Aurora Cunha, Zacarias Andias e Rosa Alice Branco entre os distinguidos pela Câmara de Aveiro
O executivo municipal elegeu esta quinta-feira, 8 de maio, durante a reunião camarária, as sete distinções honoríficas municipais, que serão entregues na sessão solene do Feriado Municipal que se realiza na próxima segunda-feira, 12 de maio, pelas 11h30, nos Paços do Concelho, em Aveiro.
Redação
A votação para a aprovação das propostas decorreu, no período da ordem do dia, na reunião camarária desta quinta-feira. No total, foram escolhidas cinco personalidades que serão distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau prata e duas entidades que serão distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau cobre.
Nos nomes propostos para personalidades está o de Aurora Cunha e o de João Neto. Aurora Cunha conquistou quatro das mais prestigiadas maratonas do mundo (Paris, Chicago, Tóquio e Roterdão), sagrou-se tri-campeã mundial de atletismo de estrada e foi novamente a madrinha de mais uma edição da Maratona Europa. João Neto é um ultramaratonista português reconhecido pelo compromisso com causas sociais, tendo sido o padrinho da Maratona Europa.
Fernando Vasconcelos, Rosa Alice Branco e Zacarias Andias foram os restantes nomes sugeridos. Fernando Vasconcelos, ao longo do seu percurso, desempenhou funções como presidente do Conselho de Administração da Águas da Região de Aveiro (AdRA); Rosa Alice Branco é uma poetisa, ensaísta, investigadora e tradutora aveirense e Zacarias Andias foi um atleta do Galitos, remador nas Olimpíadas de 1952 e ajudou a empreender o Centro Social de Santa Joana Princesa.
A Academia de Saberes e a Associação de Natação Centro Norte de Portugal foram as duas entidades escolhidas. A Academia de Saberes de Aveiro foi constituída em 2004, tendo como objetivos "promover, assegurar e manter uma integração harmoniosa dos cidadãos aposentados e pré-aposentados na sociedade" e "fomentando o espírito de cooperação, apoio mútuo e solidariedade entre os mais velhos, e canalizando os seus saberes em prol da comunidade", conforme se lê no seu site. A Associação de Natação Centro Norte de Portugal conta com atividade nas “quatro disciplinas da natação” e tem em atividade “cerca de milhares de atletas federados”, que representam cerca de “40 clubes da região”.
A proposta foi aprovada pelo executivo com um voto contra no nome de Aurora Cunha e outro no nome de João Neto.
A sessão solene, que decorre na próxima segunda-feira, contará com os discursos do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves e do presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, Luís Souto de Miranda assim como de um representante dos condecorados, em representação das instituições e personalidades distinguidas.
Recomendações
Discursos políticos marcam Feriado Municipal: Luís Souto projeta futuro e Ribau Esteves despede-se
A sessão solene comemorativa do Feriado Municipal de Aveiro teve início às 11h30, na Praça da República, com o tradicional hastear da bandeira, a execução do hino da cidade e a presença de uma guarda de honra, assinalando simbolicamente o arranque oficial das celebrações. Às 11h45, nos Paços do Concelho, decorreu a cerimónia de entrega das condecorações honoríficas municipais, distinguindo cidadãos e instituições cujo mérito e contributo se destacaram no desenvolvimento do município. Entre os homenageados estiveram figuras como Aurora Cunha, João Neto, Rosa Alice Branco, Zacarias Andias (a título póstumo), Fernando Vasconcelos, bem como as instituições Academia de Saberes e a Associação de Natação Centro Norte de Portugal. A sessão solene iniciou-se com os discursos de Luís Souto de Miranda, atual presidente da Assembleia Municipal e de José Ribau Esteves, presidente cessante da Câmara Municipal de Aveiro. Ambos optaram por intervenções marcadamente políticas, nas quais enalteceram as políticas municipais dos últimos anos e dirigiram críticas à oposição. Luís Souto de Miranda destacou o simbolismo da data, sublinhando que o feriado municipal “é sempre uma ocasião de reflexão, de balanços e de perspetivarmos o futuro”. Referiu-se também à relevância das distinções atribuídas, considerando-as uma “boa tradição” que valoriza “o mérito” e incentiva “novos exemplos para o futuro”. Num momento de reconhecimento público, Luís Souto assinalou o fim do ciclo autárquico de Ribau Esteves, sublinhando o “enorme serviço que prestou ao município ao longo dos três mandatos”. Em tom crítico, e perante a presença de Alberto Souto de Miranda- ex-presidente da Câmara entre 1998 e 2005-, lembrou as dificuldades financeiras herdadas da governação socialista, apontando que “só com a recuperação financeira se criaram as condições para o que fomos gradualmente assistindo em Aveiro: uma rede escolar e de centros de saúde que hoje não nos envergonha, bem pelo contrário; um centro urbano onde se destacam as importantes obras do Rossio e da Avenida, que, ainda que polémicas, são hoje claramente do apreço e usufruto geral, com notórios efeitos na dinamização do comércio e dos serviços”. O presidente da Assembleia Municipal elencou ainda algumas das obras que considera “bem conseguidas”, como a requalificação da “Rua da Pêga” e das “Avenidas 25 de Abril e Mário Sacramento”. Na área da mobilidade, destacou a aposta no “ferry elétrico Salicórnia”, nos “autocarros elétricos” e nas “bicicletas bugas 1 e 2”. Reconhecendo que “nada disto foi feito sem erros”, acrescentou que “só não erra quem nunca decide”. “Deixemos para um outro momento a avaliação do que eventualmente justifica correção e saibamos ter, pelo menos, a objetividade de reconhecer que a capacidade de realização foi ímpar”, apelou, dirigindo-se