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Luís Souto de Miranda apresenta mandatário e candidatos às juntas de freguesia esta sexta-feira

Luís Souto de Miranda, candidato da coligação “Aliança Mais Aveiro” à presidência da Câmara Municipal de Aveiro, vai apresentar esta sexta-feira, 20 de junho, pelas 21h00, no Teatro Aveirense, o mandatário da sua candidatura, bem como os nomes dos dez candidatos às juntas de freguesia do concelho, no âmbito das próximas eleições autárquicas.

Luís Souto de Miranda apresenta mandatário e candidatos às juntas de freguesia esta sexta-feira
Redação

Redação

18 jun 2025, 14:37

De acordo com uma nota enviada às redações, a sessão contará ainda com a apresentação dos mandatários da juventude e sénior. 

Recorde-se que os cabeças de lista às dez juntas de freguesia do concelho foram aprovados no passado dia 2 de junho, em plenário de militantes da Comissão Política da Secção do Partido Social Democrata (PSD) de Aveiro, tal como noticiado pela Ria.

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Ribau Esteves assegura que Câmara de Aveiro será entregue em “excelente condição financeira”
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Ribau Esteves assegura que Câmara de Aveiro será entregue em “excelente condição financeira”

O ponto dois da ordem de trabalhos da Assembleia Municipal desta terça-feira tinha como objetivo a apreciação e votação das contas consolidadas de 2024. José Ribau Esteves sublinhou que “a história que estas contas contam de saúde financeira desta Câmara, em termos de substância, é exatamente igual à história que se vai contar na conta que a Câmara vai fazer até ao último dia do meu mandato”, garantindo que “a nova Câmara, seja ela qual for, em dois meses e pouco não vai conseguir estragar a qualidade das contas”. O presidente reforçou ainda que “a Câmara Municipal de Aveiro - bem presidida [atualmente] - vai ser entregue ao meu sucessor em excelente condição financeira”, numa resposta direta às preocupações levantadas pela oposição, nomeadamente, ao PAN. Referindo-se ao facto de o partido ainda não ter apresentado candidato à Câmara de Aveiro nas próximas eleições autárquicas e à gestão de Alberto Souto de Miranda (ex-presidente entre 1997 e 2005), Ribau Esteves aproveitou ainda para lançar uma indireta: “Se o problema do PAN em arranjar candidato é alguém que está aterrado, cheio de medo, que vai receber uma Câmara parecida com a que eu recebi, digam à pessoa para não ter medo”, ironizou. “Se quiserem que eu lhe explique as contas, tenho muito gosto em recebê-la no meu gabinete e explicar-lhe a situação. (…) Não inventem fantasmas em relação a essa matéria”, concluiu. Pedro Rodrigues, do PAN, criticou a narrativa positiva da Câmara sobre as contas, argumentando que “esta realidade só poderá ser verdadeira avaliada no final do mandato, uma vez que foram realizados investimentos de grande dimensão, muitos deles em obras cuja relevância questionamos”. O deputado municipal alertou para o impacto desses investimentos, suportados em parte por fundos comunitários, mas também “à custa de uma forte carga fiscal imposta aos cidadãos aveirenses”, justificando o voto contra do partido. Recorde-se que o investimento de 22,1 milhões de euros na construção do novo pavilhão municipal ‘Oficina do Desporto’ será totalmente suportado pela Câmara Municipal de Aveiro, sem recurso a fundos comunitários. O financiamento será assegurado através de um empréstimo bancário de longo prazo. Segundo a autarquia "o contrato prevê que o reembolso seja realizado em prestações trimestrais, com taxa de juro variável, indexada à Euribor a 3 meses do spread de 0,239% e pagamento de juros também a três meses". Contabilizando os encargos com juros, o custo total da obra poderá ascender aos 30 milhões de euros - valor que pressupõe a inexistência de derrapagens financeiras. Segundo uma notícia do Jornal de Notícias, publicada a 17 de maio deste ano, a dívida total da Câmara Municipal de Aveiro situava-se, em 2024, em 58,6 milhões de euros: a sexta maior dívida, em valores absolutos, dos municípios portugueses. Contudo, neste valor ainda não está incluído o empréstimo para construção do novo pavilhão municipal, contraído apenas este ano. Por sua vez, Jorge Greno, do CDS-PP, manifestou o voto favorável à conta consolidada, enquanto Manuel Prior, do PSD, considerou o momento “mais um ato burocrático legal” e classificou as contas como “boas” e “positivas”. O deputado social-democrata realçou o voto favorável do PS em reunião de Câmara e expressou o desejo de que os resultados positivos se mantenham nos próximos anos.

