de estarem aqui e perceberem que de facto não conseguem ter uma qualidade de vida ou dar resposta a todas as necessidades financeiras (…) é que percebem que têm de facto de arranjar um trabalho part-time, full-time - e a Universidade tem de conseguir dar resposta a estas necessidades”, afirmou. Preocupada com o aumento de casos de abandono escolar por dificuldades em conciliar trabalho e estudos, a presidente da direção da AAUAv adianta que está a trabalhar com Sandra Soares, vice-reitora para o ensino e formação da UA, e com Pedro Lages, provedor do estudante, para encontrar uma solução. “A ideia é encontrar uma solução que seja fazível, mas que também vá ao encontro das necessidades levantadas pelos estudantes”, referiu. No último Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA), a AAUAv defendeu a criação de dois momentos ao longo do ano letivo para o pedido de estatuto: no primeiro e no segundo semestre. A dirigente associativa reiterou ainda a preocupação com os custos crescentes do Ensino Superior - em particular o alojamento - e as declarações de Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, sobre o descongelamento das propinas a partir do próximo ano letivo. “As propinas são apenas mais uma gota num balde que já está a transbordar. Descongelá-las seria um retrocesso face às conquistas do movimento estudantil”, avisou. Já sobre os artigos de opinião da nova secretária de Estado do Ensino Superior, Cláudia S. Sarrico - nomeadamente a introdução de empréstimos reembolsáveis em função dos rendimentos futuros dos diplomados, tal como defendido num artigo de opinião publicado no Observador a 20 de dezembro de 2022 -, Joana Regadas foi clara: “As declarações são mais preocupantes. Acho que há aqui um desconforto muito grande e o movimento estudantil terá de se unir para mostrar que, de facto, este não é o caminho com o qual vamos compactuar”. Na reta final da entrevista, a presidente da direção da AAUAv, vincou que o “ensino nunca pode estar reservado apenas a alguns”. “Todos devem ter a oportunidade de começar na mesma linha de partida, independentemente das condições socioeconómicas. A UA tem a oportunidade de ser pioneira e exemplo nacional ao antecipar soluções para esta realidade que se agrava a cada ano”, insistiu.

UA inaugura “BIOMEDIC Lab” para reforçar ensino e inovação em Engenharia Biomédica
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UA inaugura “BIOMEDIC Lab” para reforçar ensino e inovação em Engenharia Biomédica

Localizado no segundo piso do DFis, o BIOMEDIC Lab assume-se como um espaço moderno, “aprazível” e “mais flexível”. No vidro transparente da entrada, destacam-se, em letras pretas e laranjas, as palavras que lhe dão nome. No interior, ressaltam à vista, entre outros aspetos, as várias mesas-redondas e as cadeiras distribuídas ao longo de todo aquele espaço. Em frente à porta de entrada, uma estante exibe diversos equipamentos, como "mãos programáveis" ou um "medidor de tensão arterial", entre outros. Estes dispositivos fazem parte da vasta gama de recursos avançados ali disponíveis, prontos a serem explorados em contexto de aprendizagem prática. Além da inauguração do espaço, o momento contou com uma mostra de projetos desenvolvidos por estudantes da licenciatura em Engenharia Biomédica, no âmbito da unidade curricular “Laboratórios e Engenharia Biomédica”. Entre os trabalhos apresentados, destacou-se o de Leonor Leal e Tiago Castro, estudantes do 2.