Joana Regadas: “Comprometemo-nos a trabalhar por uma AAUAv (…) de todos os estudantes”
Joana Regadas tomou posse, esta noite, 24 de janeiro, como presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). Questões como saúde mental, cultura ou desporto foram algumas das metas que a nova líder da AAUAv traçou.
Isabel Cunha Marques
JornalistaNa cerimónia que decorreu no Auditório Renato Araújo da Universidade de Aveiro (UA), Joana Regadas começou por recordar, ao longo do seu discurso, a abstenção de “83%” que marcou as eleições do passado dia 17 de dezembro de 2024 para os órgãos sociais da AAUAv, salientando que “quase 15 mil estudantes deixaram que os restantes três mil escrevessem por eles as primeiras palavras da próxima história”. “A AAUAv é um projeto de 18 mil estudantes e só com a envolvência de cada um é que o projeto pode crescer, por isso comprometemo-nos a trabalhar por uma AAUAv mais próxima, sem hipérboles ou metáforas complicadas de descortinar, por uma AAUAv de todos os estudantes”, garantiu.
A nova presidente da AAUAv aproveitou ainda para reafirmar perante o “auditório cheio” que o projeto que encabeça [que tem como lema “Unidos pela Voz”] “procura e pede mais” pelos estudantes, pela estrutura, pelo país, pela universidade e pelo ensino superior. “Foi construído através de muitos momentos de introspeção de uma estrutura inteira, que analisaram o passado e o presente com o intuito de marcar diferença no futuro”, recordou.
Entre as metas do projeto está, segundo Joana, a AAUAv assumir-se como uma “voz ativa no Ensino Superior”. “Queremos marcar as datas importantes, esclarecer os estudantes, (…) incentivar a pluralidade de ideias e desenvolver o pensamento crítico, (…) falar sobre os direitos humanos, a igualdade de género, a juventude, as alterações climáticas, a pobreza e a saúde (…) Queremos continuar a oferecer a melhor e maior feira de emprego, (...), mas que para fazer jus aos seus próprios valores tem de ser renovada”, atentou. “A Universidade 5.0 não pode estagnar e não se pode reduzir às Feiras de Emprego (…)”, sugeriu.
Também a saúde mental é outra das prioridades que a nova direção quer continuar a trabalhar. “Queremos ter uma voz ativa nas soluções para a saúde mental, não queremos mais pensos rápidos para esta grande ferida aberta, portas e janelas trancadas, barreiras físicas que impedem que o problema gritante seja visto como tal”, afirmou. Para evitar que o mesmo aconteça, Joana Regadas apelou aos Serviços de Ação Social da UA (SASUA) e à Reitoria para que haja “mais informação”. “Queremos dados, queremos saber a realidade dos estudantes da UA quando procuram ajuda, quanto tempo esperam, qual o processo de seleção, quantos cheques psicólogos foram pedidos, quantos estudantes desistiram das consultas (…), quantos estudantes procuram solução lá fora”, descodificou.
A presidente da AAUAv falou ainda sobre as dificuldades de integração dos estudantes internacionais, referindo que as barreiras que lhe são impostas, atualmente, são “imensas”. Entre elas apontou a barreira linguística, a dificuldade na comunicação, a dificuldade de interação com o meio académico, a obrigação em fazerem trabalhos de grupo sozinhos ou a dificuldade em criarem relações. “(…) Não podemos continuar a fechar os olhos e queremos ser parte ativa da discussão, com os nossos núcleos e com o Conselho Consultivo para a Internacionalização”, frisou.
No campo do desporto, Joana Regadas apelou que é necessário “continuar o bom caminho” e “não ter receio de almejar mais”, sugerindo uma pista de atletismo “que possa ser usada pelos estudantes” e a valorização dos estudantes que “levam o nome da UA, da AAUAv e de Aveiro mais longe”. No que toca à “Taça UA”, a nova presidente garantiu que querem continuar a “promover a maior e melhor competição informal do desporto”. “Vamos promover mais formações de arbitragem aos estudantes, assegurando que esta se mantém uma competição de estudantes, mas com a qualidade de profissionais. Queremos iniciar o processo de digitalização e centralização da Taça UA, permitindo que todos os estudantes tenham acesso à informação em tempo real sobre a competição, aumentando a garra e competitividade que existe”, disse.
