Movimento Estudantil preocupado com rumo do novo RJIES
A proposta de redução da participação dos estudantes na eleição do reitor e a salvaguarda do sistema binário são as principais preocupações apontadas no documento. O movimento estudantil pede ainda um debate “aberto e inclusivo” do documento no parlamento.
Redação
Em comunicado, o Movimento Estudantil “manifesta a sua profunda preocupação com a forma como está a ser conduzida a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES)”. “Qualquer alteração ao RJIES deve ser inclusiva, participativa e transparente”, referem. O documento surge após o Movimento Estudantil ter reunido ontem com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) em Aveiro.
O Movimento aponta como “inaceitável a redução da representatividade estudantil”, exigindo que “os estudantes sejam um pilar fundamental da governação das Instituições de ensino superior”. Tal como noticiado pela Ria, o documento recém aprovado em Conselho de Ministros recuou com o peso dado ao votos dos estudantes e antigos estudantes e reforçou o peso do voto do corpo docente. Para os estudantes, esta alteração face ao primeiro documento de revisão apresentado “para além de enfraquecer significativamente a representatividade estudantil, retirando influência a quem testemunha diariamente a realidade do ensino superior e conhece as suas fragilidades e necessidades, pode potenciar uma instrumentalização indesejada do processo eleitoral”. “Os estudantes não podem ser relegados para um papel secundário num sistema que existe, em primeiro lugar, para garantir a sua formação e desenvolvimento”, reforçam.
O documento sublinha ainda a preocupação com as alterações feitas relativamente ao sistema binário de ensino. Para o movimento estudantil, “as alterações introduzidas nesta revisão levantam preocupações quanto à salvaguarda do sistema binário”. Os estudantes referem ainda que o sistema atual “não deve ser visto apenas como uma divisão administrativa, mas sim como um modelo estratégico que permite responder às necessidades específicas do mercado de trabalho e das diversas regiões do país”. “Qualquer mudança que possa diluir as diferenças entre os subsistemas universitário e politécnico deve ser amplamente debatida, sob o risco de comprometer a identidade e os objetivos de cada um”, apontam. O documento aprovado em Conselho de Ministros patenteia a manutenção do sistema binário como objetivo, mas refere ser necessária uma redefinição dos subsistemas universitário e politécnico, assim como a criação de novas regras para a criação de universidades, universidades politécnicas e institutos politécnicos e a possibilidade de Escolas superiores politécnicas poderem assumir natureza universitária.
O Movimento Estudantil termina a sua intervenção defendendo “um ensino superior verdadeiramente participativo, no qual as decisões sejam tomadas com base no diálogo e na inclusão de todas as partes envolvidas” e apelam “aos diferentes agentes político-partidários para que assegurem que a valorização da voz dos estudantes se reflita no documento final, corrigindo os desequilíbrios introduzidos na versão aprovada em Conselho de Ministros”. Os estudantes pedem ainda “um debate parlamentar aberto e inclusivo, que respeite a importância da participação estudantil e reforce os princípios democráticos nas instituições de ensino superior”.
Recomendações
AAUAv “apanhada desprevenida” pela reforma do Ministério da Educação, Ciência e Inovação
As dúvidas da dirigente sobre a reforma do Ministério da Educação, Ciência e Inovação ainda são muitas. Recorde que, como foi noticiado pela Ria, o governo decidiu no passado dia 31 aprovar um diploma que extingue 11 das 18 entidades entre os serviços de ensino não superior e superior, ciência e inovação. Na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministro, Fernando Alexandre, ministro da Educação, justificou que atualmente o ministério se trata de uma e “estrutura anacrónica”. Para Joana Regadas é preciso “mais informação” sobre a forma como as entidades extintas vão agora ser integradas. Só depois de entender como vão funcionar as interações no seio do sistema educativo é que a dirigente acredita que vai ser possível avaliar os “impactos reais” do caminho assumido pelo governo. A dirigente da AAUAv deixa ainda um alerta para uma possível avalanche de alterações à forma de funcionamento do ensino superior: “É preciso perceber que isto pode coincidir com a revisão do RJIES. São muitas mudanças no ensino superior, temos de medir o impacto real disto”.
