‘Aliança Mais Aveiro’ apresenta candidatura em Glória e Vera Cruz com ausência de Fernando Marques
A coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM) apresentou esta quarta-feira, 23 de julho, Glória Leite como candidata à Junta da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz. A ausência de Fernando Marques, histórico presidente da junta que liderou a freguesia nos últimos 12 anos, marcou a sessão, contrariando o padrão das anteriores apresentações, onde os autarcas cessantes estiveram sempre presentes.
Isabel Cunha Marques
JornalistaA apresentação da candidata Glória Leite à Junta da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, pela coligação ‘Aliança Mais Aveiro’ (PSD/CDS-PP/PPM), decorreu esta quarta-feira, em pleno centro da cidade, na Praça Melo Freitas. Ainda antes do início do evento, já se fazia notar uma considerável moldura humana. O ambiente foi animado por um músico ao vivo, acompanhado de um violino, num palco improvisado pela coligação, que atraiu dezenas de apoiantes e curiosos — muitos dos quais aproveitaram para registar o momento em vídeo. Curiosamente, esta mesma praça já foi, em tempos, um espaço de referência para os artistas de rua em Aveiro. Nos últimos anos, porém, vários artistas têm denunciado dificuldades impostas pela autarquia, tal como avançado pela Ria, particularmente no que diz respeito à obtenção de licenças para ali poderem atuar livremente.
Questionado pela Ria sobre se a escolha de um número musical para abrir o evento simbolizava maior apoio aos artistas de rua e à cultura local, Luís Souto de Miranda, candidato da ‘Aliança’ à Câmara Municipal de Aveiro, garantiu que a sua proposta passa pelo diálogo: “Vamos ouvir todos”, afirmou. “Eu tenho por norma sentar as pessoas à mesa e ouvir os argumentos de uns e de outros. É evidente que também não podemos deixar isto virar uma selva urbana”, sublinhou, mostrando-se disponível para construir consensos.
O candidato reforçou ainda a importância da animação cultural contínua na cidade: “Precisamos de muita animação nas nossas ruas. Como disse no meu discurso, temos uma grande manifestação cultural de rua, que é o Festival dos Canais, mas é preciso mais. Eu quero animação o ano todo”, afirmou. Luís Souto de Miranda adiantou ainda que não descarta a criação de um regulamento municipal específico para os artistas de rua, de forma a garantir “regras claras” para todos.
Além deste pormenor, houve um outro detalhe que não passou despercebido a quem marcou presença na Praça Melo Freitas: a ausência de Fernando Marques, atual presidente da Junta de Freguesia de Glória e Vera Cruz. Ao contrário do que tem sucedido nas restantes apresentações da coligação, o autarca não esteve presente no evento, nem o seu nome foi referido nos discursos de Luís Souto de Miranda ou de Glória Leite.
Recorde-se que Fernando Marques é uma figura histórica do Município de Aveiro, tendo liderado a União de Freguesias de Glória e Vera Cruz ao longo dos últimos 12 anos. Não poderá recandidatar-se nestas eleições por ter atingido o limite legal de mandatos consecutivos.
Confrontado com a ausência do autarca, Luís Souto de Miranda referiu que “este é um momento de apontar para o futuro”. “Nós temos todo o respeito pelo trabalho. Haverá um momento obviamente em que será feita a despedida do atual presidente, mas este era o momento da professora Glória e daí não ter havido especiais referências porque as pessoas queriam saber o que ‘Aliança’ pensa para o futuro. Não é muito o dia hoje das homenagens”, justificou.
Questionado sobre o facto de Fernando Marques ter sido, até ao momento, o único presidente de Junta da coligação a faltar às apresentações, o candidato respondeu: “Terá de perguntar ao senhor presidente de Junta”, sublinhando que não foram feitos convites individuais para o evento. “Nós convidamos toda a população a estar presente. Isto é um espaço aberto. (…) Eu pessoalmente não fiz convites a ninguém, apenas convites gerais, através das redes sociais e outros meios”.
Apesar da ausência, o candidato sublinhou o valor do autarca: “É um histórico autarca que nós prezamos pelo trabalho que fez ao longo de muitos anos. É um servidor público a quem Aveiro está muito grato. Isso não há dúvida nenhuma. Será reconhecido na altura certa. (…) Não esteve aqui presente se calhar também por razões pessoais optou por não estar presente”, insistiu.
Sobre se essa ausência poderia ser um sinal de descontentamento com a escolha da candidata, Luís Souto reafirmou que “isso terá de lhe perguntar a ele”. “Não há assim razão nenhuma. Todos os presidentes atuais foram previamente auscultados. Isso é que é importante as pessoas saberem. Depois dessa auscultação escolhemos as soluções que achamos que eram melhores para o futuro da nossa cidade, do nosso Município”, relembrou.
Por sua vez, Glória Leite, em entrevista à Ria, mostrou-se consciente de uma certa discordância, ao afirmar que gostaria que o autarca estivesse “ao nosso lado”, mas que “tal não é possível, pois todos temos as nossas idiossincrasias e são opções pessoais”. “Eu não sou de criar barreiras, sou de criar pontes. Ao longo do caminho, tentei isso, mas não tem sido possível. Pode ser que até ao fim ainda consigamos”, exprimiu, realçando que é uma mulher de “esperança e otimista”.
Ainda assim, a candidata realçou o valor do trabalho realizado por Fernando Marques: “O senhor Fernando tem um trabalho exemplar na União de Freguesias que deve ser muito respeitado e preservado. É isso que nós devemos fazer. Tanto é que dei ênfase à parte que está feita e que deve ser consolidada”, reforçou.
