Aurora Cunha, Zacarias Andias e Rosa Alice Branco entre os distinguidos pela Câmara de Aveiro
O executivo municipal elegeu esta quinta-feira, 8 de maio, durante a reunião camarária, as sete distinções honoríficas municipais, que serão entregues na sessão solene do Feriado Municipal que se realiza na próxima segunda-feira, 12 de maio, pelas 11h30, nos Paços do Concelho, em Aveiro.
Redação
A votação para a aprovação das propostas decorreu, no período da ordem do dia, na reunião camarária desta quinta-feira. No total, foram escolhidas cinco personalidades que serão distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau prata e duas entidades que serão distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau cobre.
Nos nomes propostos para personalidades está o de Aurora Cunha e o de João Neto. Aurora Cunha conquistou quatro das mais prestigiadas maratonas do mundo (Paris, Chicago, Tóquio e Roterdão), sagrou-se tri-campeã mundial de atletismo de estrada e foi novamente a madrinha de mais uma edição da Maratona Europa. João Neto é um ultramaratonista português reconhecido pelo compromisso com causas sociais, tendo sido o padrinho da Maratona Europa.
Fernando Vasconcelos, Rosa Alice Branco e Zacarias Andias foram os restantes nomes sugeridos. Fernando Vasconcelos, ao longo do seu percurso, desempenhou funções como presidente do Conselho de Administração da Águas da Região de Aveiro (AdRA); Rosa Alice Branco é uma poetisa, ensaísta, investigadora e tradutora aveirense e Zacarias Andias foi um atleta do Galitos, remador nas Olimpíadas de 1952 e ajudou a empreender o Centro Social de Santa Joana Princesa.
A Academia de Saberes e a Associação de Natação Centro Norte de Portugal foram as duas entidades escolhidas. A Academia de Saberes de Aveiro foi constituída em 2004, tendo como objetivos "promover, assegurar e manter uma integração harmoniosa dos cidadãos aposentados e pré-aposentados na sociedade" e "fomentando o espírito de cooperação, apoio mútuo e solidariedade entre os mais velhos, e canalizando os seus saberes em prol da comunidade", conforme se lê no seu site.A Associação de Natação Centro Norte de Portugal conta com atividade nas “quatro disciplinas da natação” e tem em atividade “cerca de milhares de atletas federados”, que representam cerca de “40 clubes da região”.
A proposta foi aprovada pelo executivo com um voto contra no nome de Aurora Cunha e outro no nome de João Neto.
A sessão solene, que decorre na próxima segunda-feira, contará com os discursos do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves e do presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, Luís Souto de Miranda assim como de um representante dos condecorados, em representação das instituições e personalidades distinguidas.
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Miguel Gomes mostra-se “muito feliz” com resultado da IL e reafirma que “não somos moletas do PSD”
Na Câmara Municipal, onde em 2021, no primeiro ano em que concorreu no concelho, a IL Aveiro ocupava a sexta posição com 790 votos (2,31%), o partido mais do que duplicou esse resultado, atingindo agora a quarta força política com 2.010 votos (5,19%). Na Assembleia Municipal, órgão em que até então não tinha representação, a IL elegeu dois deputados municipais, com um total de 2.348 votos, mais 1.323 do que há quatro anos. Também na Assembleia de Freguesia, onde não tinha mandatos, o partido conquistou um lugar em Glória e Vera Cruz, alcançando 1.766 votos (4,56%) nas seis das dez freguesias onde concorreu. Em entrevista à Ria, Miguel Gomes, candidato da IL à Câmara Municipal de Aveiro, mostrou-se “muito feliz” com o resultado e aproveitou o momento para agradecer aos aveirenses. “Consideramos que fizemos um excelente trabalho e, felizmente, conseguimos que o trabalho feito, diariamente, junto dos eleitores e das pessoas fosse reconhecido. Quando assim é só podemos ficar felizes com o resultado obtido e agradecer a todos os aveirenses que confiaram em nós”, exprimiu. Novamente questionado sobre a recusa em integrar uma eventual coligação com a “Aliança com Aveiro” (PSD/CDS-PP/PPM), Miguel Gomes vincou que: “não somos moletas do PSD”. “Temos as nossas ideias muito próprias, as nossas convicções”, afirmou. “Posso dizer que estamos muito contentes de ter optado por não fazer coligação. (…) Estamos muito convictos de que é melhor a IL Aveiro estar sozinha do que irmos coligados com outros e correndo o risco de desaparecer. Estamos aqui para marcar a nossa presença como Iniciativa e não para servir de moletas a outros partidos”, continuou. Na reta final da conversa, o candidato aproveitou ainda para parabenizar Luís Souto de Miranda e a coligação pela vitória nestas eleições autárquicas. “Desejo um bom trabalho a Luís Souto e à coligação em prol de Aveiro e dos aveirenses”, disse. Relembre-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Câmara Municipal sem maioria e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.
