“Projeto Au-Au” angaria cerca de 500 quilos de bens e alimentos para animais
De 11 a 20 de novembro, o "Projeto Au-Au" mobilizou alunos, funcionários e professores do Município de Aveiro para uma recolha de bens e alimentos para os animais ao cuidado da Associação de Felinos e Caninos Todos Unidos (AFECTU).
Redação
A campanha de “Recolha de Bens & Alimentos” decorreu na Escola Básica do Rio Novo do Príncipe, na Escola Básica João Afonso de Aveiro, no Centro Escolar de Santiago, na Escola Básica da Vera Cruz, na Escola Básica da Glória, na Escola Básica de Aradas e na Alma de Alecrim, um espaço comercial no centro da cidade. Além destas, também a Escola Básica de São Bernardo decidiu organizar por iniciativa própria a sua própria recolha.
A atividade permitiu angariar cerca de 500 quilos de alimentos, para cães e gatos, produtos médicos e de limpeza, brinquedos, tigelas, cobertores, entre outros, que foram separados, contabilizados e entregues à AFECTU. A iniciativa procurou educar os mais novos e incentivá-los para eles próprios passarem das palavras à ação.
O “Projeto Au-Au” faz parte do projeto “Random Acts of Kindness” da Agora Aveiro. Contou com a Kaizen Pet Food Providers como "Main Partner", a Orniex como “Golden Partner” e a Dirty Dog, GoldPet, Biobom e Patinhas no Recreio como “Silver Partners”. Contou com a Escola do Rio Novo do Príncipe, Escola Básica João Afonso de Aveiro, Centro Escolar de Santiago, Escola Básica da Vera Cruz, Escola Básica da Glória, Escola Básica de Aradas, Alma de Alecrim, Casa Martelo, AMA- Amigos do Abrigo Quintã do Loureiro e AFECTU- Associação de Felinos e Caninos Todos Unidos como Parceiros. Teve ainda o apoio do Município de Aveiro e do IPDJ- Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P.
A atividade ocorreu na sequência da "Cãominhada", organizada pela Agora Aveiro no dia 11 de maio, e procurou sensibilizar a comunidade para o trabalho que os abrigos de animais prestam à comunidade.
A AFECTU é uma associação de Ílhavo dedicada à recolha e proteção de animais abandonados e desprotegidos, que, à data, tem 42 cães para adoção.
Atendendo ao “Censo Nacional de Animais Errantes”, um estudo coordenado pelo Departamento de Biologia (DBio) e pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro (UA)de 2023, estima-se que, a nível nacional, existam mais de 830 mil gatos e mais de 101 mil cães errantes em áreas humanizadas.
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Alberto Souto de Miranda nega testes de drones de guerra e acusa BE de deturpar declarações
O 11.º encontro temático da candidatura de Alberto Souto de Miranda, realizado no passado sábado, dia 12 de julho, no Edifício Atlas, em Aveiro, acabou por ser marcado por uma polémica inesperada. O encontro, que contou com a presença de Fernando Medina, ex-ministro das Finanças, e teve como foco a Economia e Empresas, gerou controvérsia após o Diário de Aveiro noticiar que o candidato do PS teria admitido testar drones de guerra em São Jacinto — uma ideia que viria a ser fortemente contestada pelo BE. Alberto Souto de Miranda, em entrevista à Ria, lamentou o teor do título, considerando-o “profundamente enganador”. Segundo explicou, “ninguém na sala defendeu uma economia de guerra ou similar”. O que aconteceu, garante, foi a resposta a uma pergunta do público, onde recordou que “já alguém se tinha lembrado da ideia de que Aveiro e São Jacinto, no contexto de zona livre tecnológica, poderia servir para testar drones”. Mas insistiu: “Isto é uma questão teórica. Ninguém defendeu que isso devia ser feito”, afirmou. A referência à capacidade industrial de Aveiro em adaptar-se a um eventual contexto de economia de guerra também foi alvo de críticas. No entanto, Alberto Souto sublinhou que se tratou apenas de uma constatação técnica: “Há um conjunto de indústrias, no distrito de Aveiro, desde a cerâmica às tecnológicas e às têxteis, que, num cenário de guerra, poderiam adaptar a sua produção. Mas ninguém defendeu isso”. Apesar da explicação, a polémica ganhou dimensão política quando João Moniz enviou um comunicado às redações, esta terça-feira, acusando o PS de um “grave erro de orientação estratégica”. Na leitura do bloquista, a visita de Fernando Medina a Aveiro não foi em vão. “O antigo ministro das Finanças é um dos grandes responsáveis pela degradação dos serviços públicos em Portugal, a começar pelo SNS. O que veio fazer a Aveiro? Promover a indústria do armamento como desígnio do desenvolvimento económico do país e do concelho”, expôs. João Moniz considera que as declarações de Alberto Souto de Miranda reforçam o que chama de “seguidismo acrítico” e questiona: “Perante os problemas sérios que a economia portuguesa e aveirense enfrentam, desde a crescente desigualdade, à degradação acelerada dos serviços públicos, à crise climática, à crise demográfica, etc., o que é que a aposta na indústria do armamento vai contribuir para ultrapassarmos estes desafios?”