Alberto Souto avança na pré-campanha, mas vários destacados socialistas continuam a não participar
Há cerca de um mês e meio atrás, no dia 22 de fevereiro, Alberto Souto de Miranda, candidato do Partido Socialista (PS) à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) nas próximas eleições autárquicas, promovia o primeiro encontro temático sobre “habitação”, no Auditório da Estação de Aveiro. Desde aí, seguiram-se mais três encontros temáticos. Apesar da presença de vários dirigentes e militantes socialistas, algumas das figuras com maior peso no PS-Aveiro continuam sem participar nas iniciativas de pré-campanha do candidato socialista. A Ria foi procurar saber os motivos.
Redação
Seis dias depois do primeiro encontro, no dia 28 de fevereiro, a concelhia do PS-Aveiro enviava uma nota de imprensa à comunicação social onde informava que a candidatura autárquica “Um Futuro com Todos” de Alberto Souto de Miranda iria organizar 12 encontros temáticos “sobre assuntos prementes no concelho de Aveiro, desde a habitação às políticas sociais, da cultura ao desporto, dos territórios inteligentes ao urbanismo, entre outros”.
Os encontros abertos à participação de todos os aveirenses arrancaram, oficialmente, no dia 22 de fevereiro, com a temática da habitação. Seguiram-se no dia 8 de março com o tema das “políticas locais para a coesão social”, na Casa da Comunidade Sustentável; no dia 22 de março com o tema da “educação”, no Conservatório de Música de Aveiro e no passado sábado, 5 de abril, com a temática da “democracia local”, no Centro Cultural de Esgueira. Ao longo destes quatro encontros, alguns dos destacados militantes do PS-Aveiro não marcaram presença.
É o caso de Pedro Pires da Rosa, atual deputado do PS na Assembleia Municipal e ex-presidente da concelhia do PS-Aveiro; de João Sarmento, presidente da Juventude Socialista (JS) de Aveiro; de Francisco Picado, líder da bancada do PS na Assembleia Municipal e de Manuel Sousa, ex-candidato à CMA pelo PS, em 2017 e 2021, e atual vice-presidente da distrital de Aveiro do PS. Nenhum deles participou nestes eventos.
Contactados pela Ria, Pedro Pires da Rosa, João Sarmento e Francisco Picado asseguraram que ainda não marcaram presença em iniciativas da candidatura de Alberto Souto por uma questão de “indisponibilidade de agendas” garantindo, contudo, que numa fase posterior, na campanha das eleições autárquicas, procurarão marcar presença em eventos do PS. “É melhor [Alberto Souto] que os outros [candidatos] todos juntos”, desabafou Pedro Pires da Rosa.
De todos os socialistas contactados, Manuel Sousa foi o mais prudente e evitou responder diretamente à questão da Ria, referindo apenas que está a trabalhar para as eleições legislativas, “enquanto diretor de campanha” no distrito de Aveiro. “Não estou a ver nenhum motivo de interesse na questão. Nós estamos a fazer trabalhos, conforme as responsabilidades e é, nesse sentido, que estamos a trabalhar”, assegurou. “Não há nenhuma coincidência, leitura ou desleitura (…)”, continuou. Questionado se procurará apoiar Alberto Souto de Miranda, o vice-presidente da distrital do PS-Aveiro repetiu, novamente, que “está a trabalhar nas legislativas”.
Recorde-se que a relação entre Manuel Sousa e Alberto Souto ficou marcada por uma intensa troca de palavras, depois da vitória de Ribau Esteves nas últimas eleições autárquicas de 2021. Dias depois da eleição, Alberto Souto publicou no Diário de Aveiro um artigo arrasador da estratégia do PS-Aveiro naquelas eleições, acusando Manuel Sousa de “ignorar e apagar o legado de que deveria saber-se orgulhar” e de preferir “alinhar-se com os inimigos externos do PS”. Manuel Sousa, na altura, não perdeu tempo na resposta, publicando um texto na rede social Facebook. “Enquanto outros, como o Dr. Alberto Souto em 2017, não aceitaram este desafio, fácil, claro, de fazer tudo bem, sem mácula, eu não temi resultados”, desabafou o então candidato à CMA que pretendia antever o surgimento de novas movimentações, como consequência de Ribau Esteves atingir o limite de mandatos e abrir-se espaços para novas disputas eleitorais.