Relativamente à cultura, a líder da AAUAv garantiu que quer continuar juntamente com os agentes culturais da região a criar “uma agenda cultural que se complete e proporcione não só à comunidade estudantil, mas à região momentos de crescimento, havendo para isso a necessidade de renovação do conselho cultural que passará a contar (…) também com núcleos que queiram discutir a cultura nos campi e agentes culturais externos”. Joana Regadas assegurou ainda que quer “reavivar” o mote do CUA [Café da Universidade de Aveiro] trazendo “para o coração do campus de Aveiro mais momentos culturais porque por vezes um café pode ser um verdadeiro método de despertar”.
Sobre a comunicação da AAUAv, Joana Regadas garantiu que os novos órgãos sociais querem estar “mais próximos dos estudantes” com uma “comunicação transparente e eficaz, readaptando o conteúdo nas redes sociais e não deixando de parte a comunicação física”. Também na Rádio Universitária de Aveiro (Ria), a nova líder da AAUAv reforçou que quer “incentivar as parcerias” com o novo órgão de comunicação social.
Neste seguimento, Joana assegurou ainda que alguns projetos da antiga direção da AAUAv terão continuidade. Entre os exemplos, apontou o projeto “Tutores por Amor” ou a “Feira da Alameda”.
Alojamento ou descongelamento das propinas entre as principais preocupações
Com uma especial incidência sobre as dificuldades do Ensino Superior, a presidente da AAUAv realçou que as mesmas são “semelhantes” às dos últimos anos. Para esta o Ensino Superior continua a promover “desigualdades”. “Não basta aumentar as vagas se depois os estudantes não conseguem arranjar alojamento, não conseguem suportar as despesas associadas à mudança de cidade, não conseguem concluir os seus estudos”, vincou.
Sobre o caso da UA, Joana Regadas realçou que é com “alguma preocupação que verificamos que as 516 novas camas possam não acompanhar o ritmo de crescimento da Universidade de Aveiro, que viu o seu número de estudantes aumentar face a 2022 em quase 12%”. A presidente da AAUAv salientou que é necessário pensar também nos estudantes “que têm de encontrar uma solução fora das residências”. “Se em 2022 o preço médio de um quarto em Aveiro era de 247 euros, atualmente ronda os 340 euros, havendo opções a 500 euros. Não podemos continuar de olhos vendados para este grande entrave à construção de um Ensino Superior que paute pela equidade de oportunidades”, insistiu.
Sobre esta questão, a líder da AAUAv alertou que a “pressão colocada nas imediações da universidade” se deve “em grande parte” à insuficiente rede de transportes disponível em Aveiro. “São precisos horários mais alargados que vão ao encontro dos horários das aulas e que permitam aos estudantes terem uma vida social ativa e (…) mais linhas que permitam aos estudantes uma deslocação entre os campi da UA. Queremos em conjunto promover uma mobilidade mais sustentável, porque acreditamos que representa um grande passo para a resolução de diversos problemas”, partilhou.
Joana Regadas falou ainda sobre a proposta da revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) realçando que este livro “precisa urgentemente de uma conclusão para que as universidades tenham mais autonomia, para que os estudantes tenham um papel mais preponderante e para que o ensino superior possa dar resposta à realidade de 2025 e preparar-se para as próximas gerações”.
O possível descongelamento das propinas anunciado por Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, mereceu ainda uma palavra de preocupação, destacando que “após quatro anos damos um passo atrás no processo de redução gradual do valor das propinas ao vermos a possibilidade de haver o descongelamento das mesmas”. “O Ensino Superior tem de ser de todos e para todos, só assim a sociedade pode crescer, evoluir e resistir às mais recentes ameaças”, relembrou a presidente da AAUAv.
Sobre o papel da UA na inovação pedagógica, Joana confidenciou que um ensino do futuro “não pode continuar a usar métodos do passado” e que a formação não pode continuar a “priorizar aulas expositivas, avaliações escritas e centradas em memorização”. Também o encerramento de uma das linhas sociais na cantina do Crasto devido à atividade da UA foi alvo de críticas. “Não pode ser a solução a longo prazo, as linhas de refeição social são necessárias para dar a um preço acessível uma refeição completa”, sublinhou. Ainda no campo das melhorias, Joana apontou a degradação de alguns dos espaços da UA. “Os espaços têm de ser readaptados e renovados, porque como estava escrito no programa de ação apresentado em 2022, os espaços exteriores e interiores não devem servir apenas como espaços de estudo ou de trabalho (…)”, recordou.