“Acho que também já é altura de termos alguém que vive aqui”
Já durante a sessão de apresentação, o primeiro a tomar a palavra foi Luís Souto de Miranda. Ao longo do seu discurso, fez questão de sublinhar a “emoção particular” que sentiu por estar a apresentar a candidatura de Glória Leite naquele espaço central da cidade. “É um local cheio de história. Nós temos aqui este obelisco que representa uma homenagem que foi feita à liberdade”, referiu, numa alusão à figura de José Estêvão. No seguimento, fez ainda questão de reforçar que é um “filho desta freguesia”. “Nasci aqui, tenho de dizer aqui que de facto eu sou ceboleiro, não sou cagaréu, mas (…) posso dizer que sou um filho desta União de Freguesias”, disse. “Portanto, nasci aqui, sou residente aqui”, continuou.
À semelhança do que tem feito noutras apresentações, o candidato da ‘Aliança Mais Aveiro’ aproveitou o momento para criticar Alberto Souto de Miranda, candidato do Partido Socialista (PS) à Câmara de Aveiro, realçando que o mesmo não reside em Aveiro. “Acho que também já é altura de termos alguém que vive aqui, que vive os nossos problemas, também paga as taxas que vai decretar”, atirou.
Virando o discurso para o futuro de Aveiro e da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, Luís Souto de Miranda afirmou querer construí-lo com uma “renovada energia, determinação e vontade de fazer mais por Aveiro”. “A professora Glória personifica este querer fazer mais.Não lhe faltam qualidades”, comparou. Falando diretamente sobre a candidata, acrescentou: “É um exemplo de força, de vontade, de persistência e de que na vida nada se alcança sem esforço, disciplina, rigor e vontade de vencer os desafios”.
Respondendo indiretamente às críticas que apontavam um eventual conflito de interesses pelo facto de Glória Leite ser, atualmente, diretora do Agrupamento de Escolas José Estêvão, Luís Souto de Miranda assegurou que: “A professora Glória, que estamos hoje aqui a apresentar, não precisa de mais um cargo para se evidenciar, não precisa de resolver a sua vida pessoal com o cargo de junta de freguesia”. “A Glória está aqui por uma razão, porque ama a sua freguesia e ama Aveiro.A Glória está aqui porque quer mesmo fazer coisas boas pela comunidade”, reforçou.
Também em entrevista à Ria, Glória Leite reconheceu que têm existido “algumas tentativas” de levantar dúvidas sobre a compatibilidade entre os dois cargos, mas garantiu que só aceitou o convite porque a lei o permite. “Se não fosse compatível, eu não teria aceitado”, afirmou. “A lei prevê que um diretor possa exercer o cargo de presidente de junta em regime de não permanência, sem auferir qualquer vencimento — mantém-se o vencimento de origem na escola — mas assumindo integralmente a responsabilidade executiva”, explicou.
Para que essa conciliação funcione, destacou a importância de ter equipas sólidas em ambas as frentes: "Tenho de ter uma equipa forte na União de Freguesias e uma equipa forte na escola e é isso que pretendo”. Lembrou ainda que não se trata de uma situação inédita, apontando o exemplo de Filinto Lima, atual presidente da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro e, simultaneamente, diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos. “O que temos de ter sempre na vida? Bom senso, equilíbrio e discernimento para saber quando estamos num papel e quando estamos no outro”, rematou.
Ainda na apresentação, Luís Souto de Miranda revelou também que muitos se questionaram por Glória Leite ser candidata independente pela ‘Aliança’. Aproveitou o momento para citar o Luís Montenegro, primeiro-ministro, sublinhando que “temos de trazer os bons para a política, sem exigir cartão de partido”.
Aproveitando o perfil da candidata, Luís Souto de Miranda destacou o seu “rigor” — qualidade que, segundo o próprio, é fundamental também na gestão autárquica — e lançou nova crítica ao PS: “Precisamos de rigor para não voltarmos ao tempo do descrédito. Os aveirenses já tiveram a sua troika, já pagaram os seus impostos, os desvarios do passado da governação socialista da Câmara Municipal”, apontou.
Para reforçar a diferença entre a gestão atual e a anterior, deu como exemplo o prazo médio de pagamento a fornecedores por parte da Câmara de Aveiro, afirmando que atualmente é de apenas “quatro dias”. “Sabem qual era o prazo de pagamento aos fornecedores no tempo da governação socialista? Não havia prazo.Era a perder de vista”, respondeu, classificando essa realidade como uma falta de respeito para com os pequenos empresários, associações, clubes e até juntas de freguesia. “Nós não estamos para esse peditório. (…) O dinheiro público é de todos nós e exige rigor na sua aplicação”, reforçou.
Já sobre os projetos para o futuro da cidade, o candidato da ‘Aliança Mais Aveiro’ destacou a antiga lota como uma “oportunidade única” e lamentou a postura dos partidos da oposição, que se têm mostrado críticos face à proposta do executivo para aquele espaço que prevê, entre outros aspetos, a criação de habitação e de um hotel. “Chega de conversa fiada e de intelectuais de pacotilha que estão sistematicamente a atrasar o desenvolvimento da nossa terra”, criticou.
“O presidente Ribau Esteves conseguiu, após uma luta de anos, (…) que esta área da antiga lota viesse para a esfera municipal.Já foi feito o concurso de ideias.Certamente haverá ajustes, mas não é tempo de andar a repensar tudo”, continuou. Recorde-se que, na passada segunda-feira, 21 de julho, a Iniciativa Liberal (IL) propôs uma alternativa ao plano em curso, sugerindo a criação de um “novo centro de vida urbana” na antiga lota e rejeitando “mais luxo à beira-ria”. Em resposta às críticas e sugestões apresentadas pela oposição, Luís Souto respondeu: “É muito bonito propor ideias muito lindas e o dinheiro senão sair das receitas previstas acreditem que a fatura é de cada um de vocês que está aqui a assistir”.
Para o candidato aquele espaço será a “futura joia da coroa de Aveiro”. “Será um espaço nobre para andarmos lá a passear, para as atividades náuticas.Aveiro tem uma tradição náutica que não pode perder, pelo contrário, temos de expandir”, sublinhou.