Legislativas, Chega e Hospital de Aveiro dividem deputados municipais na Assembleia Municipal
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Legislativas, Chega e Hospital de Aveiro dividem deputados municipais na Assembleia Municipal

O debate político em torno das legislativas ficou marcado por posições divergentes entre os deputados municipais. Gabriel Bernardo, do Chega, fez questão de destacar o crescimento do seu partido como reflexo da vontade popular. “No dia 18 [de maio] os portugueses foram muito claros naquilo que queriam. (…) Tivemos uma clara demonstração daquilo que é a democracia”, considerando que “os grandes derrotados das legislativas foram o Partido Socialista (PS) e o Bloco de Esquerda (BE), os principais responsáveis pela política de emigração desastrosa destes últimos anos”. Neste seguimento, Jorge Girão, do CDS-PP, fez uma leitura crítica do crescimento do Chega. “Eu continuo a achar que o Chega não é um partido de extrema-direita. É um partido de oportunismo”, defendendo que muitos dos seus votos vieram de “esquerda”. Referindo-se diretamente a José Ribau Esteves vincou ainda que se “houvesse mais políticos em Portugal com o discurso do engenheiro Ribau não haveria Chega ou haveria um Chega muito mais pequeno”. Sobre o crescimento da “direita e da extrema-direita”, Nuno Teixeira, deputado do PCP, deixou ainda a garantia que o partido está preparado “para intervir”. Do lado do PSD, Manuel Prior assumiu a vitória do seu partido nas legislativas, realçando que o Chega foi o “vencedor dos perdedores”. “Neste ato eleitoral de maio houve um vencedor e só um vencedor que foi o PSD. Todos os outros perderam. (…) Pode-se, no máximo, dizer que entre os perdedores o Chega foi quem teve mais votos”. A inclusão da ampliação e modernização do Hospital de Aveiro no programa do novo Governo foi abordada por vários deputados municipais. Pedro Rodrigues, do PAN, sublinhou a urgência da intervenção. “Não faz sentido que os utentes sejam chamados para cirurgias, se apresentem no hospital e uma vez lá chegados não tenham a garantia que a cirurgia vá ocorrer no próprio dia”, denunciou. “Esperamos que as últimas promessas eleitorais possam dar frutos, pois esta situação arrasta-se há demasiado tempo com um custo elevado para os utentes e profissionais de saúde”, desejou. Também João Moniz, do Bloco de Esquerda, reagiu de forma positiva à inclusão da obra no plano governativo. “Esta tem sido uma luta do Bloco de Esquerda há muito tempo. (…) Isto é uma boa notícia para Aveiro e para as pessoas que aqui vivem e para toda a região. (…) Queremos também rejeitar pessoas que estão outra vez a agitar outra vez o fantasma da localização do hospital. Nós pensávamos que esse debate já estava ultrapassado. Existem pré-existências e temos de lidar com elas não podemos simplesmente terraplanar o que existe e, portanto, o hospital existe ali. (…) Temos de avançar com a expansão o quanto antes”, relembrou, numa alusão a uma publicação de Alberto Souto nas suas redes sociais onde defende que seja estudada uma outra localização para o Hospital de Aveiro. Em resposta às preocupações levantadas, José Ribau Esteves garantiu que o processo de ampliação está em curso e criticou o ruído político gerado em torno do tema, garantindo que “não há novidade na história do hospital”. “A ampliação do hospital [vai avançar], independentemente de haver outras pessoas que andam sempre a dispersar (…) e que dizem outras coisas. É tudo respeitável, mas não interessa para nada”, considerou. Neste seguimento, o presidente da Câmara relembrou ainda que a “ULS da região de Aveiro” já adjudicou “o segundo concurso do projeto por infelicidade do que aconteceu no primeiro”. “Há uma reserva financeira no [Programa] Centro 2030 para financiar a obra. (…) Nunca esteve em causa”, frisou, criticando a contratação pública. “É preciso andar para a frente, que se assine o contrato com o projetista que ganhou, que o contrato tenha visto do tribunal de contas (…) e que se faça bem e depressa naquele realismo que lembrei na Assembleia Municipal lá para o final de 2026…”, lembrou. Sobre o projetista, Ribau Esteves garantiu que a empresa que ganhou o concurso é de “grande qualidade” e “com muita experiência no setor hospitalar”. “Não é preciso dinheiro em 2026. É preciso cabimento orçamental para que se possa lançar o concurso e, obviamente a partir de 2027 é preciso dinheiro no pressuposto que teremos empreiteiro. É preciso começar a pagar ao empreiteiro”, atentou. Note-se que o concurso para “Aquisição dos Serviços de Elaboração do Projeto de Execução para a Empreitada de Construção da Unidade de Ambulatório da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro, EPE, e de Assistência Técnica Durante as Fases de Concurso e de Construção” é da responsabilidade da própria ULS.