Os encontros temáticos promovidos pelo candidato do PS Aveiro à CMA, nas eleições autárquicas, vão decorrer até ao dia 12 de julho. Os respetivos locais dos encontros estão a ser anunciados na página de Facebook “Um Futuro com Todos - Alberto Souto”.
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Luís Barbosa, diretor-geral do PCI, veio para ficar e quer levar o parque “além-fronteiras”
O ditado popular diz que o “bom filho a casa torna”. Assim aconteceu com Luís Barbosa. Depois de passar pelos “quatro continentes” do mundo e por algumas das maiores empresas de projeção internacional, em julho do ano passado, o atual diretor-geral do PCI, decidiu regressar às suas origens para “partilhar”, agora na região de Aveiro, aquilo que adquiriu de “experiência e realidade por esse mundo”. “Eu vim para ficar [no PCI]. Temos um projeto, temos uma estratégia até 2030 e aquilo que é o nosso objetivo é de torná-la uma realidade e além-fronteiras também”, afirmou Luís Barbosa à Ria. Apesar de não ter acompanhado o início do PCI, o atual diretor-geral diz que tem como missão “assumir a continuidade do projeto”, ainda que reconheça que a realidade do ecossistema de inovação “é totalmente diferente” quando comparada há sete anos. “O percurso foi efetuado, a realidade do ecossistema alterou, o contexto de inovação e de empreendedorismo alterou bastante (…) e, hoje em dia, executar inovação é por si uma atividade que deve ser bem controlada, bem suportada, não necessariamente só em fundos públicos, mas também em fundos privados e em inovação [com], por exemplo, projetos tecnológicos. Eu penso que o PCI, por si, é uma realidade, é atual e tem tudo para ser futuro”, opinou. Para Luís Barbosa esse “futuro” passa por um plano estratégico até 2030 que tem como pilares base a inovação, a sustentabilidade e a transformação digital, conforme vincou no sétimo aniversário do parque. “Nós entendemos que, sendo uma entidade, uma sociedade anónima (…), o PCI deve também gerir as suas atividades, não como se fosse uma empresa, (…) mas para resultados. Baseado nesse princípio temos de ser sustentáveis”, relembrou. “A sustentabilidade, consideramos que não é suportada por fundos públicos. É suportada pela sua atividade, que deve ter (...) juntamente com fundos públicos, mas também executada para fundos e resultados privados. Temos de ter uma estratégia, que é aquilo que está a ser efetuado, de expertise técnico, em inovação, e partindo de um ponto (…) que é a criatividade”, sustentou. Atualmente, a Universidade de Aveiro (UA) é a acionista do PCI que detém a maior percentagem, neste momento “42%” do parque. Para o diretor-geral a relação da UA com o PCI é “fundamental”, já que para si esta relação representa o “total complementar” da “cadeia de inovação”. “Porquê? Uma startup, antes de ser uma empresa, é uma ideia e, antes de ser uma ideia, é um estudo científico ou tecnológico, é um projeto de doutoramento, etc (…). Esta horizontalidade e verticalidade e (…) o seu approach [aproximar] ao ecossistema empresarial, através da UA, é fundamental (…). Todo o projeto que tem capacidade para ser uma empresa inovadora de sucesso, deve ter uma componente científico-tecnológica (…) e quem o executa é a nossa Universidade de Aveiro”, atentou. Ainda sobre as conquistas do futuro, Luís Barbosa avançou que um outro objetivo estratégico do PCI passa pela edificação de “centros de excelência”. “A ideia e o objetivo fundamental desta unidade de negócio (…) é de reter os casos de sucesso que passam no nosso parque. Reter como? Reter no sentido de uma empresa que escala e cresce no PCI é, simultaneamente, uma entidade que pode inspirar e que pode mesmo suportar outras startups daquele setor, em particular que podem efetivamente ser casos de sucesso de novo (…). Nós temos lotes em todo o parque [e o objetivo] é ter esses lotes [edificados como] Centros de Excelência físicos”, esclareceu. Neste momento, há já “várias manifestações de interesse”, nomeadamente, do “Norte da Europa”. “Temos neste momento quatro processos em negociação, em diversos setores (…). Temos o setor agroalimentar, o setor daquilo que se chama API connectivity (…) e os setores da mobilidade (…). Contamos, durante o exercício 2025, ter decisões tomadas para começar efetivamente a instalar