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Estudo da Universidade de Aveiro defende reforço da legislação farmacêutica

Um estudo da Universidade de Aveiro (UA) concluiu ser necessário reforçar a legislação farmacêutica da União Europeia para melhorar a proteção ambiental, divulgou hoje aquela instituição.

Estudo da Universidade de Aveiro defende reforço da legislação farmacêutica
Redação

Redação

16 set 2025, 14:35

O trabalho, desenvolvido pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, no âmbito do Projeto ETERNAL, foca-se no reforço da legislação europeia, “promovendo práticas mais sustentáveis e seguras para o ambiente”. 

Desenvolvido em colaboração com o UK Centre for Ecology & Hydrology (Centro para a Ecologia e Hidrologia do Reino Unido), o estudo analisa a estratégia e as propostas legislativas da União Europeia relativas a produtos farmacêuticos, face “aos riscos potenciais para os ecossistemas e para a saúde humana”. A análise identifica áreas fundamentais onde persistem necessidades de melhoria, nomeadamente a avaliação de misturas de fármacos em vez de substâncias individuais.

São também defendidas “abordagens mais abrangentes para testar e prever efeitos ecológicos, consideração da variabilidade ambiental, e medidas mais rigorosas para reduzir as emissões de fármacos para o ambiente”.

“O estudo sublinha a necessidade de uma legislação adaptativa, que evolua em consonância com os avanços científicos, garantindo uma proteção mais robusta da biodiversidade e da saúde pública”, refere o texto sobre o trabalho, publicado na página oficial da UA.

A contribuição da Universidade de Aveiro foi descrita num artigo científico publicado na revista Environmental Sciences Europe, disponível para consulta online, em co-autoria de Susana Loureiro, Maria Pavlaki, Patrícia Veríssimo Silva e Madalena Vieira, investigadoras do CESAM, no quadro do projeto Horizon Europe ETERNAL.

Com base em conhecimento especializado em modelação de alterações ambientais, sistemas marinhos e terrestres e abordagens One Health (Uma Só Saúde), os autores revisitaram documentos legislativos chave, literatura científica e contributos de várias partes interessadas recolhidos em consultas públicas realizadas entre 2021 e 2023.

Os investigadores esperam que as suas conclusões “apoiem o diálogo entre decisores políticos, comunidade científica e setor industrial, promovendo uma regulamentação farmacêutica mais sustentável na Europa”.

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Exposição ‘O corpo no desenho das identidades’ inaugura na UA e na Casa Dr. Lourenço Peixinho
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Exposição ‘O corpo no desenho das identidades’ inaugura na UA e na Casa Dr. Lourenço Peixinho

