RÁDIO UNIVERSITÁRIA DE AVEIRO

Universidade

UA: Maioria dos novos alunos de medicina são do Norte

Apenas “dez” dos 40 novos alunos de medicina, na Universidade de Aveiro (UA), são da região de Aveiro. Firmino Machado, diretor do Mestrado Integrado em Medicina, defende, em entrevista à Ria, que o “fenómeno demográfico” se deve à “irreverência” do curso.

UA: Maioria dos novos alunos de medicina são do Norte
Isabel Cunha Marques

Isabel Cunha Marques

Jornalista
18 set 2024, 19:20

Francisca Lopes foi uma das 40 estudantes que escolheu a Universidade de Aveiro, como primeira opção, para embarcar no curso de medicina. Diretamente dos Estados Unidos, a jovem de 19 anos, chegou há cerca de um ano a Portugal por influência do pai português. Escolheu a UA, mesmo sem conhecer a cidade de Aveiro, por ter lido que “era uma Universidade muito boa”. “Eu só cheguei à Aveiro, na passada sexta-feira. Do que vi é uma cidade muito gira. Escolhi o curso de medicina cá [UA] porque tinha poucos alunos e achei o plano curricular muito prático”, realçou Francisca.

A jovem de 19 anos descreve a entrada na UA como um “sonho” tornado realidade. “Lembro-me que quando saíram as colocações eu nem me acreditei… Quero ser médica desde miúda”, partilhou.

À parte de Francisca, apenas “dez estudantes” do curso de medicina são realmente da região de Aveiro. A informação foi partilhada por Artur Silva, vice-reitor da Universidade de Aveiro, na sessão de abertura do curso. “A maioria [estudantes] é da região do Porto, nomeadamente, de Gaia, Espinho, Maia, Vila do Conde, entre outras. Menos representadas estão, entre os exemplos, as cidades de Coimbra, Santarém, Bragança, Lamego, Tomar e Madeira”, apontou.

Firmino Machado, diretor do Mestrado Integrado em Medicina, justificou este “fenómeno demográfico” com base na “irreverência” do curso. “Isto só mostra que nos afirmamos como uma Universidade e como um curso diferenciador. Fomos a quarta universidade, com a média mais alta, a nível nacional. Ficamos à frente de outras escolas como a Universidade de Coimbra e a Universidade de Lisboa”, realçou. “Isso evidencia que os estudantes não querem só tirar um curso de medicina. Querem mais”, reforçou.

Com o sentimento de que “estamos a construir os médicos do futuro”, o diretor do Mestrado Integrado em Medicina partilhou que espera que os novos alunos saiam da UA com capacidades “não só para resolver os desafios atuais, mas também para resolver os desafios futuros”. “Espero que os nossos estudantes perguntem o porquê, que sejam irreverentes e que tenham a capacidade para fazer amizades e ligações com pessoas que habitualmente não iriam conhecer para apresentar o que há de melhor aos seus utentes”, confidenciou.

Além das aulas na UA, os alunos do curso de Mestrado Integrado em Medicina terão orientação tutorial clínica que vai dividir-se por três Unidades Locais de Saúde (ULS), designadamente a ULS Região de Aveiro, a ULS Entre-Douro-e-Vouga e a ULS Gaia/Espinho, no âmbito do Centro Académico Clínico Egas Moniz Health Aliance.

Depois duma primeira experiência falhada, no ano letivo 2011/2012, em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, a Universidade de Aveiro volta assim a ter um curso de medicina, desta vez, inteiramente lecionado por si.

Recomendações

AAUAv: Mês de Integração da UA arranca sem a tradicional semana de concertos
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AAUAv: Mês de Integração da UA arranca sem a tradicional semana de concertos