Relativamente à cidade e sem esquecer as próximas eleições autárquicas de 2025, Joana Regadas realçou que a AAUAv avançará com um manifesto “com propostas e visões para o futuro de Aveiro, Águeda e Oliveira de Azeméis”. “Vamos discutir e informar a comunidade académica sobre as diversas opções, porque só em discussão e no desconforto é que poderão ser desenvolvidas as melhores soluções para o futuro da universidade e das cidades que a acolhem”, frisou.
Num momento final, a nova presidente agradeceu a “todas as pessoas” que se cruzaram consigo, deixando um conselho final aos novos órgãos sociais da AAUAv: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.
Recorde-se que há 19 anos que a AAUAv não era liderada por uma mulher. Rosa Nogueira foi a última mulher a liderar a AAUAv, nos mandatos de 2004 e 2005. Joana Regadas era vice-presidente adjunta do até agora presidente da direção, Wilson Carmo, sendo natural de Lousada (distrito do Porto).
Wilson Carmo termina com “sentimento de missão cumprida”
Após três anos consecutivos a liderar a equipa diretiva da AAUAv, Wilson Carmo fez, esta sexta-feira, o seu último discurso enquanto presidente. Começando por fazer uma análise aquele que foi o seu percurso pela AAUAv, Wilson referiu que, após três anos, “há claramente um sentimento de missão cumprida”. “Não quisemos fazer apenas o normal, quisemos destacarmo-nos, e acredito vivamente que este capítulo se encerra com uma AAUAv num dos seus auges de desporto, cultura, sociedade e política”, sublinhou.
Não se cingindo só às atividades levadas a cabo pela AAUAv, Wilson destacou ainda a abertura de três novos espaços: “a loja de merchandising, o CUA e a lavandaria”. Segundo este o propósito dos seus diferentes mandatos foi “claro”: “Servir a comunidade, e em simultâneo aumentar as fontes de receita desta casa”. “Sou o primeiro a assumir que infelizmente não consegui ser o melhor gestor destes serviços, porém as pedras foram lançadas, e o potencial sei que está lá. Agora fica o desafio para o futuro (…)”, exprimiu.
Para Wilson Carmo, a AAUAv está hoje “muito mais robusta”, realçando que a estrutura profissional “duplicou”, assim como o orçamento. “Tudo isto, não foi naturalmente trabalho meu, foi essencialmente trabalho de várias equipas. Fui diretamente presidente de 57 dirigentes diferentes, e trabalhei com mais de 1000 dirigentes de núcleos e centenas de colaboradores. Se hoje a casa é o que é, não é de todo graças a mim, é essencialmente resultado de tantos e tantos estudantes que decidiram abdicar da sua vida em prol de uma causa maior que nós mesmos”, considerou.
Numa nota final, Wilson Carmo deixou ainda alguns agradecimentos, terminando o seu discurso como o fez há três anos: “Um viva à Associação Académica da Universidade de Aveiro. Um viva a todos os estudantes desta academia”, finalizou.
Reitor da UA dirige o seu discurso às famílias presentes na cerimónia
Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA começou por destacar o papel da Universidade enquanto instituição de proximidade. “Diz-se que [a UA] é próxima da região, das empresas. Para mim há uma coisa mais importante (…) é próxima dos seus estudantes”, afirmou.
Dirigindo-se em especial às famílias presentes na cerimónia, Paulo Jorge Ferreira relembrou que a Universidade é “muito mais do que salas de aula, cadeiras ou cursos” e que a Associação Académica é essencial para a construção da “comunidade”. “Ano após ano, eu vejo passar por aqui muitos jovens, de muitos núcleos e secções animados dessa vontade. Construir essa comunidade, tornar a UA um pouco melhor, criticá-la se for caso disso porque é assim o espírito da academia. Cresce com as críticas, não se encolhe perante elas. Peço-vos que sejam sempre assim. Independentes, irreverentes e completamente autónomos. É assim o espírito associativo”, afirmou.
Paulo Jorge Ferreira relembrou ainda que o “tempo perdido na academia não é perdido”, mas sim “tempo ganho em formação”. “E a formação não é só académica é formação para a vida”, vincou.
O reitor da UA terminou a sua intervenção com a seguinte questão: “Em que curso, em que cadeira, em que sala, com que mestre a Universidade de Aveiro poderia transformá-los em pessoas assim? É a Associação Académica que o faz (…) Eu vejo todos os anos a academia tornar-se mais forte”, concluiu.
