RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

Desporto: “Senti o peso de lutar por mim e por toda a restante equipa da UA”, diz Tiago Cruz

Tiago Cruz, estudante-atleta e guarda-redes da equipa sénior da Associação Desportiva Valonguense, representou a Universidade de Aveiro (UA) no Mundial Universitário de Futebol de Praia, que decorreu, este ano, no Rio de Janeiro, Brasil. A seleção universitária de Portugal conquistou o título de vice-campeões na competição.

Desporto: “Senti o peso de lutar por mim e por toda a restante equipa da UA”, diz Tiago Cruz
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
19 set 2024, 10:25

Em entrevista à Ria, Tiago Cruz salientou o “grande orgulho” e a “responsabilidade” por ter sido o único estudante-atleta da UA convocado para o Mundial Universitário de Futebol de Praia. A nomeação aconteceu logo após a equipa aveirense ter conquistado, este ano, no Algarve, o título de campeões nacionais universitários de futebol de praia. “Senti o peso de lutar por mim e por toda a restante equipa da UA. Aliás, inicialmente estava sem expectativas porque era um desporto que não praticava. O meu foco sempre foi o futebol de 11”, realçou, destacando que o apoio da UA foi "crucial", ao longo da competição. “É das poucas universidades que faz isso”, relembrou.

No que toca ao resultado final, o estudante-atleta no mestrado em Gestão Comercial, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA-UA), reconheceu que “queria mais”, além do título de vice-campeões. “Queríamos ganhar. Fui para lá sem expectativas nenhumas, mas quando começamos a jogar e a ganhar comecei a acreditar. No momento, foi um desgosto que levou tempo a digerir… Ainda que tivesse sido um resultado histórico para Portugal”, reconheceu.

A equipa portuguesa enfrentou, na final, a seleção anfitriã, o Brasil, tendo a equipa brasileira levado a melhor ao vencer por 8-4. “Eles foram mais eficazes do que nós. Acho que o fator da casa também foi determinante para a vitória deles”, afirmou.

Este foi o primeiro ano em que Portugal participou neste torneio, organizado pela Federação Internacional do Desporto Universitário (FISU) em colaboração com a Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU).

Além de Tiago Cruz, enquanto guarda-redes, a equipa portuguesa esteve representada por Afonso Mendes; Alexandre Lança; Alexandre Batista; Bernardo Saraiva; Bernardo Alfama; Bruno Albuquerque; Fernando Veríssimo; Francisco Guerra; Pedro Pereira; Rodrigo Carvalho e Tiago Neves.

Recomendações

Dia Nacional do Azulejo: Acervo de Ana Velosa e iniciativa de Isabel motiva exposição no DECivil
Universidade

Dia Nacional do Azulejo: Acervo de Ana Velosa e iniciativa de Isabel motiva exposição no DECivil