. O candidato bloquista contrapõe com uma visão alternativa para o concelho: “Aveiro deve apostar na qualificação da população e no fortalecimento do tecido de micro e pequenas empresas, aproveitando a proximidade à Universidade e o seu potencial de produção de conhecimento e inovação.” Para João Moniz, é essencial garantir “habitação a custos controlados, uma rede pública de creches que permita conciliar vida familiar e profissional, e transportes públicos eficientes, sustentáveis e pensados para quem vive e trabalha aqui”. Perante estas críticas, Alberto Souto de Miranda responde: “Foi uma extrapolação. Ele não esteve lá, senão não tinha escrito aquilo”. Recusa qualquer associação entre a sua candidatura e uma agenda de militarização da economia, e garante que o foco do encontro esteve sempre nas “questões das empresas e da economia local articulada em termos nacionais, por exemplo, com incidência sobre o turismo, com a colaboração da Universidade de Aveiro, o Porto de Aveiro e todo o setor das tecnológicas onde temos competências específicas muito importantes”. Quanto a Fernando Medina, Alberto Souto insiste que também foi mal interpretado. “O Fernando Medina tinha feito uma intervenção muito profunda sobre a situação geopolítica, mas nem ele defendeu uma indústria de armamento”, assegura. Medina terá referido que Aveiro “pode ter um papel fundamental no serviço ao país e ser um motor de resposta a esta onda de procura de investimento na indústria do armamento e energia”, como citou o Diário de Aveiro. No entanto, insiste, essa afirmação foi retirada do contexto em que foi feita. A pergunta lançada por João Moniz — “A guerra como solução é o sinal que queremos dar à sociedade?” — teve resposta direta do candidato do PS: “Pois, de modo nenhum”. O candidato socialista insiste que a sua prioridade está no desenvolvimento económico sustentado e não em cenários militaristas: “Foi uma resposta a uma pergunta, durou uns segundos. Está tudo descontextualizado”, insistiu.
Festival de Avanca cria prémio para inteligência artificial e convida Marrocos
O festival, que vai já na 29.ª edição, a decorrer de 18 a 27 de julho, mantém o espírito inicial: ser um encontro de culturas. António Costa Valente assegurou isso mesmo, referindo origens diversas dos trabalhos a concurso, desde o Brasil ao Irão e Montenegro, e este ano com um país convidado para a conferência académica que acompanha o festival: Marrocos. "Teremos aqui vários investigadores e professores de várias universidades, sobretudo da Universidade de Tetuan, aquela que tem a maior investigação no espaço do cinema e do audiovisual em Marrocos", afirmou. Valente lembrou que há dois anos se discutia nessa conferência se a produção cinematográfica com recurso à inteligência artificial viria a ser uma realidade. "Hoje é claramente uma realidade, pelo que instituímos o Prémio CIAC, em parceria com o Centro de Investigação de Artes e Comunicação, que tem polos em várias universidades e institutos e politécnicos”, anunciou, como prémio específico para esse tipo de filmes. A competição nas várias áreas em que se estrutura o festival decorre de 23 a 27, mas é já na sexta-feira que o Avanca 2025 começa, associando-se aos 80 anos do Cine Clube do Porto, com uma videoinstalação na Escola Legas Moniz e 'videomapping' nas paredes do Auditório Paroquial, com base no espólio de um dos fundadores, Fernando Gonçalves de Lavrador. Um ano após Aveiro Capital Portuguesa da Cultura é altura de exibir quatro curtas-metragens então produzidas, que vão abrir a programação do Cine Teatro Estarreja, na noite de 19. Os 500 anos da viagem de Vasco da Gama são também evocados na estreia mundial de “Vasco da Gama, o Mar Infinito”, de Cláudio Jordão, mas há mais: anunciam-se também 11 estreias de produções regionais, entre ficção, documentário, animação e filme experimental. “É um programa de uma abrangência enorme, que vai desde os mais pequenos aos mais velhos, cruzando várias áreas da Arte”, sintetizou Isabel Simões Pinto, vereadora da Cultura da Câmara de Estarreja. Além do apoio logístico, o Município apoia o Festival com 32.500 euros, conforme esclareceu, manifestando o desejo “de reformular o fundo para apoiar a produção cinematográfica, para incrementar o apoio aos jovens talentos locais”. “Nesta senda da formação de públicos, vamos ter, no dia 25, no Cineteatro, a exibição de várias ‘curtas’ de animação para crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo”, completou.