Recomendações
UA: Espaço Campi Marmita encerrado até esta sexta-feira
Segundo os Serviços de Ação Social da Universidade de Aveiro (SASUA) a reabertura do espaço, na nova configuração, deverá acontecer na “próxima segunda-feira, 3 de fevereiro”. Em alternativa, os SASUA sugerem a utilização do espaço Campi Marmita do Instituto de Engenharia Electrónica e Informática de Aveiro (IEETA).
Equipa de desporto motorizado da UA formaliza-se como secção da AAUAv
Nexusé uma equipa de desporto motorizado de estudantes da Universidade de Aveiro que passou na segunda-feira, dia 20, a ser uma secção autónoma da AAUAv. O projeto resulta da união dos projetos Engeniuse Motochanics, projetos com 20 e 10 anos de existência, respetivamente. “Poupamos materiais, poupamos recursos e de repente as pessoas que estavam a fazer uma coisa acabam por fazer a outra e crescemos todos muito”, referiu Maria Rodrigues, aluna do mestrado em Engenharia Mecânica e diretora de operações da Nexus na apresentação do projeto em Assembleia Geral de Alunos. A equipa da Nexus conta neste momento com uma equipa de 100 pessoas. “Apesar de sermos um projeto do Núcleo de Engenharia Mecânica (NEM) já somos um projeto muito grande com uma dimensão bastante significativa”, garantiu a estudante. Em declarações à Ria, Maria Rodrigues garantiu que além de estudantes de Engenharia Mecânica, a equipa conta também com estudantes das engenharias “física, aeroespacial e eletrónica” e com estudantes de áreas como economia, gestão e marketing, bem como de design e multimédia. “Temos muita abrangência”, notou a diretora de operações. A Nexus é composta, neste momento, por quatro departamentos: Research & Development, Comercial, Operações e Comunicação e Imagem. Trabalham numa sala “por debaixo das escadas do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM)”, partilhou Maria com a Ria. Além da sala, a Nexus conta ainda com “uma garagem por trás da Antiga Reitoria”, referiu a estudante. Os espaços – que começam a ser pequenos para uma equipa que soma já uma centena de pessoas – foram cedidos pelo DEM e pela UA. A secção gere, neste momento, “um orçamento conjunto de 150 mil euros”, avançou Maria Rodrigues na apresentação. Este orçamento foi possível, segundo a estudante, através da angariação de patrocínios e da realização de donativos. A formação é uma das áreas em que a Nexus tem vindo a apostar, com a criação de uma academia que conta atualmente com a participação de cerca de 30 alunos. “Elementos mais velhos, elementos às vezes já formados, dão formação, dão aulas semanais”, referiu Maria Rodrigues. “Disponibilizamos materiais, disponibilizamos projetos e criamos aqui todo um ambiente de aprendizagem onde vamos muito além das aulas, muito além daquilo que o curso ensina”, afirmou. Os estudantes que participam na academia, garante a diretora de operações, “acabam por se destacar muito dos outros colegas pelo nível de conhecimento que já levam para as aulas”. “Notamos muito esse reconhecimento dos professores que depois também querem envolver-se nos projetos e que as unidades curriculares se envolvam nos projetos porque veem muito valor acrescido nisto”, apontou Maria Rodrigues. Além da continuação na aposta da academia, Maria revelou que este ano a Nexus tem planeado correr “pela primeira vez na nossa história” com protótipos elétricos. “Vamos competir com o carro da fórmula em Portugal, em classe 2, e vamos competir com a mota em Aragão em outubro”, revelou a estudante. “É um passo que precisa de muito investimento tanto a nível financeiro como técnico e estamos a investir muito na formação mesmo associado a empresas da zona de Aveiro nesse sentido”, acrescentou. De notar que a equipa de motas da Nexus conquistou, em 2023, o 9º lugar na competição MotoStudent International, uma competição bianual realizada em Aragão. “A malta que ficou em 8º, fomos nós que a metemos a funcionar”, notou a diretora de operações da Nexus. Numa competição em que participaram cerca de 100 equipas, algumas que contam com apoios de marcas como a Ducati, Maria considera que a equipa da Universidade de Aveiro tem obtido “resultados muito bons, de qualidade”, realçou. A nível nacional alcançaram, em 2024, o primeiro lugar na última corrida do Campeonato Nacional de Velocidade. Em 2024 a Nexus obteve também um bom resultado com os carros, com a equipa a fechar o pódio na terceira posição de classe 2 no Formula Student Portugal. De notar que 2024 marca também a entrada oficial da competição nacional nas contagens para os rankings mundiais. Eduardo Jardim, estudante de mestrado em Ciências de Dados e coordenador comercial da Nexus sublinhou que a aprovação dos estatutos na AGA se configurou como “um dia importante” para o projeto de desporto motorizado da UA. A formalização é vista pela Nexus como um aumento da responsabilidade envolvida no projeto, “mas que reforça a nossa vontade de trabalhar e representar a universidade cada vez mais longe e que basicamente vai permitir o crescimento do projeto e o continuar a trabalhar para alcançar os melhores resultados”, destacou o estudante. Wilson Carmo, presidente da AAUAv, considerou também na AGA que a Motochanics e a Engenius “têm levado o nome da Universidade de Aveiro (…) muito longe com os projetos que fazem e não são reconhecidos”, algo que o dirigente espera que a formalização como secção autónoma ajude a alterar. Essa formalização, aliada à dimensão financeira que o projeto foi alcançando, é assim, visto pelo dirigente como “um passo importante”. Também o estudante Rui Oliveira interveio na AGA no sentido de parabenizar a iniciativa dos estudantes em “darem esse passo na ‘profissionalização’ do projeto e na criação de secção autónoma”, tendo concordado com a posição do presidente da AAUAv.