Apesar de reconhecer a importância cultural e académica da semana de concertos, a AAUAv sublinha que a manutenção dessa programação teria impacto direto na sua capacidade de continuar a investir em outras iniciativas. “Só assim será possível continuar a investir em iniciativas que beneficiem a comunidade académica e, no futuro, avaliar o regresso deste formato caso seja viável e faça sentido”, refere a nota da AAUAv enviada este sábado, 30 de agosto, à Ria. O mês de Integração, que este ano decorre, segundo a associação, sob o mote “Faz Parte!”, mantém ainda assim uma programação diversificada. O plano arrancou na semana das matrículas, com a inauguração de uma sala sensorial dedicada aos quatro pilares da associação. “Pretende-se que esta sala através da ativação de diferentes sentidos seja uma pausa em todo o processo burocrático dos primeiros tempos, e estará aberta até ao dia 12, para que cada um possa fazer o seu caminho”, explica. Na semana de 8 a 12 de setembro, a AAUAv tem ainda planeada uma semana dedicada aos novos alunos. Segundo a nota, cada estudante será “convidado a fazer o seu próprio percurso”, havendo ainda atividades “direcionadas para cada curso e atividades gerais”, como é o caso da visita à Casa do Estudante e o Sunset. No dia 11 decorrerá ainda o “famoso piquenique da UA”. No total, entre 15 de setembro e 9 de outubro, estão previstas cerca de “30 iniciativas”, que incluem o "Arraial", a "Corrida Solidária", a "Feira da Alameda" e o "UA Sem Fronteiras", além de várias atividades promovidas pelos núcleos e secções da AAUAv. Apesar da ausência da semana de concertos, a associação garante que o mês de Integração continuará a ser “um momento único na vida académica”, pensado para criar “laços, memórias e amizades entre todos os estudantes da UA”.

Movimento Estudantil volta a alertar Ministério da Educação para urgência da revisão do RJIES
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Movimento Estudantil volta a alertar Ministério da Educação para urgência da revisão do RJIES

Embora seja reconhecida a “vontade expressa” do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) de concluir a reforma, os estudantes afirmam que a revisão do diploma é um compromisso que “não pode ser esquecido nem adiado”. Depois dos “passos significativos” que foram dados em 2024, a interrupção da revisão no início de 2025 “voltou a atrasar uma mudança que já leva demasiado tempo a concretizar-se”, entende o Movimento Estudantil. O funcionamento das instituições de Ensino Superior, entendem as organizações académicas, não pode ficar preso a um modelo “desatualizado” que não seja capaz de responder às exigências do século XXI. Os estudantes, que recordam ter apresentado “contributos claros e construtivos” após reunir com o Ministério em julho passado, notam ainda que é preciso retomar e articular o processo de forma célere sem comprometer a estabilidade do ensino superior. Recorde-se que, na reunião de julho, conforme noticiado pela Ria, o assunto mais debatido foi o modelo de eleição do reitor. O comunicado é assinado pelas Associações Académicas de Coimbra, da Universidade do Algarve, da Universidade de Aveiro, da Universidade da Beira Interior, da Universidade de Évora, da Universidade do Minho e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, bem como pela Federação Académica de Lisboa e pela Federação Académica do Porto.

Relatório da UA revela que 400 animais ungulados podem ter morrido nos fogos na cordilheira central
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Relatório da UA revela que 400 animais ungulados podem ter morrido nos fogos na cordilheira central

De acordo com a Agência Lusa, o documento garante que, foram mortos, no limite, 120 veados, 150 corços e 140 javalis nos fogos que este mês atingiram a cordilheira.O relatório foi realizado com base no trabalho de campo e na monitorização efetuada pela equipa da Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro na sequência dos incêndios de Piódão, Arganil e Lousã, no distrito de Coimbra, que atingiram as serras do Açor, Lousã, Estrela e Gardunha, na cordilheira central. Carlos Fonseca, coordenador do departamento e autor do estudo, garante à Lusa que, apesar de os números serem apenas estimativas, são de “elevada relevância” para o futuro das populações de ungulados neste território. No entendimento do responsável, o relatório pode ser importante para “sustentar a sua gestão no curto a médio prazo". O documento indica ainda que, para além dos quatrocentos animais que podem ter sido mortos, cerca de trezentos podem ter ficado feridos devido a queimaduras ou atropelamentos. Entre os ungulados, os mais atingidos podem ter sido a espécie mais atingida. Carlos Fonseca explica que as características do fogo, o relevo e o coberto vegetal possibilitaram aos animais a antecipada deteção de risco. De acordo com o investigador, várias “ilhas” de coberto arbóreo não arderam, em especial na Serra da Lousã, o que funcionou como refúgio para muitos dos animais. Ao contrário do que aconteceu nos incêndios de 2017, o estudo indica que a mortalidade não terá sido tão elevada. Foram encontrados ainda cadáveres de aves, carnívoros e outros mamíferos, o que demonstra o impacto dos incêndios em muitas outras espécies animais. Durante o trabalho, os investigadores a observação da população dos animais ungulados e permitiu contabilizar entre 250 a 350 veados, sobretudo na Serra da Lousã. Além dos veados, encontraram também 40 a 60 corços e 30 a 50 javalis. O incêndio, que deflagrou na zona do Piódão, na Serra do Açor, no dia 13 de agosto, consumiu cerca de 11.800 hectares no concelho de Arganil - 40% da sua área total.

