Câmara de Aveiro adjudica construção de pavilhão municipal por 22 milhões de euros
A Câmara de Aveiro adjudicou esta quinta-feira, após o terceiro concurso público, a empreitada de construção do novo Pavilhão Municipal - Oficina do Desporto, num investimento de mais de 22 milhões de euros.
Redação
A empreitada foi adjudicada durante a reunião do executivo municipal por 22.103.700,20 euros, abaixo do preço base do concurso que tinha sido fixado em preço base de 22.790.000 euros, e com um prazo de execução de 540 dias.
A proposta de adjudicação foi aprovada com os votos da maioria PSD/CDS-PP e os votos contra dos três vereadores do PS, que também já tinham votado contra a abertura do concurso. Esta foi a terceira tentativa da autarquia para adjudicar a obra, depois de nos dois procedimentos anteriores, as empresas interessadas não terem cumprido os critérios para adjudicação dos respetivos concursos.
O novo pavilhão a construir junto ao Estádio Municipal de Aveiro tem sido alvo de contestação por parte do candidato do PS à Câmara de Aveiro, Alberto Souto de Miranda, que fala num "erro estratégico colossal" do atual executivo , por entender que esta infraestrutura "não serve os interesses de Aveiro".
Segundo a autarquia, o novo pavilhão desportivo "pretende dar resposta às necessidades da comunidade aveirense", com especial destaque para os programas de "Desporto para os Cidadãos" que a câmara quer desenvolver, e para as associações desportivas com modalidades de pavilhão.
O novo pavilhão, que ficará situado junto ao Estádio Municipal de Aveiro/Mário Duarte, será dotado de quatro campos polidesportivos (para a prática de diversos desportos coletivos), sendo um desses campos envolvido por bancadas, com uma capacidade para receber público num total de 2.500 pessoas.
Para além dos campos com as respetivas medidas oficiais de cada modalidade, o pavilhão terá um ginásio polivalente (para modalidades individuais), instalações adequadas para os técnicos/treinadores, instalações para uso dos clubes/associações, zonas diversas de apoio, salas para reabilitação de atletas, salas de formação, auditório e sala de estudo.
De igual modo, existirá uma área afeta para a equipa da câmara que fará a gestão do equipamento e gestão desportiva municipal, bem como áreas que poderão ser concessionadas, nomeadamente bares de apoio, ginásio e clínica de fisioterapia.
Recomendações
Cineasta aveirense Manuel Paula Dias morre aos 90 anos
“Faleceu o cineasta aveirense Manuel Paula Dias, que iria completar 91 anos no próximo dia de Natal. Figura ímpar da memória cultural de Aveiro, dividiu a sua longa vida entre a indústria de fundição — onde trabalhou desde muito cedo — e o cinema, que assumiu como paixão profunda e constante”, afirmou o Cine Clube numa nota enviada à agência Lusa. Manuel Paula Dias filmou, sobretudo, nas décadas de 1960 e 1970, recorrendo aos formatos reduzidos característicos do cinema amador da época e, através da sua câmara, “documentou como poucos a vida da cidade, da região e da ria de Aveiro, criando um vasto e valioso arquivo audiovisual que preserva tradições, paisagens e modos de vida hoje desaparecidos”. Na nota de imprensa, o Cine Clube de Avanca, com sede em Estarreja, no distrito de Aveiro, destaca que Manuel Paula Dias “deixa um legado maior no cinema documental português e uma memória artística profundamente entrelaçada com a história de Aveiro e da sua gente”. “A sua obra mais conhecida, o documentário “Sal, Duro Sal”, capta com intensidade e autenticidade a dureza do trabalho nas marinhas de sal aveirenses. Este filme, juntamente com outros da sua autoria, integrou a retrospetiva que o 3º Mar Film Festival lhe dedicou em 2019, no Museu Marítimo de Ílhavo”, destacou o documento. Em 2013, tinha também sido exibido no ciclo “Fitas da Ria”, organizado pelo grupo “uariadeaveiro” da Universidade de Aveiro e apresentado no Teatro Aveirense. Nesse mesmo ano, o RIOS – 2º Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia, realizado em Vila Real por Anabela Branco de Oliveira, acolheu uma retrospetiva dedicada ao cinema de Aveiro, exibindo “Sal, Duro Sal” e “Um Olhar Diferente pela Ria de Aveiro”, contribuindo para dar nova visibilidade à sua obra. Em 2009, Manuel Paula Dias realizou um remake de “Decomposição”, um filme originalmente rodado em 1972, uma ficção experimental que, no seu início, “relembra as dificuldades que o cinema amador e independente enfrentava com a ação da censura”. “Em colaboração com Ernesto Barros, realizou ainda ‘Derrame’, filme rodado em 1975 e concluído em 1977, que inclui imagens únicas do funeral do soldado morto no assalto à sede de Aveiro do Partido Comunista Português, num momento particularmente