Nova residência privada para estudantes criticada pela JS de Aveiro
Em comunicado, a JS de Aveiro refere que “a Câmara Municipal de Aveiro (CMA) decidiu vender o terreno do autocarro bar, junto ao hospital, por 2,5 milhões de euros aos privados”, afirmando que esta venda se reflete numa “oportunidade perdida para a construção de residências universitárias públicas, que garantam uma oferta aos estudantes, a preços acessíveis”. “Mais uma vez, a Câmara Municipal de Aveiro adota a lógica de deixar o mercado funcionar. Soluções iguais a estas, podem levar a que uma residência possa custar, por mês, mais de 500€”, lê-se no documento que aponta Aveiro como “uma das cidades mais caras para se estudar, em Portugal”. Os jovens socialistas consideram ainda que a venda do “terreno privilegiado da cidade” faz com que a coligação PSD/CDS contribua para a especulação imobiliária. “Este executivo continua a fazer opções políticas só para uma pequena franja da população; os que mais têm”, afirma a JS. A juventude partidária aponta ainda que tanto a Universidade de Aveiro como a Associação Académica não foram consideradas na realização do projeto previsto para o espaço em questão. A previsão da “criação de um espaço comercial” é também criticada pela JS por considerarem que irá contribuir para uma maior pressão de estacionamento na zona. “É uma escolha errada”, referem. Ainda sobre o estacionamento os jovens socialistas consideram não terem sido criadas alternativas para a supressão de estacionamento que se está a fazer sentir junto ao hospital com o avanço da empreitada. A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) propõe “estacionar em parques como o Parque de feiras ou o parque da estação, que ficam a 40 e 30 minutos a pé”, referem. “A CMA poderia e deveria ter criado Shuttles para garantir o acesso aos cuidados de saúde à população, muita das vezes idosos ou doentes crónicos”, apontam. “Não se compreende a falta de empatia e respeito por parte deste executivo”, refere a JS Aveiro. O comunicado dos jovens socialistas termina denunciando a “lógica de mercado que tem vindo a ser opção do PSD/CDS” e responsabiliza o executivo pelos “aumentos brutais dos preços das casas e das rendas em Aveiro”. “Para este executivo, uma habitação não é um primeiro direito e, por isso, a CMA imiscui-se na criação de habitação acessível e social”, terminam.