“Eu sou de Aveiro, sou da Beira Mar”, começa por dar nota Isabel da Paula, assistente operacional da secretaria do DECivil, para explicar a sua ligação aos azulejos. “As casas da Beira Mar eram todas com azulejo, tive algumas pessoas da família que estavam na Fábrica Aleluia - na pintura e também no fabrico, de mãos na massa para fazer o azulejo -, e outros também que passaram pelas faianças [fábricas de cerâmica] de São Roque, que também já não existem, pela dos Santos Mártires também”, lembra. Cresceu, portanto, cercada pelo mundo da azulejaria tradicional e vê com alguma tristeza a perda dessa tradição. “A zona da Beira-Mar, não era só marnoto. Era marnotos, eram os trolhas, pedreiros, que eram os da construção civil, e era a cerâmica do azulejo. Era um bairro de tradição”, enfatiza. Não seguiu o caminho da família na tradição azulejar, mas acabou de alguma forma a trabalhar no departamento da UA que ajudou a que fosse possível existir o Dia Nacional do Azulejo. Este ano, a par de Celme Tavares, técnica superior do mesmo departamento, e de Ana Velosa, professora no mesmo departamento, impulsionaram a exposição de 25 azulejos patente a partir do dia de hoje, 6 de maio, no átrio do DECivil. Isabel espera que a iniciativa traga mais amantes do azulejo ao departamento e à universidade e não esconde o sentimento de que a instituição “deveria desenvolver mais nos nossos azulejos [de Aveiro], proteger o que temos e a área do curso de reabilitação deveria ser bem defendida”. “Há uma tradição muito grande na área da cerâmica (…) os poucos azulejos que ainda se vê nas poucas casas deveriam ser bem protegidos”, aponta. O armário branco que guarda a exposição tem exemplares de azulejos vindos de várias partes de Aveiro. “Temos aqui alguns azulejos, alguns que estão aqui são de fábricas que já não existem”, atenta Isabel enquanto enumera: “este, que é da fábrica dos Santos Mártires, que era uma fábrica antiga em Aveiro de azulejos: já não existe; (…) Da fábrica da Fonte Nova, que também já não existe”. Há ainda exemplares da fachada de uma capela antiga, um exemplar de Cândido dos Reis e um em alto relevo que Isabel confidencia achar “lindíssimo”. “E é uma pena... já não são muito comuns”, atira. A mostra, agora patente em DECivil, é composta na verdade por 25 azulejos do acervo pessoal de Ana Velosa, docente do DECivil e uma das pessoas que contribuiu, em nome da Universidade, para que o dia 6 de maio fosse reconhecido como o Dia Nacional do Azulejo. “Procurei ter azulejos que fossem aqui produzidos”, aponta a docente sobre a mostra. “Tem alguns também de Ovar e tem também alguns azulejos degradados, porque nós trabalhamos muito a parte da degradação do azulejo: não é uma exposição assim dos azulejos bonitos, tem degradação e tem azulejos que podem ser utilizados como réplicas”, frisa. Também a história da data e o papel da UA nesse processo é contada pela docente. Começa com a criação do Projeto SOS Azulejos, “um processo coordenado pelo Museu da Polícia Judiciária que teve início devido ao furto de azulejos que começou a ocorrer de forma muito sistemática”, aponta Ana Velosa. Como havia “muito trabalho da Universidade de Aveiro na área do azulejo”, a professora conta que acabou por entrar no projeto, em representação da UA. “Eu trabalhava nessa altura muito com azulejo e estou agora a voltar a trabalhar”, repara. Para a docente o SOS Azulejos foi “um projeto muito dinâmico” e sublinha a disparidade das entidades envolvidas [forças de segurança e instituições de ensino] o que considera reforçar os feitos conseguidos. “Falamos de um projeto com poucas pessoas que conseguiu um Dia Nacional e que conseguiu uma lei”, frisa. Segundo a professora, o “azulejo era menosprezado durante muito tempo pelos portugueses” e a preocupação com a preservação do património azulejar foi começando “quando os turistas chegaram e acharam que era uma coisa muito especial”. “Para alertar para a preservação, pensamos em fazer duas ações: pedir que existisse o Dia Nacional do Azulejo e pedir que existisse uma lei, na qual nós trabalhamos, que não permitisse a demolição de fachadas com azulejo, nem a retirada de azulejo de fachada”, repara Ana Velosa. As propostas foram levadas e aprovadas em Assembleia da República em 2017. A lei passou a vigorar e o dia 6 de maio passou a ser assinalado como o Dia Nacional do Azulejo.  Na vida de Ana Velosa o azulejo, uma peça portuguesa “extremamente identitária”, entrou pela mão da “reabilitação do património edificado”, pela sua origem ser a cidade do Porto e porque teve “a sorte” de se cruzar “com um ateliê de conservação e restauro do Azulejo de Ovar”. O processo da reabilitação do azulejo, a ligação da arquitetura com o material e mesmo o “pôr a mão na massa” são as partes que Ana Velosa aponta mais durante o seu discurso. Lembra, ainda, as várias iniciativas que foram sendo desenvolvidas no âmbito da preservação da cultura do azulejo, destacando uma iniciativa conjunta entre a Câmara Municipal de Aveiro, a UA e a Fábrica de Ciência Viva que, depois da pandemia, viu a sinergia chegar ao fim. “Era uma iniciativa que exigia contacto (…) e nós já tínhamos de alguma forma esgotado o modelo”, repara. “Foi importante, acho que as crianças ganharam muita sensibilidade em relação ao azulejo e acho que teve o tempo teve de ter”, frisa a docente. Para a professora, as autarquias têm vindo “a ser mais sensibilizadas” e “a ter muito mais exigência em relação a esta situação da remoção dos azulejos das fachadas”, algo que considera “extremamente importante para manter a imagem da cidade e a imagem urbana e identitária portuguesa”. Sublinha, ainda, que a própria Universidade tem um património azulejar “relevante” e “com muito interesse”. “Até podíamos ter um percurso de azulejo aqui na Universidade”, sugere Ana Velosa.

