Universidade de Aveiro lidera projeto para restaurar recifes de ostras
A Universidade de Aveiro (UA) revelou hoje que está a liderar o projeto de “Restauração dos Recifes de Ostras de Portugal” (RePor), com o objetivo de restaurar e reforçar a resiliência dos recifes de ostras nas zonas costeiras portuguesas.
Redação
“O projeto RePor propõe uma abordagem inovadora para restaurar os recifes de ostras que têm vindo a sofrer um acentuado declínio devido à exploração excessiva e à poluição, de forma a recuperar e rentabilizar os benefícios ecológicos, económicos e sociais destes ecossistemas importantes”, explica a universidade em nota de imprensa.
De acordo com o texto, serão desenvolvidas e aplicadas “técnicas inovadoras para aumentar a resiliência das ostras juvenis ('Ostrea edulis'), incluindo o pré-condicionamento a choques térmicos e de salinidade, aliado à modulação do microbioma”. O projeto baseia-se numa plataforma tecnológica composta por malhas poliméricas porosas e biodegradáveis, que permite a libertação controlada de moduladores microbianos, anteriormente desenvolvida pela mesma equipa de investigação.
Após a fase de testes em condições laboratoriais, as ostras tratadas serão transplantadas para áreas da Ria de Aveiro, “onde serão monitorizados indicadores como saúde, crescimento, composição microbiana e taxa de sobrevivência”. “Com este trabalho, espera-se contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes e sustentáveis no restauro de habitats marinhos degradados, com base em soluções biotecnológicas e adaptadas às crescentes pressões ambientais sobre os ecossistemas costeiros”, explica a mesma fonte.
Coordenado pelo investigador Daniel Cleary, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), o RePor é apoiado pelo programa Mar2030, e cofinanciado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e Aquicultura (FEAMPA), no âmbito da ação de Apoio à Proteção e Restauração da Biodiversidade e dos Ecossistemas Marinhos.
O projeto obteve parecer favorável da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), estando alinhado com a Diretiva Quadro Estratégia Marinha e contribuindo para a implementação da Estratégia Ambiental do Atlântico Nordeste da Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR).
Recomendações
AAUAv quer mais apoios e maior flexibilidade para os trabalhadores-estudantes da UA
Em declarações à Ria, Joana Regadas lembrou que muitos estudantes são forçados a trabalhar para sustentar os seus estudos, frequentemente em condições precárias e sem recorrer ao estatuto de trabalhador-estudante. “Muitos acabam por não pedir o estatuto, ou por desconhecimento ou porque o trabalho que têm é precário e não conseguem sequer provar que estão a trabalhar”, referiu. Segundo dados recolhidos junto da UA, tal como avançado pela Ria, a maioria dos estudantes com estatuto são mulheres e frequentam o segundo ciclo de estudos. No entanto, Joana Regadas acredita que o número real é significativamente superior. “A realidade é que está cada vez mais caro frequentar o Ensino Superior, os rendimentos das famílias não têm aumentado, nem têm conseguido equiparar-se àquele que tem sido o aumento das despesas - e já vimos uma diminuição nos candidatos ao Ensino Superior”, alertou. O pedido de estatuto pode atualmente ser feito apenas até 31 de outubro, com validade para um ou dois semestres, dependendo do contrato de trabalho do estudante. Maria João Soares, diretora dos Serviços de Gestão Académica (SGA), justificou a data com a regra que impede os estudantes de reprovarem por faltas após esse ponto do calendário académico. Apesar de compreender esta razão, Joana Regadas insiste na necessidade de adaptar os prazos às necessidades reais dos estudantes. “Muitos estudantes não contam ter essa necessidade [de trabalharem]. Só depois de estarem aqui e perceberem que de facto não conseguem ter uma qualidade de vida ou dar resposta a todas as necessidades financeiras (…) é que percebem que têm de facto de arranjar um trabalho part-time, full-time - e a Universidade tem de conseguir dar resposta a estas necessidades”, afirmou. Preocupada com o aumento de casos de abandono escolar por dificuldades em conciliar trabalho e estudos, a presidente da direção da AAUAv adianta que está a trabalhar com Sandra Soares, vice-reitora para o ensino e formação da UA, e com Pedro Lages, provedor do estudante, para encontrar uma solução. “A ideia é encontrar uma solução que seja fazível, mas que também vá ao encontro das necessidades levantadas pelos estudantes”, referiu. No último Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA), a AAUAv defendeu a criação de dois momentos ao longo do ano letivo para o pedido de estatuto: no primeiro e no segundo semestre. A dirigente