Reitor da UA acredita que reforma do Ministério da Educação pode ser “oportunidade para melhorar”
O reitor considera que, após décadas de evolução, “falta fazer uma avaliação” do sistema. Sem criticar os anteriores governos, que “fizeram crescer” o aparelho científico nacional, Paulo Jorge Ferreira elogia a medida que, de acordo com Fernando Alexandre, Ministro da Educação, Ciência e Tecnologia, vai permitir ultrapassar uma “uma estrutura anacrónica”. Recorde-se que, conforme noticiado ontem pela Ria, as atuais 18 entidades e 27 dirigentes superiores entre os serviços de ensino não superior e superior, ciência e inovação vão passar a ser apenas 7 entidades e 27 dirigentes superiores. De acordo com a informação prestada pelo governo, os organismos extintos, entre os quais estão a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ou a Agenda Nacional de Inovação (ANI), vão passar a integrar novas entidades. No entender do reitor, Portugal e a Europa têm tido muita dificuldade em “transformar a investigação em economia, em valor acrescentado”. Desse prisma, acredita que a reorganização pode ser positiva e que o caminho seguido pelo governo é “uma direção válida a explorar”. Paulo Jorge Ferreira acrescenta que a extinção das entidades “não pode” impedir os projetos de investigação em curso, que, acredita, podem até beneficiar desta reforma.
TFAAUAv prepara participação em festival no Peru
Para além do grupo de Aveiro, vão participar outras três tunas internacionais (de Países Baixos, Chile e Colômbia), quatro tunas peruanas e outras quatro tunas convidadas. Em comunicado endereçado à Ria, a Tuna nota que o encontro é ainda “mais especial” porque a TFAAUAv é também tuna madrinha da tuna anfitriã, a Tuna Femenina de Derecho da Universidad de San Martín de Porres. A participação no VII SANMARTINAS - Festival Internacional da Tuna Femenina de Derecho, que decorre em Lima, acontece entre 15 e 16 de agosto e, de acordo com as estudantes, o principal objetivo é "levar a nossa música, tradição e espírito académico portugueses além-fronteiras".
Antigo presidente do Conselho Geral da UA condecorado com Grã-Cruz do Mérito Industrial
A cerimónia teve lugar esta segunda-feira, 28 de julho, no Palácio de Belém, e visou distinguir o percurso de António Oliveira no setor industrial e empresarial, nomeadamente, no contributo para o desenvolvimento económico nacional, a promoção da inovação e a projeção internacional da indústria portuguesa. Tal como avançado pela Universidade de Aveiro (UA), desde dezembro de 2021 até 2025, António Oliveira foi também presidente do Conselho Geral da UA, “instituição com a qual mantém uma relação próxima de mais de duas décadas”. O percurso de António Oliveira já havia sido anteriormente distinguido com o prémio EY Entrepreneur of the Year – Inovação (2021) e com um Prémio Especial nos Prémios Exportação & Internacionalização (2024), pelo seu papel transformador na liderança da OLI. A Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial visa distinguir quem, como empresário ou trabalhador, se destacou pelo seu contributo relevante para o fomento e valorização das indústrias em Portugal.
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Luís Souto volta a atacar “sinais STOP” do PS: “Vale a pena adiar o futuro de Aveiro por capricho?”
Foi quando falava da reabilitação da Escola Básica do Solposto, que, recorde-se, viu a intervenção adiada depois de a Câmara Municipal de Aveiro ter rescindido contrato com a empresa responsável, que Luís Souto Miranda virou o discurso para a oposição. Depois de, na passada quarta-feira, ter acusado Alberto Souto, candidato do PS, de querer colocar “sinais STOP” aos projetos da autarquia, referindo-se à providência cautelar interposta pelo oponente que fez suspender a demolição do antigo edifício da CERCIAV, Luís Souto Miranda disse que os atrasos na intervenção na escola “nos devem fazer pensar”. “Mesmo quando está tudo pronto para avançar surgem contrariedades”, afirmou o candidato. Luís Souto Miranda sublinha que o município e a freguesia devem “andar para a frente” e não “adiar o seu futuro por caprichos”. No entender da candidatura, são opções que podem acarretar “o risco de adiamento [de projetos} por décadas” e que são motivadas pela vontade de “deixar o nome associado a uma nova opção”. Para Santa Joana, o candidato à Câmara Municipal de Aveiro estabelece como prioridade o eixo Aveiro - Águeda que “vai ser um motor de desenvolvimento para os dois municípios e para Santa Joana em particular”. Para além de aliviar o trânsito na freguesia, Luís Souto Miranda frisa também que vai criar condições para fazer em Santa Joana o maior Parque Verde de Aveiro, três vezes maior que o atual Parque da Cidade. Num próximo mandato, o representante da “Aliança Mais Aveiro” propõe continuar com o desnivelamento da Rotunda do Rato, dar continuidade à qualificação do campo do FIDEC e reivindicar a reabilitação dos bairros do Griné e do Caião junto do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). A Luís Souto Miranda seguiu-se Óscar Ratola Branco, que se candidata à sucessão de Victor Marques na Junta de Freguesia de Santa Joana pela “Aliança Mais Aveiro”. O candidato acredita que, “num curto espaço de tempo, Santa Joana será a Zona VIP de Aveiro”, porque vai ser a freguesia onde “se viverá de forma tranquila”. Das propostas para a autarquia, Óscar Ratola Branco acrescenta que “há muito a fazer” no campo da reabilitação das bermas, passeios e rotunda, na requalificação das vias de acesso à freguesia e das placas toponímicas da cidade. À semelhança do que já tinha sido colocado pelo cabeça-de-lista da coligação para a Câmara Municipal de Aveiro, o candidato voltou a tocar na necessidade de criar o Parque Urbano de Santa Joana junto ao eixo Aveiro – Águeda e de concluir a Escola Básica do Solposto.