Com curadoria de Helena Mendes Pereira, a obra estará patente até 31 de outubro em diferentes espaços da UA - edifício Central e da Reitoria e sala Hélène de Beauvoir na Biblioteca - e na cidade. Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a exposição contará com um programa paralelo de performance e pensamento que pretende mobilizar e envolver a comunidade académica, amplificando o debate público e combatendo a desinformação. “Essas iniciativas decorrem a 22 de outubro”, realça. A Coleção Figueiredo Ribeiro, em fruição pública em Abrantes, no Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA), é uma coleção privada com mais de três milhares de peças, representativa da criação plástica contemporânea das últimas décadas. Apresenta artistas, sobretudo nacionais, de diferentes gerações, havendo uma especial atenção à cena emergente e uma concentração de grandes núcleos de obras de artistas consagrados, núcleos esses representativos dos seus percursos. Nesta exposição serão 21 os artistas representados, nomeadamente, Ana Jotta; André Tecedeiro; Cecília Costa; Constança Clara; Fernão Cruz; Isadora Neves Marques; João Jacinto; João Noutel; João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira; Luísa Cunha; Maria José Cavaco; Pedro Batista; Pedro Henriques; Pedro Paixão; Pedro Pires; Pedro Tudela; Pedro Valdez Cardoso; Sara Bichão; Sara Maia e Tiago Rocha Costa. Citada na nota, Helena Mendes Pereira explica que, neste contexto, a escolha destas obras e artistas “procurou combinar uma metaleitura da abordagem conceptual dos artistas com os espaços que a Universidade de Aveiro colocou à disposição do projeto, valorizar a diversidade de gerações, orientações e géneros, de disciplinas e a possibilidade do estabelecimento de narrativas semióticas entre objetos”. A artista desconstrói ainda que esta exposição pretende fazer refletir sobre “o que é um/o corpo e o que este significa no desenho das identidades”.  “Simultaneamente, propomos uma viagem de descoberta pelos lugares do campus da Universidade e do centro de Aveiro e – porque não – uma visão da História da Arte Contemporânea portuguesa das últimas décadas, através de uma seleção notável de artistas”, conclui Helena Mendes Pereira. A inauguração acontece esta quarta-feira, 17 de setembro, pelas 16h00, na UA, e pelas 17h30, na Casa Dr. Lourenço Peixinho. A mostra poderá ser, posteriormente, visitada de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00, no átrio do edifício central e da reitoria e na sala Hélène Beauvoir da biblioteca da UA. De terça a sábado, das 15h00 às 18h00, estará também disponível na Casa Dr. Lourenço Peixinho. Esta exposição integra-se no ciclo de exposições e conversas “O Desenho como Pensamento”, dirigido artisticamente por Alexandre Batista. Esta mostra é assumida integralmente pela UA, bem como a exposição de Martim Brion que está patente, também neste período, na Casa-projeto instalada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, com o apoio da empresa Perícia. O Ciclo, que é promovido, em coprodução com o município de Águeda, tem nesta 3ª edição a parceria dos municípios de Ílhavo e de Albergaria-a-Velha. Helena Mendes Pereira desenvolve atividade profissional como gestora cultural, curadora, professora e investigadora em práticas e políticas culturais e artísticas contemporâneas. É, desde janeiro de 2017, diretora-geral e curadora da zet gallery, Braga, vinculada ao dstgroup. A curadora iniciou a sua atividade profissional em 2007 na Bienal Internacional de Arte de Cerveira, entidade onde exerce atividade como curadora independente, tendo sido a primeira Diretora Artística mulher, em 2022, da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Coordenou o serviço educativo do World of Discoveries (2013-2016). Fernando Figueiredo Ribeiro foi criando a Coleção Figueiredo Ribeiro ao longo dos últimos 30 anos. Embora com obras de períodos anteriores, trata-se de uma coleção de arte contemporânea portuguesa dos anos 70 até à contemporaneidade. Desde 2017, tem um acordo de comodato com o município de Abrantes.

GrETUA reabre com o espetáculo “I’m Still Excited” de Mário Coelho na próxima terça-feira
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GrETUA reabre com o espetáculo “I’m Still Excited” de Mário Coelho na próxima terça-feira

O espetáculo assinala a reabertura do GrETUA, após a pausa do verão, e integra o mês de integração da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, “I’m Still Excited” explora o fim de uma relação entre duas pessoas, inseridas num cenário de festa, que funciona também como um ensaio de teatro. A peça conta com as interpretações de Mário Coelho, Anabela Ribeiro, Rita Rocha Silva e Pedro Baptista. Os bilhetes para o espetáculo estão disponíveis aqui e têm o custo de seis euros para estudante e de oito euros para não estudante.  Paralelamente, o GrETUA inaugura este trimestre a nova rubrica itinerante de leitura coletiva de textos de teatro: “Boca a Boca”. A iniciativa leva textos teatrais a diferentes espaços da cidade. A atividade conta com o apoio da Câmara de Aveiro. A primeira sessão realiza-se já esta segunda-feira, 15 de setembro, pelas 21h00, na Biblioteca da Universidade de Aveiro, e terá como convidado Mário Coelho, que apresentará o texto de sua autoria “Quando eu morrer vou fazer filmes no inferno”. A entrada é gratuita.

Curso de Medicina da UA só poderá aumentar vagas após acreditação definitiva
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Curso de Medicina da UA só poderá aumentar vagas após acreditação definitiva