Autárquicas: “Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, diz João Moniz
Em 2021, o Bloco de Esquerda em Aveiro tinha conquistado, nos três órgãos- Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia - um total de 7.565 votos. Este ano, o partido viu esse número cair para 2.752 votos, o que representa menos 4.813 do que há quatro anos. Especificando cada órgão: na Câmara Municipal, onde em 2021 o BE era a terceira força política, com 2.191 votos (6,40%), o partido caiu agora para a sexta posição com 780 votos (2,01%). Na Assembleia Municipal- onde há quatro anos tinha elegido dois deputados- o BE perde representação, alcançando apenas 1.001 votos (2,58%). Já nas Assembleias de Freguesia, às quais o partido concorreu, em 2025, a todas as freguesias exceto São Jacinto, o BE perdeu os quatro mandatos que havia conquistado em 2021. “É uma perda muito grande de votos e de mandatos”, reconheceu João Moniz à Ria. “Nós temos de olhar para a realidade como ela é e o que ela nos diz é que o Bloco de Esquerda foi derrotado nestas eleições. Não há outra forma de dizer isto sem ser esta e qualquer outra forma que tente amenizar o que aconteceu é contraproducente”, continuou. Questionado pela Ria sobre as razões desta queda, o candidato não se “ilibou pessoalmente”, nem à estrutura do partido, mas reconheceu que não é possível “dissociar os resultados autárquicos do Bloco Esquerda daquilo que tem sido a desfiguração do Bloco [a nível nacional]”. “Quem me segue nas redes sociais sabe que eu tenho uma opinião crítica em relação à linha do partido, eu já o disse em entrevistas, em publicações nas redes sociais, mas não queria focar a conversa nisso porque acho que não é tempo para isso. Nós vamos fazer a reflexão interna e aí vamos fazer esse diálogo interno sobre o que é que está em causa e porquê”, afirmou, avançando que o partido tem já assembleia marcada para o “próximo sábado”. “Obviamente nós fizemos alguma coisa de errado e vamos ter uma reflexão interna sobre o que produziu este resultado.Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, completou. Note-se que esta segunda-feira, um dia após as eleições, João Moniz fez uma publicação nas suas redes sociais onde aproveitou para saudar Luís Souto de Miranda pela vitória. Aproveitou também para agradecer a “todos” pelo envolvimento na campanha do BE em Aveiro e reconheceu que apesar “da qualidade da campanha, da prestação nos debates e entrevistas, e da centralidade que muitas das ideias que lançámos adquiriram na campanha, esta foi uma grande e pesada derrota do Bloco de Esquerda em Aveiro”. Questionado ainda sobre se a possível coligação à esquerda, que o BE tentou promover com o Livre, o PAN e a CDU, poderia ter evitado este desfecho, João Moniz admitiu não saber e citou o exemplo do que aconteceu em Lisboa. “A coligação liderada pelo Partido Socialista (PS) foi menos do que a soma dos partidos, pelo menos contabilizando o resultado de 2021. Portanto, as coisas às vezes não são assim tão lineares”, recordou. Recorde-se que também esta terça-feira, 14 de outubro, o BE Aveiro fez uma publicação, através das suas redes sociais, onde reconhece que os “resultados eleitorais ficaram muito aquém das nossas expectativas e representam uma derrota para o Bloco, tanto em Aveiro como no país”. “Apesar do reconhecimento geral na qualidade da campanha que construímos e do programa que apresentámos, o Bloco de Esquerda perdeu toda a sua representação institucional nos órgãos do poder local em Aveiro.É uma derrota que encaramos com humildade e sentido de responsabilidade. Mas é também um momento de balanço e de renovação da nossa determinação”, lê-se. Apesar do resultado, o partido garante que continuará a estar presente em Aveiro “a lutar por um concelho mais justo, solidário e livre”. “Continuaremos a denunciar as desigualdades, a combater a especulação imobiliária, a defender o direito à habitação e a exigir transportes públicos de qualidade. A todas e todos os que acreditam que é possível mudar Aveiro, deixamos uma promessa: continuaremos a trabalhar, com empenho e com esperança”, afirma. Relembre-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM)venceu a Câmara Municipal sem maioriae elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.