Teatro Aveirense regressa em setembro com estreias de Sara Barros Leitão e de Gisela Ferreira
A estreia do trabalho de Sara Barros Leitão, que vai ser apresentado nos dias 27 e 28, é considerada “um dos pontos altos de setembro”. Com coprodução do Teatro Aveirense, o espetáculo assume o texto homónimo de Ésquilo e tenta refletir sobre o tema da migração nos nossos tempos. “nome de solteira”, que venceu bolsa de criação Palcos Instáveis 2ª Casa - Especial 3ª edição do Laboratório de Aveiro, foca-se no trabalho não-pago e na desigualdade de género. De acordo com a nota enviada pela Câmara Municipal de Aveiro, a produção de Gisela Ferreira, que sobe a palco no dia 11 de setembro, coloca em causa o “ideal de mulher perfeita”. Em setembro são ainda apresentados “Crocodile Club”, um espetáculo de Mickaël de Oliveira sobre os limites da democracia que é exibido no dia 6, “O Salvado”, um solo da bailarina Olga Roriz que acontece a 17, o primeiro álbum a solo de Susie Filipe, “Em Tempo Real”, dia 20, e, a 21, “Quero um Piano”, espetáculo de Ana Madureira e Vahan Kerovpyan dirigido às famílias. Nos dias 13 e 14 de setembro são levados a cena os trabalhos finais dos participantes da Laboratório de Dramaturgia 2025.
Futebol do SC Beira-Mar apresenta-se hoje aos sócios em jogo frente à AD Sanjoanense
As portas do Municipal de Aveiro abrem a partir das 16h00, mas o programa só arranca meia-hora mais tarde. Às 16h30 são apresentados os novos equipamentos para 2025/2026 que, de acordo com uma publicação do clube nas redes sociais, “trazem símbolos fundamentais que evocam a memória da refundação””. Depois do equipamento são conhecidos os jogadores e equipa técnica que compõem o plantel que este ano vai competir na Série B do Campeonato de Portugal. O jogo frente à AD Sanjoanense tem início marcado para as 17h00 e, durante o intervalo, vai ser ainda apresentada a equipa Sub-17 do SC Beira-Mar, que este ano vai competir na 1ª Divisão Nacional. O acesso ao Estádio Municipal de Aveiro - Mário Duarte para assistir à partida é gratuito.
Incêndios: Portugal em situação de alerta até quinta-feira
As elevadas temperaturas e a baixa humidade foram as razões apresentadas pela ministra da Administração Interna para avançar com a situação de alerta entre as 00h00 de 3 de agosto e as 23h59 de 7 de agosto. Neste período, é proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, a realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria, o uso de fogo de artifício e outros artefactos pirotécnicos e a realização de queimas e queimadas. As autorizações já emitidas foram suspensas. Durante a sua intervenção, Maria Lúcia Amaral fez um apelo à população para que mantenha a “serenidade e espírito de unidade nacional no enfrentar deste flagelo". A ministra garante que “todo o dispositivo de combate aos incêndios está pronto e mobilizado”, contando com o reforço da resposta operacional da Polícia de Segurança Pública, da Guarda Nacional Republicana e das Forças Armadas. O “agravamento das previsões meteorológicas que apontam um risco significativo de incêndio rural” manifesta-se através do risco máximo de incêndio na maioria dos distritos Norte, Centro e Algarve, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. No dia de hoje, no distrito de Aveiro, os municípios da Anadia, de Mealhada, de Castelo de Paiva, de Arouca, de Sever do Vouga e de Águeda enfrentam risco máximo de incêndio. Vagos, Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha têm risco muito elevado, ao passo que Espinho, S. João da Madeira e Oliveira do Bairro estão em risco elevado. À exceção de Vagos, todos os municípios litorais têm apenas risco moderado de incêndio.