Já sobre a Zona do Cais do Paraíso — alvo de críticas recentes da oposição, nomeadamente do Bloco de Esquerda (BE), que classificou o projeto de hotel previsto como um “mamarracho” - Luís Souto de Miranda voltou a criticar o posicionamento dos partidos da oposição. “Agora que se arranjou uma solução para um problema de décadas, uma vergonha às portas da cidade, lá vem novamente o coro dos ‘velhos do Restelo’”, ironizou. “Nós queremos que aquela área seja valorizada, que se torne um local de excelência [e] preservar aquele moinho que ali está”, sintetizou.
Abordando, desta vez, a zona da Beira-Mar e da Praça do Peixe — precisamente o local onde decorreu a sessão —, o candidato da ‘Aliança’ sublinhou a necessidade de reforçar a segurança na freguesia, tanto ao nível da circulação rodoviária como nos espaços públicos. “A prevista videovigilância vai mesmo avançar. Haverá zonas específicas que o justificam. Eu estou farto, mas mesmo farto de ver atos de vandalismo na minha terra”, exprimiu.
Luís Souto de Miranda apresenta “seis áreas” do programa eleitoral
Referindo-se ao seu programa eleitoral, Luís Souto de Miranda apresentou “seis áreas”, sublinhando que se trata de compromissos “mesmo para cumprir”. “Mais vale prometer pouco e fazer do que anunciar muitos sonhos que se podem traduzir em pesadelos para os contribuintes aveirenses”, atirou.
A primeira dessas áreas prende-se com a melhoria do espaço urbano e das vias de comunicação na cidade. Entre os exemplos referidos, destacou a necessidade de eliminar os buracos nos passeios e de melhorar as condições das ruas, sobretudo para pessoas com deficiência. Ainda neste ponto, anunciou que está previsto um concurso público, “em breve”, para uma intervenção profunda no bairro da Beira-Mar. “Será já no nosso mandato que essa recuperação irá avançar e ser concluída”, garantiu.
O candidato da ‘Aliança’ frisou ainda a urgência de melhorar a acessibilidade pedonal e a fluidez do trânsito automóvel na Avenida, apontando como solução o reforço das condições de segurança e a expansão das vias cicláveis.
Quanto aos transportes públicos, admitiu que, embora tenham sido feitas melhorias, ainda há trabalho por fazer. “Não há dúvida de que é preciso repensar a oferta de transportes públicos”, disse, defendendo também o incentivo à utilização dos parques periféricos em articulação com os transportes coletivos.
Como segundo eixo do seu programa, Luís Souto de Miranda propôs tornar a cidade — e particularmente a freguesia — “mais verde e mais amiga do desporto informal”. “Quero que cada bairro tenha um apontamento paisagístico que torne a cidade mais bonita, mais agradável”, explicou. “Em cada bairro um recinto, pode ser muito simples, mas que permita que os miúdos, ou mais graúdos, brinquem e joguem, que é algo que nos faz muita falta. Não podemos ter só locais para estarem sentados a fazer scrolling no telemóvel”, acrescentou.
No âmbito das requalificações de espaços públicos, manifestou ainda o desejo de intervir no Parque Infante D. Pedro, de avançar com o Parque das Barrocas e de concretizar, por fases, o que chamou de “futuro grande parque da cidade”, previsto para a zona do pavilhão do Galitos, em função dos meios disponíveis.
Como terceiro grande objetivo, o candidato da ‘Aliança’ propôs aumentar a atratividade de Aveiro, tanto para visitantes como para residentes. “É ótimo fazer um passeio de moliceiro (…), mas as pessoas vão dizendo: falta aqui qualquer coisa. O Festival dos Canais é excelente, mas há quem defenda que precisamos de mais atratividade”, observou. Nesse sentido, defendeu a criação de uma programação cultural consistente “ao longo do ano”, com iniciativas que reforcem os motivos para visitar a cidade — e, sobretudo, para nela permanecer.
Como exemplo prático, destacou o Ecomuseu do Sal, iniciativa que considerou “excelente”, propondo o alargamento do conceito com a criação de um novo polo dedicado ao sal, nas suas diversas vertentes. “O sal pode voltar a ser o nosso ouro branco”, afirmou, sublinhando a importância de uma estreita colaboração com a Universidade de Aveiro para concretizar este desígnio.
Valorizando também a preservação das tradições locais, Luís Souto de Miranda assegurou que “tudo o que seja reavivar, preservar e divulgar as nossas tradições contem connosco”. Neste âmbito, propôs o regresso da Feira de Artesanato de Aveiro (FARAV), evento que, recordou, “tanto êxito teve há uns anos atrás com a participação de várias entidades”. Por fim, apontou ainda a criação de um centro de arte contemporânea como um dos projetos emblemáticos para a cidade: “Uma referência a nível nacional e, porque não, a par com o que melhor se faz por essa Europa fora”.
Como quarta grande prioridade, o candidato da ‘Aliança’ assinalou a habitação, classificando-a como “o problema número um — em Aveiro, em Portugal e em toda a Europa”. Defendeu a necessidade de “dar força aos projetos de habitação a custos controlados” já previstos para o concelho.
Apesar de pertencer ao partido que lidera o Governo, garantiu que isso não condicionará a sua atuação. “Eu sou do partido do Governo, mas que ninguém pense que estarei de braços estendidos a pedir favores. Eu vou fazer uma cooperação estratégica com o Governo, para garantir que este assume as suas responsabilidades. E nesta área da habitação, é o Governo que tem a primeira palavra”, vincou.
Luís Souto de Miranda acrescentou que há margem para “ser mais ambicioso” e explorar oportunidades para habitação acessível mesmo no centro da cidade. No entanto, advertiu que esse processo exige “uma concertação ótima entre a Câmara Municipal e o Governo”. E concluiu: “Os aveirenses decidirão, mas, de forma muito racional, penso que será mesmo melhor para Aveiro termos dois Luíses à frente: um na Câmara e outro no Governo”.