'Juntos Somos Mais UA' é a primeira candidatura dos funcionários ao Conselho Geral da UA
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'Juntos Somos Mais UA' é a primeira candidatura dos funcionários ao Conselho Geral da UA

Destinada ao colégio eleitoral do pessoal ‘não docente e não investigador’, a candidatura afirma-se com “sentido de responsabilidade e compromisso” e defende o reforço da voz dos trabalhadores nos órgãos de decisão da universidade, num email dirigido à comunidade. Para além de Inês Carlos como candidata efetiva, a lista tem ainda como suplentes Vítor Proença, técnico superior nos Serviços de Ação Social, e Cecília Reis, técnica superior na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA-UA). A mandatária da candidatura é Eva Andrade, gestora de ciência e tecnologia na UACOOPERA – Unidade Transversal para a Cooperação com a Sociedade. No manifesto enviado à comunidade, o grupo destaca a importância do Conselho Geral como espaço de decisão estratégica e apela à valorização do papel dos trabalhadores TAG na vida da instituição. Entre as principais propostas, incluem-se: a defesa de condições dignas de trabalho e valorização profissional; a promoção da formação contínua, mobilidade interna e transmissão de conhecimento entre gerações; o incentivo à participação ativa e ao diálogo entre órgãos de governo e trabalhadores; a aposta na inclusão, bem-estar físico e mental e conciliação entre a vida profissional e pessoal; o estímulo ao uso de transportes sustentáveis nas deslocações para os campi; e o compromisso com uma gestão participada, ética e sustentável. “Queremos ser uma ponte entre o pessoal TAG e os órgãos de governo da instituição, defendendo os nossos direitos e contribuindo para uma Universidade mais justa, transparente e colaborativa”, pode ler-se no documento. As eleições para o Conselho Geral da Universidade de Aveiro realizam-se a 3 de junho de 2025 e amanhã, dia 7 de maio, termina o prazo de entrega de candidaturas dos diferentes colégios eleitorais: docentes/investigadores, pessoal ‘não docente e não investigador’ e estudantes.

UA: SBIDM assinala em junho a Semana Internacional dos Arquivos
Universidade

UA: SBIDM assinala em junho a Semana Internacional dos Arquivos

A Semana Internacional dos Arquivos 2025, promovida pelo Conselho Internacional de Arquivos (ICA), pretende celebrar “o papel fundamental dos arquivos na salvaguarda da memória coletiva, na promoção do acesso à informação”. De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria, o tema proposto pelo ICA “coloca a tónica na importância de garantir que os arquivos sejam verdadeiramente inclusivos, acessíveis e preparados para os desafios da era digital”. Neste contexto, a SBIDM da UA associa-se à iniciativa com um conjunto diversificado de atividades, que se desenvolvem ao longo de uma semana dedicada à “reflexão, à formação e à partilha de boas práticas na Área da Gestão Documental e da Preservação da Informação”. “A programação proposta destaca-se pelo seu foco na acessibilidade, na preservação digital e na aproximação dos arquivos à comunidade, promovendo os arquivos como espaços vivos, participativos e fundamentais para a construção de uma sociedade mais equitativa e informada”, lê-se. Assim, entre as atividades propostas estão: o ciclo de webinars, em formato online, que decorrem no dia 9 de junho das 10h00 às 11h00 e das 11h00 às 12h00 e no dia 12 de junho das 15h00 às 16h00; as sessões de digitalização que ocorrem no dia 9 de junho, entre as 14h00 e as 18h00 e no dia 11 de junho, das 9h30 às 12h30; o “Simpósio Arquivos Acessíveis: Preservar, Aceder, Democratizar” que acontece no dia 11 de junho, das 14h00 às 18h00, no Auditório Mestre Hélder Castanheira da UA e a “campanha ‘Digitalize a sua História’” que acontece no dia 13 de junho na sala de formação da biblioteca da UA. Todas as atividades são gratuitas, mas têm inscrição obrigatória aqui. A Semana Internacional dos Arquivos 2025 integra-se na iniciativa global promovida pelo ICA, entidade de referência mundial que coordena esta celebração, anualmente, sublinhando o papel fundamental dos arquivos na salvaguarda da memória, no acesso à informação e na construção de sociedades mais inclusivas e participativas.