Ordem dos Médicos exige intervenção no serviço de Obstetrícia de Aveiro
“Uma delegação da Ordem dos Médicos (OM) visitou hoje o serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Aveiro e identificou fragilidades preocupantes na resposta dos cuidados às mulheres”, dá conta o comunicado em que considera que “ situação exige uma intervenção imediata e eficaz”. A Ordem dos Médicos, em resultado do contacto direto com os médicos do serviço e com o Conselho de Administração do Hospital, considera urgente reforçar as equipas médicas. “Para tal, é necessário abrir concursos para preenchimento de vagas, criar mecanismos de atratividade para os médicos e garantir condições de trabalho adequadas e seguras”, sublinha. A Ordem antecipa que as escalas previstas para julho e agosto terão “vários dias com o serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia encerrado por falta de médicos”. “Esta situação compromete gravemente a capacidade de resposta às necessidades das grávidas e das mulheres da região”, adverte. Entre os principais problemas identificados durante a visita, a ordem destaca “a insuficiência crítica de médicos especialistas, o desgaste acentuado das equipas existentes e o risco iminente de interrupções frequentes do serviço”. A Ordem dos Médicos conclui o comunicado com a exigência de “uma intervenção concreta e urgente por parte de todas as entidades competentes, em particular da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, que tem a responsabilidade de assegurar a resposta a nível nacional e local”.
‘Aliança Mais Aveiro’ apresenta esta sexta-feira Pedro Mónica como candidato à Junta de São Bernardo
Pedro Mónica, atual presidente da Assembleia de Freguesia de São Bernardo, foi o nome escolhido pela coligação para suceder a Henrique Vieira, que termina o seu terceiro mandato consecutivo e, por isso, está impedido por lei de se recandidatar. Com 53 anos, engenheiro de eletrónica e telecomunicações, Pedro Mónica já havia adiantado à Ria que pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo atual executivo. “A nível das linhas mestras será a mesma. Não tenho a menor dúvida porque a dinâmica que foi defendida na junta está a funcionar bem”, opinou. Tal como aconteceu na passada sexta-feira, 11 de julho, aquando da apresentação de Rui Cordeiro como candidato à Junta de Freguesia de Esgueira, será também divulgada a equipa que acompanha Pedro Mónica nesta candidatura. Nas eleições autárquicas de 2021, a coligação venceu com 53,61% dos votos na freguesia, elegendo seis mandatos contra três do movimento independente ‘São Bernardo Mais e Melhor’ (SB MM).
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Autárquicas: Comissão Política do PSD decide candidatar Jorge Ratola à Câmara de Espinho
Esta decisão da Comissão Política do PSD de apoiar para a autarquia de Espinho Jorge Ratola, ex-vice-presidente da Câmara de Aveiro e atual adjunto do primeiro-ministro, Luís Montenegro, encerra um processo marcado por divergências políticas com uma parte da estrutura local do partido. Antes desta escolha em definitivo por parte do órgão nacional dos sociais-democratas, a concelhia do PSD/Espinho – cidade de onde é natural o primeiro-ministro, Luís Montenegro – aprovou em novembro, por unanimidade, a candidatura do advogado Ricardo Sousa. Em fevereiro, porém, o coordenador autárquico nacional do partido revelou que o processo ia ser avocado pelo PSD nacional. E em julho a distrital de Aveiro do PSD, por indicação da estrutura nacional, anunciou que o candidato seria afinal Jorge Ratola. Ricardo Sousa classificou a rejeição da sua candidatura como “um ajuste de contas pessoal” e remeteu depois um pedido de impugnação ao Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, anexando a esse requerimento “mais de 100 assinaturas”. Além de Jorge Ratola, pelo PSD, para a Câmara Municipal de Espinho, também já foram anunciadas as candidaturas de Pilar Gomes pela CDU, Luís Canelas pelo PS e ainda Maria Manuel Cruz como independente.