associativa reiterou ainda a preocupação com os custos crescentes do Ensino Superior - em particular o alojamento - e as declarações de Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, sobre o descongelamento das propinas a partir do próximo ano letivo. “As propinas são apenas mais uma gota num balde que já está a transbordar. Descongelá-las seria um retrocesso face às conquistas do movimento estudantil”, avisou. Já sobre os artigos de opinião da nova secretária de Estado do Ensino Superior, Cláudia S. Sarrico - nomeadamente a introdução de empréstimos reembolsáveis em função dos rendimentos futuros dos diplomados, tal como defendido num artigo de opinião publicado no Observador a 20 de dezembro de 2022 -, Joana Regadas foi clara: “As declarações são mais preocupantes. Acho que há aqui um desconforto muito grande e o movimento estudantil terá de se unir para mostrar que, de facto, este não é o caminho com o qual vamos compactuar”. Na reta final da entrevista, a presidente da direção da AAUAv, vincou que o “ensino nunca pode estar reservado apenas a alguns”. “Todos devem ter a oportunidade de começar na mesma linha de partida, independentemente das condições socioeconómicas. A UA tem a oportunidade de ser pioneira e exemplo nacional ao antecipar soluções para esta realidade que se agrava a cada ano”, insistiu.
UA inaugura “BIOMEDIC Lab” para reforçar ensino e inovação em Engenharia Biomédica
Localizado no segundo piso do DFis, o BIOMEDIC Lab assume-se como um espaço moderno, “aprazível” e “mais flexível”. No vidro transparente da entrada, destacam-se, em letras pretas e laranjas, as palavras que lhe dão nome. No interior, ressaltam à vista, entre outros aspetos, as várias mesas-redondas e as cadeiras distribuídas ao longo de todo aquele espaço. Em frente à porta de entrada, uma estante exibe diversos equipamentos, como "mãos programáveis" ou um "medidor de tensão arterial", entre outros. Estes dispositivos fazem parte da vasta gama de recursos avançados ali disponíveis, prontos a serem explorados em contexto de aprendizagem prática. Além da inauguração do espaço, o momento contou com uma mostra de projetos desenvolvidos por estudantes da licenciatura em Engenharia Biomédica, no âmbito da unidade curricular “Laboratórios e Engenharia Biomédica”. Entre os trabalhos apresentados, destacou-se o de Leonor Leal e Tiago Castro, estudantes do 2.º ano, que criaram um “estetoscópio digital” capaz de visualizar em tempo real a frequência cardíaca e respiratória. Tiago explicou à Ria que o dispositivo utiliza um “sensor de infravermelhos” para medir as pulsações, e que, através do uso ou não de uma membrana, é possível captar diferentes tipos de vibrações. “Com a membrana conseguimos detetar as vibrações cardíacas a uma distância curta. Sem a membrana, conseguimos medir as respiratórias a uma distância maior”, apontou. Leonor destacou o potencial do projeto em contextos hospitalares, particularmente na triagem. Segundo a estudante, “muitas vezes, os doentes ficam bastante tempo à espera, e com um sistema destes os médicos teriam acesso imediato a dados como a frequência cardíaca e respiratória, mesmo antes da consulta”, justificou. O projeto foi inicialmente desenvolvido no antigo laboratório de Engenharia Física, e Tiago não escondeu algum saudosismo ao afirmar que teria gostado de ter trabalhado já neste novo espaço. “Está bem organizado, é um espaço que nos pertence e onde podemos trabalhar em conjunto. Teria sido muito mais interessante desenvolver este projeto aqui”, exprimiu. Outro projeto que gerou curiosidade entre os que por lá se encontravam foi o de Carolina Guerra, Diogo Santos e Daniela Costa, do 3.º ano. O grupo desenvolveu uma cadeira de rodas controlada pelos movimentos da cabeça, pensada para pessoas com tetraplegia. Diogo partilhou que, depois de várias ideias em cima da mesa, optaram por esta por ser a mais exequível no tempo disponível e responder a uma necessidade real. “Há soluções para paraplégicos que usam as mãos, mas não conhecíamos uma abordagem prática para tetraplégicos que apenas conseguem mover a cabeça e o pescoço”, contou. Grande parte da construção do protótipo foi feita “fora da sala de aula”, sendo os testes realizados nas sessões práticas. Para Diogo, o novo laboratório representa uma melhoria significativa nas condições de trabalho. Comparando com os espaços anteriores, afirmou que “trabalhar numa mesa-redonda facilita muito mais a comunicação entre o grupo. Antes estávamos em filas, dispersos, e com poucos recursos ao alcance. Este espaço vai melhorar não só esta cadeira, como muitas outras”, considerou. Durante a cerimónia, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA, sublinhou o simbolismo do momento com um toque de humor e nostalgia: “Já não cortava uma fita desde o tempo (…) da Nave Multiusos”. “Espero que a seguir a estas salas que venham outras e que elas impulsionem a relação entre a universidade e as empresas”, desejou. João Miguel Dias, diretor do DFis, destacou o percurso que levou à criação deste novo espaço. Lembrou que a formação em Engenharia Biomédica começou na UA em 2016, com um mestrado integrado, e foi-se consolidando com a criação da licenciatura e do mestrado em separado. Mais recentemente, no ano letivo 2023/24, foi lançado o programa doutoral. “Tomámos a iniciativa de criar um laboratório dedicado à biomédica porque acreditamos muito nesta área — é importante para o país e para todos nós”, defendeu. Referindo-se ao espaço, explicou que foi possível requalificar uma zona antes usada para investigação, tornando-a mais “aprazível”, “mais flexível” e totalmente dedicada ao ensino. Aqui, serão lecionadas várias disciplinas e desenvolvidos projetos de mestrado e doutoramento. A realização do “BIOMEDIC Lab” partiu da iniciativa e do apoio financeiro da Sword Health, empresa que nasceu na própria UA e que hoje é uma referência mundial em terapias digitais de saúde. Márcio Colunas, fundador da Sword Health, fez questão de estar presente neste momento simbólico de regresso aquela que considera ser ainda a sua “casa”. “Para mim é um prazer, porque é um voltar a casa. Formei-me aqui, e a Sword nasceu aqui. Hoje desenvolvemos cuidados de saúde apoiados em inteligência artificial, mas queremos manter e reforçar esta ligação com as universidades, especialmente com a Universidade de Aveiro”, vincou. “Há 15 anos, (…) a ligação entre empresas e a Universidade de Aveiro era muito diferente. Queremos cada vez mais essa aproximação”, continuou.
UA lança Centro de Competências para a Gestão de Dados de Investigação
Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, o projeto foi o mais bem classificado entre as “14” candidaturas aprovadas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no âmbito do Programa Nacional de Ciência Aberta e Dados Abertos de Investigação (PNCADAI), inserido no Plano de Recuperação e Resiliência. O UAveiro RDM Center visa oferecer suporte técnico, consultoria e formação em boas práticas de gestão de dados de investigação à comunidade científica da UA. Entre os serviços prestados, destaca-se o apoio à utilização de infraestruturas de publicação de dados, como o repositório institucional DUnAs, bem como o acompanhamento no uso de ferramentas de planeamento e curadoria de dados. O centro atua também como um motor de alinhamento institucional com as diretrizes da European Open Science Cloud (EOSC), promovendo a abertura, transparência e responsabilidade social da ciência. Ao garantir a partilha e preservação dos dados gerados em projetos financiados por fundos públicos nacionais e europeus, o projeto contribui para a consolidação de uma cultura de investigação mais acessível e colaborativa. Para além da criação de políticas institucionais de gestão de dados, o projeto contempla o reforço da capacitação da comunidade académica e científica através de formações específicas. A UA integra ainda uma “rede nacional de data stewards”, profissionais dedicados à gestão de dados de investigação, promovendo “um espaço de partilha, aprendizagem e colaboração”. O projeto, “que decorre até ao final de 2025”, permite à UA “um forte investimento em capacidade de armazenamento e computação, de modo a acomodar as necessidades correntes e de um futuro a médio/longo prazo da sua comunidade científica”, realça ainda a nota. O UAveiro RDM Center resulta de uma colaboração entre diversas unidades da UA, nomeadamente a vice-reitoria para a Investigação, Inovação e Formação de 3.º Ciclo, o Gabinete de Apoio à Investigação, os Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia, e os Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação. O UAveiro RDM Center é um projeto colaborativo entre a vice-reitoria de Investigação, Inovação e Formação de 3.º Ciclo, o Gabinete de Apoio à Investigação, os Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia e os Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação da UA. Também no âmbito do PNCADAI, foi criado um consórcio, o Re.Data, com coordenação da Universidade do Minho, em parceria com a Universidade de Coimbra e participação do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, Instituto Politécnico de Bragança e Universidade Nova de Lisboa, e que tem como missão fomentar uma comunidade nacional dedicada à gestão de dados FAIR, apoiando os 14 centros GDI selecionados pela FCT e assegurando a articulação com a legislação e infraestruturas nacionais e europeias. O ciclo de webinars promovido pelo UAveiro RDM Center arrancou a “12 de junho”.