º ano, que criaram um “estetoscópio digital” capaz de visualizar em tempo real a frequência cardíaca e respiratória. Tiago explicou à Ria que o dispositivo utiliza um “sensor de infravermelhos” para medir as pulsações, e que, através do uso ou não de uma membrana, é possível captar diferentes tipos de vibrações. “Com a membrana conseguimos detetar as vibrações cardíacas a uma distância curta. Sem a membrana, conseguimos medir as respiratórias a uma distância maior”, apontou. Leonor destacou o potencial do projeto em contextos hospitalares, particularmente na triagem. Segundo a estudante, “muitas vezes, os doentes ficam bastante tempo à espera, e com um sistema destes os médicos teriam acesso imediato a dados como a frequência cardíaca e respiratória, mesmo antes da consulta”, justificou. O projeto foi inicialmente desenvolvido no antigo laboratório de Engenharia Física, e Tiago não escondeu algum saudosismo ao afirmar que teria gostado de ter trabalhado já neste novo espaço. “Está bem organizado, é um espaço que nos pertence e onde podemos trabalhar em conjunto. Teria sido muito mais interessante desenvolver este projeto aqui”, exprimiu. Outro projeto que gerou curiosidade entre os que por lá se encontravam foi o de Carolina Guerra, Diogo Santos e Daniela Costa, do 3.º ano. O grupo desenvolveu uma cadeira de rodas controlada pelos movimentos da cabeça, pensada para pessoas com tetraplegia. Diogo partilhou que, depois de várias ideias em cima da mesa, optaram por esta por ser a mais exequível no tempo disponível e responder a uma necessidade real. “Há soluções para paraplégicos que usam as mãos, mas não conhecíamos uma abordagem prática para tetraplégicos que apenas conseguem mover a cabeça e o pescoço”, contou. Grande parte da construção do protótipo foi feita “fora da sala de aula”, sendo os testes realizados nas sessões práticas. Para Diogo, o novo laboratório representa uma melhoria significativa nas condições de trabalho. Comparando com os espaços anteriores, afirmou que “trabalhar numa mesa-redonda facilita muito mais a comunicação entre o grupo. Antes estávamos em filas, dispersos, e com poucos recursos ao alcance. Este espaço vai melhorar não só esta cadeira, como muitas outras”, considerou. Durante a cerimónia, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, sublinhou o simbolismo do momento com um toque de humor e nostalgia: “Já não cortava uma fita desde o tempo (…) da Nave Multiusos”. “Espero que a seguir a estas salas que venham outras e que elas impulsionem a relação entre a universidade e as empresas”, desejou. João Miguel Dias, diretor do DFis, destacou o percurso que levou à criação deste novo espaço. Lembrou que a formação em Engenharia Biomédica começou na UA em 2016, com um mestrado integrado, e foi-se consolidando com a criação da licenciatura e do mestrado em separado. Mais recentemente, no ano letivo 2023/24, foi lançado o programa doutoral. “Tomámos a iniciativa de criar um laboratório dedicado à biomédica porque acreditamos muito nesta área — é importante para o país e para todos nós”, defendeu. Referindo-se ao espaço, explicou que foi possível requalificar uma zona antes usada para investigação, tornando-a mais “aprazível”, “mais flexível” e totalmente dedicada ao ensino. Aqui, serão lecionadas várias disciplinas e desenvolvidos projetos de mestrado e doutoramento. A realização do “BIOMEDIC Lab” partiu da iniciativa e do apoio financeiro da Sword Health, empresa que nasceu na própria UA e que hoje é uma referência mundial em terapias digitais de saúde. Márcio Colunas, fundador da Sword Health, fez questão de estar presente neste momento simbólico de regresso aquela que considera ser ainda a sua “casa”. “Para mim é um prazer, porque é um voltar a casa. Formei-me aqui, e a Sword nasceu aqui. Hoje desenvolvemos cuidados de saúde apoiados em inteligência artificial, mas queremos manter e reforçar esta ligação com as universidades, especialmente com a Universidade de Aveiro”, vincou. “Há 15 anos, (…) a ligação entre empresas e a Universidade de Aveiro era muito diferente. Queremos cada vez mais essa aproximação”, continuou.