Ribau Esteves insiste na ilegalidade da ‘Nave Caixa UA’, mas UA volta a responder
A nova nota de imprensa da Câmara alega agora que o edifício foi construído “sem conhecimento formal nem licenciamento por parte da CMA e de outras entidades competentes”, encontrando-se, por isso, “em situação ilegal à luz do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE)”. Uma situação que a Ria sabe que não é nova na vida da Universidade: também no passado vários edifícios da instituição não foram previamente enviados para licenciamento da autarquia, sendo os assuntos tratados no âmbito das relações institucionais. A autarquia publicou ainda um conjunto de trocas de emails entre a Reitoria da UA e o presidente Ribau Esteves, como forma de comprovar que a Universidade reconhecia a ausência de licenciamento formal à data da realização do evento Integra-te 2024 [a receção aos caloiros da UA, promovida pela Associação Académica]. Num dos emails citados, datado de 2 de outubro de 2024, a vice-reitora Alexandra Queirós admite que o processo de licenciamento está em curso e que a UA está a reunir “toda a documentação que atesta as condições técnicas e legais necessárias para a conclusão de licenciamento do espaço onde vai decorrer este evento – a Caixa UA”. “Estamos a fazê-lo com a maior celeridade possível, de acordo com as recomendações dos vossos serviços”, escreveu. Apesar de apontar ilegalidades, a própria Câmara admite, na nova comunicação oficial, que foi tolerante ao longo do processo, pelo que fica por explicar porque motivo agora alterou a postura. O edifício foi inaugurado em maio de 2024, com a presença do primeiro-ministro, do ministro da Educação e do próprio presidente da Câmara de Aveiro, sem que tivesse sido levantada publicamente qualquer objeção formal. Mais tarde, a autarquia viria a emitir uma Licença Especial de Ruído (LER) para o evento promovido pela Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), já depois de reconhecer que a infraestrutura carecia de licenciamento. No mesmo comunicado, a CMA explica que foram pedidos pareceres a várias entidades. Foram recebidos pareceres favoráveis por parte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), da Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), já depois da inauguração da obra. O IPDJ, por sua vez, emitiu inicialmente dois pareceres negativos (em março e maio de 2025), vindo apenas a emitir parecer favorável em 27 de junho de 2025, condicionado à instalação de “cadeiras elevatórias para acesso aos lugares reservados em ambas as bancadas”. Recorde-se que é entendimento da Univesidade que o Regime Jurídico das Instalações Desportivas, onde se insere o parecer do IPDJ, não se aplica a estabelecimentos de ensino. Na origem do conflito está uma declaração do presidente da Câmara Municipal de Aveiro na sessão da Assembleia Municipal de 17 de junho. Durante o debate da terceira revisão orçamental, Ribau Esteves afirmou que a infraestrutura da Universidade “é ilegal” e representa “um mau exemplo”. A declaração surgiu em reação à intervenção do deputado municipal do Partido Socialista (PS), Mário Costa, que criticou o valor da adjudicação do futuro Pavilhão Oficina do Desporto – uma obra municipal orçada em 22,1 milhões de euros – e apontou a Nave Multiusos da UA como exemplo de maior eficiência financeira. “O PS vai votar contra porque entendemos que é um exagero gastar-se tanto dinheiro num pavilhão. A UA fez um pavilhão espetacular por oito ou nove milhões de euros. Acho que uma infraestrutura dessas podia ser feita e não era preciso gastar tanto dinheiro como se pretende gastar 22 milhões na construção de um pavilhão”, afirmou. Importa sublinhar que Mário Costa não mencionou quaisquer questões de legalidade ou de licenciamento. Ao contrário do que afirma o novo comunicado da CMA, o deputado socialista limitou-se a comparar os custos das obras e a elogiar a gestão orçamental da Universidade, sem fazer qualquer comparação com os licenciamentos das duas obras. A acusação de ilegalidade foi, assim, introduzida de forma espontânea por Ribau Esteves, numa reação que muitos consideraram desproporcionada, e que deslocou o debate da eficiência financeira para o plano jurídico. No dia seguinte à sessão, a Universidade respondeu através de um comunicado oficial, repudiando as declarações do presidente da Câmara e garantindo que a infraestrutura se encontrava dentro da legalidade. Na altura, a UA contestava sobretudo a alegada obrigatoriedade de parecer do IPDJ, citando o Regime Jurídico das Instalações Desportivas (RJID), que, no seu artigo 4.