estes projetos”, expôs. O diretor-geral mostrou-se ainda com “grandes” expectativas com a aprovação da Zona Livre Tecnológica (ZLT), em Aveiro, defendendo que esta “é um dos veículos privilegiados e fundamentais para aquilo que é a tecnologia de inovação e para o ecossistema de inovação e empreendedorismo”. “É um veículo importante que nós temos na região de Aveiro, que permite que entidades internacionais e nacionais se deslocalizem para cá, se instalem para cá, objetivamente no parque, como é evidente, e que possam desenvolver todo este processo de desenvolvimento tecnológico, de certificação e pré-homologação”, explorou. Já com um olhar crítico, relativamente, à altura de construção do PCI [entre 2014 e 2015] em que moradores e ambientalistas expressaram preocupação pela sua construção por atravessar uma área de reserva agrícola nacional, Luís Barbosa não tem dúvidas de que “foi uma boa decisão”. “Pela sua localização, pelo seu enquadramento no ecossistema de inovação, nomeadamente próximo à UA, pelo seu enquadramento junto de zonas aéreas, marítima e terrestre (…) e, sobretudo, com a atratividade de todo o ecossistema de Aveiro pode ser e é um veículo atrativo e uma entidade atrativa para investimento externo (…). Temos agora (…) a nossa missão de gerar resultados e criar resultados para que o nosso ecossistema, as nossas autarquias e a nossa comunidade usufruam destes resultados diretamente e é esta a nossa missão que nos move”, exprimiu. Confrontado ainda com os estudos [na fase de planeamento do PCI] que previam a criação de cinco mil postos de trabalho direto em dez anos, o diretor-geral admitiu que a “meta é alcançável”, mas não “neste período de tempo”. “A constituição dos postos de trabalho que estavam equacionados poderão ser diretos ou indiretos. É importante considerar isso. No entanto, considero que é uma realidade e que há uma visão que é executável no tempo e é isso que é a nossa estratégia para 2030”, reforçou.
CMA espera lançar concurso do Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda nas próximas semanas
“Dentro de pouco tempo - espero que nos corram bem as últimas diligências que estão em desenvolvimento – poderemos estar a lançar um concurso de uma importantíssima obra (…) que é o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda”, disse na quarta-feira à noite Ribau Esteves, durante a sessão da Assembleia Municipal. O autarca informou ainda que já está assegurada a sustentabilidade financeira total da obra, devido a uma decisão recente do Conselho de Ministros que garante a cobertura do Orçamento do Estado da componente que não for possível financiar pelo contrato assinado com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “É nessa antecâmara que estamos e espero que, com uma convicção muito alta de que as coisas correrão bem, nas próximas semanas se acabem de reunir as condições para que as duas câmaras municipais possam lançar esse concurso”, afirmou o autarca. O Conselho de Ministros, por resolução publicada em 20 de março no Diário da República, determinou à Infraestruturas de Portugal (IP) o estudo e concretização da estrada Aveiro-Águeda, com caráter prioritário. No âmbito dos projetos rodoviários prioritários, o Governo determina que seja estabelecido como “projeto de infraestrutura rodoviária prioritário o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda, que integra o âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência”. Pela mesma resolução, determina ainda que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), em colaboração com a IP, “prossiga com os estudos tendo em vista a sua implementação”. Uma vez construído, o novo eixo rodoviário passará “a constituir-se, após a construção, como Estrada Nacional 235”, acrescenta o diploma. Segundo fonte autárquica, a futura via rápida permitirá reduzir custos e tempos de deslocação entre as duas cidades, já que, nos seus 14 quilómetros, prevê reduzir em cerca de 40% a extensão do percurso e em 65% o tempo de viagem. O traçado previsto, em perfil de autoestrada, com duas vias em cada sentido, tem o seu início, do lado de Águeda, na chamada “rotunda do Millennium”, seguindo por Travassô, passando por Eirol, cruzando a A1 e a A17 e terminando na rotunda do Parque de Feiras e Exposições de Aveiro.