Ribau Esteves diz que Nave da UA “é ilegal” e rejeita comparação com novo pavilhão municipal
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Ribau Esteves diz que Nave da UA “é ilegal” e rejeita comparação com novo pavilhão municipal

A crítica surgiu em resposta a Mário Costa, deputado municipal do PS, depois deste ter apontado a Nave Multiusos ‘Caixa UA’ como um exemplo de eficiência financeira, ao referir que a estrutura custou “oito ou nove milhões de euros” e que, por isso, deveria servir de referência para a Câmara Municipal que adjudicou o novo pavilhão municipal por 22,1 milhões de euros. Ribau Esteves optou por não responder à comparação feita entre os valores das duas obras e centrou-se exclusivamente no caso da UA, sublinhando que a obra da Universidade “tem um complexo processo de licenciamento” e que já foi chumbada “duas vezes” pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). “Não se use como exemplo, porque é um mau exemplo”, reforçou, acrescentando que o edifício “legalmente não existe” e que o Executivo Municipal “não pode emitir uma licença especial de ruído” para eventos no local por causa dessa situação. Segundo o edil aveirense “tudo o que são estruturas para a atividade desportiva têm que ter parecer obrigatoriamente do IPDJ”, dando nota ainda que a CMA avisou “a Universidade que devia ter feito o licenciamento antes de começar a obra”. Note-se que Ribau Esteves marcou presença na inauguração desta infraestrutura, ao lado de Luís Montenegro, em maio de 2024, sendo que em outubro do mesmo ano a Caixa UA acolheu a semana de concertos do Integra-te, organizado pela Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). A terceira revisão orçamental - ponto um da ordem do dia - foi aprovada por maioria, com os votos favoráveis do PSD e do CDS-PP, mas contou com os votos contra do PS, BE, PCP e PAN. A proposta inclui, entre outras medidas, a edificação de um novo pavilhão desportivo - a Oficina do Desporto - que motivou críticas da oposição, principalmente pelo recurso a um empréstimo bancário, pelos custo total da obra e pela ausência de um plano de utilização. O PAN justificou o voto contra alegando a falta de integração ambiental e de planeamento urbano. “A este Executivo falta-lhe uma visão ambientalista a integrar nos seus projetos. (…) Elaboram-se projetos sem que se tenha pensado numa política de mobilidade como é o caso do Pavilhão Municipal”, disse Pedro Rodrigues, considerando o projeto “mais um Estádio Municipal, servidor de dinheiro dos contribuintes e tão pouco da parca utilização”. Também João Moniz, do Bloco de Esquerda, criticou a prioridade atribuída ao novo pavilhão, propondo que o Município apostasse, antes, na habitação acessível. “Nós devíamos estar, por exemplo, a discutir a contratação de um empréstimo para construir habitação a custos controlados promovida pela Câmara Municipal”, afirmou, referindo que os preços da habitação em Aveiro são “completamente incomportáveis com a massa salarial das pessoas que vivem e trabalham aqui”. Mário Costa, do PS, reiterou a crítica ao custo do pavilhão e reforçou que existem soluções mais económicas. “O Partido Socialista vai votar contra, porque entendemos que é um exagero gastar-se tanto dinheiro num pavilhão”, afirmou. Ainda assim, mostrou-se favorável às obras no Estádio Municipal de Aveiro, destacando a urgência da intervenção. “Aquilo está-se mesmo a degradar, cada vez mais está pior”, sublinhou, pedindo esclarecimentos sobre os concursos em curso. Em resposta, Ribau Esteves assegurou que o processo de reabilitação do estádio já está em marcha. “Temos uma obra adjudicada que é a reabilitação de tudo o que são estruturas metálicas de segurança”, revelou, acrescentando que já foi lançado o concurso para a reabilitação da “estrutura principal da cobertura”, degradada por “oxidação”. O autarca desvalorizou o debate político em torno da revisão orçamental, classificando-o como “aproveitamento de pretexto”. “As intervenções orçamentais, em termos políticos, não servem para nada. (…) Não está em causa nenhuma piscina, nenhum pavilhão, nenhum empréstimo, não está em causa coisíssima nenhuma”, afirmou, ainda que tenha admitido a possibilidade de uma quarta revisão, caso ocorram imprevistos nos concursos ou adjudicações.