Como quinto eixo abordou a questão da educação, garantindo que irão avançar “a todo o vapor” com a construção da nova Escola Secundária Homem Cristo. Por fim, falou sobre a saúde, insistindo que “Aveiro não pode esperar mais pela expansão do hospital”. “É inadmissível o que têm feito a Aveiro. São anos após anos. Parece que estão a gozar connosco”, confessou. Reforçando a crítica ao PS, questionou a pertinência de “voltar à discussão de há 20 anos” sobre a localização do hospital, perguntando diretamente: “Vocês acham que isso é bom para Aveiro nesta altura?”
Glória Leite garante ser uma voz “exigente, ativa e independente”
Na sua intervenção, Glória Leite confessou ter-se inspirado em José Estêvão, citando-o ao longo do discurso: “Os títulos em que fundo a minha candidatura são a inocência da minha vida política e a minha constante dedicação pelas coisas da nossa terra”. “Estar em Aveiro implica disponibilidade, exigência, visão, planeamento, proatividade e inovação”, acrescentou a candidata.
Além das linhas apresentadas por Luís Souto de Miranda, Glória Leite sublinhou ainda a intenção de melhorar a comunicação com os fregueses, propondo a ampliação do horário de funcionamento, a aposta em canais online e a criação de uma linha de apoio para o relato de questões e problemas. Garantiu a manutenção dos “cabazes de Natal” e do “passeio sénior anual”, mas destacou que “queremos uma freguesia sem solidão, com um programa intergeracional com valência múltiplas”.
Apostando no voluntariado, tanto jovem como sénior, a candidata explicou: “Temos pensado num programa que envolva as várias faixas etárias, com mais ou menos experiência de vida, mas com benefícios para todos”. Nesse sentido, anunciou que será implementado o serviço gratuito de “cuidador de proximidade”, destinado a apoiar em pequenas tarefas domésticas e no acompanhamento daqueles que mais precisam.
Glória Leite reforçou o compromisso com a cultura e o desporto, explicando que pretendem “fazer acontecer mais Aveiro com ação, visão e compromisso, dando particular relevância à ligação entre a cultura, incluindo todas as vertentes culturais, e o desporto, com as associações e clubes que têm demonstrado toda a disponibilidade para participar num programa social de dinamização cultural anual da União de Freguesias, em diferentes locais”.
A candidata destacou ainda a importância de “unir gerações, fomentar a captação de talentos para as nossas associações e clubes e fazer dos eventos uma normalidade, respeitando quem cá mora e aqueles que escolheram a cidade como sua”. Sobre o desporto, apontou que “os espaços que estão à nossa volta necessitam de intervenção urgente para que possam ser fruídos por todos, para que sejam fator de promoção da atividade física na nossa cidade”. Entre as prioridades estão a dinamização do Parque Infante D. Pedro, a requalificação dos bairros de Santiago e do Liceu, e a intervenção nos campos de basquetebol, futebol e ténis, para “colocar os vizinhos a conviver, travar as solidões e promover a saúde mental”.
Glória Leite apontou ainda a necessidade de reordenar o turismo, propondo que a União de Freguesias promova a mobilidade entre a estação e o centro da cidade, “feita com equilíbrio para existirem turistas em ambos os lados da freguesia”. Sugeriu também disponibilizar “informação consolidada, atualizada e de fácil acesso” com todos os pontos de interesse “cultural, etnográfico, material e imaterial”, assim como articular com o comércio e artesãos para a organização de eventos ao longo do ano.
“Queremos ser uma União de Freguesias sustentável e amiga do ambiente. Queremos os parques verdes para as gerações, promotores de atividades para todas as idades, multiculturais, multifunções e inclusivos”, destacou. “Queremos as hortas no centro da cidade e também as queremos em Vilar, e teremos estas como uma prioridade”, continuou. Sobre este último, disse que “a Ribeira de Vilar está no nosso programa como prioritária” e que acolhem “o projeto da Universidade do Minho, colaborando com a Câmara e com as outras freguesias da cidade”.
Envolvendo as escolas, Glória Leite enfatizou que “os nossos fregueses mais novos têm de ser parte da solução. (…) Também com eles levaremos a cabo ações de limpeza comunitária nas margens e canais, em parceria com associações náuticas, ambientais e outras da freguesia”.
Prometeu ainda melhorar a limpeza e manutenção dos cemitérios. Destacou a prioridade em “rebaixar os passeios e melhorar as acessibilidades em toda a cidade”, comprometendo-se a resolver, em cooperação com a Câmara e com Luís Souto, “a falta de estacionamento, a habitação e a melhoria da iluminação pública”.
No final, assegurou que será sempre uma voz “exigente, ativa, independente, junto do nosso futuro presidente da Câmara”. “Seremos sempre uma voz firme,construtiva na defesa dos interessesda nossa União de Freguesias,com humildade e com muita alegria”, rematou.