º, n.º 3, alínea a), exclui expressamente os espaços desportivos integrados em estabelecimentos de ensino da necessidade desse parecer. A Universidade acusava o autarca de “indiferença pela verdade ou total ignorância acerca da lei aplicável”. Com a publicação do novo comunicado e a divulgação pública de comunicações internas, a Universidade reagiu novamente esta terça-feira, 15 de julho. Num novo esclarecimento oficial, reitera que “não é ator da luta político-partidária” e critica o “tom inurbano” adotado pela autarquia. Condena ainda a publicação de comunicações privadas, classificando essa prática como “profundamente inadequada” e alertando que tal atitude “contribui para a degradação do Estado de Direito Democrático”. A Universidade refuta também a versão da CMA, segundo a qual a autarquia desconhecia o estado do processo. Afirma que o presidente da Câmara “não desconhecia” que a UA já tinha recebido os pareceres positivos relevantes de todas as entidades competentes à data da sua intervenção na Assembleia Municipal de 17 de junho. Reitera ainda que, segundo o “Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho”, a Nave ‘Caixa UA’ está legalmente excluída do regime de parecer obrigatório do IPDJ, por se tratar de uma infraestrutura acessória à atividade principal do estabelecimento de ensino superior. Numa nota final, a Universidade reafirma o seu “firme compromisso com a legalidade, a transparência e a prossecução do interesse público”, lamentando que “declarações públicas enviesadas possam colocar em causa o rigor técnico e a elevada responsabilidade institucional que tem orientado o projeto da Nave e todos os seus outros projetos”.
Suspeito de matar mulher com ácido em Águeda condenado a 19 anos e 9 meses de prisão
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que o tribunal de júri deu como provada “a essencialidade dos factos constantes da acusação”, concluindo que o arguido "agiu de forma deliberada no sentido de atentar contra a vida da sua companheira e assim conseguiu". A magistrada realçou o modo de execução do crime, adiantando que, de todos os meios insidiosos possíveis, o usado foi "particularmente pérfido e traiçoeiro", e referiu que a motivação para agir foram sobretudo "questões essencialmente patrimoniais", o que é demonstrativo de uma atuação egoísta e de desprezo pela vida humana. O tribunal de júri, composto por três juízes profissionais e por quatro jurados, deu como provado que o arguido fez uma mistura de vinho com ácido das baterias, que contem ácido sulfúrico, e colocou-a no frigorífico para a vítima beber, tendo logo em seguida dispensado os funcionários. Segundo a juíza, o tribunal chegou a esta conclusão com base em provas indiretas conjugadas entre si. “O tribunal entendeu que tem prova, ainda que indireta, mas suficientemente segura e lógica, para demonstrar que o senhor fez aquela mistura e a colocou posteriormente no frigorífico", disse. Neste ponto, a magistrada explicou que foram consideradas relevantes as declarações de um funcionário que viu o arguido junto ao armário, onde estava guardava o ácido, e que referiu que este surgiu depois com uma garrafa de vinho na mão, tendo referido: “quando ela beber isto até estala”. A juíza referiu ainda que a relação entre o arguido e a vítima era pautada por conflitos permanente e palavras muito duras trocadas entre ambos, afastando a versão do arguido de que tinha uma relação magnífica com a vítima, que era apenas ensombrada por um problema de álcool. “Não foi isso que ficou aqui patente todas as testemunhas disseram o contrario. Esta relação estava muito longe de ser magnífica. Era uma relação profundamente disfuncional em que o senhor assumia uma posição de controlo e controlava, usando a seu favor, uma dependência que é uma doença”, disse. A magistrada disse ainda que o tribunal não teve em conta a versão apresentada pelo arguido de que a morte da companheira teria sido um suicídio, adiantando não haver evidências dessa