Aveiro sem Supertaça: Ribau diz que não houve candidatura por ser uma final entre Benfica e Sporting
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Aveiro sem Supertaça: Ribau diz que não houve candidatura por ser uma final entre Benfica e Sporting

Durante a sessão da Assembleia Municipal que decorreu durante a noite desta quarta-feira, 17 de junho, Ribau reagiu à notícia publicada pela Ria, onde se dava conta de que Aveiro deixava de receber a Supertaça após cinco anos consecutivos de organização. Apesar da notícia não mencionar qualquer candidatura, responsabilidade da autarquia ou referências ao estado da infraestrutura, o presidente entendeu responder diretamente: “Aproveito para deixar a nota que a Câmara não perdeu coisa nenhuma da Supertaça. Há aí um órgão de comunicação social, chama-se Rádio Ria, que gosta de fazer assim uns títulos - ‘Aveiro perde Supertaça’ - e depois com umas coisas aí que perde porque o Estádio não estava... Não tem nada a ver com isso.” A explicação surgiu logo de seguida: a Câmara não concorreu à organização da Supertaça por antecipar que o jogo seria entre os dois clubes lisboetas. “Ponto um: nós não nos candidatamos, porque há muito tempo se percebeu que o meu Porto este ano teve uma época sofrível e que era o Benfica e o Sporting que iam disputar a Supertaça. E o Benfica e o Sporting nunca disputaram uma Supertaça em Aveiro. Em regra, disputam-na no sítio onde os lisboetas estão (...) no Algarve”, afirmou. Ribau Esteves acrescentou ainda que ficou satisfeito com a escolha do Estádio do Algarve, que considera que também precisa de dinamização, e deixou claro que foi uma opção do Executivo Municipal não ser apresentada qualquer candidatura para a cidade receber o evento. “Portanto, não perdemos coisa nenhuma, nem sequer candidatura apresentámos, por motivos óbvios: é o Sporting e o Benfica. O jogo vai ser num estádio que também precisa muito de vida e que se jogue lá a Supertaça. Ficámos muito contentes de saber que o jogo ia dar, olha, mais um bocadinho de razão, que é pouca, mas mais um bocadinho de razão ao fantástico Estádio do Algarve”, esclareceu Ribau Esteves.