Universidade de Aveiro desmente declarações “falsas” de Ribau Esteves sobre Nave 'Caixa UA'
A reação da UA surge em comunicado oficial, enviado hoje à Ria, onde se esclarece de forma detalhada a legalidade da infraestrutura, rebatendo diretamente os argumentos apresentados por Ribau Esteves. A Universidade começa por destacar que a Nave Multiusos 'Caixa UA' “é um espaço flexível, destinado a acolher eventos culturais, académicos, científicos e desportivos”, construído para dar resposta a necessidades internas da academia, face à reconhecida “inexistência de equipamentos comparáveis no município”. “Inexistência que ainda hoje se verifica, em contraste com outras capitais de distrito”, relembra. Segundo o esclarecimento, a esmagadora maioria dos eventos realizados na nave não são sequer públicos, sendo sim “eventos internos da própria Universidade de Aveiro”. A UA sublinha ainda que a construção da infraestrutura seguiu todos os trâmites legais, tendo sido viabilizada pelo “mecenato da Caixa Geral de Depósitos” e contando com “visto prévio do Tribunal de Contas”, “sem qualquer derrapagem orçamental” ou de “prazo” - foi concluída em “364 dias”. A Universidade recorda ainda que a inauguração da Nave ‘Caixa UA’, em maio de 2024, contou não só com a presença do primeiro-ministro como do ministro da Educação, Ciência e Inovação, mas também do próprio presidente da Câmara de Aveiro, “numa demonstração clara do reconhecimento institucional da importância deste equipamento para o concelho e para a região”. Sobre a “alegada ilegalidade” da Nave, a Universidade afirmou ainda que a alegação é “falsa” da qual dá ênfase à “indiferença pela verdade ou total ignorância acerca da lei aplicável, ainda para mais no contexto de uma sessão pública e publicamente transmitida de um órgão de governo municipal”. Tal como avançado esta manhã pela Ria, a nota da Universidade cita diretamente o “Regime Jurídico das Instalações Desportivas (RJID)”, concretamente o “artigo 4.º, n.º 3, alínea a)”, do “Decreto-Lei n.º 141/2009”, alterado pelo “Decreto-Lei n.º 110/2012,” onde se estabelece uma “exceção clara” ao afirmar que o “regime estabelecido no presente decreto-lei não se aplica, igualmente, às instalações desportivas que sejam acessórias ou complementares de estabelecimentos em que a atividade desportiva não constitui a função ou serviço principal, sem prejuízo da necessidade de reunirem as condições técnicas gerais e de segurança exigíveis para a respetiva tipologia, nos seguintes casos: a) Instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino, público ou privado, de qualquer grau”, lê-se. Em resumo, a UA acrescenta ainda que “excecionam-se explicitamente as "instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino público””. Assim, a obrigatoriedade de licenciamento por parte do IPDJ não se verifica nesta situação. Face a isto, a Universidade considera “inaceitável” e “falsa” a afirmação de que a infraestrutura constitui um “mau exemplo” ou que “está fora da legalidade”, salientando que a Nave ‘Caixa UA’ tem vindo a demonstrar “o seu valor no acolhimento de múltiplos eventos relevantes para a academia e para a região”. O projeto foi desenvolvido com base num “modelo de financiamento transparente e equilibrado”. No fecho do comunicado, a Universidade de Aveiro reafirma o seu compromisso com “a legalidade, a transparência e o interesse público”, lamentando que as declarações “públicas falsas” possam colocar em causa o “rigor técnico e a responsabilidade institucional que têm orientado este e todos os seus outros projetos”. Recorde-se que o comunicado da UA surgiu em resposta à afirmação de Ribau Esteves onde afirmou, na última Assembleia Municipal, que a infraestrutura universitária “é ilegal” e representa “um mau exemplo”, justificando a acusação com a alegada ausência de parecer obrigatório do IPDJ. No momento, o presidente da Câmara respondia diretamente à sugestão do Partido Socialista (PS) que identificava a Nave Multiusos como um exemplo de eficiência financeira, ao referir que a estrutura custou “oito ou nove milhões de euros” e que, por isso, deveria servir de referência para a Câmara Municipal que adjudicou o novo pavilhão municipal por 22,1 milhões de euros.