Recomendações
PS propõe correção do Orçamento do Estado para 2026 para incluir isenção de portagens na A25
Segundo uma nota enviada às redações, a iniciativa é a “assunção do compromisso eleitoral dos Deputados de Aveiro deixada pela aplicação da Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto, que pôs fim à cobrança de portagens em várias autoestradas anteriormente integradas no regime SCUT – Sem Custos para o Utilizador, mas que manteve ainda um pequeno troço portajado na A25”. “Este é mais um compromisso com Aveiro que não fica esquecido. E o Partido Socialista trabalha de forma determinada para honrar os compromissos e servir Aveiro e o país”, refere. O PS lembra ainda que, no caso de Aveiro, “além de promover a coesão territorial”, a eliminação total das portagens representaria uma melhoria na segurança rodoviária, a otimização da rede de infraestruturas existente e a retirada de trânsito no atravessamento de vias urbanas. Relembre-se que, tal como noticiado, o Orçamento do Estado para 2026 não contém qualquer referência à isenção de portagens na A25. Neste caso, o Relatório do Orçamento do Estado para 2026 inclui apenas referências genéricas às compensações às concessionárias afetadas pela eliminação de portagens - enquadradas na Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto -, mas sem qualquer menção às portagens entre Albergaria-a-Velha e Aveiro da A25. Importa ter em consideração que, uma vez que a eliminação das portagens não está contemplada no Orçamento do Estado para 2026, a aprovação de um eventual projeto de lei sobre esta matéria, só poderá produzir efeitos em 2027. Tal decorre da chamada “norma-travão”, prevista na Constituição da República, que impede a criação de novas despesas ou a redução de receitas não inscritas no Orçamento em vigor durante o respetivo ano de execução. Como avançado pela Ria, desde o dia 1 de janeiro, que sete portagens em vias rápidas [correspondentes a antigas autoestradas em regime SCUT - Sem Custos para os Utilizadores] foram abolidas. No caso de Aveiro e, especificamente, na A25, das duas concessões existentes nesta autoestrada, a Concessão “Costa de Prata” [que liga a zona das praias a Albergaria-a-Velha] e a Concessão “Beiras Litoral e Alta” [que liga Albergaria-a-Velha a Vilar de Formoso], apenas esta última foi contemplada na proposta apresentada pelo Partido Socialista (PS). Neste caso, a Concessão “A25 Beiras Litoral e Alta”. Após a sua aprovação e aplicação, a medida gerou controvérsia pela falta de clarificação de que pórticos estariam incluídos na A25. Na altura, contactado pela Ria, Hugo Oliveira, deputado eleito do PS pelo círculo eleitoral de Aveiro e presidente da Federação Distrital do Partido Socialista de Aveiro, assegurou que esta eliminação das portagens de uma das concessões abrangidas pela A25 era apenas “o princípio e não o fim”. “Aquilo que dissemos é que iríamos eliminar logo de imediato aquelas [portagens da Concessão Beiras Litoral e Alta] e agora a nossa vontade é de continuar a fazer esse caminho para que consigamos ter toda a A25 independente da sua concessão sem ser portajada”, assegurou.
Aveiro: ‘Kidical Mass’ regista “maior número de crianças a pedalar nas suas próprias bicicletas”
Foi no passado dia 5 de outubro que Aveiro acolheu o movimento internacional “Kidical Mass” que, tal como noticiado pela Ria, teve como objetivo “dar voz às crianças”. A iniciativa tinha, este ano, o mote “Espaço Para Esta Geração - A rua também é nossa” e pretendia “reivindicar cidades para pessoas, ruas mais seguras, saudáveis e amigas da infância, mais espaços verdes e espaço público aberto para brincar e para encontros entre todas as pessoas”. Segundo uma nota enviada às redações, em jeito de balanço, a Ciclaveiro nota que, nesta edição, houve um “maior número de crianças a pedalar nas suas próprias bicicletas”. Para a associação este é um “sinal claro de maturidade desta massa crítica”. “Esta adesão demonstra que Aveiro está cada vez mais atento e consciente do que é uma cidade desenhada para o dia a dia de quem mora e quer morar na cidade, para uma geração que está a crescer e que quer usufruir dos espaços públicos de socialização e brincadeiras com vizinhos e amigos, que se quer sentar à sombra de uma árvore a caminho de casa e quer ter a possibilidade de ir para a escola a pé ou de bicicleta sem ter medo”, realça. Tal como avançado, o percurso percorreu locais emblemáticos como a Avenida Dr. Lourenço Peixinho, “onde as bicicletas partilham o espaço com autocarros e são obrigadas a contornar diariamente muitos carros estacionados abusivamente em segunda fila e a desviar-se de portas de carros a abrir, enfrentando riscos reais de segurança”. “Sabemos que não há mudança verdadeira sem um compromisso do poder político e de quem governa e planeia a nossa cidade. Não há mudança de comportamento sem medidas concretas e só as decisões políticas de planeamento da nossa cidade o conseguem. Não desistiremos de passar esta mensagem para a comunidade e de contribuir para aumentar a massa crítica no nosso concelho”, continua a Ciclaveiro. No comunicado, a associação revela ainda que a 9ª edição acontecerá em “maio de 2026”. Recorde-se que a Kidical Mass tem como objetivo reivindicar, entre outros, cidades e envolventes escolares mais seguras, menos poluídas e com menos carros e a criação de ciclovias largas, continuas e seguras.
Oposição em Aradas mantém “três premissas” para viabilizar executivo