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Universidade de Aveiro desmente declarações “falsas” de Ribau Esteves sobre Nave 'Caixa UA'
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Universidade de Aveiro desmente declarações “falsas” de Ribau Esteves sobre Nave 'Caixa UA'

A reação da UA surge em comunicado oficial, enviado hoje à Ria, onde se esclarece de forma detalhada a legalidade da infraestrutura, rebatendo diretamente os argumentos apresentados por Ribau Esteves. A Universidade começa por destacar que a Nave Multiusos 'Caixa UA' “é um espaço flexível, destinado a acolher eventos culturais, académicos, científicos e desportivos”, construído para dar resposta a necessidades internas da academia, face à reconhecida “inexistência de equipamentos comparáveis no município”. “Inexistência que ainda hoje se verifica, em contraste com outras capitais de distrito”, relembra. Segundo o esclarecimento, a esmagadora maioria dos eventos realizados na nave não são sequer públicos, sendo sim “eventos internos da própria Universidade de Aveiro”. A UA sublinha ainda que a construção da infraestrutura seguiu todos os trâmites legais, tendo sido viabilizada pelo “mecenato da Caixa Geral de Depósitos” e contando com “visto prévio do Tribunal de Contas”, “sem qualquer derrapagem orçamental” ou de “prazo” - foi concluída em “364 dias”. A Universidade recorda ainda que a inauguração da Nave ‘Caixa UA’, em maio de 2024, contou não só com a presença do primeiro-ministro como do ministro da Educação, Ciência e Inovação, mas também do próprio presidente da Câmara de Aveiro, “numa demonstração clara do reconhecimento institucional da importância deste equipamento para o concelho e para a região”. Sobre a “alegada ilegalidade” da Nave, a Universidade afirmou ainda que a alegação é “falsa” da qual dá ênfase à “indiferença pela verdade ou total ignorância acerca da lei aplicável, ainda para mais no contexto de uma sessão pública e publicamente transmitida de um órgão de governo municipal”. Tal como avançado esta manhã pela Ria, a nota da Universidade cita diretamente o “Regime Jurídico das Instalações Desportivas (RJID)”, concretamente o “artigo 4.º, n.º 3, alínea a)”, do “Decreto-Lei n.º 141/2009”, alterado pelo “Decreto-Lei n.º 110/2012,” onde se estabelece uma “exceção clara” ao afirmar que o “regime estabelecido no presente decreto-lei não se aplica, igualmente, às instalações desportivas que sejam acessórias ou complementares de estabelecimentos em que a atividade desportiva não constitui a função ou serviço principal, sem prejuízo da necessidade de reunirem as condições técnicas gerais e de segurança exigíveis para a respetiva tipologia, nos seguintes casos: a) Instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino, público ou privado, de qualquer grau”, lê-se. Em resumo, a UA acrescenta ainda que “excecionam-se explicitamente as "instalações desportivas integradas em estabelecimentos de ensino público””. Assim, a obrigatoriedade de licenciamento por parte do IPDJ não se verifica nesta situação. Face a isto, a Universidade considera “inaceitável” e “falsa” a afirmação de que a infraestrutura constitui um “mau exemplo” ou que “está fora da legalidade”, salientando que a Nave ‘Caixa UA’ tem vindo a demonstrar “o seu valor no acolhimento de múltiplos eventos relevantes para a academia e para a região”. O projeto foi desenvolvido com base num “modelo de financiamento transparente e equilibrado”. No fecho do comunicado, a Universidade de Aveiro reafirma o seu compromisso com “a legalidade, a transparência e o interesse público”, lamentando que as declarações “públicas falsas” possam colocar em causa o “rigor técnico e a responsabilidade institucional que têm orientado este e todos os seus outros projetos”. Recorde-se que o comunicado da UA surgiu em resposta à afirmação de Ribau Esteves onde afirmou, na última Assembleia Municipal, que a infraestrutura universitária “é ilegal” e representa “um mau exemplo”, justificando a acusação com a alegada ausência de parecer obrigatório do IPDJ. No momento, o presidente da Câmara respondia diretamente à sugestão do Partido Socialista (PS) que identificava a Nave Multiusos como um exemplo de eficiência financeira, ao referir que a estrutura custou “oito ou nove milhões de euros” e que, por isso, deveria servir de referência para a Câmara Municipal que adjudicou o novo pavilhão municipal por 22,1 milhões de euros.