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DGS alerta que transmissão do vírus da hepatite A está a aumentar com 504 casos este ano
Esta situação “configura um aumento da transmissão do vírus da hepatite A em Portugal, em linha com a tendência reportada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) sobre surtos ativos em diferentes países europeus”, adiantou a DGS, em comunicado. Do total de 504 casos confirmados de infeção aguda do fígado, 122 estão associados a transmissão através de contacto sexual, distribuídos por várias regiões do país, mas com maior incidência em Lisboa e Vale do Tejo e na Área Metropolitana do Porto, a maioria homens entre os 18 e 44 anos. Além dessa situação, a DGS avançou que foi identificado um segundo surto localizado nas regiões do Algarve, Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo, com transmissão associada a condições deficitárias de salubridade, que tem afetado particularmente crianças. Segundo a direção-geral, a hepatite A é frequentemente assintomática ou ligeira em crianças com menos de cinco anos, mas, em adultos, pode manifestar-se de forma súbita, com sintomas como febre, mal-estar e dor abdominal, sendo a icterícia - coloração amarelada da pele e dos olhos - o sinal mais característico. Não existe uma forma crónica da doença e a infeção confere imunidade vitalícia, salientou também a DGS, garantindo que as autoridades de saúde a nível nacional e subnacional acompanham a situação em permanência, adotando as medidas de saúde pública adequadas para conter a propagação da infeção. Entre estas medidas, a DGS destacou o rastreio e seguimento de contactos, a vacinação pré-exposição dos grupos de risco e ações de educação para a saúde. A DGS adiantou que a vacinação pré-exposição contra o vírus constitui a principal forma de prevenção, sendo especialmente recomendada para pessoas que residem ou viajam para áreas endémicas ou com surtos ativos, com práticas sexuais associadas a risco acrescido de infeção e com doenças crónicas ou outras condições que possam agravar o curso clínico da infeção pelo vírus da hepatite A. A norma da vacinação contra a hepatite A está a ser revista para facilitar o acesso gratuito para os grupos mais vulneráveis da população. Segundo referiu, a vacinação está também disponível em regime de pós-exposição, dirigida a contactos próximos de casos confirmados, conforme as orientações nacionais em vigor e critérios de elegibilidade, com o objetivo de prevenir o aparecimento de casos secundários. Em articulação com organizações da sociedade civil e serviços de saúde sexual, a DGS tem vindo a desenvolver campanhas de informação e sensibilização, difundidas através das suas plataformas digitais e aplicações móveis de encontros.