UA: Médias sobem em Línguas e Culturas, mas 48% dos cursos ficam sem vagas preenchidas
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UA: Médias sobem em Línguas e Culturas, mas 48% dos cursos ficam sem vagas preenchidas

Entre os cursos cujas vagas foram totalmente preenchidas, a média do último colocado só aumentou nos cursos de Línguas e Relações Empresariais, Línguas, Literaturas e Culturas, Tradução, Medicina e Automação e Sistemas de Produção, da Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologia de Produção de Aveiro-Norte. Numa Universidade especialmente reconhecida pelo ensino das engenharias, destacam-se os resultados positivos das ciências sociais – nomeadamente dos cursos lecionados no DLC, em que apenas em Línguas e Estudos Editoriais baixou a média do último colocado. Os resultados ganham ainda mais relevância quando comparados com as outras instituições de Ensino Superior do país. Por exemplo, a licenciatura de Línguas, Literaturas e Culturas existe na Universidade Nova de Lisboa (UNL), na Universidade de Lisboa (UL), na Universidade do Porto (UP), na Universidade do Algarve (UAlg), na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e na UA. Nesse curso, entre todas as instituições de Ensino Superior, a UA não só foi a única que conseguiu que a média do último colocado fosse mais elevada do que o ano anterior como foi aquela que teve melhor média de todas: 15,2 valores. Em 2024/2025, no final da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, os cursos da Faculdade de Letras da UP, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, da Faculdade de Letras da UL e da Escola de Ciências Humanas e Sociais da UTAD tinham uma média superior ao curso da UA. Entre aqueles que subiram a média do último colocado, juntam-se apenas cursos que estão ainda a dar os primeiros passos na Universidade de Aveiro. É o caso de Medicina, que figura pelo segundo ano entre as licenciaturas lecionadas na UA, cuja média sobe apenas 0,08 valores, de 18,2 para 18,28. Na licenciatura de Automação e Sistemas de Produção, que vai para o terceiro ano de existência, a subida foi um pouco mais expressiva. A média do último colocado passou de 13,3 para 14,0 valores. De resto, nenhum outro curso viu a média subir e, das 56 licenciaturas disponibilizadas pela UA, 27 não foram capazes de preencher todas as vagas – o que corresponde a 48,21% dos cursos. Entre os 27, 17 são cursos do ensino universitário e dez são do ensino politécnico – seis na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda e quatro no Instituto Superior de Contabilidade e Administração. A realidade é bastante diferente daquela que se registava no final da 1ª fase do concurso nacional de acesso de 2024/2025. Na altura, a Universidade de Aveiro era a terceira universidade com menos vagas por preencher (34) e todas as escolas politécnicas tinham esgotado os lugares disponibilizados. Há um ano, apenas os cursos de Química, Física, Engenharia de Materiais e Engenharia do Ambiente tinham deixado lugares. Agora, a situação destes cursos não está entre as mais “dramáticas”, sendo que as coisas até melhoraram na licenciatura em Engenharia de Materiais. Em 2024/2025, tinham sido colocados 15 alunos no curso. Este ano entraram 18. Quem deixa mais vagas para a segunda fase é o curso de Engenharia de Computadores e Informática. No último ano tinham sido preenchidas todas as 100 vagas abertas e a média do último colocado era de 14,6 valores. No total, 466 estudantes tinham inscrito o nome da licenciatura na sua candidatura, 60 como primeira opção. Dos dados revelados até agora sabe-se apenas que, tendo-se mantido o número de vagas, 46 ficaram sem colocação. A situação também é complicada para o curso de Biologia, que deixa 42 vagas sobrantes em 98 disponibilizadas. No ano passado, o curso tinha tido 603 candidatos e a média do último colocado fixava-se nos 14,7 valores. Como Biologia é um curso também lecionado em instituições de Ensino Superior de dimensão análoga à Universidade de Aveiro, é possível dizer que a tendência foi geral. Em Coimbra, onde foram abertas 100 vagas, 36 ficaram