Ribau Esteves assegura que Câmara de Aveiro será entregue em “excelente condição financeira”
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Fatinha Ramos distinguida como sócia honorária da AAAUA
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Fatinha Ramos distinguida como sócia honorária da AAAUA

Natural de Aveiro e atualmente residente em Antuérpia, Fatinha Ramos é uma figura de destaque no panorama artístico mundial. A sua carreira multifacetada — que abrange desde ilustração editorial a murais públicos, passando por livros infantis, animação, cerâmica e moda — tem vindo a conquistar prémios e reconhecimento em todo o mundo. Segundo uma nota da AAAUA enviada à Ria, Pedro Oliveira, presidente da AAAUA, sublinhou a importância deste momento, afirmando ser de “uma grata felicidade acolhermos na nossa galeria de sócios uma personalidade tão relevante no panorama nacional e internacional”. Destacou ainda que o percurso de Fatinha Ramos “inspira a comunidade alumni, que a acolhe com entusiasmo, numa valorização da responsabilidade social pelo lado das artes”, reforçando que “é objetivo da Associação valorizar a cultura e a cidadania ativa”. A arte de Fatinha Ramos é conhecida pela sua capacidade de provocar emoções profundas, através de um universo visual marcado por “texturas singulares”. “Este universo criativo já faz parte da identidade cultural de Aveiro, visível, por exemplo, no emblemático mural ‘Reflexos’”, aponta como exemplo. As suas criações abordam frequentemente temáticas sociais como o “aquecimento global, o sexismo e o racismo, dando voz às minorias que precisam ser ouvidas”. Com um portefólio que inclui colaborações com instituições como o MoMA, Google, Netflix, TIME, The New York Times, The Washington Post, TATE Modern ou o Parlamento Europeu, Fatinha Ramos tem vindo a conquistar inúmeros galardões desde 2016, entre os quais os World Illustration Awards, o prémio de Eexcelência Patrick Nagel e dois prémios de ouro da Society of Illustrators de Los Angeles. Ao receber a distinção, num jardim da Universidade de Aveiro, Fatinha Ramos partilhou que “foi uma boa surpresa”. “Sinto-me muito lisonjeada e honrada com este título, que agradeço imensamente”, expressou.

Legislativas, Chega e Hospital de Aveiro dividem deputados municipais na Assembleia Municipal
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Legislativas, Chega e Hospital de Aveiro dividem deputados municipais na Assembleia Municipal