Beira-Mar recua na criação da sociedade desportiva com Breno Silva
"Disse sempre aos sócios que só colocaríamos a nossa assinatura na escritura de constituição de uma sociedade desportiva se sentíssemos absoluta confiança e segurança no processo. Neste momento, essas condições não estão reunidas", afirmou Nuno Quintaneiro à Ria, sublinhando que a decisão está em linha com o compromisso assumido em Assembleia Geral. A Direção comunicou oficialmente esta sexta-feira a decisão de não avançar com a constituição da sociedade desportiva, através de uma nota publicada no site do clube. No comunicado lê-se que "a Direção do SC Beira-Mar reuniu com o Sr. Breno Dias Silva, num encontro em que participaram também os presidentes da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar do Clube, tendo informado o mesmo que, neste momento, não se encontram reunidas as condições para se avançar com a constituição da Sociedade Desportiva (SD) para o futebol". Confrontado com os pressupostos que terão ficado por cumprir por parte de Breno Silva, o presidente do clube optou por não entrar em detalhes, justificando-se com a sensibilidade da matéria. "Trata-se de uma questão com dimensão jurídica. Para proteger a posição do clube, não me vou pronunciar publicamente sobre esse assunto", declarou. Recorde-se que a notícia já tinha sido anteriormente avançada pela Ria onde, segundo informação recolhida pela redação, a direção do clube tinha mostrado intransigência em abdicar dos pressupostos previamente aprovados em sede própria pelos sócios. Entre as exigências feitas ao investidor, estavam a regularização de compromissos anteriormente assumidos perante o clube, a apresentação de uma garantia bancária e a demonstração de capacidade financeira para assegurar a totalidade do capital social necessário à constituição da sociedade. Apesar do recuo neste processo com Breno Silva, a Direção assegurou que o clube “já se encontra inscrito no Campeonato de Portugal e competirá na época 2025/2026”, embora com “restrições orçamentais”. “À luz do que aconteceu na época passada, em que também arrancamos com muitas restrições orçamentais, vamos procurar construir um grupo forte, competitivo, que dignifique as cores do clube e que também nos garanta, do ponto de vista desportivo, a estabilidade para podermos reiniciar este processo de constituição de uma sociedade desportiva”, afirmou. “Neste momento, o paradigma que temos é (…) de realismo, em que vamos procurar, essencialmente, ser competitivos, sem prometer nenhuma subida de divisão, nem prometer nenhum resultado desportivo em que gostaríamos de ser candidatos, mas nesta altura não estamos em condições de o fazer”, continuou Nuno Quintaneiro. Sem encerrar o dossiê da sociedade desportiva, o presidente do SC Beira-Mar assumiu que, para esta temporada, a constituição da sociedade desportiva já não será possível. “Vejo com muita dificuldade. Aliás, quase que há uma incompatibilidade prática de constituir a sociedade desportiva a tempo da participação no Campeonato de Portugal. (...) A partir do momento em que estejam estabilizados os quadros competitivos da Federação, já não é possível alterar a estrutura formal de um clube para uma SD”, justificou. Com o processo em suspenso, o foco do clube passa agora pela preparação da nova época desportiva. “Dentro das limitações orçamentais que temos, queremos formar um grupo competitivo e garantir condições de estabilidade desportiva, o que também nos permitirá trabalhar a vertente institucional, financeira e organizacional do clube”, afirmou. Ainda assim, Nuno Quintaneiro garantiu que o processo da constituição da sociedade desportiva continuará a ser um dos objetivos estratégicos da direção. “Continuamos com esse objetivo estratégico. (…) Não é por este processo não estar nesta altura no estágio de maturação que vamos desistir”, vincou. Quanto a novos interessados, Nuno Quintaneiro revelou que têm surgido abordagens, “essencialmente, de fora”, mas sem qualquer formalização. “Muitas das abordagens que recebemos são de pessoas que estão no mercado do futebol: agentes, empresários, jogadores, etc. (…) Portanto, pessoas que têm muitos contactos com investidores e que muitas vezes funcionam aqui como intermediários de investidores e que estão no terreno à procura de clubes para realizar esses investimentos e essas parcerias”, avançou. Recorde-se que os pressupostos da sociedade desportivos foram aprovados na Assembleia Geral no dia 22 de novembro de 2024 com um voto contra e duas abstenções. Breno Dias Silva, um empresário de nacionalidade brasileira, residente em Londres, com “vasta experiência na orientação de empresas em processos de expansão internacional” tinha sido o investidor escolhido para a constituição da sociedade desportiva pela direção do SC Beira-Mar. O seu nome foi oficialmente anunciado a 19 de janeiro, numa conferência de imprensa no Auditório António José Bartolomeu, no Estádio Municipal de Aveiro - Mário Duarte, por Nuno Quintaneiro. . Na altura, a proposta de Breno Silva destacou-se pelo “amplo consenso dentro do clube”.