A confirmação foi dada na passada segunda-feira, dia 8, durante a sessão de boas-vindas aos novos estudantes. Na cerimónia, estiveram presentes o vice-reitor da UA, Firmino Machado, diretor do curso, mas também os presidentes do Conselho de Administração das Unidades Locais de Saúde (ULS) Região de Aveiro, Gaia/Espinho, Entre Douro e Vouga e Matosinhos, bem como a diretora clínica da área hospitalar da ULS Baixo Mondego e o diretor do Departamento de Ciências Médicas (DCM) da UA. Aos novos estudantes, os oradores deram conta de um curso onde todos os agentes funcionam como “colegas de equipa”. Segundo Francisco Amado, diretor do DCM, a proximidade é clara quando olhamos para o quadro de docentes, uma vez que são mais de 90 os professores que também são médicos nas ULS. Do lado dos estudantes, que tiveram a oportunidade de se apresentar, só aqueles que habitam na região de Aveiro é que colocaram a UA como primeira opção. É o caso de Tiago Silva, de Vale de Cambra, que, em conversa com a Ria, diz que não foi só a proximidade que pesou no momento de decidir que instituição escolher. Indeciso entre Aveiro e Porto, afirma que foi a componente prática e de investigação que o motivou a optar pela UA. Já Bruna Diogo, de Viseu, faz parte do lote de alunos que não ficou colocada na primeira opção. A estudante, que já tinha estudado na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), deu preferência ao curso portuense. Ainda assim, não esconde a satisfação por ter sido colocada em Aveiro, considerando a oportunidade igualmente positiva. Para além de ter interesse na vertente mais prática do curso, Bruna destaca que na UA há um tutor para cada aluno, ao contrário do que acontece noutras instituições em que cada docente fica responsável por vários estudantes. Depois da sessão, Firmino Machado explicou que a avaliação do curso deve terminar durante este ano letivo. Primeiro, em setembro, deve existir um momento de avaliação intercalar, que se prende especialmente com o sistema de gestão de qualidade do curso. Recorde-se que, tal como avançado pela Ria, o Mestrado Integrado em Medicina na UA só avançou em junho de 2024, depois de mais de dez anos e pelo menos três tentativas da universidade para viabilizar o curso.  A avaliação final deverá decorrer em março do próximo ano civil, altura em que será entregue toda a documentação solicitada pela agência de acreditação. Nesse processo, a universidade terá de demonstrar a implementação das recomendações já feitas, como a criação de um transporte dedicado entre a UA e os locais de residência clínica ou o lançamento de um programa doutoral em Medicina. A acreditação só será garantida após um momento de avaliação presencial com um painel que, acredita o vice-reitor, deve integrar responsáveis internacionais. A decisão será tomada com base na documentação apresentada e nas respostas fornecidas pelo curso, permitindo finalmente que o programa deixe de “caminhar com rodinhas”. Tendo por base aquilo que foram os resultados da “Avaliação 360” – recolhidos junto de estudantes, docentes e staff- Firmino Machado considera que a acreditação está bem encaminhada e que foram cumpridas todas as exigências da agência de acreditação. Conforme explica à Ria, foi adotada e treinada uma força docente suficiente e altamente qualificada, assegurado o envolvimento dos estudantes em metodologias ativas de ensino-aprendizagem e criado um painel internacional que acompanha o curso e emite recomendações contínuas. Quem também se mostra otimista é Artur Silva. Nas palavras do vice-reitor, “o grupo de docentes está motivado, os estudantes estão contentes e o advisory board está feliz”. Segundo explica, o relatório a ser apresentado à agência de acreditação vai refletir estes aspetos e, por isso, deve ter uma resposta positiva. Apesar disso, a impossibilidade de aumentar já o número de vagas acabou por “desiludir” o responsável. Por decisão da agência de acreditação, o curso só poderá passar das atuais 40 para 50 vagas após receber a acreditação final. Relembre-se que, após o lançamento do curso com 40 lugares, a reitoria tinha previsto aumentar dez vagas por ano até atingir 100 colocados. Artur Silva conta que “fez as suas reclamações no sítio certo” e lamenta que a UA não tenha conseguido corresponder ao compromisso assumido. O vice-reitor frisa que o aumento do número de vagas seria importante não só para Aveiro, mas para reforçar o Serviço Nacional de Saúde como um todo. Num momento em que, devido à campanha autárquica, a expansão do Hospital de Aveiro tem estado na ordem do dia, também os responsáveis do curso de medicina aguardam um desfecho com expectativa. Firmino Machado explica que é impossível ter um curso de medicina que se desenvolva apenas em contexto universitário e, pela natureza das competências clínicas, é necessário um contexto de saúde. O Centro Académico Clínico é também uma necessidade para a vertente de investigação. Indo além do curso de medicina, Firmino Machado adianta que vai ser possível desenvolver outras dimensões da Escola Médica que também acabam por beneficiar o curso, que, segundo diz, vive num “ecossistema de interface”. Apesar de já ter começado a ser utilizado no final do ano letivo passado, o Teatro Anatómico terá a sua cerimónia de apresentação no decorrer da próxima semana. O diretor do curso de medicina nota que a infraestrutura, desenhada de propósito para a medicina, também acaba por beneficiar outros cursos, como é o caso da engenharia biomédica ou das ciências biomédicas. Firmino Machado destaca ainda a existência do ‘Programa de Doação Cadavérica’. Conforme já foi reportado pela Ria, o programa permite que pessoas da sociedade civil, ainda em vida, solicitem mais tarde a doação do seu cadáver ao ensino. De acordo com o professor, é uma forma de aproximar o curso e a Universidade à comunidade.