Assembleia Geral de Alunos aprova Relatório de Atividades e Contas (RAC) preliminar da AAUAv
O RAC foi aprovado em AGA com 26 votos a favor e uma abstenção. Não foram registados votos contra e o Conselho Fiscal e de Jurisdição (CFJ) deu parecer positivo ao documento, tendo recomendado a sua aprovação. Segundo o documento votado, o ano terminou com um saldo negativo superior a 80 mil euros para a AAUAv. O documento mostra que em 2024 a estrutura estudantil registou rendimentos no valor de 2.422.654€ e despesas no valor de 2.445.569€. A este valor da despesa somam-se ainda 58 mil euros relativos a gastos/reversões de depreciação e de amortização, cerca de 1500 euros relativos a juros e 111 euros de impostos. A diferença dos rendimentos e dos gastos resulta num saldo negativo de 82.619€. Em declarações à Ria, Wilson Carmo, presidente da AAUAv refere ser importante “esclarecer que o valor apresentado não é o final”. O RAC, aprovado em AGA na passada segunda-feira, é um documento preliminar sendo que a versão final será apresentada até fim de março, altura em que o presidente garante que “já vamos ter tudo discriminado”. Ainda assim, Wilson Carmo adianta que o saldo negativo se justifica pelos investimentos feitos durante o ano de 2024. “Eu posso dizer neste momento (…) que o exercício da direção da AAUAv foi positivo, porém, juntando a estrutura toda da Associação Académica - entre núcleos e serviços - acabou por dar um saldo também negativo”, referiu Wilson Carmo. “Este valor justifica-se não só pelos investimentos da direção, mas muito também por aquilo que é o exercício dos próprios núcleos e o exercício dos nossos serviços”, apontou. A realização das Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU) e o investimento na Rádio Universitária de Aveiro (Ria) foram alguns dos exemplos apontados pelo presidente da AAUAv como justificação deste saldo. Wilson Carmo deu ainda nota de que o primeiro ano de gestão do CUA - Café da Universidade de Aveiro terminou com saldo negativo. “Foi o primeiro ano de gestão, a faturação que tivemos e o número de funcionários que tivemos não foi um bom equilíbrio”, justificou o dirigente da AAUAv. A Nexus é a nova secção autónoma da AAUAv. O projeto foi apresentado em AGA por Maria Rodrigues, diretora de operações do Nexus. A estudante referiu que o projeto Nexus “surge como uma união entre dois projetos que já existiam no Departamento de Engenharia Mecânica” e que conta atualmente com 100 pessoas. “Apesar de sermos um projeto do Núcleo de Engenharia Mecânica já somos um grupo com uma dimensão bastante significativa”, referiu Maria Rodrigues. A dimensão do projeto bem como o seu impacto, a participação dos estudantes e a existência de orçamento próprio - proveniente de patrocínios e donativos – foram as justificações dadas para a “necessidade da criação de uma secção”. A AGA aprovou e votou favoravelmente a criação dos estatutos da secção. Gonçalo Marques, presidente da Mesa da Assembleia Geral de Alunos (MAG) aproveitou o momento final da AGA para tecer considerações sobre um mandato que realça ter sido “bastante positivo” e alertou para a necessidade da revisão dos regulamentos. Salientou ainda a aproximação do órgão aos estudantes, em especial aos núcleos da AAUAv, e sublinhou que “a mesa voltou a ter um papel de destaque” naquilo que é o movimento associativo da Universidade de Aveiro. Considerou, no entanto, a impossibilidade de ter trazido a revisão dos regulamentos à última AGA do seu mandato como um ponto “amargo de boca”. “São muitos pontos que têm de ser aprofundados, bem discutidos, não só internamente em Mesa, nem só com a estrutura AAUAv, mas também com os estudantes e certamente será algo que no próximo mandato será feito”, reforçou Gonçalo Marques. O presidente da MAG salientou ainda a importância da participação por parte dos alunos nas Assembleias. “As AGA’s só são ricas com a vossa presença, sem os alunos a AGA é um órgão morto (…) e, portanto, é um orgulho imenso ver as assembleias com mais participação, mais compostas, e espero que isto continue para mandatos futuros”, notou Gonçalo Marques.
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UA: Espaço Campi Marmita encerrado até esta sexta-feira
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Alberto Souto de Miranda: que ideias defende para a cidade de Aveiro no seu livro?