UA lança Centro de Competências para a Gestão de Dados de Investigação
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UA lança Centro de Competências para a Gestão de Dados de Investigação

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o projeto foi o mais bem classificado entre as “14” candidaturas aprovadas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no âmbito do Programa Nacional de Ciência Aberta e Dados Abertos de Investigação (PNCADAI), inserido no Plano de Recuperação e Resiliência. O UAveiro RDM Center visa oferecer suporte técnico, consultoria e formação em boas práticas de gestão de dados de investigação à comunidade científica da UA. Entre os serviços prestados, destaca-se o apoio à utilização de infraestruturas de publicação de dados, como o repositório institucional DUnAs, bem como o acompanhamento no uso de ferramentas de planeamento e curadoria de dados. O centro atua também como um motor de alinhamento institucional com as diretrizes da European Open Science Cloud (EOSC), promovendo a abertura, transparência e responsabilidade social da ciência. Ao garantir a partilha e preservação dos dados gerados em projetos financiados por fundos públicos nacionais e europeus, o projeto contribui para a consolidação de uma cultura de investigação mais acessível e colaborativa. Para além da criação de políticas institucionais de gestão de dados, o projeto contempla o reforço da capacitação da comunidade académica e científica através de formações específicas. A UA integra ainda uma “rede nacional de data stewards”, profissionais dedicados à gestão de dados de investigação, promovendo “um espaço de partilha, aprendizagem e colaboração”. O projeto, “que decorre até ao final de 2025”, permite à UA “um forte investimento em capacidade de armazenamento e computação, de modo a acomodar as necessidades correntes e de um futuro a médio/longo prazo da sua comunidade científica”, realça ainda a nota. O UAveiro RDM Center resulta de uma colaboração entre diversas unidades da UA, nomeadamente a vice-reitoria para a Investigação, Inovação e Formação de 3.º Ciclo, o Gabinete de Apoio à Investigação, os Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia, e os Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação. O UAveiro RDM Center é um projeto colaborativo entre a vice-reitoria de Investigação, Inovação e Formação de 3.º Ciclo, o Gabinete de Apoio à Investigação, os Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia e os Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação da UA. Também no âmbito do PNCADAI, foi criado um consórcio, o Re.Data, com coordenação da Universidade do Minho, em parceria com a Universidade de Coimbra e participação do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, Instituto Politécnico de Bragança e Universidade Nova de Lisboa, e que tem como missão fomentar uma comunidade nacional dedicada à gestão de dados FAIR, apoiando os 14 centros GDI selecionados pela FCT e assegurando a articulação com a legislação e infraestruturas nacionais e europeias. O ciclo de webinars promovido pelo UAveiro RDM Center arrancou a “12 de junho”.

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Luís Souto atribui a Manuel Assunção a criação da Fábrica Ciência Viva e do PCI. É verdade?
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Luís Souto atribui a Manuel Assunção a criação da Fábrica Ciência Viva e do PCI. É verdade?