Movimento Estudantil Nacional condena “desumana” ofensiva em Gaza e pede sanções para Israel
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Movimento Estudantil Nacional condena “desumana” ofensiva em Gaza e pede sanções para Israel

Na declaração, os estudantes começam por assumir as Instituições de Ensino Superior como “lugares de diálogo, de convivência e de intercâmbio cultural” e, por isso, espaços onde se promove a compreensão mútua, o respeito pela diferença e a cooperação entre os povos. É nesse sentido que o movimento estudantil nacional assume uma “profunda preocupação com a escalada de violência em Gaza e noutras regiões”. Embora reconheça o direito dos Estados à sua defesa e soberania, é defendido que “a dimensão e natureza da ofensiva em Gaza ultrapassam há muito qualquer justificação possível”. Nas palavras dos estudantes, “não se responde a horror com mais horror”. Na declaração assinala-se que, desde outubro de 2023, já foram assassinadas ou ficaram gravemente feridas mais de 50 mil crianças na Faixa de Gaza e que a esmagadora maioria dos estabelecimentos de ensino foi destruída. “O que se vive é a negação absoluta de dignidade humana e do direito à vida. É vil, é terrível, é desumano – e não temos, sob pretexto algum, o direito de permanecer em silêncio”. Como tal, as Federações e Associações Académicas e de Estudantes formalizaram uma série de exigências ao Governo e à União Europeia. Em primeiro lugar, apelam a que “condenem firmemente de qualquer forma de violência e abuso contra crianças e jovens em zonas de conflito, exigindo o cumprimento integral da Lei Humanitária Internacional, relativa à proteção das pessoas civis em tempos de guerra”. Depois, os estudantes pedem “sanções diplomáticas, económicas e políticas” a Israel enquanto persistirem violações do direito internacional e do direito internacional humanitário. O objetivo é garantir que a comunidade internacional não continua cúmplice por inação. Do ponto de vista da ajuda humanitária, o movimento pede a implementação de programas de apoio ao bem-estar com a garantia de alimentação e cuidados transversais de saúde. Da mesma forma, exigem programas educativos e de apoio psicológico destinados a crianças e jovens afetados, que garantam a sua reintegração segura e saudável em sociedade. Assegurando a aplicação do Decreto-Lei n.º 62/2018, de 6 de agosto, os estudantes querem que seja concedida proteção temporária a estudantes deslocados de zonas afetadas através da atribuição do estatuto de estudante em situação de emergência, por razões humanitárias.  Por último, o movimento estudantil nacional defende a criação de programas específicos de acolhimento e integração de estudantes, investigadores e docentes com reforço da cooperação académica com a Autoridade Nacional Palestiniana. Essa cooperação deve acontecer de forma a ser internacionalmente reconhecida através da atribuição de vistos, bolsas de estudo e de investigação. A ideia será “contribuir para a formação avançada e para a reconstrução e consolidação de uma futura estrutura institucional mais sólida na Palestina”. O documento aprovado em ENDA foi proposto pelas Associações Académicas da Universidade de Aveiro, de Coimbra, da Universidade da Madeira, da Universidade do Algarve, da Universidade da Beira Interior, da Universidade de Évora, da Universidade do Minho e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Juntam-se também como proponentes as Federações Académicas de Lisboa e Porto, a Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico e a Federação Nacional do Ensino Superior Privado e Cooperativo. Os destinatários elencados pelo Movimento Estudantil Nacional são o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação, o Ministério da Cultura, Juventude e Desporto, o Conselho Nacional da Educação, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e a Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado.