Tal como avançado pela Ria, a segunda sessão de instalação durou apenas dez minutos mais do que a primeira. Catarina Barreto, presidente da Junta de Aradas, suspendeu os trabalhos logo após a reprovação da proposta do primeiro vogal do futuro executivo. Assim, mantém-se em gestão corrente o atual órgão executivo, estando prevista a marcação de uma nova Assembleia de Freguesia para “breve”. Em conversa com a oposição, à margem da reunião, Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento Independente ‘Sentir Aradas’ para a Assembleia de Freguesia, sublinhou que os três partidos querem viabilizar o executivo, mas não estão dispostos a “abrir mão” de “três premissas”: a auditoria financeira independente, o acesso integral à documentação que levou a Junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal e a reposição da situação laboral de duas funcionárias da Junta de Freguesia que denunciaram assédio laboral. “A nossa proposta é muito clara. Há um acordo que propusemos à presidente e que pode ser discutido se é mais ou menos mês, mas queremos um acordo firmado e escrito”, sublinhou. Desde a primeira reunião, que decorreu no passado dia 24 de outubro, Gilberto acrescentou ainda que o Movimento Independente ‘Sentir Aradas’ não voltou a ser contactado – em relação à viabilidade do executivo- por Catarina Barreto, bem como “por ninguém do PSD ou da Aliança”. “Para nós, Sentir Aradas, foi uma surpresa este agendamento da reunião sem nada preparatório”, admitiu. Também Sónia Aires, eleita pelo Partido Socialista (PS), confirmou o mesmo. “Desde que foi a última Assembleia, nunca mais fomos contactados para fazer qualquer mediação ou diálogo ou para chegarmos a um consenso”, acrescentou. Recorde-se que já na passada segunda-feira, 3 de novembro, a Ria tinha entrado em contacto com Sónia Aires e Gilberto Ferreira e ambos tinham garantido que não tinham sido novamente contactados pela presidente da Junta. Restaria assim o Chega que, em resposta escrita à Ria, já tinha assegurado que não existia nenhum acordo entre o partido e a ‘Aliança’. Ainda assim, na noite de ontem, Marlene Teixeira da Rocha, em representação de Ricardo Nascimento, eleito pelo Chega à Assembleia de Freguesia, confirmou aos jornalistas que Catarina Barreto “tentou” dialogar com o partido, após a primeira reunião. “Não houve um contacto com o Chega no sentido de respeitar aquilo que era pressuposto. Foi muito claro para o Chega desde o princípio, pelo menos, os três pontos que o Gilberto menciona não abrimos mão. Por isso, quando dizemos que houve um contacto não houve para se ultrapassar estes pontos”, admitiu. Recorde-se que já na passada terça-feira, Catarina Barreto dava a entender à Ria que teria estado em conversações com a oposição depois da primeira reunião. “As boas práticas negociais impõem recato”, atirou. Questionada ontem, novamente, sobre as negociações, a autarca referiu que não comentaria as que “existiram” e que foram “malogradas”. Interpelados sobre se estão disponíveis para viabilizar o executivo numa nova assembleia, Sónia Aires recordou que os “três partidos” estão disponíveis para o diálogo com a presidente desde que haja entendimento “face aquilo que defendemos”. Marlene Teixeira acrescentou ainda que “qualquer outra data que não haja um consenso- antes- não faz cabimento nenhum”. “Temos vontade de negociar, claro que sim, daí as forças já se terem unido e percebido as balizas que não se podem ultrapassar, contudo, tem de haver conversações”, atentou. Também presente na sessão, enquanto aradense, Ana Torrão, candidata da Iniciativa Liberal (IL) à Junta de Aradas estas eleições autárquicas, manifestou estranheza pelo “impasse”. “Considero, perfeitamente, razoáveis as exigências que a oposição está a fazer - tanto da auditoria como da entrega dos documentos que a junta já foi condenada a entregar e a reposição das trabalhadoras. Não consigo compreender como é que, neste momento, o impasse ainda não foi quebrado perante uma aceitação dessas exigências”, exprimiu.
Junta de Aradas permanece em gestão após nova reprovação do executivo
À semelhança do que aconteceu no passado dia 24 de outubro, o Salão Nobre Manuel Simões Madaíl voltou a revelar-se pequeno para acolher as dezenas de pessoas que quiseram assistir ao momento. Tal como na anterior, muitos ficaram de pé. Desta vez, entre o público, estiveram também Paula Urbano Antunes e Leonardo Costa, vereadores eleitos pelo PS na Câmara Municipal de Aveiro, além de Firmino Ferreira, presidente da concelhia do PSD-Aveiro, e Diogo Machado, vereador eleito pelo Chega à Câmara. Catarina Barreto propôs iniciar a segunda sessão de instalação com um momento musical protagonizado por um aluno da Escola de Música da Quinta do Picado, como forma de assinalar o aniversário da freguesia de maneira "singela, mas sentida”. Durante alguns minutos, ao som do saxofone, ouviu-se “Perfect” de Ed Sheeran. No entanto, apesar da serenidade da música e dos aplausos que se fizeram ouvir, estes não foram suficientes para evitar o ‘turbilhão’ que se seguiria. Logo após o momento musical, Ricardo Nascimento, eleito pelo Chega para a Assembleia de Freguesia de Aradas, questionou Catarina Barreto sobre a possibilidade de participar no ato de instalação dos órgãos autárquicos já que “não tinha sido convocado”. Rapidamente, a presidente da junta respondeu que estaria “notificado” e que poderia “participar”. Seguiu-se Gilberto Ferreira, eleito pelo Movimento Independente ‘Sentir Aradas’ para a Assembleia de Freguesia, a solicitar um “pedido de esclarecimento” à presidente, alertando para o facto de a convocatória conter erros que considerava “graves”. “[De acordo com] o artigo 7º quem deveria convocar a Assembleia, conforme a lei que aqui se cita e muito bem, é o presidente da Assembleia cessante. (…) A convocatória está errada”, afirmou, acrescentando que o documento também não incluía uma ordem de trabalhos. Perante estas observações, Catarina Barreto garantiu que a irregularidade estava “suprimida” e que a ordem de trabalhos correspondia à “segunda sessão do ato de instalação”. A presidente salientou ainda que não iria permitir a continuação daquele tipo de diálogo e solicitou a Gilberto Ferreira que regressasse ao seu lugar. Mal retomou o seu lugar, Catarina Barreto insistiu aos presentes: “Estão convocados para a segunda sessão do ato de instalação. A segunda sessão teve uma primeira que foi suspensa e nós estamos na segunda sessão. O senhor está a dizer que está errado, mas o senhor não faz doutrina. (…) A partir do momento em que estamos todos presentes está regular”, insistiu. Logo após a resposta, Gilberto reiterou que deveria ter sido convocado o “artigo 9º e não o artigo 7º”. Catarina Barreto voltou a sublinhar que todos estariam “regularmente notificados”. “O que aconteceu foi uma suspensão dos trabalhos e vamos voltar ao sítio que ficamos”, insistiu. Após cerca de oito minutos de troca de diálogo direto e de algumas acusações diretas a Gilberto Ferreira, por parte do público, entre elas a expressão ‘trabalhe para Aradas’, Catarina Barreto optou mesmo por suspender os trabalhos até às 21h35, solicitando aos líderes de cada grupo que a acompanhassem até ao seu gabinete. Na sequência da reunião de líderes, a presidente da junta