Presidente da Câmara de Aveiro aponta arranque da obra do hospital só para 2027
“É possível a ampliação do hospital estar em obra em outubro de 2025? É absolutamente impossível. É possível a ampliação do hospital estar em obra em outubro de 2026? É absolutamente impossível”, afirmou o autarca do PSD na noite de quarta-feira, durante o período antes da ordem do dia da Assembleia Municipal de Aveiro. Ribau Esteves respondia assim ao deputado do Bloco de Esquerda João Moniz a propósito da requalificação do hospital de Aveiro e da declaração feita pelo líder do PSD e primeiro-ministro no domingo, durante a apresentação do candidato do PSD/CDS/PPM à presidência da Câmara local, Luís Souto Miranda. Na ocasião, Montenegro referiu que o processo de construção da nova unidade ambulatória, que constitui também a ampliação do hospital, estava em curso, e afirmou esperar que em outubro, quando o novo presidente da Câmara tomar posse, já esteja na fase de obra. Ribau Esteves disse que a frase de Luís Montenegro “não é uma frase feliz”, mas assegurou que o chefe do Governo “não quer enganar ninguém” e “não estava ali num discurso com cuidado e com pormenor a falar da matéria”. O autarca fez um ponto de situação do projeto, referindo que o primeiro concurso de contratação do projetista foi anulado, devido a um erro no procedimento, e foi lançado um segundo concurso, havendo três empresas candidatas. Se tudo correr bem, disse, "podemos ter projetista a começar a trabalhar em julho, agosto", admitindo que o concurso público possa ser lançado no verão do próximo ano, com a empreitada a começar no primeiro trimestre de 2027. “Portanto, qualquer um de nós que saiba com o pormenor da matéria, que tenha a calma e um enquadramento de discussão política tranquilo, como estamos a ter aqui, não pode dizer coisa diferente daquela que eu acabei de dizer, e relembrar que fiz uma análise positiva das várias etapas”, observou. Recorde-se que já em entrevista à Ria, Ribau Esteves tinha considerado que houve um "equívoco" nas declarações de Luís Montenegro sobre o início das obras do Hospital de Aveiro. O autarca apelou ainda a todos para fazerem um ‘lobby’ de cidadania para garantir a pressão sobre todos os agentes importantes neste processo para que as etapas aconteçam e não alimentar “tricas absurdas neste processo”.