tenso do pós-Revolução”, lê-se. O Cine Clube de Avanca realçou ainda que Manuel Paula Dias e Ernesto Barros integraram o chamado “Grupo de Aveiro”, núcleo que marcou o cinema não-profissional português dos anos 60 e 70, ao lado de nomes como Vasco Branco e Manuel Matos Barbosa. “Este grupo deixou um importante legado fílmico profundamente ligado à identidade cultural de Aveiro e da sua região”, considerou o Cine Clube. O “AVANCA – Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia”, festival no qual participou várias vezes como membro de júris da competição internacional, homenageou, em 2014, o cineasta. Em 2018 foi igualmente júri do “Paisagens – Festival Internacional de Cinema de Sever do Vouga”, continuando a ser reconhecido pela sua experiência e contributo. “Nos últimos anos, dedicava-se à escrita de um livro sobre a história da sua família e o início da indústria de fundição em Aveiro — um relato marcado pelo episódio dramático de um avião que, saído da Base Aérea de São Jacinto, se despenhou nos terrenos pertencentes ao seu pai”, escreveu o Cine Clube de Avanca que lamentou a morte do cineasta.
Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta
Tanto no passado dia 24 de outubro como na última sexta-feira, dia 7, as duas sessões de instalação dos novos órgãos autárquicos na freguesia de Aradas duraram pouco mais de meia hora. Em ambos os casos, a oposição presente na Assembleia de Freguesia - composta por três membros do movimento ‘Sentir Aradas’, três membros do PS e um membro do Chega - rejeitou o nome proposto para assumir a posição de primeiro vogal do executivo e obrigou Catarina Barreto a suspender os trabalhos. Passados cinco dias desde a última Assembleia, a presidente da Junta voltou a convocar nova reunião, mas, segundo as forças da oposição ouvidas, não há novidades. Do lado do ‘Sentir Aradas’, Gilberto Ferreira afirma que “não recebeu qualquer contacto do executivo”, mas espera que a marcação de uma nova reunião seja sinónimo de novidades. “Se [a presidente] achou por bem marcar a reunião, é porque fez alguma tentativa para desbloquear a situação”, conclui. Sónia Aires, que foi a primeira candidata da lista do PS à freguesia, também afirma não ter sido contactada pela presidente, pelo que não há nada que possa mudar em relação à última Assembleia. Ricardo Nascimento, membro eleito pelo Chega, assume um discurso semelhante e diz que até agora também não houve qualquer contacto da parte do executivo. O vereador Diogo Machado, eleito pelo Chega, não seguiu a mesma linha e, quando questionado sobre eventuais negociações, optou por não fazer comentários. Recorde-se que, na semana passada, quando foi noticiado pelo Diário de Aveiro um acordo entre a ‘Aliança com Aveiro’ e o Chega para viabilização do executivo - entretanto desmentido -, o também vereador na Câmara Municipal de Aveiro (CMA) garantiu à Ria que “naquele momento, não havia acordo”. A Ria procurou também tentar falar com Catarina Barreto, mas não obteve resposta. À margem da reunião de executivo municipal da passada quinta-feira, dia 13, Luís Souto mostrou-se confiante na resolução dos problemas na Junta de Freguesia. Nas suas palavras, a situação “vai-se resolver com o bom senso das pessoas”. Na análise ao caso, o autarca estabeleceu uma comparação entre a freguesia aveirense e os Estados Unidos da América, que viu a atividade do seu governo paralisada ao longo de 43 dias: “Os EUA parados […] é muito pior do que a crise de Aradas e não morreu ninguém, já está resolvido”. A Ria falou também com Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD em Aveiro, que “lamenta que ainda não tenha sido possível chegar a uma base de entendimento”. O responsável, que se mostra disponível para ajudar a chegar a “bom porto”, enaltece que Aradas não pode ser palco para uma “guerra política” ou para uma “guerra pessoal”, salientando que quem fica prejudicado é a freguesia. Sobre as exigências feitas pelos partidos da oposição - nomeadamente, sobre a auditoria financeira independente que é pedida - Firmino Ferreira aponta que é necessário saber exatamente o que procuram os partidos. “Ninguém pode estar contra que haja uma clarificação, a própria presidente estará garantidamente disponível. Mas é preciso também que lhe seja dito o que é preciso em concreto”, aponta, salientando também que “as auditorias podem custar um valor irrisório ou uma fortuna”. O responsável do PSD nota que existe vontade das partes para chegar a um entendimento, mas aponta que “parece que cada um acha que tudo é impossível porque ou é como se pretende ou nada feito”. Segundo considera, “as pessoas têm obrigatoriamente de ceder” devido à importância que atribuem ao estabelecer um acordo.