As eleições autárquicas em Aveiro continuam a gerar polémica. Os candidatos Luís Souto (coligação 'Aliança Mais Aveiro') e Alberto Souto (PS) procuram disputar espaço e influência na Universidade de Aveiro, tentando atrair figuras prestigiadas da comunidade académica para reforçar a sua credibilidade junto do eleitorado. O socialista Alberto Souto anunciou, ao longo dos últimos meses, o apoio de dois antigos reitores da Universidade de Aveiro como membros da sua Comissão de Honra: Júlio Pedrosa (reitor entre 1994 e 2001) e Helena Nazaré (reitora entre 2002 e 2010). Em resposta, Luís Souto revelou, numa sessão pública no Teatro Aveirense, que o mandatário da sua candidatura será Manuel Assunção, reitor da UA entre 2010 e 2018. Durante a apresentação, Luís Souto destacou a Fábrica Centro Ciência Viva e o PCI – Parque de Ciência e Inovação como exemplos do “fortíssimo impacto” da “ação governativa” de Manuel Assunção. A mesma ideia foi reforçada na nota de imprensa enviada à comunicação social. “A ação governativa do professor Manuel Assunção teve um fortíssimo impacto em Aveiro e na região. Destacando-se, a título de exemplo, a Fábrica Ciência Viva, o Parque Ciência e Inovação da região de Aveiro.” Luís Souto, 20 de junho de 2025 “O Prof. Manuel Assunção (...) foi vice-reitor (de 1994 a 2009) e reitor da Universidade de Aveiro (de 2010 a 2018), promovendo a criação de estruturas como a Fábrica - Centro Ciência Viva e o PCI - Parque de Ciência e Inovação.” Nota de imprensa da candidatura ‘Aliança Mais Aveiro’. A Fábrica Centro Ciência Viva foi inaugurada a 1 de julho de 2004, como indica uma publicação recente da própria Universidade de Aveiro nas redes sociais. Na altura, a UA era liderada por Helena Nazaré, que foi reitora de 2002 a 2010. Na foto da inauguração - onde se vê a presença de Mariano Gago, então ministro da Ciência - é possível ver Helena Nazaré em lugar de destaque. Ou seja, o projeto nasceu e foi concretizado sob a liderança de Helena Nazaré. Já o PCI - Parque de Ciência e Inovação foi inaugurado em 2018, durante o mandato de Manuel Assunção, mas começou a ser desenvolvido em 2007 e materializado em 2009. A informação consta no suplemento “Especial PCI”, publicado no dia 10 de março de 2021 no Diário de Aveiro, mas também o site da Câmara Municipal de Ílhavo relembra o momento: “No seguimento da aprovação da candidatura liderada pela UA do Parque da Ciência e Inovação foi assinado o contrato de financiamento no dia 15 de dezembro de 2009, entre a Universidade de Aveiro e o Programa Operacional da Região Centro. Trata-se de um investimento de 35 milhões de euros, com o apoio do QREN no valor de 15,5 milhões de euros”. O documento foi assinado por Helena Nazaré que à data era ainda a reitora da Universidade de Aveiro. A candidatura de Luís Souto atribui a Manuel Assunção um protagonismo que não corresponde inteiramente aos factos históricos. A Fábrica Centro Ciência Viva foi criada sob a liderança de Helena Nazaré, que integra atualmente a Comissão de Honra da candidatura adversária, do PS. Quanto ao PCI, Manuel Assunção teve um papel relevante na fase de concretização, mas o projeto nasceu e foi financiado durante o mandato anterior, também de Helena Nazaré. A classificação final é ENGANADOR. As declarações de Luís Souto exageram o papel de Manuel Assunção, omitindo o envolvimento determinante de Helena Nazaré na criação das duas infraestruturas referidas. O enquadramento apresentado serve um objetivo político, mas não respeita o rigor histórico dos processos citados.