explicou que tinham chegado a um entendimento “quanto à convocatória e quanto ao artigo”. “Chegamos ao entendimento que iríamos suprir isto colocando à votação se os membros da Assembleia presentes estão disponíveis para iniciar os trabalhos”, realçou. A proposta foi aprovada por unanimidade. A verdade é que iniciaram os trabalhos, mas a sessão duraria apenas mais cerca de cinco minutos. À semelhança da anterior, Catarina Barreto voltou a suspender a mesma logo após a reprovação do nome do primeiro vogal do futuro executivo. Foi rejeitada pelos membros da Assembleia, com sete votos contra e seis a favor. No seguimento, a autarca alertou os presentes de que a junta se manteria em gestão com o órgão executivo em funções e que seria agendada “brevemente” uma nova Assembleia de Freguesia, embora sem adiantar uma data. À margem da segunda sessão do ato de instalação, e já em conversa com os jornalistas, Catarina Barreto começou por dar nota de que com as sucessivas reprovações o tecido associativo “já está a deixar de ter certos apoios”. “As nossas comissões de festas também já estão a deixar de ter certos apoios como, por exemplo, cedências de equipamentos. Quer dizer, estamos todos a perder, mas sobretudo a população”, atentou. Questionada sobre o conjunto de condições que a oposição tinha proposto para viabilizar o executivo, em Aradas, onde se destaca a realização de uma auditoria financeira independente e o acesso integral à documentação que levou a junta de Freguesia a ser condenada em Tribunal, Catarina Barreto afirmou não saber se essas exigências se mantinham, uma vez que “não lhe foi transmitido”. “A posição da Aliança, que também vão receber de comunicado, brevemente, é: quanto às trabalhadoras a questão está a ser devidamente investigada pelo órgão competente que é o IGF [Inspeção-Geral de Finanças]. (…) É entendimento que nós não devemos fazer nada, devemos aguardar a decisão”, vincou. “Quanto aos outros documentos estão disponíveis na sede da secretaria da junta… Podem e devem vir levantá-los e até fazemos gosto nisso. Estão disponíveis desde o final de agosto”, continuou. Quanto à auditoria, a autarca assegurou que Aradas “já foi mais fiscalizada do que qualquer outra junta”. “Auditoria se for possível acomodá-la no nosso orçamento e, de acordo, com as disponibilidades da junta”, referiu, insistindo ainda que a freguesia está “sempre disponível” para ser fiscalizada. “Uma coisa boa de termos sido fiscalizados têm sido os sucessivos arquivamentos que temos tido e que reforçam a nossa confiança. Não estamos é disponíveis para colocar a junta numa situação financeira que não é possível”, completou. Questionada sobre as negociações que se seguiram após a primeira reunião, a autarca referiu que não comentaria as que “existiram” e que foram “malogradas”. “Não falo de questões malogradas. É uma questão de princípio”, insistiu, continuando sem revelar com quem decorreram as conversações. “Quando for alcançado um acordo, o mesmo sairá a público. (…) Uma das coisas que eu acho que foi de muito mau tom foi o facto de ter vindo para fora o que estava a ser discutido”, exprimiu. Recorde-se que na passada terça-feira, 4 de novembro, em declarações à Ria, Catarina Barreto afirmava que “as boas práticas negociais impõem recato”. No seguimento, insistiu que continua disponível para dialogar com os três partidos da oposição. “A Aliança desde a primeira hora que está disponível para o diálogo e vai continuar disponível para o diálogo em prol do bem de Aradas”, repetiu, realçando que o que falhou desta vez é que “não foi possível alcançar um acordo”. “Nós não vamos aceitar nada que seja ilegal e que seja notoriamente a colocar em causa, em primeiro, desde logo, a falta de transparência desta junta e a falta de legalidade. Todos os acordos foram estabelecidos de boa-fé. Eu acato a decisão que vier do IGF… Agora não acato a decisão que a oposição me quer impôr. (…) Estamos disponíveis para ser investigados por uma entidade rigorosa, credível e imparcial”, rematou a autarca.
Últimas
Homem confessa ter matado testemunha de processo em que foi condenado em Águeda
“Lamento e peço perdão. Foi num momento de raiva, ódio. Eu andava sem vida”, disse o arguido, que começou hoje a ser julgado por um crime de homicídio qualificado e dois crimes de homicídio qualificado na forma tentada. Perante o coletivo de juízes, o arguido justificou o que considerou ser uma “situação lamentável”, queixando-se de ter sido injustamente condenado num processo judicial em que respondia por um crime de furto qualificado. “Para mim, foi muito, muito doloroso ter sido condenado por um crime que não cometi”, disse a chorar. O arguido contou que, no dia dos factos, foi ao encontro da vítima para lhe pedir para ele reconhecer a assinatura num documento onde este afirmava o contrário do que tinha dito no julgamento. “A minha intenção não era matar. Só queria que ele dissesse a verdade. Toda a gente sabe que ele veio mentir ao tribunal”, afirmou. O arguido contou que a vítima começou a chamar-lhe palavrões, ofendendo a honra da sua mãe e, nessa altura, foi ao carro buscar uma faca e desferiu-lhe vários golpes no corpo: “Estava com raiva, com ódio, não estava em mim, não andava bem”. Após esta situação, o arguido deslocou-se ao escritório de um advogado envolvido no referido processo, onde admitiu ter ateado fogo a um artigo pirotécnico, afirmando que o seu objetivo era apenas “dar um susto”. O caso ocorreu em 24 de março de 2023 e teve como vítima uma testemunha num processo em que o arguido foi condenado a sete anos de prisão por um crime de furto qualificado. O Ministério Público diz que o arguido, que tinha pendente um mandado de detenção, esperou pelo ofendido numa rua em Espinhel e exigiu que este alterasse o seu depoimento, mas como este negou, pegou numa faca e desferiu pelo menos 20 golpes no corpo da vítima. Logo após estes factos, o suspeito dirigiu-se ao escritório de um advogado envolvido no processo, em Águeda, mas encontrou a porta fechada, tendo decidido acionar os engenhos pirotécnicos que trazia consigo juntamente com gasolina e provocado uma chama, que resultou num incêndio que se propagou por todo o corredor daquele piso. O advogado que o arguido queria atingir não estava no local, mas encontrava-se uma colega, que teve de ser assistida por inalação de fumo com mais duas pessoas.