“recorder” é a nova produção original do GrETUA e estreia este sábado
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“recorder” é a nova produção original do GrETUA e estreia este sábado

Segundo uma nota de imprensa enviada à Ria, a peça “recorder” constitui-se através da abordagem de três encenadores diferentes: Maria Soares, João Garcia Neto e João Tarrafa. Com interpretações de Daniela Lopes, Diogo Figueiredo, Inês Hermenegildo e Ana Inês Conde, formandos do curso de formação teatral, a peça parte do gesto de gravação de uma história para “explorar os temas da memória, da imaginação, e dos objetos que usamos para recordar”. “Este caminho é feito pelas três diferentes interpretações que os três encenadores fazem de um mesmo texto, ao qual trazem diferentes linguagens, passando pelo movimento, o cinema e o teatro, e marcas autorais distintas”, lê-se. Esta é uma produção que envolve um vasto conjunto de pessoas empenhadas em várias áreas, desde a produção, à cenografia, à conceção e execução de figurinos, técnica, comunicação e tudo o que “envolve a criação de um espectáculo de teatro, cujo envolvimento do coletivo é a marca de água deste grupo”. O texto escrito por David Calão estreia este sábado pelas 21h30 e estará em cena no GrETUA até ao dia 18 de maio. O espetáculo tem um custo de 5 euros para estudante e de 7.5 euros para o público em geral. As reservas deverão ser efetuadas aqui. Na sinopse lê-se que "o registo, seja ele uma fotografia, um filme ou uma gravação sonora, promete sempre um regresso que nunca se cumpre integralmente. O gravador permite capturar um momento, mas captura sobretudo a sua fragilidade, o seu caráter transitório, o seu fantasma. Três amigos reúnem-se em torno de um gravador para se gravarem. O gesto imediatamente se revela difícil, como repetir uma pose que apenas surge naturalmente, mas a repetição, o ciclo de tentativa-erro, para além da promessa do regresso, contém em si também a potência do inesperado. Em 'recorder', três encenadores diferentes oferecem três abordagens particulares a um único texto, proporcionando-lhe assim diferentes formas de se revelar, pelas linguagens do movimento, do cinema e do teatro, convocando-as para uma discussão acerca de memória e imaginário”.

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Legislativas: candidatos por Aveiro debatem amanhã na Universidade
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Legislativas: candidatos por Aveiro debatem amanhã na Universidade

A iniciativa contará com três rondas de questões aos candidatos e, conforme adiantado ontem, as temáticas incidirão sobre a vida dos jovens portugueses e estudantes do Ensino Superior, bem como temas estruturantes para a população do distrito de Aveiro. A última ronda será composta por perguntas enviadas pela população. As questões devem ser enviadas para o email [email protected] até às 11h do dia de amanhã (dia7), mas apenas duas serão integradas no debate. A discussão contará ainda com uma ronda final onde cada candidato poderá fazer um apelo ao voto. Organizado pela Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) e pela Ria – Rádio Universitária de Aveiro, o debate vai contará com Emídio Sousa (AD – PSD/CDS), Hugo Oliveira (PS), Pedro Frazão (CHEGA), Mário Amorim Lopes (IL), Luís Fazenda (BE), Filipe Honório (LIVRE), Isabel Tavares (CDU) e Ana Gonçalves (PAN) e será moderado por Isabel Marques, diretora de informação da Ria. Também Joana Regadas, presidente da direção da AAUAv fará uma intervenção no princípio da iniciativa. O debate é aberto à comunidade académica e ao público em geral, até à lotação máxima do auditório. Se não conseguir garantir um lugar, poderá assistir à transmissão em direto através da página de Facebook da Ria – Rádio Universitária de Aveiro.