O debate político em torno das legislativas ficou marcado por posições divergentes entre os deputados municipais. Gabriel Bernardo, do Chega, fez questão de destacar o crescimento do seu partido como reflexo da vontade popular. “No dia 18 [de maio] os portugueses foram muito claros naquilo que queriam. (…) Tivemos uma clara demonstração daquilo que é a democracia”, considerando que “os grandes derrotados das legislativas foram o Partido Socialista (PS) e o Bloco de Esquerda (BE), os principais responsáveis pela política de emigração desastrosa destes últimos anos”. Neste seguimento, Jorge Girão, do CDS-PP, fez uma leitura crítica do crescimento do Chega. “Eu continuo a achar que o Chega não é um partido de extrema-direita. É um partido de oportunismo”, defendendo que muitos dos seus votos vieram de “esquerda”. Referindo-se diretamente a José Ribau Esteves vincou ainda que se “houvesse mais políticos em Portugal com o discurso do engenheiro Ribau não haveria Chega ou haveria um Chega muito mais pequeno”. Sobre o crescimento da “direita e da extrema-direita”, Nuno Teixeira, deputado do PCP, deixou ainda a garantia que o partido está preparado “para intervir”. Do lado do PSD, Manuel Prior assumiu a vitória do seu partido nas legislativas, realçando que o Chega foi o “vencedor dos perdedores”. “Neste ato eleitoral de maio houve um vencedor e só um vencedor que foi o PSD. Todos os outros perderam. (…) Pode-se, no máximo, dizer que entre os perdedores o Chega foi quem teve mais votos”. A inclusão da ampliação e modernização do Hospital de Aveiro no programa do novo Governo foi abordada por vários deputados municipais. Pedro Rodrigues, do PAN, sublinhou a urgência da intervenção. “Não faz sentido que os utentes sejam chamados para cirurgias, se apresentem no hospital e uma vez lá chegados não tenham a garantia que a cirurgia vá ocorrer no próprio dia”, denunciou. “Esperamos que as últimas promessas eleitorais possam dar frutos, pois esta situação arrasta-se há demasiado tempo com um custo elevado para os utentes e profissionais de saúde”, desejou. Também João Moniz, do Bloco de Esquerda, reagiu de forma positiva à inclusão da obra no plano governativo. “Esta tem sido uma luta do Bloco de Esquerda há muito tempo. (…) Isto é uma boa notícia para Aveiro e para as pessoas que aqui vivem e para toda a região. (…) Queremos também rejeitar pessoas que estão outra vez a agitar outra vez o fantasma da localização do hospital. Nós pensávamos que esse debate já estava ultrapassado. Existem pré-existências e temos de lidar com elas não podemos simplesmente terraplanar o que existe e, portanto, o hospital existe ali. (…) Temos de avançar com a expansão o quanto antes”, relembrou, numa alusão a uma publicação de Alberto Souto nas suas redes sociais onde defende que seja estudada uma outra localização para o Hospital de Aveiro. Em resposta às preocupações levantadas, José Ribau Esteves garantiu que o processo de ampliação está em curso e criticou o ruído político gerado em torno do tema, garantindo que “não há novidade na história do hospital”. “A ampliação do hospital [vai avançar], independentemente de haver outras pessoas que andam sempre a dispersar (…) e que dizem outras coisas. É tudo respeitável, mas não interessa para nada”, considerou. Neste seguimento, o presidente da Câmara relembrou ainda que a “ULS da região de Aveiro” já adjudicou “o segundo concurso do projeto por infelicidade do que aconteceu no primeiro”. “Há uma reserva financeira no [Programa] Centro 2030 para financiar a obra. (…) Nunca esteve em causa”, frisou, criticando a contratação pública. “É preciso andar para a frente, que se assine o contrato com o projetista que ganhou, que o contrato tenha visto do tribunal de contas (…) e que se faça bem e depressa naquele realismo que lembrei na Assembleia Municipal lá para o final de 2026…”, lembrou. Sobre o projetista, Ribau Esteves garantiu que a empresa que ganhou o concurso é de “grande qualidade” e “com muita experiência no setor hospitalar”. “Não é preciso dinheiro em 2026. É preciso cabimento orçamental para que se possa lançar o concurso e, obviamente a partir de 2027 é preciso dinheiro no pressuposto que teremos empreiteiro. É preciso começar a pagar ao empreiteiro”, atentou. Note-se que o concurso para “Aquisição dos Serviços de Elaboração do Projeto de Execução para a Empreitada de Construção da Unidade de Ambulatório da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro, EPE, e de Assistência Técnica Durante as Fases de Concurso e de Construção” é da responsabilidade da própria ULS.