Município de Ílhavo distinguido pela 10ª vez como “Autarquia Mais Familiarmente Responsável”
Segundo uma nota de imprensa enviada às redações, a distinção é, segundo o Município de Ílhavo, resultado das “políticas e família assumidas ao longo dos últimos dez anos, que promovem o bem-estar da comunidade, contribuem para o desenvolvimento económico e social e melhoram a qualidade de vida dos munícipes”. “O galardão vem, assim, reforçar o compromisso do Município de Ílhavo em continuar a promover políticas públicas que fortalecem as famílias”, realça. A autarquia dá ainda nota que a cerimónia de entrega do prémio decorrerá no Auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, na próxima quarta-feira, 19 de novembro, contando com a presença de todos os municípios galardoados. O Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis foi criado em 2008 pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e tem como principais objetivos acompanhar, galardoar e divulgar as melhores práticas das autarquias portuguesas em matéria de responsabilidade familiar. O galardão de “Autarquia Mais Familiarmente Responsável” é atribuído aos municípios que desenvolvem medidas consistentes de apoio às famílias, nomeadamente nas áreas da educação, habitação, ação social, natalidade, envelhecimento ativo e conciliação da vida familiar com a atividade profissional.
Ílhavo assinala Dia Nacional do Mar com foco no papel da mulher na cultura marítima
Segundo uma nota de imprensa enviada às redações, a programação inicia esta quarta-feira, 12 de novembro, com uma oficina de escrita poética, intitulada “Poemas de Mar”, dirigida por Vera Alvelos. A atividade terá como público-alvo os alunos do 4º e 6º ano e decorre até esta quinta-feira, 13 de novembro. No dia seguinte, 14 de novembro, seguir-se-ão as “Jornadas do Mar” que contarão com oficinas para o pré-escolar do Município de Ílhavo, divididas em duas sessões, uma da parte de manhã e outra da parte da tarde. No sábado, 15 de novembro, a partir das 9h30, decorrerá ainda, no auditório do Museu, a 13.ª edição do Seminário “Desafios do Mar Português”, dedicado às mulheres do mar. De acordo com o Município, a iniciativa pretende refletir sobre o “papel das mulheres no âmbito da cultura marítima, nas suas múltiplas dimensões: históricas, culturais e simbólicas”. A participação no seminário é gratuita, mas está sujeita a inscrição prévia através do seguinte email: [email protected], onde deve ser enviado o “nome, profissão, instituição e contactos”. Ainda no mesmo dia, será apresentado o vencedor do “Prémio de Estudos em Cultura do Mar - Octávio Lixa Filgueiras” e será lançada a Revista n.º 13 do Museu Marítimo de Ílhavo – ARGOS. A publicação reúne “textos sobre a cultura marítima e as comunidades do mar, onde o papel feminino se revela e valoriza pelo trabalho, pelo conhecimento, pelos objetos e pelas memórias, onde o tema em debate se centra no papel, na voz e na presença das mulheres no território simbólico e real do mar”.
PS propõe correção do Orçamento do Estado para 2026 para incluir isenção de portagens na A25
Segundo uma nota enviada às redações, a iniciativa é a “assunção do compromisso eleitoral dos Deputados de Aveiro deixada pela aplicação da Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto, que pôs fim à cobrança de portagens em várias autoestradas anteriormente integradas no regime SCUT – Sem Custos para o Utilizador, mas que manteve ainda um pequeno troço portajado na A25”. “Este é mais um compromisso com Aveiro que não fica esquecido. E o Partido Socialista trabalha de forma determinada para honrar os compromissos e servir Aveiro e o país”, refere. O PS lembra ainda que, no caso de Aveiro, “além de promover a coesão territorial”, a eliminação total das portagens representaria uma melhoria na segurança rodoviária, a otimização da rede de infraestruturas existente e a retirada de trânsito no atravessamento de vias urbanas. Relembre-se que, tal como noticiado, o Orçamento do Estado para 2026 não contém qualquer referência à isenção de portagens na A25. Neste caso, o Relatório do Orçamento do Estado para 2026 inclui apenas referências genéricas às compensações às concessionárias afetadas pela eliminação de portagens - enquadradas na Lei n.º 37/2024, de 7 de agosto -, mas sem qualquer menção às portagens entre Albergaria-a-Velha e Aveiro da A25. Importa ter em consideração que, uma vez que a eliminação das portagens não está contemplada no Orçamento do Estado para 2026, a aprovação de um eventual projeto de lei sobre esta matéria, só poderá produzir efeitos em 2027. Tal decorre da chamada “norma-travão”, prevista na Constituição da República, que impede a criação de novas despesas ou a redução de receitas não inscritas no Orçamento em vigor durante o respetivo ano de execução. Como avançado pela Ria, desde o dia 1 de janeiro, que sete portagens em vias rápidas [correspondentes a antigas autoestradas em regime SCUT - Sem Custos para os Utilizadores] foram abolidas. No caso de Aveiro e, especificamente, na A25, das duas concessões existentes nesta autoestrada, a Concessão “Costa de Prata” [que liga a zona das praias a Albergaria-a-Velha] e a Concessão “Beiras Litoral e Alta” [que liga Albergaria-a-Velha a Vilar de Formoso], apenas esta última foi contemplada na proposta apresentada pelo Partido Socialista (PS). Neste caso, a Concessão “A25 Beiras Litoral e Alta”. Após a sua aprovação e aplicação, a medida gerou controvérsia pela falta de clarificação de que pórticos estariam incluídos na A25. Na altura, contactado pela Ria, Hugo Oliveira, deputado eleito do PS pelo círculo eleitoral de Aveiro e presidente da Federação Distrital do Partido Socialista de Aveiro, assegurou que esta eliminação das portagens de uma das concessões abrangidas pela A25 era apenas “o princípio e não o fim”. “Aquilo que dissemos é que iríamos eliminar logo de imediato aquelas [portagens da Concessão Beiras Litoral e Alta] e agora a nossa vontade é de continuar a fazer esse caminho para que consigamos ter toda a A25 independente da sua concessão sem ser portajada”, assegurou.