diretamente a Ribau Esteves. A cultura foi também destacada como área estratégica de investimento, contrariando críticas de alegado desinteresse. “A cultura, ao contrário do que alguns velhos do restelo clamavam, não só não foi esquecida como contou com importante investimento”, afirmou. O discurso terminou com uma reflexão sobre os desafios que se colocam ao município no futuro próximo, nomeadamente o impacto das transformações tecnológicas, o envelhecimento da população e as novas prioridades ambientais e sociais. Referiu o trabalho da Assembleia Municipal Jovem e o papel das novas gerações, que, segundo Luís Souto, “querem mais e melhor mobilidade suave, mais espaços verdes, mais desporto para todos, uma digitalização responsável, inclusão e solidariedade social”. E concluiu que “em Aveiro, município que se quer sempre na vanguarda, não poderemos ficar indiferentes a estas novas agendas”. Num tom mais leve, mas não menos sugestivo, Luís Souto lançou ainda uma indireta a Ribau Esteves, questionando-o sobre o seu futuro após deixar a autarquia: “Não sei se ele hoje vai revelar, mas ainda não revelou”, disse, arrancando algumas risadas discretas de quem se encontrava pelos Paços do Concelho. No último Feriado Municipal enquanto presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves fez um discurso marcado pela emoção, balanços positivos e agradecimentos a diversos setores da sociedade civil, aproveitando também para reforçar o seu compromisso com a cidade até ao final do mandato. “Quero deixar o meu testemunho de tanta determinada esperança na vida, de aposta nos homens, de fé em Deus”, declarou, evocando ainda o simbolismo do nascimento, ao referir-se ao aniversário dos gémeos Maria José e José Maria, filhos de colaboradores próximos. “Com eles fazemos a festa da vida, do nascer e do crescer, de quem acredita, aposta e realiza”, refletiu José Ribau Esteves. O autarca celebrou a dinâmica cultural do município, sublinhando o sucesso da iniciativa Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024, “um sucesso de múltiplas características”, com “mais de 700 espetáculos” e “criatividade que nasceu e veio para ficar”. Considerou ainda tratar-se de uma “relevante ação de marketing territorial” que “deu mais Aveiro a Portugal e ao mundo”. Ribau Esteves destacou igualmente obras estruturantes como a requalificação do Rossio e das pontes, a instalação do monumento da Muralha de Aveiro e o novo Ferryboat Elétrico Salicórnia, uma aposta em mobilidade e ambiente. “Foram dez milhões de euros de investimento em conforto para os passageiros, redução de custos e aumento da eficiência energética e dando a 2024 o ano recorde de passageiros. Cerca de 203 mil pessoas utilizaram o Salicórnia para a travessia marítima entre o Forte da Barra e São Jacinto”, indicou. No domínio do turismo, sublinhou os “indicadores de recorde” com “quase 350 mil pessoas” nos museus e nos postos de turismo e lojas turísticas e “mais de 74 mil espectadores no Teatro Aveirense”. Realçou as edições “2024 e 2025” da Maratona da Europa Aveiro dando ainda nota que a atividade já “ostentou o selo da World Athletics” e “entrou para o grupo das 100 melhores maratonas do mundo”. Em jeito de homenagem a Aurora Cunha e João Neto, declarou: “Agradecendo-vos muito terem dado o vosso enorme mundo à nossa terra de Aveiro. Agora vossa terra de Aveiro”. Na reta final do discurso, Ribau Esteves fez um agradecimento emocionado pelos 12 anos de liderança autárquica. “Foram 12 anos fantásticos, de vida individual e coletiva, cheios de conquistas e surpresas, tarefas duras, lutas novas e pesadas”. E acrescentou que “nos outros seis [anos], tivemos os primeiros quatro para tratar das graves patologias da Câmara de Aveiro, consequência da má gestão do Partido Socialista”. Afirmando ter devolvido “a credibilidade institucional” e construído “a relevância política da Câmara de Aveiro”, agradeceu a colaboração dos colegas, cidadãos e adversários políticos “pela lealdade da presença e a coragem da luta”. Sobre o futuro político, deixou claro que “os cidadãos de Aveiro tomarão a decisão que entenderem por bem no dia das eleições autárquicas de 2026. E eu entregarei ao meu sucessor, com cuidado, um cuidado dossiê de transição e uma câmara muito boa, com muito boas contas, com muita boa gestão, bem diferente da péssima Câmara que eu recebi”. Ribau Esteves encerrou o seu discurso com uma nota de fé e compromisso. “Seguimos em frente para mais e melhor Município de Aveiro. Vamos continuar a trabalhar para cumprir o programa eleitoral que os cidadãos escolheram com folgada maioria em setembro de 2021”. Relativamente aquele que será o seu futuro, questionado pela Ria, no final da sessão, o autarca afirmou que esta pergunta “não tem resposta” nesta fase, agradecendo a curiosidade: “É sinal de consideração e amizade”, comentou. À Ria disse ainda haver “várias hipóteses” e que estão, neste momento, “em aberto e em desenvolvimento”. “Tudo com grande qualidade, mas a seu tempo. Logo que as coisas estejam decididas, obviamente, que eu tornarei público. Tenho também essa obrigação para com as pessoas”, exprimiu. Sobre o prazo para revelar a sua decisão avança que “muito provavelmente” a mesma decorrerá “no último trimestre deste ano”. Se continuará na vida política, Ribau Esteves admite manter-se se surgirem “boas oportunidades”. Caso contrário, regressará ao setor empresarial, “de onde venho”, afirmou. Após os discursos, seguiu-se a entrega das sete distinções honoríficas municipais. No total, foram condecoradas cinco personalidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau prata e duas entidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau cobre.