Aveiro ParqueExpo: nova empresa quer ter uma “marca forte” que se afirme na “região Centro”
A nova empresa municipal – Aveiro Parquexpo, E.M. S.A.– conta com capital social de 150 mil euros com a Câmara Municipal de Aveiro a assumir as “funções de administração” da empresa, sendo titular de 90% do capital. Os restantes 10% são assumidos pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) lembrou que “a empresa, (…) não tinha nenhum plano estratégico, (…) nenhuma orientação de gestão estruturada em princípios, orientada para o futuro” e que tanto a lei “que mandava as câmaras municipais extinguirem as empresas municipais que eram insustentáveis em termos financeiros” como a “lei dos compromissos e dos pagamentos em atraso” levaram à dissolução da antiga empresa. O edil lembrou ainda que o sócio da antiga empresa – a Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA) – tinha 49% do capital, o que levou a que fosse necessário mais tempo a realizar “saneamento financeiro” com o objetivo de “livrarmos o nosso sócio de assumir parte da dívida”, aponta Ribau Esteves. Para tal, Ribau Esteves dá nota de que a CMA procedeu à “valorização dos recursos humanos, identificação dos problemas de gestão, reorganização do quadro de eventos, pagamento de dívidas, (…) e uma gestão financeira sustentável” de forma a “gerir bem a empresa” para que a mesma libertasse “recursos financeiros em cada um dos anos”, de forma que a dívida fosse sendo paga. Rogério Carlos, vice-presidente da CMA sublinha que durante os 12 anos foi percorrido um “trajeto de sucesso”, destacando “cinco eventos âncora”: “a feira vocacional e profissional, (…) a feira de março, (…) a exposição Canina e Felina, (…) o Techdays (…) e, por último, a Nova Agro Vouga”. O vice-presidente sublinhou ainda outros eventos realizados no espaço frisando que nos últimos 12 anos “foram mais de 400 eventos que foram realizados aqui no Parque de Feiras”. Rogério Carlos reparou ainda que a “evolução do número de eventos tem a correspondente a evolução a nível de volume de negócios”, ressalvando que em 2014 o volume de negócios foi “na ordem dos 741 mil euros e um resultado líquido de cerca de 200 mil euros negativos”, e que em 2024 o volume de negócios se situou no valor de “praticamente o dobro do ano de 2014” com um resultado líquido de “70 mil euros”. A apresentação deu ainda nota de que a autarquia quis “somar uma componente [cultural] à Aveiro Parquexpo que a Aveiro Expo” não tinha, com o objetivo de “projetar o futuro daquilo que virá a ser a ampliação do Parque das Exposições, estando planeado a construção de um pavilhão multiusos (…) que possa acolher espetáculos”, apontou José Miguel Rocha, assessor do presidente da CMA e um dos responsáveis atuais pela gestão da empresa. Além da vertente cultural que a autarquia quer deixar acautelada para o futuro, a Aveiro Parquexpo pretende “aumentar as oportunidades de negócio”, “atrair novos públicos e ir ao encontro de potenciais clientes”. A apresentação contou ainda com a revelação da identidade visual da nova empresa, que conta agora com a assinatura “Eventos que Ligam”. “Queremos ter esta marca forte de um parque que se afirma não só região de Aveiro, mas também na região Centro, e que seja um símbolo importante e uma infraestrutura âncora para o acolhimento de eventos que pretendemos trazer até aqui”, sublinha a autarquia.
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Apesar de não ter acompanhado o início do PCI, o atual diretor-geral diz que tem como missão “assumir a continuidade do projeto”, ainda que reconheça que a realidade do ecossistema de inovação “é totalmente diferente” quando comparada há sete anos. “O percurso foi efetuado, a realidade do ecossistema alterou, o contexto de inovação e de empreendedorismo alterou bastante (…) e, hoje em dia, executar inovação é por si uma atividade que deve ser bem controlada, bem suportada, não necessariamente só em fundos públicos, mas também em fundos privados e em inovação [com], por exemplo, projetos tecnológicos. Eu penso que o PCI, por si, é uma realidade, é atual e tem tudo para ser futuro”, opinou. 