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Capicua, Ana Deus e dezenas de autores nos 10 anos do Festival Literário de Ovar
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Capicua, Ana Deus e dezenas de autores nos 10 anos do Festival Literário de Ovar

Com entrada livre em todas as iniciativas do programa, o evento do distrito de Aveiro é organizado pela Câmara Municipal local e propõe uma edição comemorativa “mais alargada, participativa e profundamente ligada ao território e ao seu tempo”. Domingos Silva, presidente da Câmara de Ovar, declarou à Lusa que, ao fim de 10 anos e 11 edições, o festival está “totalmente consolidado” e acrescenta: “Se é verdade que o Festival Literário de Ovar é hoje uma efetiva celebração do concelho, que durante cinco dias se transforma numa verdadeira biblioteca viva, também tem a ambição de continuar a reinventar-se, na certeza da sua valia cultural, social e económica da proposta neste caminho dinâmico e eterno de aproximar a literatura dos leitores”. O autarca defende, por isso, que o futuro do evento passa por “continuar a crescer e a reinventar novas formas de promover a leitura e a partilha de momentos culturais diferenciadores e identitários”. Distribuída por locais como o Parque Urbano de Ovar, o Centro de Arte, a Escola de Artes e Ofícios, o Museu Júlio Dinis e o Parque Ambiental do Buçaquinho, a edição do 2025 do Festival Literário de Ovar propõe para o seu primeiro dia uma instalação sonora de Tiago Schwäbl, uma mesa-redonda sobre a relação entre criação artística e obra literária, uma performance teatral pela companhia Contacto, uma conversa entre os músicos Capicua e Luís Portugal, e um concerto por Carlos Alberto Moniz. Para quinta-feira está prevista a apresentação do livro de Daniel Pinto-Rodrigues “O corregedor interior”, assim como uma conferência sobre literatura enquanto processo de libertação e o concerto “Canções para beber com Pessoa”, de Ana Deus e Luca Argel. O dia seguinte está reservado para uma performance do Trigo Limpo Teatro ACERT, uma oficina de leitura e escrita por Paulo Freixinho, a apresentação dos livros “Um pouco mais de sol” de Abel Mota e “Phosphoros (100 amorfos)” de António Carlos Santos, uma conferência sobre a relação do festival com o território e outra sobre o potencial anti-poder da cultura – tudo antes do concerto “Anónimos de Abril” com Joana Alegre, Rogério Charraz e José Fialho Gouveia. Sábado será dedicado à entrega de prémios do Concurso Literário e de Ilustração Júlio Dinis, a oficinas de ilustração por Nuno Alexandre Vieira e aRita, e à apresentação dos livros “Truz Truz, abre a porta, avestruz”, de Vera Morgado, “Patrulha Raposa – Vigilantes da floresta”, de Diana de Oliveira, “Agora sou capaz”, de Ricardo Santos e Joana Nogueira, e “Cartografia”, de Minês Castanheira e Raquel Patriarca. No mesmo dia haverá mais teatro do Trigo Limpo, uma sessão de contos por Luís Correia Carmelo, uma mesa-redonda sobre vaidade e inveja, outra sobre amizade e dinheiro, e uma terceira sobre obstinação na escrita, sendo que para a noite está reservada uma sessão de “Poesia a meias” e o espetáculo “Para atravessar contigo o deserto do mundo”, com Lúcia Moniz e Pedro Lamares. O festival encerra domingo com várias outras atividades: além de teatro profissional e cinema por estudantes locais, incluirá sessões de contos por Cândida Jardim e Paula Margato, oficinas de ilustração por Matilde Horta e Rita Correia, e a apresentação dos livros “O descabido caso dos livros desaparecidos” de Carlos Nuno Granja, “A dança dos pássaros invisíveis” de Edgar Pedro, “O rufo do tambor que levamos no peito” de Rui Guedes e os títulos da coleção “Colégio do Templo” de Nuno Bernardo. As mesas redondas desse dia, por sua vez, contarão com os autores Vanessa Martins, Alice Caetano, Joana Leitão Cristina Carvalho, José Manuel Castanheira, Madalena Sá Fernandes, Manuel Frias Martins e Rui Couceiro.