Dia Nacional do Azulejo: Acervo de Ana Velosa e iniciativa de Isabel motiva exposição no DECivil
Universidade

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“Eu sou de Aveiro, sou da Beira Mar”, começa por dar nota Isabel da Paula, assistente operacional da secretaria do DECivil, para explicar a sua ligação aos azulejos. “As casas da Beira Mar eram todas com azulejo, tive algumas pessoas da família que estavam na Fábrica Aleluia - na pintura e também no fabrico, de mãos na massa para fazer o azulejo -, e outros também que passaram pelas faianças [fábricas de cerâmica] de São Roque, que também já não existem, pela dos Santos Mártires também”, lembra. Cresceu, portanto, cercada pelo mundo da azulejaria tradicional e vê com alguma tristeza a perda dessa tradição. “A zona da Beira-Mar, não era só marnoto. Era marnotos, eram os trolhas, pedreiros, que eram os da construção civil, e era a cerâmica do azulejo. Era um bairro de tradição”, enfatiza. Não seguiu o caminho da família na tradição azulejar, mas acabou de alguma forma a trabalhar no departamento da UA que ajudou a que fosse possível existir o Dia Nacional do Azulejo. Este ano, a par de Celme Tavares, técnica superior do mesmo departamento, e de Ana Velosa, professora no mesmo departamento, impulsionaram a exposição de 25 azulejos patente a partir do dia de hoje, 6 de maio, no átrio do DECivil. Isabel espera que a iniciativa traga mais amantes do azulejo ao departamento e à universidade e não esconde o sentimento de que a instituição “deveria desenvolver mais nos nossos azulejos [de Aveiro], proteger o que temos e a área do curso de reabilitação deveria ser bem defendida”. “Há uma tradição muito grande na área da cerâmica (…) os poucos azulejos que ainda se vê nas poucas casas deveriam ser bem protegidos”, aponta. O armário branco que guarda a exposição tem exemplares de azulejos vindos de várias partes de Aveiro. “Temos aqui alguns azulejos, alguns que estão aqui são de fábricas que já não existem”, atenta Isabel enquanto enumera: “este, que é da fábrica dos Santos Mártires, que era uma fábrica antiga em Aveiro de azulejos: já não existe; (…) Da fábrica da Fonte Nova, que também já não existe”. Há ainda exemplares da fachada de uma capela antiga, um exemplar de Cândido dos Reis e um em alto relevo que Isabel confidencia achar “lindíssimo”. “E é uma pena... já não são muito comuns”, atira. A mostra, agora patente em DECivil, é composta na verdade por 25 azulejos do acervo pessoal de Ana Velosa, docente do DECivil e uma das pessoas que contribuiu, em nome da Universidade, para que o dia 6 de maio fosse reconhecido como o Dia Nacional do Azulejo. “Procurei ter azulejos que fossem aqui produzidos”, aponta a docente sobre a mostra. “Tem alguns também de Ovar e tem também alguns azulejos degradados, porque nós trabalhamos muito a parte da degradação do azulejo: não é uma exposição assim dos azulejos bonitos, tem degradação e tem azulejos que podem ser utilizados como réplicas”, frisa. Também a história da data e o papel da UA nesse processo é contada pela docente. Começa com a criação do Projeto SOS Azulejos, “um processo coordenado pelo Museu da Polícia Judiciária que teve início devido ao furto de azulejos que começou a ocorrer de forma muito sistemática”, aponta Ana Velosa. Como havia “muito trabalho da Universidade de Aveiro na área do azulejo”, a professora conta que acabou por entrar no projeto, em representação da UA. “Eu trabalhava nessa altura muito com azulejo e estou agora a voltar a trabalhar”, repara. Para a docente o SOS Azulejos foi “um projeto muito dinâmico” e sublinha a disparidade das entidades envolvidas [forças de segurança e instituições de ensino] o que considera reforçar os feitos conseguidos. “Falamos de um projeto com poucas pessoas que conseguiu um Dia Nacional e que conseguiu uma lei”, frisa. Segundo a professora, o “azulejo era menosprezado durante muito tempo pelos portugueses” e a preocupação com a preservação do património azulejar foi começando “quando os turistas chegaram e acharam que era uma coisa muito especial”. “Para alertar para a preservação, pensamos em fazer duas ações: pedir que existisse o Dia Nacional do Azulejo e pedir que existisse uma lei, na qual nós trabalhamos, que não permitisse a demolição de fachadas com azulejo, nem a retirada de azulejo de fachada”, repara Ana Velosa. As propostas foram levadas e aprovadas em Assembleia da República em 2017. A lei passou a vigorar e o dia 6 de maio passou a ser assinalado como o Dia Nacional do Azulejo.  Na vida de Ana Velosa o azulejo, uma peça portuguesa “extremamente identitária”, entrou pela mão da “reabilitação do património edificado”, pela sua origem ser a cidade do Porto e porque teve “a sorte” de se cruzar “com um ateliê de conservação e restauro do Azulejo de Ovar”. O processo da reabilitação do azulejo, a ligação da arquitetura com o material e mesmo o “pôr a mão na massa” são as partes que Ana Velosa aponta mais durante o seu discurso. Lembra, ainda, as várias iniciativas que foram sendo desenvolvidas no âmbito da preservação da cultura do azulejo, destacando uma iniciativa conjunta entre a Câmara Municipal de Aveiro, a UA e a Fábrica de Ciência Viva que, depois da pandemia, viu a sinergia chegar ao fim. “Era uma iniciativa que exigia contacto (…) e nós já tínhamos de alguma forma esgotado o modelo”, repara. “Foi importante, acho que as crianças ganharam muita sensibilidade em relação ao azulejo e acho que teve o tempo teve de ter”, frisa a docente. Para a professora, as autarquias têm vindo “a ser mais sensibilizadas” e “a ter muito mais exigência em relação a esta situação da remoção dos azulejos das fachadas”, algo que considera “extremamente importante para manter a imagem da cidade e a imagem urbana e identitária portuguesa”. Sublinha, ainda, que a própria Universidade tem um património azulejar “relevante” e “com muito interesse”. “Até podíamos ter um percurso de azulejo aqui na Universidade”, sugere Ana Velosa.