por preencher. No Minho, onde apenas existe “Biologia Aplicada”, o número repete-se. São outras 36 vagas a que ninguém se candidatou, sendo que aí apenas tinham sido abertas 57. Caso pior é o de Ciências do Mar. Das 30 vagas abertas, só três foram preenchidas. No ano passado tinha havido 227 candidatos ao curso, embora apenas 19 tenham colocado Ciências do Mar como primeira opção. A média do último colocado tinha sido de 13,0 valores. Logo a seguir ao “pódio” dos cursos com mais vagas sobrantes vem a licenciatura em Bioquímica. A situação difere muito, no sentido em que é possível perceber que não está alinhada com a aquilo que acontece nas outras instituições de Ensino Superior que se podem comparar à UA: na Universidade do Minho, a média do último colocado do curso baixou de forma considerável, de 16,0 para 13,7 valores, mas não o suficiente para que sobrassem vagas; na Universidade de Coimbra, que no último ano tinha tido menos candidatos e uma média de último colocado mais de um valor inferior a Aveiro, deixa agora apenas uma vaga livre. Com menos vagas disponibilizadas do que Coimbra ou Minho (60 vagas contra 65 e 61, respetivamente), a UA deixa 21 vagas por preencher. Em 2024/2025 a média do último colocado tinha sido 14,8 valores e 499 pessoas tinham-se candidatado ao curso, sendo que 51 o colocaram como primeira opção. Nota ainda para os cursos de Oceanografia, Meteorologia e Clima e de Geologia, onde apenas um estudante foi colocado. Paralelo ao primeiro, apenas Oceanografia, Meteorologia e Geofísica, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Apesar de o cenário não ser tão dantesco como em Aveiro, também resultado da diferente procura das cidades, apenas ficaram colocados dez estudantes nas 23 vagas previstas. Já em Geologia a quebra foi completamente generalizada. Entre as Universidades de Aveiro, Porto, Coimbra, Minho e Lisboa, foram abertas 175 vagas para o curso, das quais 126 ficaram por preencher. No último ano, em 178 vagas, apenas 9 tinham transitado para segunda fase. Ainda sem dados sobre o número total de candidatos à Universidade de Aveiro, a Direção-Geral do Ensino Superior fez saber que 1949 estudantes colocaram a instituição como primeira opção. Feitas as contas, são cerca de 700 estudantes a menos do que aqueles que o tinham feito nas candidaturas para o ano de 2024/2025, quando mais de 2600 pessoas elegeram a UA como destino ideal. É importante realçar que estes são números que não aparecem no vácuo. Lembre-se que, a nível nacional, houve menos nove mil candidatos na primeira fase do concurso nacional de acesso em relação ao último ano e que o número de colocados acabou por cair em seis mil estudantes. Recorde-se que, à conversa com a Ria, Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), disse acreditar que o menor número de candidatos na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior se deve a uma maior taxa de retenção dos estudantes no 12º ano. No entanto, o dirigente acredita que, na segunda fase, os números ainda se podem inverter. Por seu lado, Joana Regadas, presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), defende que o principal fator que contribui para uma menor procura é o aumento dos custos associados à frequência no ensino superior. Em comunicado publicado pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), a presidente Maria José Fernandes nota que a quebra foi mais dura no ensino superior politécnico. Segundo afirma, “alertámos a tutela de que ao exigir mais provas de acesso e aumentando o peso das provas específicas, ao mesmo tempo que reduz todo o histórico do secundário, estávamos a criar barreiras a um conjunto significativo de alunos, sobretudo os oriundos de estratos mais desfavorecidos, cujas famílias não podem pagar a preparação para os exames”. No mesmo comunicado, Maria José Fernandes aponta ainda a um impacto maior no interior do país. Para a responsável, estamos perante uma “litoralização” do Ensino Superior que, para além de acentuar assimetrias regionais, “coloca em causa a coesão territorial e o legítimo acesso de todos os jovens ao ensino superior”.