Feira tem marchas com 350 pessoas que pagam “brio bairrista” com verbas da comunidade
Região

Feira tem marchas com 350 pessoas que pagam “brio bairrista” com verbas da comunidade

Desses desfiles gratuitos no referido município do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, os primeiros no calendário são as “Marchas de São João de Pereira”, que se realizam esta segunda e terça à noite em Argoncilhe, e depois seguem-se as “Marchas Sanjoaninas”, que saem à rua a 28 de junho, em São João de Ver. No primeiro caso, a organização da festa cabe à Associação dos Amigos do São João de Pereira, que, fundada em 2017, deu um cunho mais profissional às marchas que tiveram como percursores os antigos “leilões” em carros alegóricos, nos anos 70 e 80, e depois evoluíram para o formato atual, que se distingue por os bailarinos e músicos desfilarem de forma algo discreta num troço de 450 metros de rua e deixarem as coreografias principais para um palco redondo, em torno do qual se dispõe a multidão. “Entre marchantes, músicos, cantores, costureiras e aderecistas, somos uns 200, de vários lugares de Argoncilhe e também de freguesias à volta, como Mozelos e Lourosa, ainda na Feira, ou Sandim e Pedroso, já no concelho de Gaia”, conta Jesus Couto à Lusa, na sua t-shirt com o ‘branding’ da associação. A casa faz alguma receita com 'merchandising' como esse, mas angaria os 20.000 euros do orçamento da festa sobretudo através de “pequenos apoios” institucionais, patrocínios privados “maiores” e atividades pontuais como sorteios de rifas e petiscadas regulares no bar da coletividade, que está decorado com bancos corridos, toalhas ao xadrez e manjericos que duram todo o ano por serem feitos com pompons de lã. A quota de 5 euros anuais pelos mais de 480 sócios da associação também ajuda a pagar as contas, assim como os 25 euros com que cada participante financia “uma parte muito pequena” dos materiais e trabalhos da costureira, mas o presidente da coletividade, Vítor Pereira, diz que “o que tem mais valor é o tempo e o bairrismo das pessoas”, que, inscrevendo-se nas marchas logo em janeiro e fevereiro, em abril já começam a treinar duas a três vezes por semana. Parte dos ensaios é no pátio de cargas e descargas da empresa “Cerâmica de Argoncilhe”, sob o comando de Cristina Correia, equipada com um microfone de cabeça ao estilo pop star; as costuras e bricolages dispõem-se pela cave da professora Inês Pereira, onde Rosa Pereira exibe a letra da canção criada pelo apresentador António Sala para as marchas locais; e também nessa sala ou no bar da associação criam-se, de acordo com um modelo distribuído previamente, os manjericos e sardinhas que, em festão de cores bem vivas, se penduram ao alto na rua da festa. “Há muita gente que se voluntaria para fazer essas decorações e depois tentamos reutilizar tudo o que ainda esteja em bom estado, para evitar ao máximo o desperdício”, assegura Tiago Alves, também aprumado com a t-shirt da organização. Os mesmos princípios ecológicos aplicam-se à cascata sanjoanina, que, em cerca de 20 metros quadrados, apresenta a cada ano uma seleção rotativa de 500 peças, que, a partir de uma coleção total de 3.000, decoram o cenário com quedas de água, fachadas a replicar as principais instituições de Argoncilhe e nuvens pintadas pelas crianças das escolas de Pereira. “Não é por acaso que dizem que estas marchas são grandes demais para a freguesia”, realça Pedro Silva, um dos maestros de serviço. “É tudo feito com muito gosto, mas o melhor mesmo é o espírito bairrista que se sente quando estamos juntos, o brio que une as pessoas”, diz antes de entrar no palco – onde as coreografias se mantêm escondidas do público até à estreia, graças a telas publicitárias que funcionam como cortinas gigantes e por baixo das quais espreitam os bailarinos mais pequeninos, coladinhos uns aos outros. Nas marchas de São João de Ver não há tantas crianças e este ano o desfile ficou reduzido a dois grupos, cada um com cerca de 75 participantes e representando diferentes lugares da freguesia, mas, pelo menos no coletivo Malapeiros, a renovação é constante. “Há sempre algumas pessoas que desistem, ou porque não se adaptam ou porque não têm tempo para os ensaios, mas todos os anos há caras novas e têm aparecido sempre muitos jovens”, garante Herculano Oliveira, o diretor do grupo. Francisco Silva é o encenador, aderecista "e o que mais for preciso" nessas marchas, que implicam uns 5.000 euros suportados com patrocínios, apoios, rifas e outros contributos, e conta que também aí "tudo começou por bairrismo", quando, em resposta ao desafio lançado em 2014 pelo padre da paróquia, a Mena Petiz passou palavra e "a Emília, a Iolanda e a Clara andaram de porta em porta a convencer as pessoas". Se no início eram só 30 os participantes, agora, no pavilhão desativado de uma antiga empresa de tapeçarias, reúnem-se a cada ensaio umas 75 pessoas – a maior parte das quais mulheres que rodopiam com outras dançarinas, dada a falta de espécimes masculinos para as acompanhar nas músicas de Fábio Pinto.  "Aceitamos toda a gente, mesmo que não tenha muito jeitinho nem seja de São João de Ver" assegura Francisco. "E não há prémios para ninguém, porque, no dia em que os grupos se puserem a competir uns com os outros, começa a dar chatices e para isso não vale a pena este trabalho todo", complementa Herculano. No dia 28 há vaidade geral no desfile entre a estação de comboios e a igreja desenhada por Fernando Távora, no que as senhoras não prescindem de cabeleireiro e maquilhadora, mas todos parecem concordar que, ainda assim, “o melhor de tudo é o convívio final”, uma vez concluída a missão a que se dedicaram tantos meses. Só que esse encontro não se realiza no dia das marchas, já que, depois do desfile, os Malapeiros querem é estar com familiares e amigos nas tasquinhas da festa. Entre interjeições de concordância alheia, Francisco e Herculano explicam que há que esperar duas semanas e só então, com todos já recuperados, é que se tira um domingo inteiro para celebrar: "Durante as marchas o que interessa é cada um dar o seu melhor e divertir o povo; depois das marchas, preferimos esperar um bocado para estar mais à vontade, porque o que a gente quer é comer, beber e dançar – mas à nossa maneira, sem passos marcados, até já não aguentar mais!".