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Glória Leite é a aposta da coligação Aliança Mais Aveiro para a Junta de Glória e Vera Cruz
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Glória Leite é a aposta da coligação Aliança Mais Aveiro para a Junta de Glória e Vera Cruz

A coligação Aliança Mais Aveiro (PSD/CDS/PPM) escolheu Glória Leite como candidata à presidência da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Glória e Vera Cruz, a maior freguesia do concelho de Aveiro. A informação começou a circular ao longo do dia e foi confirmada por várias fontes ligadas à candidatura de Luís Souto. Glória Leite é atualmente diretora do Agrupamento de Escolas José Estêvão, tendo desenvolvido um percurso profissional ligado à educação e à gestão escolar. No último mandato autárquico, entre 2017 e 2021, integrou o grupo parlamentar do PSD na Assembleia Municipal de Aveiro, como deputada municipal independente. Segundo fontes próximas do PSD-Aveiro, Glória Leite acabaria por se afastar da política local, em 2021, depois de divergências com o atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), José Ribau Esteves. Em declarações à Ria, Glória Leite optou por não confirmar nem desmentir a informação. Até ao momento a Ria não conseguiu entrar em contacto com Luís Souto, candidato à CMA. Recorde-se que a União das Freguesias de Glória e Vera Cruz é atualmente liderada pelo histórico autarca Fernando Marques e que ao longo das últimas semanas circularam pelos bastidores do PSD-Aveiro nomes como Gonçalo Carvalho, ex-presidente da Associação de Andebol de Aveiro, e de Fernando Marques, filho do atual presidente, como eventuais candidatos à presidência desta Junta de Freguesia. Glória Leite (Aliança Mais Aveiro) irá disputar eleições com Bruno Ferreira, atual tesoureiro do Executivo da Junta de Freguesia, que já anunciou a sua candidatura pelo Partido Socialista (PS). Até ao momento não são conhecidos mais candidatos.