CDU Aveiro apresenta programa eleitoral com foco em habitação, cultura, transportes e desporto
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CDU Aveiro apresenta programa eleitoral com foco em habitação, cultura, transportes e desporto

“Há toda uma panóplia de medidas que podem e devem ser postas em marcha. Claro que não é de um dia para o outro, tudo leva o seu tempo e nós temos compromisso e assumindo o compromisso que queremos cumprir, tem de ser dado o tempo necessário para que todas estas medidas possam ser implementadas”, frisou Isabel Tavares. Segundo a cabeça de lista, o projeto está “alicerçado num conjunto de medidas necessárias à população”. Questionada pelos jornalistas sobre o que distingue a CDU dos restantes partidos, a cabeça de lista foi clara: “A carência habitacional que se vive no concelho, a questão dos transportes públicos que não dão resposta às necessidades da população, o desporto que está deixado de parte e a cultura nem se fala… Uma cidade viva tem de ter cultura e nós queremos que Aveiro tenha resposta também nestas vertentes”, exprimiu. Ao longo de 23 páginas do seu programa eleitoral, a CDU propõe para enfrentar o problema da habitação, entre outras propostas, um reforço da habitação social e cooperativa, a criação de novas cooperativas de moradores e o combate aos imóveis devolutos. A coligação quer ainda que 20% dos fogos em novos empreendimentos sejam destinados a custos controlados, além de programas de habitação jovem nos centros urbanos e históricos. No campo da cultura, a CDU defende um Teatro Aveirense mais aberto às produções locais, a criação de ateliers municipais coletivos para artistas e uma aposta forte na valorização do património histórico, cultural e industrial da cidade. No campo da mobilidade, a CDU compromete-se a municipalizar os transportes rodoviários, reduzir tarifas e caminhar para a gratuitidade progressiva. O programa inclui ainda a requalificação da Linha do Vouga, a expansão das ciclovias e o reforço das ligações fluviais a São Jacinto. O desporto é outra das áreas em destaque. A CDU propõe a construção de um pavilhão multiusos com capacidade para 3000 pessoas (no mínimo) e de um complexo de piscinas municipais, incluindo uma piscina olímpica. Quer ainda apoiar o desporto escolar e de formação, criar um parque para desportos radicais e valorizar o CAR-Surf de São Jacinto. Quanto às acessibilidades, o programa insiste na conclusão da ligação sul à A1, na valorização da Linha do Vouga e na recuperação das estradas e passeios degradados. A CDU quer também mais percursos pedonais e cicláveis e uma gestão do estacionamento que dê prioridade aos residentes. Para além das propostas, o programa eleitoral da CDU aponta também críticas à atual gestão camarária, acusando-a de manter uma “dívida relevante, fruto de décadas de irresponsabilidade política na gestão do património e das finanças municipais, com projeção no presente e futuro”. “Mantemos hoje uma câmara à deriva, que foi abdicando ao longo das últimas décadas das suas principais competências, privatizando serviços, na maior parte dos casos de forma ruinosa, desde os resíduos sólidos urbanos à água, do saneamento aos transportes”, lê-se no documento. Confrontada com estas críticas, Isabel Tavares explicou que este tipo de afirmações tem a ver com o tipo de investimento que foi feito no município, “que foi sempre em prol dos privados e em prol da obra que não traz benefícios para os aveirenses”. Como exemplos apontou a obra do Rossio ou da Avenida Lourenço Peixinho. “Há um conjunto de obra feita no Município que não veio reforçar, nem dar aos aveirenses aquilo que era necessário. Veio descaraterizar. É betão em cima de betão”, atentou, insistindo que houve dinheiro “mal investido”. “Os aveirenses não estão libertos de continuar a pagar a dívida que veio no passado. Ribau Esteves a sair da Câmara Municipal propõe honorar Aveiro com mais um empréstimo para a construção do pavilhão municipal”, continuou Nuno Teixeira. Sobre a dispersão de votos à esquerda com a entrada do LIVRE Aveiro nas eleições autárquicas, Isabel Tavares recordou que a CDU tem um projeto “próprio, virado para aquilo que são as necessidades de Aveiro, dos aveirenses e daqueles que cá querem viver”. “Estamos disponíveis para trabalhar com todos desde que tenhamos voz e que nos deem essa voz para podermos fazer esse trabalho”, afirmou. Recorde-se que nas eleições autárquicas de 2021, a CDU obteve 3,34% dos votos, contra os 51,26% alcançados pela coligação PSD/CDS/PPM, que conquistou a liderança da Câmara. Questionados ainda sobre a possibilidade de o Partido Socialista (PS) chegar ao poder e se seria mais fácil para a CDU estar “alinhada”, Nuno Teixeira explicou que, no caso da revogação do Plano de Pormenor do Cais do Paraíso, o partido estará ao lado da proposta. Ainda assim, recordou que, em outras ocasiões, como nas votações [em Assembleia Municipal] sobre as portagens da A25 ou sobre os artistas de rua, o PS votou “contra”. “Sempre dissemos: todas as propostas que sejam em prol da população, a CDU lá estará”, sublinhou. “Não nos fechamos ao diálogo com ninguém, estamos abertos ao diálogo, mas sempre nesta perspetiva”, completou Isabel Tavares.