Campanha Anual de Vacinação Antirrábica e Identificação Eletrónica arranca a 22 de maio em Aveiro
A vacinação antirrábica é obrigatória para todos os cães com três ou mais meses de idade, sendo também obrigatória a identificação eletrónica (microchip). Numa nota de imprensa enviada à Ria, a CMA apela à responsabilidade dos detentores de animais de companhia, reforçando a importância da legalização, que inclui vacinação, microchip e registo. “Fora das datas da campanha, a vacinação e identificação podem ser realizadas ao longo de todo o ano, às quartas-feiras, entre as 14h30 e as 16h30, no Gabinete Médico Veterinário Municipal, localizado na Divisão de Serviços Urbanos, na Zona Industrial de Taboeira (Rua das Fontainhas). Este serviço regular terá início a 21 de maio, com aplicação das mesmas taxas da campanha”, esclarece a nota. Para o registo no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), os proprietários deverão apresentar os seguintes dados: nome completo, morada, Cartão de Cidadão ou BI, NIF e contacto telefónico. “A vacina utilizada nesta campanha confere uma proteção válida por três anos, mas a licença anual na Junta de Freguesia mantém-se obrigatória”, adianta. No serviço, aplicam-se ainda as seguintes taxas: Vacinação Antirrábica, 10 euros; Registo do Microchip: 2,50 euros; Boletim Sanitário (se necessário), 1,00 euros. O calendário da campanha no Município de Aveiro pode ser consultado na íntegra aqui: Glória 22 maio – 10h00 | Parque de Estacionamento do Mercado de Santiago Aradas 23 maio – 10h30 | Largo Acácio Rosa (junto à Junta de Freguesia) 16 setembro – 10h00 | Quinta do Picado (Largo da Capela) Oliveirinha 27 maio – 10h00 | Largo da Capela (Quintãs) 27 maio – 12h00 | Largo da Capela (Costa do Valado) 3 junho – 10h00 | Largo da Feira (Oliveirinha) 3 junho – 12h00 | Largo da Fonte da Nossa Senhora da Guia (Granja) 20 junho – 15h00 | Largo frente à Capela (Moita) São Jacinto 27 junho – 11h00 | Av. Almirante Gago Coutinho (junto à Junta de Freguesia) São Bernardo 15 julho – 10h00 | Rua Cónego Maio, 133 (junto à Junta de Freguesia) Santa Joana 22 julho – 10h00 | Av. D. Afonso V (junto à Junta de Freguesia) Nossa Senhora de Fátima 29 julho – 10h00 | Rua da Igreja (Largo da Junta de Freguesia) Nariz 5 agosto – 10h00 | Largo da Junta de Freguesia (Largo de São Pedro) Requeixo 14 agosto – 10h00 | Rua do Sobral (junto ao Centro Social) Eirol 21 agosto – 10h30 | Campo de Futebol de Eirol Eixo 28 agosto – 10h00 | Parque da Balsa Azurva 28 agosto – 12h00 | Rua Vitorino Nemésio Cacia 2 setembro – 10h00 | Av. Fernando Augusto Oliveira (junto à Junta de Freguesia) Esgueira 9 setembro – 10h00 | Serviços Urbanos – Taboeira
Na prisão de Aveiro, o voto é um espaço de liberdade que mantém vivo o espírito do 25 de Abril
Era quinta-feira. 9h10. Pela rotunda do Hospital parecia que se avizinhava mais um dia normal por Aveiro com trânsito e com alguns estudantes que por ali passavam apressados em direção à Universidade de Aveiro. Caminhamos em direção à Rua Calouste Gulbenkian que se localiza a poucos metros dali. No Estabelecimento Prisional de Aveiro observamos que o grande portão verde da entrada já se encontrava aberto. Afinal, por lá era dia de votação antecipada para as eleições legislativas que se aproximam. Decidimos entrar para acompanhar o momento. Uma das guardas prisionais que por lá se encontrava, no exterior, pergunta-nos se queremos aguardar dentro ou fora do estabelecimento prisional. Explica-nos que a votação está marcada para as 9h30 e que ainda teríamos de aguardar pelos três representantes da Câmara Municipal de Aveiro para que pudessem dar início à votação. Preferimos aguardar cá fora. Mais perto da hora somos, novamente, convidadas a entrar. Numa espécie de receção, pedem-nos o cartão de identificação pessoal e o IMEI do telemóvel. Garantem que é por questões de segurança dos reclusos que ali estão. Por fim, dão-nos ainda para a mão uma declaração para preenchermos com alguns dos nossos dados pessoais. Entretanto, começamos a avistar os três representantes da autarquia. Um deles era Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara de Aveiro. Traziam na mão uma caixa preta. Seria certamente para no final transportarem todos os votos. Com toda a gente