Autárquicas: Bruno Fonseca garante que o Livre será “a voz dos aveirenses” na Assembleia Municipal
Entre os três órgãos a que concorreu - Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia- o Livre Aveiro obteve um total de “2803 votos”. Na Câmara Municipal, o partido alcançou a quinta posição entre as nove forças políticas em disputa, com 849 votos (2,19%). Na Assembleia Municipal manteve a mesma classificação, conseguindo 1.305 votos (3,37%) e elegendo, assim, um deputado municipal, a sua primeira representação no concelho. Já nas Assembleias de Freguesia de Glória e Vera Cruz e de Esgueira, o Livre obteve 649 votos (1,68%), não tendo conseguido eleger qualquer mandato. Face a este desfecho, Bruno Fonseca, que também foi o candidato à Câmara Municipal nestas eleições autárquicas, mostrou-se “feliz” com o resultado alcançado vincando à Ria que o mesmo “ainda torna a responsabilidade maior o que nós queremos fazer pela cidade”. “Isto já é um trabalho que vem detrás mesmo antes de apresentarmos esta candidatura ao Município de Aveiro”, recordou. “Com esta candidatura e com os dados que já temos dá-nos mais alento para continuar a trabalhar e a enraizar o projeto do Livre na cidade”, acrescentou ainda o candidato. Sobre o lugar que agora ocupará na Assembleia Municipal, Bruno Fonseca garantiu: “a voz dos aveirenses vai ser ouvida e colocada na Assembleia Municipal”. “Esse foi o nosso objetivo principal quando apresentamos a candidatura e vamos fazer esse trabalho conjunto com os aveirenses de levantar os problemas e levar as soluções para cima da mesa”, sublinhou. “O Livre será essa voz”, insistiu. Recorde-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Câmara Municipal sem maioria e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.
Governação em Aveiro: dois caminhos em cima da mesa para Luís Souto
O primeiro, aquele que se figura como mais provável para o arranque do mandato, é uma governação minoritária, assente em diálogo permanente e na construção de maiorias ‘ponto a ponto’ para viabilizar as matérias estruturantes como orçamento, grandes opções do plano, investimentos de maior escala ou a política fiscal (IMI, IRS, Derrama). O segundo, mais estável, mas politicamente mais exigente, é uma maioria através da partilha de pelouros, que implicaria integrar no executivo, pelo menos, um dos cinco vereadores da oposição - Diogo Soares Machado do Chega ou, por exemplo, um dos vereadores independentes eleitos nas listas do PS, em troca de responsabilidades executivas e um acordo escrito para o mandato. No primeiro cenário, onde a governação de Carlos Moedas em Lisboa é um bom exemplo, a Câmara funciona com a aritmética de 4-4-1 e a estabilidade nasce de conversações antes de cada reunião. Na prática, Luís Souto teria de dedicar uma fatia relevante da sua agenda a reuniões preparatórias com PS e Chega, enviando propostas com antecedência, acolhendo propostas de alteração e combinando, por exemplo, ‘abstenções técnicas’ sempre que existam pontos de convergência. Em Portugal é regra que a maioria dos pontos discutidos em reuniões de Câmara Municipal seja aprovada sem sobressaltos, mas o novo quadro político de Aveiro torna mais difícil a aprovação dos documentos estruturantes. Neste cenário, perde-se alguma velocidade na decisão e cresce a imprevisibilidade quando as sensibilidades partidárias divergem. Ainda assim, é um caminho que preserva a identidade programática da coligação vencedora e respeita o sinal do eleitorado, que fragmentou o poder. O segundo cenário de maioria com partilha de pelouros oferece estabilidade: bastaria conquistar um dos