Autárquicas: IL Aveiro apresenta programa eleitoral esta quarta-feira
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Autárquicas: IL Aveiro apresenta programa eleitoral esta quarta-feira

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a sessão será conduzida por Miguel Gomes, candidato da IL à Câmara Municipal de Aveiro, que apresentará as principais propostas do partido para as áreas de: “Educação; Segurança e Proteção Civil; Serviços Urbanos e Gestão do Espaço Publico; Mobilidade e Transportes; Obras Particulares; Ambiente e Sustentabilidade; Cidadania Juventude e Seniores; Cultura; Saúde; Toponímia e História Urbana; Economia, Turismo e Habitação; Habitação Social; Multiculturalismo; Mercados e Feiras; Obras Municipais; Planeamento e Ordenamento e Desporto”. “A Iniciativa Liberal acredita que Aveiro merece mais ambição e mais liberdade. Este programa é o resultado de um trabalho sério, com propostas concretas e realistas, pensadas para responder às necessidades das famílias, dos jovens, das empresas e das freguesias”, realça. O evento contará ainda com a presença de Hugo Condesa, gestor e empreendedor comprometido com a transformação do país. Licenciado em Economia e mestre em Gestão de Empresas, Hugo Condesa “é uma voz ativa na defesa de uma verdadeira descentralização de funções e competências do Estado central para os Municípios, alinhada com a visão da Iniciativa Liberal de uma governação mais próxima, eficaz e livre”, esclarece a nota.

Governo disponibiliza 30 milhões de euros para reforçar reciclagem
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Governo disponibiliza 30 milhões de euros para reforçar reciclagem

Em comunicado o Ministério do Ambiente e Energia avança que, através da Agência para o Clima, lançou hoje o aviso para o aumento da capacidade de reciclagem e valorização de resíduos. É um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no quadro do regulamento europeu (plano energético) REPowerEU, e destina-se, precisa o comunicado, “a acelerar a economia circular em Portugal e a contribuir para a neutralidade carbónica até 2050”. A instalação e a modernização de linhas de triagem de embalagens, a aquisição de viaturas elétricas e de contentores para recolha seletiva, a criação ou reforço de centrais de compostagem de biorresíduos e a implementação de sistemas de tratamento de águas residuais em instalações de resíduos são alguns dos investimentos que podem ser feitos. Segundo o aviso, a taxa de comparticipação é até 100% e os projetos selecionados devem estar concluídos até 31 de dezembro de 2025. As candidaturas decorrem entre 23 de setembro e 22 de outubro. O objetivo é promover a valorização de resíduos, reduzindo a deposição em aterro, e contribuir para as metas do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU2030) e da União Europeia. A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, diz, citada no comunicado, que o investimento agora anunciado é “um passo decisivo para acelerar a economia circular em Portugal, garantindo mais reciclagem, menos aterro e maior valorização dos recursos, em linha com as metas europeias e nacionais”. “Portugal tem de transformar os resíduos em oportunidades, reduzindo a dependência de matérias-primas virgens, promovendo a inovação e criando valor económico e ambiental em todo o território”, acrescenta. O Ministério recorda as metas em questão, de reciclar pelo menos 55% dos resíduos urbanos até 2025, 60% até 2030 e 65% até 2035, enquanto se reduz a deposição em aterro para 10% em 2035. O aviso destina-se aos sistemas de gestão de resíduos urbanos (SGRU) concessionados ao abrigo do PERSU2030, que asseguram a gestão de resíduos de milhões de pessoas em todo o país. São a Ambilital – Investimentos Ambientais no Alentejo; LIPOR – Associação de Municípios para a Gestão Sustentável de Resíduos do Grande Porto; Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão; Resialentejo – Tratamento e Valorização de Resíduos, e a EGF, através dos seus 11 sistemas associados (Algar, Amarsul, Ersuc, Resiestrela, Resulima, Suldouro, Valnor, Valorlis, Valorminho, Valorsul e Resinorte).