presente perguntam-nos se estamos prontos, mal respondemos afirmativamente abrem-nos uma das portas de acesso ao estabelecimento e começam-nos a encaminhar para a biblioteca. Era por lá que iria decorrer a votação. Nesse espaço repleto de livros, de todos os tipos e géneros, destacava-se o das “Histórias Cravadas” e um outro livro de capa branca cujo título era a “liberdade é.” Mesmo ao lado deles estavam já prontas as duas mesas improvisadas para a votação. Eram simples e tinham um pedaço de cartão aparafusado a separá-las. Em cada uma das cabines de votação, havia também uma caneta presa por um fio. Entre as paredes brancas daquele ambiente, uma parede preta destacava-se. Nela, estava afixado um cartaz com letras grandes que anunciava "Voto Antecipado". Ao lado, uma outra folha tinha a discografia de Carlos Paredes, o renomeado compositor e guitarrista português. Numa outra mesa começava-se a preparar o processo eleitoral. Do lado dos representantes da autarquia organizava-se, entre outros elementos, os cadernos de recenseamento e os vários envelopes – brancos e azuis – onde seguiriam, posteriormente, os votos. Cláudio Pedrosa, adjunto e substituto do diretor do Estabelecimento Prisional de Aveiro, estava responsável por chamar o nome dos reclusos – um a um – que se tinham inscrito para votar. Antes de se iniciar a votação, Cláudio reforça-nos a importância de mantermos a reserva de imagem dos reclusos que assim o solicitassem. Respeitamos a decisão. Alerta-nos, no entanto, que há dois eleitores que estão disponíveis para falar connosco. Concluído este processo era então hora de dar início à votação. Durante cerca de 2h00 vimos mais de meia centena de reclusos a ir votar. O processo foi semelhante com todos. Aguardavam junto à porta de entrada da biblioteca, em fila indiana. Só avançavam quando Cláudio os chamasse. Rogério Carlos era o responsável por dar a folha de votação e por alertar: ‘Bom dia. Depois de votar, dobra, coloca dentro deste envelope [branco] e traz’”. Assim aconteceu. Mal acabassem de votar dirigiam-se a uma outra representante da autarquia para que o voto passasse, desta vez, para um envelope azul lacrado. No final, cada um levava ainda o comprovativo por ter exercido o seu direito de voto. Era visível a cara de orgulho de muitos que por ali passavam. José Manuel e José Carlos Figueiredo foram dois dos reclusos inscritos para o voto antecipado. Falamos com ambos na cozinha do Estabelecimento Prisional de Aveiro para que possamos estar mais à vontade. No caso de José Manuel, partilha que já é a segunda vez que o faz. Insiste que é “fundamental” votarmos pelos “tempos difíceis” que vivemos. Reconhece que é uma exceção aos vários reclusos que ali estão, porque “há a ideia recorrente que não vale a pena votar”. “Mas eu acho que não”, insiste. Fala sobre a importância de exercer o direito de voto “sobretudo para travar a extrema-direita”. Perguntamos se os temas relacionados com a justiça não deveriam também fazer parte das campanhas dos diversos partidos. Rapidamente, percebemos, pelo olhar abatido de José Manuel, qual seria sua resposta: "os políticos olham para os prisioneiros com algum desdém porque não têm dinheiro, não têm capacidade, estão aqui fechados e penso que nos consideram cidadãos de segunda classe”, lamenta. Apesar de ser a segunda vez que exerce o direito ao voto no estabelecimento prisional, diz-nos que “sempre” fez questão de votar. “Eu já sou velho e vivi o 25 de abril com muita intensidade. Tinha 14 anos. Tive familiares presos, políticos (…), é uma data magnífica”, partilha. Pergunto-lhe se o voto é uma forma de manter o 25 de abril vivo? Responde-me, imediatamente, “sem dúvida” e que “precisamos é de melhores políticos”. José Carlos Figueiredo não deixa de ir ao encontro desta opinião. Afirma-nos que “exercer um voto útil” lhe dá “um espaço de liberdade todos os anos”. Acrescenta ainda que votar no estabelecimento prisional é “sempre um dia diferente”. Entre uma ideia e outra, acaba por partilhar também um detalhe do seu dia: hoje é dia de emissão da Rádio da Prisão de Aveiro (RPA), projeto do qual faz parte. Mas, devido ao movimento gerado pelo processo eleitoral, o seu programa teve de ser adiado, excecionalmente, para as 11h00, em vez