Foi há cerca de um mês, numa sala de um conceituado hotel da cidade, com vista para uma das obras que mais se orgulha - o Lago do Cais da Fonte Nova, que Alberto Souto de Miranda apresentou o seu livro com 101 ideias para o futuro de Aveiro. Na plateia identificavam-se vários familiares, amigos, atuais e antigos dirigentes políticos (da esquerda à direita), académicos, empresários, militantes socialistas e cidadãos comuns. O livro está distribuído por 11 capítulos – Espaço Público, Rasgar Novos Canais e Valorizar o Plano de Água Existente, A Estatuária e a Decoração Urbanas, Zonas Verdes, Mobilidade/Parques de Estacionamento, Equipamentos Desportivos e Lazer, Políticas Sociais e Equipamentos, Equipamentos Culturais, Urbanismo e Habitação, Ambiente e Alterações Climáticas e Projeto Transversais. Os interessados poderão comprá-lo na Livraria Gigões & Anantes, na Livraria Socodante e na ABC – Livraria e Papelaria. Correndo o risco de ser interpretado com o seu programa eleitoral para as próximas eleições autárquicas, Alberto Souto esclarece logo no início do livro que “não é um programa pré-eleitoral” e justifica: “a sua lógica não é a de apresentar só propostas politicamente corretas, sensatas e imediatamente exequíveis, nem propostas para dar respostas a todas as vertentes que o poder autárquico tem que responder”, reconhecendo inclusive que algumas das propostas seriam “inviáveis no curto período de quatro anos e outras podem ficar desatualizadas rapidamente em função de novas dinâmicas que incidam sobre o território”. Entende-se, por isso, que Alberto Souto, com a publicação deste tipo pretendeu marcar o debate sobre o futuro do Município de Aveiro, em vésperas das eleições autárquicas de 2025 e do seu anúncio como candidato pelo PS. No fundo, um exercício de imaginação da cidade que defende, sendo de esperar que algumas das ideias que integram este livro venham a ser incluídas no programa eleitoral que irá apresentar, em conjunto com o seu partido, nas próximas eleições. Mas afinal de contas que ideias são estas? O que defende o antigo presidente socialista para o Município de Aveiro? A Ria selecionou 5 das 101 ideias apresentadas neste livro. Uma das obras mais polémicas da liderança de José Ribau Esteves à frente da autarquia aveirense foi a obra de requalificação do Rossio. No centro das críticas estava o abate das árvores existentes, a criação de um parque de estacionamento subterrâneo a ainda um projeto adjudicado por cerca de 12 milhões de euros que terminou, na realidade, por custar mais de 20 milhões de euros aos cofres da autarquia aveirense. No seu livro, Alberto Souto afirma que este foi “um projeto infeliz”, “um erro estratégico” e “um projeto falhado”, recordando que “mobilizou a maior manifestação cívica dos últimos anos em Aveiro” [manifestação em que o próprio participou] e que, agora, “importa minorar os danos causados”. Para tal, lança as seguintes propostas: voltar a enterrar os alicerces da Capela de São João – que diz que não têm “interesse arqueológico” - e “plantar árvores nesse local”; replantar a linha de árvores outrora existente, iluminando-a; plantar as palmeiras “para repor a identidade” [afirma que a “a doença que afetou as palmeiras é combatível e evitável”]; abrir um concurso internacional de ideias para instalação no terreno de uma “estrutura leve, coberta, arquitetonicamente icónica” de forma a criar “alguma sombra, algum resguardo” e um “equipamento que acolha eventos de dimensão média”; substituir o atual parque infantil - que denomina como “paupérrimo” – por um “com mais imaginação e expressão”; colocar campos de “street basket” e ainda instalar “um parque de equipamentos de exercício físico adequados a todas as idades”. Vista por muitos como a principal artéria da cidade de Aveiro é, inevitavelmente, uma das obras mais marcantes dos mandatos de José Ribau Esteves, inaugurada em maio de 2023. Se existia um consenso generalizado relativamente à necessidade da sua requalificação, o mesmo já não se pode dizer sobre o projeto executado que foi alvo de duras críticas por parte dos partidos da oposição e de associações cívicas ligadas à mobilidade urbana em bicicleta. No centro das críticas, a criação de uma via partilhada entre veículos de transporte público e bicicletas, a retirada do separador central, o abate de árvores e ainda a “complicação do trânsito e da mobilidade” com o “afunilamento de umas das vias em várias zonas da artéria”. Alberto Souto chama-lhe uma “transformação radical” e uma “oportunidade perdida”, apesar de reconhecer como “positivo” o aumento da “largura dos passeios laterais”. Para o futuro, defende que é necessário “restituir à Avenida a sua função de Alameda”, e por isso torná-la um “espaço público sobretudo vocacionado para as pessoas, sendo a circulação automóvel condicionada e residual, exceto para transportes públicos”. É nesse sentido que propõe a retirada definitiva de