Manuel Assunção foi a surpresa, na noite onde Luís Souto apresentou os seus candidatos às Juntas
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Manuel Assunção foi a surpresa, na noite onde Luís Souto apresentou os seus candidatos às Juntas

O evento contou com a presença de diversas figuras políticas do partido, incluindo Silvério Regalado, vice-presidente da distrital do PSD, Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, e Ana Oliveira, presidente da concelhia do CDS-Aveiro. A ausência de José Ribau Esteves, atual presidente da autarquia, não passou despercebida, sobretudo por ter marcado presença nos últimos momentos-chave do partido. Recorde-se que, em entrevista à SIC Notícias no dia 11 de junho, Ribau Esteves considerou Luís Souto “o melhor dos dois” em comparação com Alberto Souto de Miranda, candidato do PS, recomendando ainda “o voto na Aliança Democrática”, depois de declarações anteriores onde questionava a “experiência de gestão” e o “perfil” de Luís Souto para liderar a autarquia. A sessão no Teatro Aveirense decorreu com dois momentos principais: a apresentação dos mandatários, seguida da apresentação pública dos candidatos às juntas de freguesias. O momento alto da noite, no entanto, foi a apresentação de Manuel Assunção, ex-reitor da UA, como mandatário geral da candidatura. Manuel Assunção foi o escolhido como mandatário da candidatura. É professor catedrático jubilado pelo Departamento de Física da UA, onde iniciou funções em 1977. Licenciado em Física pela Universidade de Lisboa, doutorou-se pela Universidade de Warwick e realizou provas de agregação na UA. Além de reitor nesta instituição - entre 2010 e 2018, foi ainda vice-reitor entre 1994 e 2009 e vice-presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). Visto como uma pessoa muito próxima de Ribau Esteves, durante os mandatos em que foi reitor da UA, não é a primeira vez que Manuel Assunção assume funções de mandatário. Nas eleições autárquicas de 2021 foi o mandatário de Fernando Caçoilo, candidato do PSD à Câmara Municipal de Ílhavo que acabaria por perder as eleições, tendo sido também mandatário de Marcelo Rebelo de Sousa na sua candidatura vencedora a Presidente da República. Na sua intervenção, começou por agradecer o convite, afirmando que o fez com orgulho e em total independência partidária. “Tendo sido sempre independente, nunca fui neutro. Nos momentos próprios fiz escolhas, apoiei desígnios, dei o corpo ao manifesto. (…) E, neste momento, não podia - nem queria - ser neutro. Tenho de expressar o meu aplauso ao Luís Souto, porque ele é, sem margem para dúvidas, o melhor candidato à Câmara Municipal de Aveiro”, expressou. O ex-reitor valorizou o percurso cívico e associativo do candidato, destacando o seu envolvimento com a cultura e a ciência. “Devo realçar o seu desprendimento de tempo e energia em favor do movimento associativo que, em particular, lhe permitiu apropriar-se de questões essenciais do património e da cultura aveirense”. “A aproximação da ciência aos cidadãos, como demonstra os ciclos ‘Biologia na Noite’, onde se envolveu desde o seu início, é igualmente seu apanágio”, continuou. Manuel Assunção elogiou ainda as ideias do candidato para a cidade de Aveiro por assentarem na “inovação” e na “sustentabilidade”, realçando que “no novo ciclo de desenvolvimento (…) vai assegurar as grandes obras já projetadas, privilegiando a continuidade e evitando disrupções sempre muito custosas”, atirou. O ex-reitor expressou ainda que: “as suas conhecidas preocupações com o rigor, a transparência e as contas certas (…) deixam-nos descansados, como igualmente nos tranquiliza a sua integridade e ética pessoais”. “Sublinho que (…) Luís Souto Miranda é de longe o candidato mais bem colocado para favorecer a afirmação da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), fomentando a coesão territorial e o desenvolvimento integral da região. (…) Solavancos e descontinuidades seriam nefastos”, reforçou. Numa outra justificação ao apoio a Luís Souto, Manuel Assunção relembrou também que “a ponte com UA e com o conhecimento e a relação com a CIRA ou no que respeita à necessidade cada vez maior da qualificação das políticas públicas, encontra igualmente no nosso candidato um interlocutor muito bem capacitado”, reafirmou. Antes da intervenção de Manuel Assunção, subiram ainda ao palco João Jubero, mandatário da juventude, e Isménia Franco, mandatária sénior. João Jubero, de 26 anos, nasceu e cresceu na Vera Cruz e integrou a Associação de Estudantes do Agrupamento de Escolas José Estevão e o Núcleo Associativo dos Estudantes do ISCA-UA. É licenciado em Marketing pela UA. Foi ainda