das habituais 10h30. Optou por preencher o tempo [de atraso] na rádio com alguns dos temas da banda portuguesa: Xutos & Pontapés. João Sá, diretor do estabelecimento prisional de Aveiro está à frente desta prisão há cerca de “dez anos”. Revela-nos que sempre se votou antecipadamente neste espaço “de acordo com as regras que existem”. Partilha que a novidade “de agora” é que, ao longo dos anos, o estabelecimento prisional tem vindo a aumentar o número de votantes. Este ano, votaram “93 reclusos numa população passível de votar de 114”. Atualmente, a prisão de Aveiro mantém uma parceria com o Agrupamento de Escolas, através da qual docentes lecionam aulas [no estabelecimento prisional] desde o 1.º até ao 12.º ano de escolaridade. “São cursos de educação e formação de adultos, portanto, não têm as disciplinas normais”, realça. É nas aulas de “cidadania” que se conversa com os alunos sobre o significado e a importância dos atos eleitorais. “Os próprios professores desenvolvem trabalhos com os alunos no sentido de estes (…) serem também atores da mudança e de motivarem também os outros [reclusos] a votar”, explica. Além da disciplina, em todos os atos eleitorais, há ainda “dois técnicos de reeducação” que perguntam aos reclusos se querem ou não votar. “Os técnicos falaram com eles na semana passada. (…) Houve uma altura em que havia alguns partidos políticos que vinham cá, mas deixaram de o fazer, porque provavelmente não acham que é importante exercer qualquer ato de campanha dentro dos estabelecimentos prisionais”, afirma. Em jeito de desabafo, João Sá partilha-nos, tal como José Manuel e José Carlos, que gostava de ver o tema da justiça abordado nas diferentes campanhas eleitorais. “Praticamente todos os dias, temos notícias na comunicação social relativamente aos estabelecimentos prisionais e normalmente não são notícias abonatórias. (…) Há muita coisa boa que se faz nos estabelecimentos prisionais que as pessoas não têm conhecimento disso”, reforça. Além do mais, admite que ainda nos dias de hoje existe um “estigma” relativamente aos reclusos. “Um indivíduo que já está condenado, que tem registo criminal, não pode estar, em termos de avaliação externa, no mesmo pé de igualdade de quem não tem registo criminal”, avalia. “A questão é que as pessoas praticam atos, são punidas por esses atos, cumprem as penas que têm a cumprir… É dar-lhes uma nova oportunidade no sentido de elas tentarem escolher outras formas de vida. E é isso também que nós fazemos aqui”, relembra o diretor.
Legislativas: José Américo Quaresma é o cabeça de lista do PPM em Aveiro
Numa nota de imprensa enviada à Ria, o PPM refere que tem a visão “clara” de “construir um país mais coeso, justo e ético, onde o Estado serve os cidadãos com proximidade e eficiência”. Ao longo da sua candidatura, o partido defende uma “justiça acessível e independente”; uma “administração pública transparente e descentralizada”; “uma política de habitação justa”; uma “regionalização responsável”; uma “abordagem séria à imigração” e uma “agricultura sustentável e inovadora”. “Acreditamos num Portugal que respeita as suas raízes e aposta no futuro com ambição e responsabilidade. A sua voz, na Assembleia da República, será a de quem conhece as realidades do terreno e defende um Estado ético, descentralizado e próximo dos cidadãos”, lê-se na nota. Natural de Arouca, José Américo Quaresma é médico dentista desde 1994, com consultórios em Oliveira de Azeméis e Arouca, e dedica-se à prática exclusiva de ortodontia em várias clínicas da região. O seu percurso académico inclui uma licenciatura em Medicina Dentária e um mestrado em Ortodontia, tendo inicialmente frequentado a licenciatura em Geografia na área de Planeamento. Antes da sua carreira na saúde, exerceu funções como professor efetivo do Ensino Secundário durante mais de uma década. Foi membro da Assembleia de Freguesia de Moldes durante 12 anos, assumindo a presidência da mesa da Assembleia por dois mandatos. No associativismo, destaca-se como presidente da mesa da Assembleia Geral do Futebol Clube de Arouca, vice-presidente da mesa da Assembleia Geral do Centro de Arqueologia de Arouca e presidente da mesa da Assembleia Geral do Centro Cultural e Recreativo de Moldes (CCR Moldes).