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Para o diretor-geral a relação da UA com o PCI é “fundamental”, já que para si esta relação representa o “total complementar” da “cadeia de inovação”. “Porquê? Uma startup, antes de ser uma empresa, é uma ideia e, antes de ser uma ideia, é um estudo científico ou tecnológico, é um projeto de doutoramento, etc (…). Esta horizontalidade e verticalidade e (…) o seu approach [aproximar] ao ecossistema empresarial, através da UA, é fundamental (…). Todo o projeto que tem capacidade para ser uma empresa inovadora de sucesso, deve ter uma componente científico-tecnológica (…) e quem o executa é a nossa Universidade de Aveiro”, atentou. Ainda sobre as conquistas do futuro, Luís Barbosa avançou que um outro objetivo estratégico do PCI passa pela edificação de “centros de excelência”. “A ideia e o objetivo fundamental desta unidade de negócio (…) é de reter os casos de sucesso que passam no nosso parque. Reter como? Reter no sentido de uma empresa que escala e cresce no PCI é, simultaneamente, uma entidade que pode inspirar e que pode mesmo suportar outras startups daquele setor, em particular que podem efetivamente ser casos de sucesso de novo (…). Nós temos lotes em todo o parque [e o objetivo] é ter esses lotes [edificados como] Centros de Excelência físicos”, esclareceu. Neste momento, há já “várias manifestações de interesse”, nomeadamente, do “Norte da Europa”. “Temos neste momento quatro processos em negociação, em diversos setores (…). Temos o setor agroalimentar, o setor daquilo que se chama API connectivity (…) e os setores da mobilidade (…). Contamos, durante o exercício 2025, ter decisões tomadas para começar efetivamente a instalar estes projetos”, expôs. 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Já com um olhar crítico, relativamente, à altura de construção do PCI [entre 2014 e 2015] em que moradores e ambientalistas expressaram preocupação pela sua construção por atravessar uma área de reserva agrícola nacional, Luís Barbosa não tem dúvidas de que “foi uma boa decisão”. “Pela sua localização, pelo seu enquadramento no ecossistema de inovação, nomeadamente próximo à UA, pelo seu enquadramento junto de zonas aéreas, marítima e terrestre (…) e, sobretudo, com a atratividade de todo o ecossistema de Aveiro pode ser e é um veículo atrativo e uma entidade atrativa para investimento externo (…). Temos agora (…) a nossa missão de gerar resultados e criar resultados para que o nosso ecossistema, as nossas autarquias e a nossa comunidade usufruam destes resultados diretamente e é esta a nossa missão que nos move”, exprimiu. Confrontado ainda com os estudos [na fase de planeamento do PCI] que previam a criação de cinco mil postos de trabalho direto em dez anos, o diretor-geral admitiu que a “meta é alcançável”, mas não “neste período de tempo”. “A constituição dos postos de trabalho que estavam equacionados poderão ser diretos ou indiretos. É importante considerar isso. No entanto, considero que é uma realidade e que há uma visão que é executável no tempo e é isso que é a nossa estratégia para 2030”, reforçou.
AETTUA investe “cerca de 25 mil euros” e renova “sede” no DETI
Desde a passada segunda-feira que a 4.1.3.0 do DETI ganhou uma 'nova cara' fruto do investimento da AETTUA. Daniel Ferreira, presidente da AETTUA explicou à Ria que a ideia surgiu logo “no início do mandato”. “Nós queríamos fazer algo mais disruptivo e diferente e uma das iniciativas que o departamento está a liderar, neste momento, é precisamente a renovação das salas”, explicou. “O DETI é um dos departamentos mais antigos da Universidade e acaba por não ter as condições mais adequadas ao ensino, precisamente, por ter uma idade já muito avançada”, alertou o presidente da AETTUA. Recorde-se que no passado dia 27 de fevereiro, o DETI inaugurou um novo espaço: o “Aquário By Sky” concebido para atividades de estudo e convívio. Daniel frisou que a Associação quis “imitar” estes “parceiros empresariais” do departamento com a diferença de que aqui foi a própria AETTUA a fazer as obras, o design e a pensar nos elementos desta sala. “Quero agradecer ao diretor e à pivot da unidade