cinco vereadores da oposição para transformar a geometria variável em maioria estável. Isso pode acontecer de duas formas. A primeira é através do Chega, atribuindo-lhe pelouros com fronteira clara, mediante um acordo escrito que detalhe objetivos comuns. A segunda passa por independentes eleitos em listas do PS (como Marta Ferreira Dias ou Rui Castilho Dias), cuja condição de independência lhes confere, em tese, maior margem para arquitetar uma solução de governabilidade sem que o PS entre formalmente no executivo. Em ambos os casos, os ganhos são evidentes - menos desgaste negocial, capacidade de planear quatro anos de obras e políticas sem sobressaltos -, mas o custo político também pesa: integração da oposição na máquina executiva, partilha de resultados e eventual resistência interna dentro do partido. No caso do Chega, há ainda o enquadramento nacional e a leitura pública que uma solução destas poderia suscitar. Em qualquer dos caminhos, o eleitorado deixou um recado claro: a partir de agora, a governação de Aveiro joga-se menos na força das máquinas partidárias e mais na capacidade de construir consensos úteis.
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"Eleições Autárquicas em Aveiro – o perpetuar da história", opinião de João Manuel Oliveira
Decorreram no passado domingo as eleições autárquicas no país. No entanto, nesta sequência de artigos irei escalpelizar a nossa região. Primeiro, Aveiro, depois a CIRA e por fim, aquele, ainda existente, e no entanto anacrónico limite territorial, o distrito. Em síntese, a Aliança com Aveiro teve um resultado satisfatório, Alberto Souto atingiu, mais uma vez, o seu limiar de resistência, o resultado máximo que ele poderia almejar, o Chega entra na vereação, algo histórico e a IL passa a estar presente na Assembleia Municipal. O Livre passa a ter um deputado municipal único e o Bloco de Esquerda e o PCP perdem os seus representantes. Não tenho a certeza absolutíssima, mas acho que é a primeira vez que este partido não tem representação em Aveiro. A Aliança com Aveiro ganhou as eleições e conseguiu fazer um 9-1 nas freguesias, demonstrando a sua presença e consistência. Desde 2005, em que historicamente o CDS e o PSD se uniram em Aveiro – mas mesmo antes, com a exceção de 2001 – o resultado destes dois partidos dá sempre para vencer em Aveiro e na quase totalidade das suas freguesias (o centro da cidade, com a união, é um caso à parte). Alberto Souto atingiu quase o seu limiar de resistência, aqueles votantes que teve em 2005 e em 1997. É alguém que ultrapassa a base do partido e entra em todo o lado, mas também tem um conjunto de resistências que não conseguiu ultrapassar durante a campanha. Em termos comunicacionais, passou uma mensagem de Messias (o cartaz junto à rotunda da Salineira é o melhor exemplo), de alguém que tinha e tem um desígnio para a cidade. Ora, isso não batia certo com a mensagem-slogan “um futuro com todos, com as pessoas”. Demasiados projetos e ideias – algumas com vinte e cinco anos e que estão ultrapassadas ou erradas – voltaram a passar a mensagem de despesista, que se colocou como supercola, embora ele se tentasse libertar. O Chega quase que cumpria o desígnio do seu líder André Ventura. Diogo Soares Machado utilizou os chavões todos mas esqueceu-se que, a exemplo dos irmãos, também ele faz parte de uma família com pergaminhos na cidade, uma elite. E que também ele tem um passado. Mesmo assim, conseguiu ultrapassar os resultados absolutos da última campanha em que tinha sido mentor, em 2013 e segurar o seu lugar de vereador. Será um erro a Aliança com Aveiro se unir a