KAREN MAERSK torna-se no maior navio a atracar no Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Aveiro
O navio, que se encontra a realizar operações de descarga e deve seguir hoje com destino a Roterdão, nos Países Baixos, tem quase 184 metros de comprimento e 28 metros de largura. Numa operação da PRIO, a embarcação chegou ao Porto de Aveiro com cerca de 24 mil toneladas de combustível com origem no Médio Oriente. Segundo apontam os responsáveis, “a escala deste navio demonstra a capacidade operacional e a competitividade do Terminal de Granéis Líquidos […] no ano passado, o Porto de Aveiro substituiu as defensas e cabeços de amarração da Ponte Cais 26, precisamente com o objetivo de dotar esta infraestrutura das condições necessárias para receber navios até 40 mil toneladas de deslocamento. Com a conclusão da obra, o Porto de Aveiro passou a poder receber navios de maior porte, com total segurança, dando resposta às necessidades crescentes do mercado”.
Espetáculo “Penso, Logo Danço” estreia amanhã no Teatro Aveirense
Conforme escrevem os responsáveis, a obra “apresenta a dança como extensão do pensamento, mostrando como a arte nos ajuda a observar, questionar e compreender o mundo”. Com a parte musical a cargo do maestro Jan Wierzba e com coreografia da responsabilidade de Lara Pereira, o espetáculo quer “aproximar crianças e jovens da música e da dança, enquanto linguagens de expressão, pensamento crítico e sensibilidade cultural”.
Últimas
Ex-reitor da UA Júlio Pedrosa é o mandatário da candidatura de António José Seguro em Aveiro
Segundo explica o mandatário, “o apoio à candidatura do Doutor António José Seguro à Presidência da República decorre do conhecimento que tenho do seu percurso pessoal, profissional e político, feito com desprendimento, com coerência, conhecimento do País na sua diversidade humana, territorial e social, bem das sua capacidades e competências”. Júlio Pedrosa adianta ainda que, “nos tempos que vivemos, a confiança mútua é um bem escasso e António José Seguro é um cidadão em que se pode confiar, acreditando que, sendo eleito Presidente, ele servirá o País e os Portugueses com toda a atenção e empenho”. Como reitor da UA, o Júlio Pedrosa assumiu o papel de presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) entre 1998 e 2001, tendo estado por isso envolvido nas atividades da Confederação dos Conselhos de Reitores Europeus (CRE) nomeadamente nos trabalhos de institucionalização da Associação de Universidades Europeias (EUA). Júlio Pedrosa fez parte do XIV Governo Constitucional de Portugal entre 2001 e 2002 como ministro da Educação, tendo sido o terceiro do executivo liderado por António Guterres, depois de Guilherme d’Oliveira Martins e de Augusto Santos Silva. O mandatário de António José Seguro já foi agraciado com distinções como a Grã-Cruz da Ordem de Instrução Pública, em 2009, o diploma de reconhecimento de mérito profissional do Rotary Club de Aveiro, em 2003, ou a medalha de mérito municipal do Município de Aveiro, em 2002.