atleta federado e jogador de basquetebol pelo Esgueira e pelo Beira-Mar. Profissionalmente é analista de dados no setor dos serviços financeiros. Na sua intervenção, João Jubero agradeceu a confiança de Luís Souto de Miranda e sublinhou a importância da participação juvenil. “Acredito que a política local só ganha quando os jovens participam, quando não se limitam a criticar de fora, mas escolhem contribuir. Com ideias, com energia e com visão de futuro”, vincou. No seguimento, apontou ainda os principais desafios que os jovens enfrentam, atualmente, em Aveiro, como o acesso à habitação, a mobilidade sustentável e a retenção de talento. “A dificuldade em aceder à habitação a um preço justo, a mobilidade limitada por falta de alternativas sustentáveis, a preocupação crescente com o espaço público, com oportunidades culturais e de emprego que retenham o nosso talento na nossa cidade”, disse. Face a isto, garantiu que a “Aliança Mais Aveiro tem tudo para responder aos desafios do nosso tempo. Com seriedade, com escuta ativa e com soluções concretas para os jovens, sem hipotecar o futuro da nossa cidade”, atentou. Logo após o seu discurso, seguiu-se a apresentação de Isménia Franco, ex-deputada do PSD pelo círculo de Aveiro. Natural da Vera Cruz e residente no Bairro Sá-Barrocas, foi responsável pela criação do Centro Comunitário da Vera Cruz, onde se manteve na direção até 2022. Faz ainda parte do movimento apostólico e litúrgico das barrocas e de todas as irmandades religiosas da Comunidade Religiosa de Aveiro. Na vida política, foi membro da Assembleia e tesoureira do executivo da freguesia da Vera Cruz. No PSD foi vice-presidente da distrital e deputada na Assembleia da República pelo círculo de Aveiro em três legislaturas. No seu discurso, expressou o “profundo amor por esta terra” e um apoio firme à candidatura de Luís Souto de Miranda. “Conheço o Luís como um homem íntegro, dedicado à causa pública, com provas dadas ao serviço de Aveiro”, sublinhou. Destacou ainda o “projeto sólido [da Aliança com Aveiro] que tem transformado a nossa cidade com visão, competência e proximidade”, e valorizou especialmente a aposta do candidato numa “gestão descentralizada e colaborativa”, com maior corresponsabilização das juntas de freguesia enquanto “parceiras essenciais na construção de soluções eficazes e ajustadas às realidades locais”. “Porque Aveiro merece mais. Porque os aveirenses merecem mais. E porque juntos podemos fazer mais e melhor. (…) Com Luís Souto de Miranda, Aveiro segue em frente, tem confiança no presente e visão para o futuro”, concluiu. Luís Souto de Miranda foi o último a discursar. Começou por sublinhar a todos os presentes o orgulho que sentiu ao ver o Teatro Aveirense “cheio”. “Isto é uma manifestação muito importante que estamos a dar à nossa comunidade”, exprimiu ao ver cerca de 400 pessoas presentes. Dirigindo-se diretamente aos três mandatários, começou por destacar o mandatário da sua candidatura, Manuel Assunção, reconhecendo que este “sempre” foi uma figura que respeitou e admirou. “Tendo eu conhecido vários reitores, reconheço no nosso mandatário aquele que teve verdadeiramente uma visão cultural para a Universidade e para Aveiro”, salientou. “Manuel Assunção nunca se enclausurou numa redoma de vidro no alto da sua cátedra”, realçou, destacando duas marcas da sua “ação governativa”: “a Fábrica da Ciência Viva” e o “Parque da Ciência e Inovação (PCI)”. Momentos antes, Luís Souto tinha aproveitado a sua intervenção para fazer duras críticas à comissão de honra da candidatura de Alberto Souto. “O senhor professor vale, por si só, por uma qualquer comissão de honra ou, se quisermos, comissão de vaidades”, reforçou. Referindo-se, desta vez a João Jubero, sublinhou que foram os jovens que viram nele “as qualidades de dinamismo e da representação dos valores da juventude atual”. “E eu não poderia estar mais satisfeito com esta escolha, com a proposta dos nossos jovens”, insistiu. Falando diretamente sobre os jovens, o candidato da Aliança Mais Aveiro sublinhou que: “Queremos mesmo ouvir os jovens, queremos mesmo que eles sejam parte ativa do processo de decisão para o futuro de Aveiro”. Por último, Luís Souto dirigiu-se a Isménia Franco evidenciando a “garra” e a “energia” desta, deixando uma nota, em tom de brincadeira: “quase poderia ser a mandatária jovem pelo seu exemplo”. “A Isménia personifica o nosso compromisso no diálogo intergeracional, na valorização muito clara da qualidade de vida para a população sénior, com políticas do espaço urbano, do desporto para todos, da coesão social e da cultura”, apontou. Neste seguimento, Luís Souto comprometeu-se a “reconhecer