ele, de forma permanente. Em relação aos partidos que não entraram na vereação, mas sim na Assembleia: a IL conseguiu solidificar a sua presença, garante um resultado sólido e consegue 2 elementos na Assembleia Municipal. Ainda tem uma presença fraca nas freguesias, algo muito parecido com todos os outros partidos que andam à caça de candidatos a menos de seis meses das eleições – o trabalho político, ao contrário do que se pesa, deve começar três anos antes… O candidato do Livre conseguiu atingir um dos seus três resultados e será deputado municipal. Quem merecia lá estar era a Aurora Cerqueira, porque foi ela que andaram a mostrar em todo o lado, para que as pessoas não se esquecessem que ele era o candidato triplo. Receberam os votos dos que, à esquerda, quiseram castigar o BE e PCP. Quanto a João Moniz, basta dizer que não chega ser o melhor nos debates e um dos mais bem preparados quando se cola a uma extrema-esquerda em plena crise de identidade… Se continuar com vontade e for independente, será alguém a ter debaixo de olho para 2029. Quanto ao PCP, precisa olhar para dentro. Perdeu a sua representação em Aveiro, pela primeira na sua história. Terá sido a última? Não refiro o PAN, pois a sua presença na Assembleia Municipal em 2021 foi, somente, devido ao acordo maravilhoso feito com o PS. A representatividade real está expressa nos resultados deste ano. Candidatos à última da hora dão nisto. Em relação às freguesias e a resultados específicos, é de salientar que poderemos ainda vir a ter novidades, dada a evidente dificuldade da Aliança com Aveiro (e Catarina Barreto, que ganhou com larga margem, mas sem maioria) fazer executivo em Aradas. Se a mesma situação acontece em Esgueira e Eixo Eirol, as campanhas nesses dois locais pareceram mais pacíficas e que darão lugar a negociações mais simples para formar o executivo. São Jacinto foi uma vitória forte da Aliança, demonstrativa que a mensagem do caos anterior afetará o PS nos próximos tempos. Em 2029, Cacia poderá ser um problema grave para a Aliança. Os últimos dados ideológicos (votos as legislativas) levam-me a analisar que a mudança de presidente poderá levar outro tipo de mudanças. Nas outras freguesias (com exceção de Aradas, caso Catarina Barreto se mantenha) os presidentes ainda se poderão recandidatar e por isso, poderemos antecipar eleições mais calmas, em condições normais. Luis Souto de Miranda vai ter um mandato mais fácil do que se julga. Com quatro vereadores e uma assembleia municipal maioritária, basta aguardar para as mudanças que o PS terá no executivo e na sua liderança partidária, e cumprir os mínimos olímpicos. Saiba auscultar as pessoas e resolver alguns assuntos, sendo que o mais crítico em Aveiro será o do estacionamento – com aquilo que está previsto e no terreno. Aveiro, em termos noticiosos, foi tratado como um fait-divers. Fomos falados, nos meios de comunicação, pela “curiosidade” de termos dois irmãos, um contra o outro. Mas não fomos alvo de sondagens, estudos de opinião ou cobertura. Demonstrativo da falta de peso nacional, e de figuras nacionais, mas também da crença no que poderia acontecer. Já em termos noticiosos regionais, vou dar uns enormes parabéns a todos. Numa altura em que a comunicação social nacional passa por uma crise estrutural e de confiança, notei uma evolução positiva em todos os meios, com debates, podcasts, análises e muito trabalho de casa. Parabéns ao Diário de Aveiro, à AveiroMag, ao Noticias de Aveiro, Rádio Terranova e, claro, à Rádio Ria. Amanhã publicarei um segundo artigo, sobre as eleições em termos regionais/distritais e conclusões.