Anadia cria gabinete de apoio à migração e internacionalização até final do ano
“Queremos apostar e investir muito naquilo que é a relação com a nossa emigração, os nossos emigrantes, que têm uma ligação muito forte a Anadia e que estão pelo mundo inteiro. Temos, primeiro, de garantir que esta ligação não se quebre e que haja vontade de eles manterem esta relação com a sua origem”, apontou, em declarações à agência Lusa. O gabinete de apoio à migração e internacionalização deverá ser criado até ao final do ano e servirá para ajudar os emigrantes, mas também os imigrantes. “Iremos apoiá-los [aos emigrantes] quando eles cá vêm, ajudando-os naqueles que são os seus problemas aqui, estando eles fora. E, depois, também aproveitarmo-nos um bocadinho deles, aproveitarmos o lado positivo, que é transformá-los em embaixadores de Anadia, da nossa economia, das nossas empresas, da nossa cultura”. Segundo o autarca, este gabinete irá também ajudar e apoiar os imigrantes a integrarem-se. “Precisamos de ajudar e que se sintam em casa aqueles que são imigrantes e que escolheram a Anadia para viver. Nós precisamos deles cá”. À Lusa, Jorge Sampaio disse ainda que o seu concelho tem uma grande comunidade de imigrantes, sendo exemplo disso o elevado número de alunos imigrantes que frequentam as escolas do Agrupamento de Anadia. “Só o Agrupamento de Escolas da Anadia tem 600 alunos não portugueses de 43 países”, num universo total de quase 4.000 alunos. “E se formos à nossa Escola Profissional, que tem quase 300 alunos, metade são não portugueses. Tantas vezes isto é visto como um problema, mas eu gosto de ver isto como uma coisa extremamente positiva: o cruzar de culturas, esta globalização que os nossos alunos, logo desde miúdos, se começam a habituar a ter, porque no futuro eles vão ser cidadãos do mundo”. Neste gabinete irão encontrar resposta em termos de integração “na parte da formação, da qualificação e da língua”. “Como podem integrar os seus filhos nas escolas, como se podem integrar nas empresas, trabalhar a parte da empregabilidade, da habitação”, acrescentou. O presidente da Câmara de Anadia disse ainda que pretendem “levar jovens e menos jovens ao mundo”, através do Programa Erasmus e de outros programas que existam.
Cineasta aveirense Manuel Paula Dias morre aos 90 anos
“Faleceu o cineasta aveirense Manuel Paula Dias, que iria completar 91 anos no próximo dia de Natal. Figura ímpar da memória cultural de Aveiro, dividiu a sua longa vida entre a indústria de fundição — onde trabalhou desde muito cedo — e o cinema, que assumiu como paixão profunda e constante”, afirmou o Cine Clube numa nota enviada à agência Lusa. Manuel Paula Dias filmou, sobretudo, nas décadas de 1960 e 1970, recorrendo aos formatos reduzidos característicos do cinema amador da época e, através da sua câmara, “documentou como poucos a vida da cidade, da região e da ria de Aveiro, criando um vasto e valioso arquivo audiovisual que preserva tradições, paisagens e modos de vida hoje desaparecidos”. Na nota de imprensa, o Cine Clube de Avanca, com sede em Estarreja, no distrito de Aveiro, destaca que Manuel Paula Dias “deixa um legado maior no cinema documental português e uma memória artística profundamente entrelaçada com a história de Aveiro e da sua gente”. “A sua obra mais conhecida, o documentário “Sal, Duro Sal”, capta com intensidade e autenticidade a dureza do trabalho nas marinhas de sal aveirenses. Este filme, juntamente com outros da sua autoria, integrou a retrospetiva que o 3º Mar Film Festival lhe dedicou em 2019, no Museu Marítimo de Ílhavo”, destacou o documento. Em 2013, tinha também sido exibido no ciclo “Fitas da Ria”, organizado pelo grupo “uariadeaveiro” da Universidade de Aveiro e apresentado no Teatro Aveirense. Nesse mesmo ano, o RIOS – 2º Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia, realizado em Vila Real por Anabela Branco de Oliveira, acolheu uma retrospetiva dedicada ao cinema de Aveiro, exibindo “Sal, Duro Sal” e “Um Olhar Diferente pela Ria de Aveiro”, contribuindo para dar nova visibilidade à sua obra. Em 2009, Manuel Paula Dias realizou um remake de “Decomposição”, um filme originalmente rodado em 1972, uma ficção experimental que, no seu início, “relembra as dificuldades que o cinema amador e independente enfrentava com a ação da censura”. “Em colaboração com Ernesto Barros, realizou ainda ‘Derrame’, filme rodado em 1975 e concluído em 1977, que inclui imagens únicas do funeral do soldado morto no assalto à sede de Aveiro do Partido Comunista Português, num momento particularmente tenso do pós-Revolução”, lê-se. O Cine Clube de Avanca realçou ainda que Manuel Paula Dias e Ernesto Barros integraram o chamado “Grupo de Aveiro”, núcleo que marcou o cinema não-profissional português dos anos 60 e 70, ao lado de nomes como Vasco Branco e Manuel Matos Barbosa. “Este grupo deixou um importante legado fílmico profundamente ligado à identidade cultural de Aveiro e da sua região”, considerou o Cine Clube. O “AVANCA – Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia”, festival no qual participou várias vezes como membro de júris da competição internacional, homenageou, em 2014, o cineasta. Em 2018 foi igualmente júri do “Paisagens – Festival Internacional de Cinema de Sever do Vouga”, continuando a ser reconhecido pela sua experiência e contributo. “Nos últimos anos, dedicava-se à escrita de um livro sobre a história da sua família e o início da indústria de fundição em Aveiro — um relato marcado pelo episódio dramático de um avião que, saído da Base Aérea de São Jacinto, se despenhou nos terrenos pertencentes ao seu pai”, escreveu o Cine Clube de Avanca que lamentou a morte do cineasta.