todos os lugares de estacionamento, a construção de um parque subterrâneo; a transformação dos atuais lugares de estacionamento numa faixa para transporte público e para “mini-autocarros autónomos elétricos”; a atribuição de uma faixa “limitada drasticamente a circulação viária para moradores” e para “cargas e descargas”; e recuperar o separador central característico da “antiga” avenida, plantando árvores e construindo uma “pista ciclável”. O candidato socialista à Câmara Municipal de Aveiro propõe a criação de um novo canal entre o Canal de S. Roque e a Capela das Barrocas, reconhecendo, no entanto, que “o recente projeto urbanístico [previsto para aquela zona] pode comprometê-lo”. Na sua ideia está “permitir o acesso por barco até às proximidades da capela, rematando numa escadaria monumental para vencer a diferença de cotas”. Segundo Alberto Souto “o canal e a escadaria serviriam para pontuar o novo parque de baixa das Barrocas e permitir visitar um dos nossos monumentos mais originais”. Para esta rua, Alberto Souto defende um “projeto de revitalização comercial que promova e preserve o comércio de proximidade”. Sugere a colocação de uma “cobertura transparente ao longo da rua” que pretende instalar “por cima dos telhados dos edifícios”, ou seja, uma transformação desta rua numa galeria para “dar vida comercial e animação cultural ao centro histórico”. Para o coração da "baixa" da cidade, Alberto Souto propõe criar uma "praça de dimensão relevante", unindo a praça Melo Freitas com a Praça 14 de Julho, afirmando no livro que já no passado teve esta ideia e que "as opiniões eram mais favoráveis do que adversas". Apesar de reconhecer que "a proposta era muito radical e sensível", o antigo presidente da CMA diz que é "o tipo de intervenção que talvez justifique um referendo" e afirma que a proposta "valoriza muito a Praça Melo Freitas e transforma-a no coração mais vibrante da baixa", sugerindo que "as esplanadas dos cafés laterais podem estruturar-se e o remate dos arcos seria mantido". Por último, sugere ainda o regresso da "fonte que foi retirada nos anos 70 e que atualmente está por cima da antiga Caixa Geral de Depósitos". Recorde-se que a secção de Aveiro do Partido Social Democrata (PSD) lançou um comunicado sobre o conteúdo deste livro, chamando-lhe “um trágico regresso ao passado”. “Irrealismo, imitação, falta de compromisso com entidades financiadores nacionais e europeias, megalomania e regresso à bancarrota, é o que de forma muito direta e objetiva está escrito e descrito no documento divulgado”, consideraram na altura os sociais-democratas, numa nota de imprensa enviada à Ria. “Alberto Souto foi coerente com a sua governação e do Partido Socialista à frente da Câmara de Aveiro entre 1998 e 2005: se algum dia o PS e Alberto Souto voltassem a gerir os destinos do Município, então Aveiro estaria a poucos anos de uma nova situação de falência institucional e financeira”, observa ainda a referida nota.
GNR apreendeu quase duas toneladas de amêijoa sub-dimensionada em Aveiro
Em comunicado, a GNR esclareceu que os bivalves foram apreendidos durante uma ação de fiscalização destinada a garantir o cumprimento das normas de comercialização e transporte de moluscos bivalves vivos que decorreu na sexta-feira. Segundo a mesma nota, os militares da Guarda inspecionaram uma viatura que transportava amêijoa-japonesa com dimensões inferiores às legalmente estabelecidas, motivo que levou à apreensão do produto. "No seguimento da ação, foi ainda identificado o condutor, um homem de 32 anos, e elaborado o respetivo auto de contraordenação, com uma coima que pode atingir os 125 mil euros", refere a GNR, adiantando que os bivalves apreendidos, depois de verificação higiossanitária, serão destruídos.
Galitos/Bresimar alcança oitavo lugar nos Campeonatos Nacionais de Inverno
Os Campeonatos Nacionais de Inverno contaram com a presença recorde de 1031 atletas em representação de 92 clubes, tendo o Galitos/Bresimar concorrido com 20 atletas, 12 masculinos e oito femininos. Ao longo da prova, os atletas galináceos alcançaram 37 lugares de pódio e 28 novos recordes pessoais e a quase totalidade dos atletas foram medalhados ou campeões nacionais. Sara Rodrigues, em 400 livres, 100 e 200 bruços e 200 estilos; Gustavo Basto, em 200 e 400 livres e estafeta 4x50 livres misto; Nuno Lobo, em 50 livres, 50 bruços e 4x50 livres misto; Ana Rodrigues, em 50 e 100 mariposa; Joana Cunha, em 50 bruços e 4x50 livres misto; Maria Inês Cunha, em 4x50 livres misto; José Madail, em 200 bruços; Ana Miranda, em 200 mariposa e Ana Oliveira, em 100 costas foram os novos campeões nacionais. Os restantes atletas, Paulo Costa, Rafael Dias, Alexandre Fernandes, João Ferraz, Carlos Goulão, António Ligeiro, António Lobo, Nuno Lobo, Júlio Pinto, Ana Rocha, Nuno Sereno e Silvia Teixeira também estiveram em bom plano na competição. Os resultados completos podem ser consultados aqui.