os talentos e a experiência dos mais velhos”. “Vamos trabalhar todos, em conjunto, por um Aveiro cada vez mais feliz”, prometeu. Com um olhar mais crítico sobre os dez candidatos às juntas de freguesia pela Aliança Mais Aveiro, Luís Souto de Miranda destacou de forma especial a escolha de Glória Leite enquanto candidata de Glória e Vera Cruz, elogiando a sua “força, determinação e coragem para este combate”. “O meu critério ao fazer estas escolhas (…) foi guiado sempre, mas sempre, pelos superiores interesses de Aveiro, acima de tudo”, justificou. Luís Souto aproveitou ainda o momento para criticar a candidatura do PS, descrevendo-a mesmo como uma “candidatura do ilusionismo”. “Esta candidatura do ilusionismo procura, talvez em desespero, confundir os eleitores”, opinou. “Eles já não são socialistas, agora são social-democratas. Em vez do punho erguido, que sempre usaram, agora usam e abusam do símbolo. Este símbolo [enquanto fazia o ‘v’ com os dedos], que sempre foi o símbolo do nosso lado, da nossa AD”, exprimiu, numa referência ao facto da comunicação da campanha de Alberto Souto ter lançado ao longo das últimas semanas várias fotografias do candidato com os candidatos às juntas de freguesia em que são visíveis gestos que Luís Souto considera serem “símbolos da AD”. No seguimento, disse ainda que os socialistas já “não são vermelhos”, mas sim “verdes” comparando-os a “melancias”. “Verdes por fora, mas o vermelhinho (…) da geringonça de esquerda está lá, ainda que esteja escondido por dentro”, atirou. Comentando diretamente a candidatura de Bruno Ferreira, atual tesoureiro da Junta de Freguesia de Glória e Vera Cruz, agora como cabeça de lista pelo PS, vincou ainda que o PS chegou ao “desplante de ter um candidato que, traindo o projeto político que o elegeu, se representa agora como cito de continuidade, mas pela oposição. Quanto à coerência, estamos esclarecidos”, atirou.  Em jeito de resposta, Alberto Souto de Miranda respondeu, este sábado, 21 de junho, através das suas redes sociais, às acusações esclarecendo que “não há ilusionismo nenhum”: “Quanto a ilusionismo, nós mostramos as cartas todas. Outros escondem o jogo: ainda não foi desta que apareceu a primeira ideia.”, lê-se, repetindo uma das maiores crítica que aponta a Luís Souto.

Proteção costeira na Costa Nova, em Ílhavo, com 1,4 milhões de financiamento
Região

Proteção costeira na Costa Nova, em Ílhavo, com 1,4 milhões de financiamento

O projeto, “Alimentação Artificial a Sul do Esporão da Barra – Ílhavo”, da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), tem uma extensão de intervenção de cerca de 700 metros, na freguesia da Gafanha da Encarnação, concelho de Ílhavo. Segundo o Governo a operação compreende nomeadamente a alimentação artificial da praia, que resulta do aproveitamento de inertes provenientes das dragagens de manutenção do Porto de Aveiro. Tal permitirá repor sedimentos e reforçar o cordão dunar, funcionando como defesa natural contra o avanço do mar. A remoção de esporões obsoletos com o reaproveitamento de materiais para reforço da raiz do esporão sul da Barra, e a relocalização e requalificação de passadiços e paliçadas para regeneração da vegetação dunar são também componentes da operação. Pretende-se, com a iniciativa, responder ao “agravamento da erosão costeira naquele troço, que ameaça o cordão dunar, o passadiço da praia e outras infraestruturas públicas e turísticas da zona da Costa Nova, e resulta também dos impactos recentes de eventos climáticos extremos registados na região”, segundo o comunicado. As medidas “são consistentes” com os princípios do Plano de Ação Litoral XXI, bem como com os compromissos nacionais em matéria de adaptação às alterações climáticas e proteção da faixa costeira, garante o Ministério do Ambiente e Energia. “Esta intervenção representa o que deve ser uma resposta moderna aos riscos costeiros: técnica, célere e ambientalmente sustentável. Estamos a proteger pessoas, bens e património natural com soluções baseadas na natureza e no reaproveitamento de recursos”, disse a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, citada no comunicado. O financiamento é feito pela Agência para o Clima, através do Fundo Ambiental, e a execução pela APA. Em fevereiro passado o mar avançou sobre o cordão dunar, devido às marés e à forte ondulação, destruindo parte do passadiço que liga as praias da Barra e Costa Nova. “Desde 2023 que andamos atrás da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para resolver o problema (do avanço do mar sobre as dunas naquela zona), lamentou na altura o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, João Campolargo.