Catarina Barreto volta a tentar aprovar executivo; oposição sem avanços e Chega não comenta
Tanto no passado dia 24 de outubro como na última sexta-feira, dia 7, as duas sessões de instalação dos novos órgãos autárquicos na freguesia de Aradas duraram pouco mais de meia hora. Em ambos os casos, a oposição presente na Assembleia de Freguesia - composta por três membros do movimento ‘Sentir Aradas’, três membros do PS e um membro do Chega - rejeitou o nome proposto para assumir a posição de primeiro vogal do executivo e obrigou Catarina Barreto a suspender os trabalhos. Passados cinco dias desde a última Assembleia, a presidente da Junta voltou a convocar nova reunião, mas, segundo as forças da oposição ouvidas, não há novidades. Do lado do ‘Sentir Aradas’, Gilberto Ferreira afirma que “não recebeu qualquer contacto do executivo”, mas espera que a marcação de uma nova reunião seja sinónimo de novidades. “Se [a presidente] achou por bem marcar a reunião, é porque fez alguma tentativa para desbloquear a situação”, conclui. Sónia Aires, que foi a primeira candidata da lista do PS à freguesia, também afirma não ter sido contactada pela presidente, pelo que não há nada que possa mudar em relação à última Assembleia. Ricardo Nascimento, membro eleito pelo Chega, assume um discurso semelhante e diz que até agora também não houve qualquer contacto da parte do executivo. O vereador Diogo Machado, eleito pelo Chega, não seguiu a mesma linha e, quando questionado sobre eventuais negociações, optou por não fazer comentários. Recorde-se que, na semana passada, quando foi noticiado pelo Diário de Aveiro um acordo entre a ‘Aliança com Aveiro’ e o Chega para viabilização do executivo - entretanto desmentido -, o também vereador na Câmara Municipal de Aveiro (CMA) garantiu à Ria que “naquele momento, não havia acordo”. A Ria procurou também tentar falar com Catarina Barreto, mas não obteve resposta. À margem da reunião de executivo municipal da passada quinta-feira, dia 13, Luís Souto mostrou-se confiante na resolução dos problemas na Junta de Freguesia. Nas suas palavras, a situação “vai-se resolver com o bom senso das pessoas”. Na análise ao caso, o autarca estabeleceu uma comparação entre a freguesia aveirense e os Estados Unidos da América, que viu a atividade do seu governo paralisada ao longo de 43 dias: “Os EUA parados […] é muito pior do que a crise de Aradas e não morreu ninguém, já está resolvido”. A Ria falou também com Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD em Aveiro, que “lamenta que ainda não tenha sido possível chegar a uma base de entendimento”. O responsável, que se mostra disponível para ajudar a chegar a “bom porto”, enaltece que Aradas não pode ser palco para uma “guerra política” ou para uma “guerra pessoal”, salientando que quem fica prejudicado é a freguesia. Sobre as exigências feitas pelos partidos da oposição - nomeadamente, sobre a auditoria financeira independente que é pedida - Firmino Ferreira aponta que é necessário saber exatamente o que procuram os partidos. “Ninguém pode estar contra que haja uma clarificação, a própria presidente estará garantidamente disponível. Mas é preciso também que lhe seja dito o que é preciso em concreto”, aponta, salientando também que “as auditorias podem custar um valor irrisório ou uma fortuna”. O responsável do PSD nota que existe vontade das partes para chegar a um entendimento, mas aponta que “parece que cada um acha que tudo é impossível porque ou é como se pretende ou nada feito”. Segundo considera, “as pessoas têm obrigatoriamente de ceder” devido à importância que atribuem ao estabelecer um acordo.