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“Ao longo de 20 anos, a Rede de Bibliotecas de Ílhavo integrou mais de 195 mil exemplares no seu catálogo, registando quase 18 mil leitores inscritos e mais de 257 mil empréstimos”, refere uma nota municipal. Para celebrar “duas décadas de promoção da leitura e da cultura” foi elaborado um programa que começa na quarta-feira e vai até ao dia 27, com uma exposição de ilustração de Pedro Costa, edições especiais da Bebeteca e um Baile Literário.  Encontros com autores, ‘workshops’, horas do conto e espetáculos, entre outras atividades, preenchem a programação, que inclui um concerto de Luísa Sobral, no dia 13, às 21:30, na Casa da Cultura de Ílhavo, onde apresentará o seu novo disco, “DanSando”.  Os utilizadores da biblioteca têm 20% de desconto nos bilhetes e antes do espetáculo, às 16:00, a artista estará na Biblioteca a apresentar o seu livro.

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Em outubro, o destaque vai para “Sombra”, solo de stand-up de Bumba na Fofinha, que regressa a Aveiro a 2 de outubro para duas sessões. Logo depois, entre 8 e 11, a cidade volta a ser palco do PRISMA / Art Light Tech, festival de arte e tecnologia inserido na Aveiro Tech Week, que chega à 7.ª edição com o tema “A Forma das Coisas”. O mês inclui ainda concertos de Bombazine (dia 16) e Carlos Fino com a Banda Amizade – Banda Sinfónica de Aveiro (dia 17), a estreia de mais um espetáculo comunitário do Cantar-o-Lar (dia 26), uma nova edição do Festival Novos Bardos (27 a 31) e termina com “O Meu Super Herói”, de Elmano Sancho (dia 31). O mês de novembro arranca com a ópera “Adilson”, de Dino D’Santiago (dia 7), coproduzida pelo Teatro Aveirense. Segue-se a estreia de “Gosto, Logo Existo”, projeto que junta a Orquestra das Beiras e o LP Studio (dia 15). A comédia brasileira “Dois de Nós”, com António Fagundes, Christiane Torloni, Thiago Fragoso e Alexandra Martins, sobe ao palco de 20 a 23. O encerramento dos Festivais de Outono’25 acontece a 28, e Noiserv atua no dia seguinte. Em dezembro, a programação abre com o Trio Catch, formação alemã que se apresenta pela primeira vez em Portugal. A estreia de “Precópio”, da Red Cloud Teatro de Marionetas, ocupa o palco de 5 a 7. A música mantém-se em evidência com um concerto solidário que junta a Banda do Exército - destacamento do Porto e a Banda Sinfónica do Conservatório de Música de Aveiro (dia 6), o projeto Girls 96 (dia 11) e o regresso dos Danças Ocultas com o seu 10.º álbum (dia 12). O mês inclui ainda a estreia nacional de “A Caminho da Escola”, da companhia Campi Qui Pugui (dia 14), e encerra com o tradicional Concerto Coral - Cantar o Natal, no dia 21, da Escola Artística do Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian. De acordo com a nota de imprensa enviada às redações, o Teatro Aveirense ultrapassou no primeiro semestre de 2025 os números do ano anterior, quando Aveiro foi Capital Portuguesa da Cultura. Citado na nota, para José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro ,este resultado “é reflexo de uma estratégia cultural consistente, assente numa programação qualificada, na requalificação do edifício e na valorização dos recursos técnicos e humanos”. Já José Pina, diretor do teatro, sublinhou “o aumento sustentado da adesão do público e a capacidade de o teatro afirmar-se nacional e internacionalmente, com uma programação atual, desafiante e transversal, enraizada na comunidade local”. No reforço da infraestrutura técnica, o Município anunciou a aquisição de novos projetores, num investimento de “41 mil euros”, elevando para “660 mil euros” o total aplicado desde 2020 em equipamentos. Este investimento, garante a autarquia, tem sido fundamental para atrair estreias e produções de grande escala. Entre as novidades do trimestre destaca-se ainda a publicação dedicada à terceira edição do Laboratório de Dramaturgia, iniciativa do Centro de Documentação do Teatro Aveirense, criado em 2021 para valorizar o espólio histórico e registar a atividade atual.

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Ao longo dos cinco dias do “Campus Internacional Climántica – eCO2rivers”, segundo uma nota de imprensa enviada às redações, os jovens entre os 13 e os 18 anos terão a oportunidade de participar em workshops de dança, canto, improvisação teatral e musical, artes plásticas, fotografia, edição de vídeo, DJ, holografia e robótica. O programa, assente numa abordagem STEAM, procura desenvolver produtos de comunicação de ciência através da arte, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a emergência climática. O evento conta ainda com a participação de 12 investigadores e 38 divulgadores de ciência da Universidade de Aveiro e de instituições espanholas. A organização é partilhada entre a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro e o projeto Climántica. Segundo explica a nota, com base no conhecimento adquirido no campus, os alunos estão a trabalhar em equipas para desenvolver dois tipos de projetos: um teatro musical e várias curtas-metragens de sensibilização ambiental sobre as alterações climáticas. Está ainda a decorrer um programa de capacitação de professores do 3º ciclo do ensino básico e secundário, que inclui palestras com investigadores e workshops. O evento final de encerramento está marcado para o dia 3 de setembro, das 11h30 às 13h00, no auditório do Centro de Congressos de Aveiro. Na ocasião serão apresentadas as curtas-metragens produzidas pelos alunos, bem como o teatro musical. A iniciativa contará com a presença de Artur Silva, vice-reitor da Universidade de Aveiro, de Rogério Carlos, vereador da Câmara Municipal de Aveiro, de Francisco Soñora-Luna, da Universidade de Santiago de Compostela e coordenador do projeto Climántica e de Pedro Pombo, diretor da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. A edição deste ano do Campus Internacional Climántica surge no âmbito do projeto europeu eCO2rivers, focado no impacto das alterações climáticas nos rios e zonas húmidas da Península Ibérica, e que tem como propósito criar um documentário e materiais educativos que promovam o cuidado com estes ecossistemas. A Universidade de Aveiro, através da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, integra o consórcio responsável, juntamente com o IES Virxe do Mar e o IES Lope de Veja (Espanha) e a Associação Diogo de Azambuja (Portugal).