Miguel Gomes mostra-se “muito feliz” com resultado da IL e reafirma que “não somos moletas do PSD”
Na Câmara Municipal, onde em 2021, no primeiro ano em que concorreu no concelho, a IL Aveiro ocupava a sexta posição com 790 votos (2,31%), o partido mais do que duplicou esse resultado, atingindo agora a quarta força política com 2.010 votos (5,19%). Na Assembleia Municipal, órgão em que até então não tinha representação, a IL elegeu dois deputados municipais, com um total de 2.348 votos, mais 1.323 do que há quatro anos. Também na Assembleia de Freguesia, onde não tinha mandatos, o partido conquistou um lugar em Glória e Vera Cruz, alcançando 1.766 votos (4,56%) nas seis das dez freguesias onde concorreu. Em entrevista à Ria, Miguel Gomes, candidato da IL à Câmara Municipal de Aveiro, mostrou-se “muito feliz” com o resultado e aproveitou o momento para agradecer aos aveirenses. “Consideramos que fizemos um excelente trabalho e, felizmente, conseguimos que o trabalho feito, diariamente, junto dos eleitores e das pessoas fosse reconhecido. Quando assim é só podemos ficar felizes com o resultado obtido e agradecer a todos os aveirenses que confiaram em nós”, exprimiu. Novamente questionado sobre a recusa em integrar uma eventual coligação com a “Aliança com Aveiro” (PSD/CDS-PP/PPM), Miguel Gomes vincou que: “não somos moletas do PSD”. “Temos as nossas ideias muito próprias, as nossas convicções”, afirmou. “Posso dizer que estamos muito contentes de ter optado por não fazer coligação. (…) Estamos muito convictos de que é melhor a IL Aveiro estar sozinha do que irmos coligados com outros e correndo o risco de desaparecer. Estamos aqui para marcar a nossa presença como Iniciativa e não para servir de moletas a outros partidos”, continuou. Na reta final da conversa, o candidato aproveitou ainda para parabenizar Luís Souto de Miranda e a coligação pela vitória nestas eleições autárquicas. “Desejo um bom trabalho a Luís Souto e à coligação em prol de Aveiro e dos aveirenses”, disse. Relembre-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Câmara Municipal sem maioria e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.
Autárquicas: “Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, diz João Moniz
Em 2021, o Bloco de Esquerda em Aveiro tinha conquistado, nos três órgãos- Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia - um total de 7.565 votos. Este ano, o partido viu esse número cair para 2.752 votos, o que representa menos 4.813 do que há quatro anos. Especificando cada órgão: na Câmara Municipal, onde em 2021 o BE era a terceira força política, com 2.191 votos (6,40%), o partido caiu agora para a sexta posição com 780 votos (2,01%). Na Assembleia Municipal- onde há quatro anos tinha elegido dois deputados- o BE perde representação, alcançando apenas 1.001 votos (2,58%). Já nas Assembleias de Freguesia, às quais o partido concorreu, em 2025, a todas as freguesias exceto São Jacinto, o BE perdeu os quatro mandatos que havia conquistado em 2021. “É uma perda muito grande de votos e de mandatos”, reconheceu João Moniz à Ria. “Nós temos de olhar para a realidade como ela é e o que ela nos diz é que o Bloco de Esquerda foi derrotado nestas eleições. Não há outra forma de dizer isto sem ser esta e qualquer outra forma que tente amenizar o que aconteceu é contraproducente”, continuou. Questionado pela Ria sobre as razões desta queda, o candidato não se “ilibou pessoalmente”, nem à estrutura do partido, mas reconheceu que não é possível “dissociar os resultados autárquicos do Bloco Esquerda daquilo que tem sido a desfiguração do Bloco [a nível nacional]”. “Quem me segue nas redes sociais sabe que eu tenho uma opinião crítica em relação à linha do partido, eu já o disse em entrevistas, em publicações nas redes sociais, mas não queria focar a conversa nisso porque acho que não é tempo para isso. Nós vamos fazer a reflexão interna e aí vamos fazer esse diálogo interno sobre o que é que está em causa e porquê”, afirmou, avançando que o partido tem já assembleia marcada para o “próximo sábado”. “Obviamente nós fizemos alguma coisa de errado e vamos ter uma reflexão interna sobre o que produziu este resultado.Este