Últimas
Discursos políticos marcam Feriado Municipal: Luís Souto projeta futuro e Ribau Esteves despede-se
A sessão solene comemorativa do Feriado Municipal de Aveiro teve início às 11h30, na Praça da República, com o tradicional hastear da bandeira, a execução do hino da cidade e a presença de uma guarda de honra, assinalando simbolicamente o arranque oficial das celebrações. Às 11h45, nos Paços do Concelho, decorreu a cerimónia de entrega das condecorações honoríficas municipais, distinguindo cidadãos e instituições cujo mérito e contributo se destacaram no desenvolvimento do município. Entre os homenageados estiveram figuras como Aurora Cunha, João Neto, Rosa Alice Branco, Zacarias Andias (a título póstumo), Fernando Vasconcelos, bem como as instituições Academia de Saberes e a Associação de Natação Centro Norte de Portugal. A sessão solene iniciou-se com os discursos de Luís Souto de Miranda, atual presidente da Assembleia Municipal e de José Ribau Esteves, presidente cessante da Câmara Municipal de Aveiro. Ambos optaram por intervenções marcadamente políticas, nas quais enalteceram as políticas municipais dos últimos anos e dirigiram críticas à oposição. Luís Souto de Miranda destacou o simbolismo da data, sublinhando que o feriado municipal “é sempre uma ocasião de reflexão, de balanços e de perspetivarmos o futuro”. Referiu-se também à relevância das distinções atribuídas, considerando-as uma “boa tradição” que valoriza “o mérito” e incentiva “novos exemplos para o futuro”. Num momento de reconhecimento público, Luís Souto assinalou o fim do ciclo autárquico de Ribau Esteves, sublinhando o “enorme serviço que prestou ao município ao longo dos três mandatos”. Em tom crítico, e perante a presença de Alberto Souto de Miranda- ex-presidente da Câmara entre 1998 e 2005-, lembrou as dificuldades financeiras herdadas da governação socialista, apontando que “só com a recuperação financeira se criaram as condições para o que fomos gradualmente assistindo em Aveiro: uma rede escolar e de centros de saúde que hoje não nos envergonha, bem pelo contrário; um centro urbano onde se destacam as importantes obras do Rossio e da Avenida, que, ainda que polémicas, são hoje claramente do apreço e usufruto geral, com notórios efeitos na dinamização do comércio e dos serviços”. O presidente da Assembleia Municipal elencou ainda algumas das obras que considera “bem conseguidas”, como a requalificação da “Rua da Pêga” e das “Avenidas 25 de Abril e Mário Sacramento”. Na área da mobilidade, destacou a aposta no “ferry elétrico Salicórnia”, nos “autocarros elétricos” e nas “bicicletas bugas 1 e 2”. Reconhecendo que “nada disto foi feito sem erros”, acrescentou que “só não erra quem nunca decide”. “Deixemos para um outro momento a avaliação do que eventualmente justifica correção e saibamos ter, pelo menos, a objetividade de reconhecer que a capacidade de realização foi ímpar”, apelou, dirigindo-se diretamente a Ribau Esteves. A cultura foi também destacada como área estratégica de investimento, contrariando críticas de alegado desinteresse. “A cultura, ao contrário do que alguns velhos do restelo clamavam, não só não foi esquecida como contou com importante investimento”, afirmou. O discurso terminou com uma reflexão sobre os desafios que se colocam ao município no futuro próximo, nomeadamente o impacto das transformações tecnológicas, o envelhecimento da população e as novas prioridades ambientais e sociais. Referiu o trabalho da Assembleia Municipal Jovem e o papel das novas gerações, que, segundo Luís Souto, “querem mais e melhor mobilidade suave, mais espaços verdes, mais desporto para todos, uma digitalização responsável, inclusão e solidariedade social”. E concluiu que “em Aveiro, município que se quer sempre na vanguarda, não poderemos ficar indiferentes a estas novas agendas”. Num tom mais leve, mas não menos sugestivo, Luís Souto lançou ainda uma indireta a Ribau Esteves, questionando-o sobre o seu futuro após deixar a autarquia: “Não sei se ele hoje vai revelar, mas ainda não revelou”, disse, arrancando algumas risadas discretas de quem se encontrava pelos Paços do Concelho. No último Feriado Municipal enquanto presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves fez um discurso marcado pela emoção, balanços positivos e agradecimentos a diversos setores da sociedade civil, aproveitando também para reforçar o seu compromisso com a cidade até ao final do mandato. “Quero deixar o meu testemunho de tanta determinada esperança na vida, de aposta nos homens, de fé em Deus”, declarou, evocando ainda o simbolismo do nascimento, ao referir-se ao aniversário dos gémeos Maria José e José Maria, filhos de colaboradores próximos. “Com eles fazemos a festa da vida, do nascer e do crescer, de quem acredita, aposta e realiza”, refletiu José Ribau Esteves. O autarca celebrou a dinâmica cultural do município, sublinhando o sucesso da iniciativa Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024, “um sucesso de múltiplas características”, com “mais de 700 espetáculos” e “criatividade que nasceu e veio para ficar”. Considerou ainda tratar-se de uma “relevante ação de marketing territorial” que “deu mais Aveiro a Portugal e ao mundo”. Ribau Esteves destacou igualmente obras estruturantes como a requalificação do Rossio e das pontes, a instalação do monumento da Muralha de Aveiro e o novo Ferryboat Elétrico Salicórnia, uma aposta em mobilidade e ambiente. “Foram dez milhões de euros de investimento em conforto para os passageiros, redução de custos e aumento da eficiência energética e dando a 2024 o ano recorde de passageiros. Cerca de 203 mil pessoas utilizaram o Salicórnia para a travessia marítima entre o Forte da Barra e São Jacinto”, indicou. No domínio do turismo, sublinhou os “indicadores de recorde” com “quase 350 mil pessoas” nos museus e nos postos de turismo e lojas turísticas e “mais de 74 mil espectadores no Teatro Aveirense”. Realçou as edições “2024 e 2025” da Maratona da Europa Aveiro dando ainda nota que a atividade já “ostentou o selo da World Athletics” e “entrou para o grupo das 100 melhores maratonas do mundo”. Em jeito de homenagem a Aurora Cunha e João Neto, declarou: “Agradecendo-vos muito terem dado o vosso enorme mundo à nossa terra de Aveiro. Agora vossa terra de Aveiro”. Na reta final do discurso, Ribau Esteves fez um agradecimento emocionado pelos 12 anos de liderança autárquica. “Foram 12 anos fantásticos, de vida individual e coletiva, cheios de conquistas e surpresas, tarefas duras, lutas novas e pesadas”. E acrescentou que “nos outros seis [anos], tivemos os primeiros quatro para tratar das graves patologias da Câmara de Aveiro, consequência da má gestão do Partido Socialista”. Afirmando ter devolvido “a credibilidade institucional” e construído “a relevância política da Câmara de Aveiro”, agradeceu a colaboração dos colegas, cidadãos e adversários políticos “pela lealdade da presença e a coragem da luta”. Sobre o futuro político, deixou claro que “os cidadãos de Aveiro tomarão a decisão que entenderem por bem no dia das eleições autárquicas de 2026. E eu entregarei ao meu sucessor, com cuidado, um cuidado dossiê de transição e uma câmara muito boa, com muito boas contas, com muita boa gestão, bem diferente da péssima Câmara que eu recebi”. Ribau Esteves encerrou o seu discurso com uma nota de fé e compromisso. “Seguimos em frente para mais e melhor Município de Aveiro. Vamos continuar a trabalhar para cumprir o programa eleitoral que os cidadãos escolheram com folgada maioria em setembro de 2021”. Relativamente aquele que será o seu futuro, questionado pela Ria, no final da sessão, o autarca afirmou que esta pergunta “não tem resposta” nesta fase, agradecendo a curiosidade: “É sinal de consideração e amizade”, comentou. À Ria disse ainda haver “várias hipóteses” e que estão, neste momento, “em aberto e em desenvolvimento”. “Tudo com grande qualidade, mas a seu tempo. Logo que as coisas estejam decididas, obviamente, que eu tornarei público. Tenho também essa obrigação para com as pessoas”, exprimiu. Sobre o prazo para revelar a sua decisão avança que “muito provavelmente” a mesma decorrerá “no último trimestre deste ano”. Se continuará na vida política, Ribau Esteves admite manter-se se surgirem “boas oportunidades”. Caso contrário, regressará ao setor empresarial, “de onde venho”, afirmou. Após os discursos, seguiu-se a entrega das sete distinções honoríficas municipais. No total, foram condecoradas cinco personalidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau prata e duas entidades que foram distinguidas com medalha de Mérito Municipal em grau cobre.
Legislativas: PAN foi à feira de Espinho apelar ao voto para eleger grupo parlamentar
Num dia em que vários partidos políticos optaram por fazer campanha eleitoral na feira semanal de Espinho, incluindo PS e AD, entre outros, Inês Sousa Real encontrou muita gente zangada, em particular com os partidos que têm governado o país. “As pessoas sentem que as suas vidas foram postas em causa e que passam mais tempo a discutir, em tricas políticas, do que propriamente a falar dos problemas dos portugueses” e é, por isso, que disse ter ficado “emocionada” com os desabafos de muitas pessoas, sobretudo das mais idosas, reformadas e que se preocupam com a causa animal. “Muitos deles hoje pediram-nos isso mesmo, mais apoio”, afirmou. Em Espinho, terra natal de Luís Montenegro, a porta-voz do PAN disse ter sido bem recebida, acima de tudo, porque “as pessoas têm compreendido que o PAN tem trabalhado”. Com uma única deputada no parlamento, o PAN tem sido “uma força que não esquece as preocupações dos portugueses” e, por isso mesmo, “parte com a legitimidade de pedir um grupo parlamentar”. “As pessoas querem quem trabalhe no Parlamento, não querem quem lá esteja agarrado aos telemóveis, como acabei de ouvir, não querem quem lá esteja efetivamente a zelar pelos seus interesses pessoais ao invés de zelar pelos interesses do país”, frisou. Questionada pelos jornalistas com quem preferia cruzar-se, se PS e AD viessem na sua direção, Inês Sousa Real respondeu assim: “Nós já deixámos bem claras as diferenças que nos marcam com ambos os partidos, seja com a AD de Luís Montenegro, que fez recuos significativos na causa animal, o que reforça a importância do PAN estar no parlamento”. “E em matéria daquilo que é a crise climática, é difícil aproximarmo-nos de uma força política como a AD quando sabemos que querem cortar e cortaram mais 700 milhões de euros para a combater ou até mesmo quando ambos [os partidos] ignoram aquilo que é um dos maiores flagelos do nosso país, a violência doméstica”, disse. Assim, acrescentou, “seja cruzando-nos com Luís Montenegro ou com Pedro Nuno Santos, o PAN não deixará nunca de ser um contraponto em relação aos grandes partidos, e os portugueses contam com isso”. Questionada sobre o aumento da mortalidade infantil, em 2024, a dirigente do PAN referiu que já tinha deixado “bastante claro”, que Luís Montenegro “falhou aos portugueses” quando disse que iria ter mais respostas ao nível dos médicos de família e de maior prevenção no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e “falhou nesse objetivo” porque há “mais de 39 mil pessoas” sem médico de família, como também “os portugueses chegam ao verão, ao Natal e também à Páscoa e continuam a ver as urgências fechadas”. “O PAN já deixou muito claro que nós queremos apostar na medicina de prevenção, de proximidade, nas unidades de saúde familiar, tem que haver investimento no SNS, tem que haver maior prevenção, em particular também naquilo que é a obstetrícia, saúde materna ou infantil (…), na saúde mental ou até mesmo nas doenças oncológicas”, sublinhou. Em relação ao voto dos emigrantes portugueses, em particular, às dificuldades que tem surgido nesta e em eleições passadas, o PAN irá “apreciar, efetivamente, o que é que se está a passar, o que é que se passou nas mesas de voto para garantirmos que ninguém é inibido de votar” para contribuir na próxima legislatura para que diminuem as burocracias que estão associadas ao voto dos nossos portugueses na diáspora”.