Cineclube de Espinho faz ciclo gratuito sobre realizador brasileiro Glauber Rocha
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A descrição é de fonte do cineclube dinamizado pela mesma associação cultural que anualmente promove o FEST – Festival Novos Realizadores Novo Cinema, na referida cidade do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto. A programação de setembro também integra filmes de Una Gunjak, Melanie Pereira, Oliver Laxe e Jonathan Millet, mas o destaque do cineclube é “o ciclo especial dedicado ao grande nome do Cinema Novo Brasileiro, com as suas principais obras, obrigatórias de ver ou rever”. O primeiro dos quatro filmes em exibição com assinatura do realizador – que também foi ator, jornalista, crítico de cinema e escritor – será "Deus e o Diabo na Terra do sol" (1964), na sua versão restaurada, que teve estreia em 2022 no Festival de Cannes, 58 anos depois da apresentação original no certame, e aborda “o real e o divino do sertão brasileiro”. Nomeado para a Palma d’Ouro também em Cannes, em 1967, segue-se “Terra em Transe”, onde o autor Paulo Autran tem um dos principais papéis da sua carreira, enquanto Porfírio Diaz, com “o seu sonho de ser imperador do Eldorado”. A terceira obra do ciclo será "António das Mortes" (1969), um 'western' que no mesmo ano deu a Glauber Rocha o prémio de melhor realizador em Cannes, e a quarta será "A Idade da Terra" (1980), um drama experimental que, retratando a “situação política, cultural e racional do Brasil no final dos anos 70”, foi o derradeiro filme do cineasta e o mais polémico da sua carreira. Glauber Pedro de Andrade Rocha nasceu em Vitória da Conquista, na Bahia, em 14 de março de 1939. Realizou dezena e meia de filmes, entre curtas e longas metragens, que marcaram o Cinema Novo brasileiro. Da sua filmografia destacam-se igualmente "Barravento" (1961), "Amazonas, Amazonas" (1965), "Câncer" (1972), "História do Brasil" (1974), "Claro" (1975) e "Di Cavalcanti" (1977), curta-metragem que também lhe deu o Prémio do Júri, em Cannes. Presente em Portugal, em 1974, Glauber Rocha é um dos cineastas de "As Armas e o Povo", documentário realizado e produzido pelo Coletivo de Trabalhadores da Atividade Cinematográfica, que retrata os dias que vão da queda da ditadura portuguesa, em 25 de Abril de 1974, às manifestações do 1.º de Maio. Glauber Rocha exilou-se em Portugal, pouco depois, tendo vivido em Sintra até vésperas da morte, no Rio de Janeiro, em 22 de agosto de 1981. Os outros filmes que o Cineclube FEST vai exibir em setembro, em Espinho, são: “Visita de Estudo” (2023), uma “poderosa representação da adolescência” pela realizadora bósnia Una Gunjak; “Sirât” (2025) obra “única e arrebatadora” com que o cineasta espanhol Oliver Laxe ganhou o Prémio do Júri em Cannes; “As Melusinas à Margem do Rio” (2023), um documentário da portuguesa Melanie Pereira sobre mulheres nascidas em famílias imigradas no Luxemburgo; e “Os Fantasmas” (2024), um 'thriller' do francês Jonathan Millet sobre “um grupo secreto de perseguição aos líderes fugitivos do regime sírio”. Apesar de terem entrada livre, as sessões do Cineclube FEST são limitadas aos lugares existentes, pelo que os bilhetes devem ser reservados com antecedência, para levantamento 30 minutos antes do início da exibição.