resultado é, sem dúvida, uma derrota para o Bloco de Esquerda”, completou. Note-se que esta segunda-feira, um dia após as eleições, João Moniz fez uma publicação nas suas redes sociais onde aproveitou para saudar Luís Souto de Miranda pela vitória. Aproveitou também para agradecer a “todos” pelo envolvimento na campanha do BE em Aveiro e reconheceu que apesar “da qualidade da campanha, da prestação nos debates e entrevistas, e da centralidade que muitas das ideias que lançámos adquiriram na campanha, esta foi uma grande e pesada derrota do Bloco de Esquerda em Aveiro”. Questionado ainda sobre se a possível coligação à esquerda, que o BE tentou promover com o Livre, o PAN e a CDU, poderia ter evitado este desfecho, João Moniz admitiu não saber e citou o exemplo do que aconteceu em Lisboa. “A coligação liderada pelo Partido Socialista (PS) foi menos do que a soma dos partidos, pelo menos contabilizando o resultado de 2021. Portanto, as coisas às vezes não são assim tão lineares”, recordou. Recorde-se que também esta terça-feira, 14 de outubro, o BE Aveiro fez uma publicação, através das suas redes sociais, onde reconhece que os “resultados eleitorais ficaram muito aquém das nossas expectativas e representam uma derrota para o Bloco, tanto em Aveiro como no país”. “Apesar do reconhecimento geral na qualidade da campanha que construímos e do programa que apresentámos, o Bloco de Esquerda perdeu toda a sua representação institucional nos órgãos do poder local em Aveiro.É uma derrota que encaramos com humildade e sentido de responsabilidade. Mas é também um momento de balanço e de renovação da nossa determinação”, lê-se. Apesar do resultado, o partido garante que continuará a estar presente em Aveiro “a lutar por um concelho mais justo, solidário e livre”. “Continuaremos a denunciar as desigualdades, a combater a especulação imobiliária, a defender o direito à habitação e a exigir transportes públicos de qualidade. A todas e todos os que acreditam que é possível mudar Aveiro, deixamos uma promessa: continuaremos a trabalhar, com empenho e com esperança”, afirma. Relembre-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM)venceu a Câmara Municipal sem maioriae elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.
Autárquicas: Bruno Fonseca garante que o Livre será “a voz dos aveirenses” na Assembleia Municipal
Entre os três órgãos a que concorreu - Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia- o Livre Aveiro obteve um total de “2803 votos”. Na Câmara Municipal, o partido alcançou a quinta posição entre as nove forças políticas em disputa, com 849 votos (2,19%). Na Assembleia Municipal manteve a mesma classificação, conseguindo 1.305 votos (3,37%) e elegendo, assim, um deputado municipal, a sua primeira representação no concelho. Já nas Assembleias de Freguesia de Glória e Vera Cruz e de Esgueira, o Livre obteve 649 votos (1,68%), não tendo conseguido eleger qualquer mandato. Face a este desfecho, Bruno Fonseca, que também foi o candidato à Câmara Municipal nestas eleições autárquicas, mostrou-se “feliz” com o resultado alcançado vincando à Ria que o mesmo “ainda torna a responsabilidade maior o que nós queremos fazer pela cidade”. “Isto já é um trabalho que vem detrás mesmo antes de apresentarmos esta candidatura ao Município de Aveiro”, recordou. “Com esta candidatura e com os dados que já temos dá-nos mais alento para continuar a trabalhar e a enraizar o projeto do Livre na cidade”, acrescentou ainda o candidato. Sobre o lugar que agora ocupará na Assembleia Municipal, Bruno Fonseca garantiu: “a voz dos aveirenses vai ser ouvida e colocada na Assembleia Municipal”. “Esse foi o nosso objetivo principal quando apresentamos a candidatura e vamos fazer esse trabalho conjunto com os aveirenses de levantar os problemas e levar as soluções para cima da mesa”, sublinhou. “O Livre será essa voz”, insistiu. Recorde-se que as eleições autárquicas decorreram no passado domingo, 12 de outubro, e que Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança com Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) venceu a Câmara Municipal sem maioria e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.