orgânica… Os dois foram impecáveis. Trabalharam quase tanto como nós na medida em que foram eles que nos ajudaram em todos os aspetos de contactar com os serviços adequados e de toda a burocracia”, realçou. Com um investimento de “cerca de 25 mil euros”, Daniel Ferreira deixou ainda a nota de que toda a requalificação foi feita com “fundos próprios da AETTUA”. “A AETTUA não é uma associação de estudantes, mas uma associação que, legalmente, representa todos os professores, funcionários e alunos do departamento. As principais receitas provêm da atividade da associação que são conferências e eventos para os associados e também de serviços de consultoria para entidades externas”, expôs. Este 'novo' espaço que agora serve de “sede” da Associação servirá, segundo o presidente da AETTUA, para “os associados que fazem parte da equipa conseguirem trabalhar para os eventos de trabalho da associação”. “O nosso próximo passo é conseguirmos expandir para um outro espaço no departamento para um uso mais alargado por toda a gente”, referiu. Neste seguimento, Daniel Ferreira disse ainda que a Associação tem o objetivo de “renovar a chamada zona de acesso livre - uma parte do primeiro piso que está aberta 24 horas do dia para todos os alunos, professores e funcionários- do DETI. “A ideia é nós conseguirmos renová-la toda. (…) Até ao final do ano civil queremos deixar, pelo menos, 50% da zona de acesso livre renovada. É a nossa meta”, partilhou com uma risada. Na inauguração que contou também com a presença de Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA foi ainda assinado um protocolo de colaboração com a Universidade.
Região de Aveiro congratula-se com alta velocidade até Vilar Formoso
"Este corredor é importante e é uma sinergia que temos vindo a trabalhar em conjunto com Viseu, cidade que não tem uma ligação ferroviária”, disse Jorge Almeida. Para o presidente da CIRA, a inclusão do corredor Aveiro/Vilar Formoso no Plano Ferroviário Nacional “dá indicações para ser estudado seriamente”. “Esse é o corredor que defendemos e ao figurar no Plano afasta outras supostas soluções, menos capazes, na nossa ótica", comentou. O Plano Ferroviário Nacional (PFN) publicado esta quarta-feira no DR prevê a construção faseada de uma nova linha ferroviária entre Aveiro e Vilar Formoso, detalhando que a futura ligação será projetada com separação de tráfegos, à semelhança do Eixo Atlântico, com uma Linha de Alta Velocidade (LAV) para passageiros e a Linha da Beira Alta dedicada a passageiros e mercadorias. “A LAV deverá atingir os 250 quilómetros/hora, com uma estação em Viseu, passagem pela Guarda e ligações à Beira Alta, perto de Mangualde e Celorico da Beira”, descreve o Plano. O presidente da CIRA, que preside também à Câmara de Águeda, manifestou também a sua satisfação pela inclusão naquele documento estratégico da modernização da Linha do Vouga, perspetivando a sua integração nos sistemas de Aveiro e Porto, com nova ligação à Linha do Norte em Espinho. “É também Importante para a região a modernização da Linha do Vouga, com cariz suburbano, que aponta para a eletrificação, pelo menos a médio prazo e para a beneficiação do material circulante, com a recolocação dos pontos de paragem”, disse. Jorge Almeida destacou ainda a manutenção da bitola métrica: "mantém a bitola métrica, o que para mim é muito bom, dado o interesse também turístico da Linha do Vouga”. “Permite manter os comboios de via estreita a funcionar, e o serviço de passageiros não perde nada, bem pelo contrário, e mantemos todas essas hipóteses em aberto", acrescentou.
Aveiro sob aviso amarelo este sábado devido à chuva e agitação marítima
Nos distritos de Viseu, Vila Real e Aveiro, o aviso devido a períodos de chuva por vezes forte, vai vigorar entre as 06:00 e as 12:00 de sábado, enquanto no Porto, Viana do Castelo e Braga, será entre as 03h00 e as 12h00. Há também avisos de neve para os distritos da Guarda e Castelo Branco, para entre as 18h00 de hoje e as 06h00 de domingo. Devido à forte ondulação, o IPMA tem sob aviso os distritos do Porto, Viana do castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga, até às 06h00 de domingo.