Azeméis com mais animais, máquinas de costura e triciclos no Mercado à Moda Antiga
Com o seu centro histórico fechado ao trânsito para acomodar tabernas, bancas de vendas, palcos, oficinas e outras estruturas lúdicas, Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, alberga assim a 26.ª edição do evento, que envolve o trabalho de coletividades, instituições sociais, escolas e artesãos, num total de 160 entidades cujos membros trajam a rigor para o efeito. O presidente da Câmara Municipal, Joaquim Jorge Ferreira, lembrou que essa recriação histórica evoca o mercado que, entre finais do século XIX e inícios do XX, se realizava semanalmente na antiga Praça dos Vales e já na altura integrava uma significativa componente de jogos tradicionais, à semelhança da sua réplica atual. “A edição de 2025 do Mercado à Moda Antiga mantém a mesma pujança dos anos anteriores, manifestando um arrojo e uma criatividade que procuram, acima de tudo, ir ao encontro das expectativas de quem nos visita, mas reafirmando também a sua vertente pedagógica, ao gerar dinâmicas que permitem a partilha intergeracional de saberes, de conhecimento e de vivências únicas e enriquecedoras”, declarou à Lusa o autarca socialista. Nessa componente pedagógica, Joaquim Jorge Ferreira realçou o contacto com os “animais de quinta”, este ano “agrupados numa exposição revista e melhorada com a participação da [empresa] Fazenda dos Animais e do Centro Hípico e Terapêutico de Carregosa”, e igualmente abordados nos jogos da área temática “O campo na cidade”. “O meio rural ocupará assim um espaço onde crianças e famílias poderão interagir com o mundo animal, decorado à época, e contactar com monitores preparados para esclarecer dúvidas e interagir com os visitantes”, notou o presidente da Câmara. Outra faceta em destaque na programação de 2025 é o que Joaquim Jorge Ferreira definiu como “uma cativante exposição de máquinas de costura antigas”, à qual se juntam ainda “experiências com triciclos” de outros tempos, para usufruto dos mais novos, e o já “tradicional desfile de trajes de época”, no que o autarca disse estar refletida “a preocupação para com o rigor histórico do evento”. Ocupando cerca de 4.000 metros quadrados distribuídos por várias ruas da cidade, a 26.ª edição do Mercado à Moda Antiga de Oliveira de Azeméis comercializa desde refeições, petiscos e doces já confecionados até frutas e legumes a granel, assim como enchidos regionais, mel e compotas, plantas e flores, passadeiras e outros têxteis artesanais, peças de madeira, couro e ferro, etc. Com entrada livre em todas as atividades, o programa propõe igualmente concertos de música popular, espetáculos de folclore, atuações de ardinas e estátuas vivas, performances de teatro e circo, sessões de contos infantis e um carrossel infantil artesanal.
Legislativas: Campanha entra hoje na última semana com AD e PS a cruzarem-se em Espinho
Ao nono dia da campanha para as eleições legislativas de domingo, o presidente do PSD vai estar às 10:30 na feira de Espinho, seguindo depois para Chaves, onde vai contactar a população, e ao final da tarde vai estar em Vila Real para novamente contactar com a população e fazer um comício. O secretário-geral do PS também vai estar na feira de Espinho, mas meia hora mais cedo, do que Luís Montenegro. Pedro Nuno Santos segue depois para um almoço na Figueira da Foz e para Coimbra, onde às 17:30 contacta com a população e às 19h00 tem um comício. Ainda pelo norte vai andar a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, que começa o dia em Braga, passa também pela feira de Espinho e termina em Coimbra. Lisboa e Almada são os locais escolhidos para hoje pela comitiva da CDU, com o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, a visitar de manhã a Escola Artística António Arroio e a contactar com profissionais de saúde na Gare do Oriente. Durante a tarde tem um encontro com profissionais da cultura e com a população em Almada, terminando o dia com um comício em Alpiarça (Santarém). Também em Lisboa vai estar o porta-voz do Livre, Rui Tavares, onde às 08:00 faz uma deslocação de autocarro entre a Pontinha e o Arco do Cego para apresentação de propostas sobre corredores BUS, seguindo depois para o Seixal (Setúbal) onde às 16h00 visita o refúgio dos Gatos do Bairro. O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, vai estar hoje em campanha no distrito de Faro para visitar uma empresa de biotecnologia de algas em Olhão, além de um jantar comício em Albufeira. O Bloco de Esquerda estará também no Algarve, tendo Mariana Mortágua marcado para as 10:00 um encontro com moradores que lutam pelo direito à habitação em Loulé e para as 16:00 uma visita ao memorial do forte de Peniche, em homenagem aos presos políticos e à resistência antifascista. Também no Algarve vai estar o presidente do Chega, onde tem uma arruada às 17:00 em Portimão, depois de passar durante a manhã por Évora. Concorrem a estas eleições antecipadas 21 forças políticas: AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM, PLS e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.