circunstância. O arguido negou também a existência de um conflito com a vítima, relativamente à instalação de uma nova sociedade, mas a juíza assinalou que isso foi contrariado por todas as testemunhas que foram ouvidas, incluindo os seus funcionários. O arguido foi, assim, condenado a 19 anos e nove meses de prisão, por um crime de homicídio na sua forma qualificada, por ter atentado contra a vida da sua companheira e por ter usado um meio particularmente insidioso, tendo sido absolvido de um crime de omissão de auxílio. Além da pena de prisão, o arguido, que se encontra em prisão domiciliária, foi condenando a pagar uma indemnização de 190 mil euros a distribuir pelos três filhos da vítima. Durante o julgamento, o arguido negou a acusação, alegando que a mulher lhe confessou que "tinha bebido água das baterias a chorar” e referiu que tentou transportá-la para o Hospital mas esta acabou por perder os sentidos e ligou ao Instituto Nacional de Emergência Médica a pedir uma ambulância. O arguido disse ainda que a mulher tinha problemas de consumo excessivo de álcool, negando a existência de violência doméstica. “Ela chamou várias vezes a GNR, mas era por causa do vinho. Ela ficava descontrolada e não sabia o que fazia”, afirmou. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os factos ocorreram a 27 de maio de 2022, na residência onde o casal vivia, em Águeda, após uma discussão relacionada com a mudança da sede da empresa para um imóvel que a ofendida tinha herdado, o que não era do seu agrado. A acusação o arguido referia que o arguido pegou em ácido sulfúrico que tinha adquirido para “reanimar” baterias dos camiões e despejou uma parte numa garrafa que já se encontrava aberta e com algum vinho branco já consumido, colocando depois a garrafa no frigorífico. Ao final da tarde, a mulher dirigiu-se ao frigorífico e ingeriu o líquido que se encontrava no interior da garrafa, o que lhe provocou graves queimaduras na língua, faringe, esófago, traqueia, diafragma estômago e intestinos. Quando regressou a casa, o arguido encontrou a mulher “mal disposta” e a vomitar sangue, mas só ao fim de cerca de três horas é que decidiu chamar o 112. A mulher foi transportada para o Hospital de Águeda onde acabou por morrer.
UA integra consórcio que revoluciona limpeza industrial com tecnologia laser
Na UA, a equipa é coordenada por Florinda Costa e Nuno Ferreira, respetivamente professora e investigador do Departamento de Física e do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (I3N-FSCOSD), “e contou, na fase de estruturação da candidatura, com o apoio da UACOOPERA, estrutura responsável pela interface da UA com o exterior, tendo como objetivo apoiar a academia nas diversas atividades de cooperação com a sociedade”. Integrado por um consórcio que inclui ainda o Instituto Pedro Nunes (IPN) e a empresa Microplásticos — esta última responsável pela liderança do projeto —, o CleanMouldPLUS dá continuidade e profundidade ao anterior projeto “CleanMould”, estando em “fase intermédia de execução, já com avanços relevantes”. “O consórcio tem vindo a trabalhar na criação de uma solução tecnológica baseada na integração de revestimentos inovadores com baixa interação ao laser, tecnologia de limpeza por laser e sistemas de monitorização preditiva, promovendo processos de manutenção mais eficazes, céleres e seguros, com impactos ambientais e económicos significativamente reduzidos”, lê-se na nota. A aplicação da tecnologia pode representar um “um ganho produtivo de 162 horas por molde/ano, o que se poderá traduzir, em contexto industrial, num acréscimo anual de faturação superior a 300 mil euros”. Com um investimento elegível superior a 1,3 milhões de euros, o projeto foi apoiado pelo programa “Compete 2030”, através do “Sistema de Incentivos à Competitividade Empresarial – Investigação e Desenvolvimento Empresarial”, tendo sido atribuído um incentivo FEDER superior a 952 mil euros. “O projeto CleanMouldPLUS reafirma o compromisso da UA com a investigação aplicada e a inovação tecnológica, promovendo a criação de soluções sustentáveis e inteligentes em estreita colaboração com o setor empresarial e contribuindo para a valorização e transferência do conhecimento científico para a sociedade e para a economia”, conclui a nota.