Segurança Rodoviária esclarece que seguro obrigatório não se aplica às trotinetas
As trotinetes e ‘scooters’ elétricas, ‘segways’ e ‘hoverboards’ “não estão sujeitos à obrigação de ser efetuado seguro de responsabilidade civil automóvel como condição de admissão à circulação na via pública”, refere a ANSR, numa nota enviada à Lusa. O esclarecimento da ANSR surge após a PSP ter avançado que, a partir de sexta-feira, passaria a fiscalizar o seguro de responsabilidade civil nas trotinetes elétricas, ‘scooters’ elétricas, ‘segways’ e ‘hoverboard’, uma obrigatoriedade prevista no decreto-lei que transpõe a diretiva comunitária relativa ao seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel. Segundo a ANSR, este decreto-lei, que entra em vigor na sexta-feira, “é aplicável à circulação de qualquer veículo a motor destinado a circular sobre o solo, que não se desloque sobre carris, acionável por uma força mecânica, assim como os seus reboques, ainda que não atrelados”, que tenha uma velocidade máxima de projeto superior a 25 quilómetros por hora ou um peso líquido máximo superior a 25 kg e uma velocidade máxima de projeto superior a 14 quilómetros por hora”, não sendo o diploma aplicável “às cadeiras de rodas destinadas exclusivamente a pessoas com incapacidade física”. Questionado pela Lusa sobre que tipos de veículos estão em causa, a ANSR não especificou quais são. A Segurança Rodoviária sublinha que estão excluídos deste decreto-lei todos os veículos que são, “para efeitos de circulação rodoviária, equiparados a velocípedes, o que significa que a sua admissão à circulação na via pública não depende da realização de seguro de responsabilidade civil nem exige que o seu condutor seja detentor de título de condução”. A ANSR salienta ainda que as trotinetas ou dispositivo de circulação com motor elétrico “com potência máxima contínua superior a 0,25 kW ou que atinja uma velocidade máxima em patamar superior a 25 quilómetros por hora, não estão autorizados a circular na via pública, dado que ainda não foi definido quer o seu regime de circulação quer as suas características técnicas, que têm, ainda, de ser objeto de decreto regulamentar”.
Alcino Canha é o novo candidato do PS à freguesia de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz
Em declarações à Ria, Alcino confessou não estar à espera do convite, admitindo não ter uma ligação política ativa, embora tenha acompanhado a política local ao longo dos anos. “Não sou muito ligado à política, mas tenho confiança no doutor Alberto Souto e quero ajudar, sobretudo a minha freguesia. Há muita coisa a fazer”, disse. Apesar de não ser militante de nenhum partido, Alcino Canha aceitou o desafio por acreditar que pode fazer a diferença. Natural de Oliveira do Bairro e residente há “40 anos” na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, reconhece, no entanto, que não conhece em profundidade as localidades de Requeixo e Nariz. Para colmatar essa lacuna, garante que contará com elementos da sua lista com forte ligação a essas comunidades. “Quero ter nomes importantes em cada terra, que conheçam os problemas e sejam a voz do povo”, afirmou. Mecânico de profissão, Alcino Canha revelou à Ria que esteve ligado à CMA entre “2000 e 2020”, onde foi o “responsável” pelo departamento das BUGA’s. “Fomos nós que arrancámos com as BUGA’s em 2000”, destacou. Sobre as dificuldades da freguesia, Alcino aponta para o estado dos centros de saúde como uma das maiores preocupações. “Estão praticamente inativos. Há muita coisa que precisa de melhorar, mas também não sei se é possível mudar tudo porque também faz parte se a Câmara tem dinheiro, se temos fundos disponíveis, etc”, referiu. Nas últimas eleições autárquicas, realizadas em 2021, a coligação 'Aliança com Aveiro' (PSD/CDS/PPM) venceu esta freguesia com 60,54% dos votos, alcançando sete mandatos. A coligação 'Viva Aveiro' (PS/PAN) ficou em segundo lugar, com 24,83% dos votos e dois mandatos. Face a estes resultados, Alcino reconhece a dificuldade em reverter o cenário, mas mostra-se esperançoso: “É difícil, mas o Chega pode dividir os votos da direita. Poderá ser benéfico para o PS”. Apesar do contexto desfavorável, o candidato socialista promete empenho. “Sempre que trabalhamos é para ter sucesso. Vamos ver se resulta, mas estou convencido que sim que vai funcionar”, realçou. Recorde-se que a Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Aveiro aprovou no dia 26 de maio, em reunião interna, os nomes dos cabeças de lista às dez juntas de freguesia do município para as eleições autárquicas de 2025. A decisão contou apenas com “uma abstenção” numa das propostas. Armando Dias tinha sido anunciado como o candidato do PS à Junta de Freguesia de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz, mas acabou por abdicar do lugar por “questões pessoais supervenientes”, tal como anunciado por Alberto Souto de Miranda, candidato do PS à Câmara de Aveiro, à Ria.