AD vence distrito de Aveiro; PS com grande quebra e Chega único a aumentar número de deputados
O Partido Socialista (PS) sofreu uma quebra muito significativa em termos percentuais, descendo de 5 para 4 deputados, com 21,72% dos votos. Durante grande parte da noite, o Chega esteve em segundo lugar no distrito, mas a contagem das freguesias mais urbanas colocou o PS à frente. Ainda assim, o Chega foi o único partido a aumentar o número de deputados, passando de 3 para 4 mandatos, com 20,69% dos votos. A Iniciativa Liberal manteve o seu deputado, com 5,63% dos votos. Os restantes partidos com assento parlamentar não elegeram deputados no distrito de Aveiro. Com estes resultados, a AD - Coligação PSD/CDS não conseguiu desta vez eleger nenhum deputado do Município de Aveiro e Firmino Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Oliveirinha, terá que esperar pela subida ao Governo de alguns dos seus colegas de lista para chegar à Assembleia da República. Por sua vez, Filipe Neto Brandão, deputado socialista natural do concelho de Aveiro, foi novamente eleito deputado pelo Partido Socialista (PS), cargo que ocupa desde as legislativas de 2009. AD (PPD/PSD.CDS-PP): 39,48% – 7 deputados (2024: 35,13% – 7 deputados) PS (Partido Socialista): 21,72% – 90.010 votos – 4 deputados (2024: 27,69% – 5 deputados → perdeu 1 mandato) CH (Chega): 20,69% – 85.760 votos – 4 deputados (2024: 17,25% – 3 deputados → ganhou 1 mandato) IL (Iniciativa Liberal): 5,66% – 23.444 votos – 1 deputado (2024: 5,11% – 1 deputado) L (Livre): 3,09% – 12.805 votos (2024: 2,24%) BE (Bloco de Esquerda): 1,69% – 7.015 votos (2024: 4,10%) ADN: 1,68% – 6.974 votos (2024: 1,36%) PAN (Pessoas-Animais-Natureza): 1,24% – 5.131 votos (2024: 1,72%) PCP-PEV (CDU): 1,19% – 4.923 votos (2024: 1,38%) Aliança Democrática (PPD/PSD.CDS-PP) – 7 deputados 1. Luís Montenegro (cabeça de lista) 2. Emídio Sousa 3. Paula Cardoso 4. Silvério Regalado 5. Salvador Malheiro 6. Adriana Rodrigues 7. Almiro Moreira Partido Socialista (PS) – 4 deputados 1. Pedro Nuno Santos (cabeça de lista) 2. Susana Correia 3. Hugo Oliveira 4. Filipe Neto Brandão Chega – 4 deputados 1. Pedro Frazão (cabeça de lista) 2. Maria José Aguiar 3. Armando Grave 4. Pedro Santos Iniciativa Liberal (IL) – 1 deputado 1. Mário Amorim Lopes (cabeça de lista)
Luís Souto reage e pede "sintonia entre o Governo de Portugal" e o Município de Aveiro
No plano local, a candidatura sublinha a vitória da AD nas dez freguesias do concelho de Aveiro e aponta o “enfraquecimento significativo do Partido Socialista” como um sinal claro da rejeição do eleitorado ao projeto socialista: “Aveiro declarou de forma clara que rejeita o socialismo.” Luís Souto encara os resultados como um impulso político rumo às eleições autárquicas de 2025, referindo que a candidatura entra agora numa nova fase “com confiança redobrada, mas com humildade e trabalho”. A nota termina com a assinatura habitual da candidatura, "Com as Pessoas. Por Aveiro", e não faz qualquer referência a nenhuma outro força política.
Lágrimas, flores e dedicatórias: Alameda da UA encheu-se de emoção com a bênção de finalistas
A cerimónia estava marcada para as 10h00, mas meia hora antes já muitas famílias caminhavam apressadas rumo à Alameda do Campus da UA. Munidos de pequenos bancos de praia e carregados de orgulho, procuravam garantir um lugar na primeira fila para assistir de perto a um dos momentos mais marcantes na vida académica dos seus filhos: a bênção de finalistas. Entre essas famílias estava Carla, que veio do Porto especialmente para acompanhar a filha. O dia começou cedo: “Acordei às 7h00”, contou à Ria. Para Carla, este é um marco importante. “É uma meta que a minha filha atingiu”, partilhou com orgulho. A jovem está agora a concluir o curso de Tradução - uma escolha que, entre risos, a mãe admite não ter sido a primeira opção. “A Universidade de Aveiro foi a terceira escolha”, confessa. Ainda assim, a emoção prevalece. “Significa que chegou ao fim e que alcançou um objetivo. E nós estamos aqui para comemorar com ela. É um gosto enorme”, acrescenta Carla, que veio acompanhada pelo marido e pelos avós da finalista. Também Teresa Vicente, vinda da Régua, não quis faltar ao momento que assinala o fim de um ciclo na vida do filho, finalista do curso de Multimédia e Tecnologias da Comunicação. “Acordei às 7h30, mas compensa”, diz com um sorriso. “Sente-se muito orgulho ao olhar para o percurso que fizeram até aqui”, continua. Com os olhos brilhantes, recorda o caminho trilhado. “Já passaram três anos. Entrou onde quis, como quis, e agora está a terminar. É um orgulho imenso”, afirma. Determinada a não perder nenhum instante, Teresa chegou cedo à Alameda. “Queria estar na linha da frente”, realça. Ao seu lado, estavam ainda o seu marido, a namorada e os avós do filho. “Depois da missa vamos almoçar todos juntos, tirar umas fotos e regressar a casa”, partilha, visivelmente emocionada. Entre os milhares de estudantes reunidos no Campus de Santiago, Bruna era uma das que mais se destacava. Finalista do curso de Enfermagem, vive este momento com uma companhia especial. Está grávida de oito meses. “Não estou de todo sozinha… Está aqui comigo o meu querido filho ou filha. Não sei o que é. Nós decidimos que não vamos descobrir já… Só quando nascer”, conta com uma gargalhada. Bruna escolheu a UA como primeira opção e percorreu “500 quilómetros desde o Algarve” para aqui estudar. Agora, no final da caminhada, relembra as dificuldades enfrentadas. “Tem sido muito difícil e é uma conquista muito grande para mim e para a minha família. Não tem sido fácil… Muito menos em Enfermagem, a estagiar todos os meses (…), mas estou muito feliz e aliviada de ter conseguido terminar”, admite. Com o olhar no futuro e o coração no presente, partilha o peso simbólico deste dia. “Para mim, simboliza o fim de uma etapa, mas o começo de outra. Sou oficialmente enfermeira. Mas também acredito que simboliza muito mais para a minha família…”, desabafa. Conclui com emoção e orgulho: “Está feito. É um alívio. Saio daqui de coração cheio e não podia ter escolhido melhor.” Também presente na cerimónia, Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) aproveitou o momento para deixar uma mensagem de esperança e reconhecimento. “Espero que levem sempre Aveiro e a UA como uma segunda casa, senão como a primeira. Espero que seja acima de tudo um futuro cheio de ainda mais vitórias e conquistas”, desejou com um sorriso. Com um olhar nostálgico sobre o passado e recordando o seu próprio ano como finalista, Joana partilhou o turbilhão de emoções que sente ao ver aqueles estudantes prestes a concluir os seus cursos. “Fico com um sentimento de tristeza porque gostava de estar ali. (…) É um dia de facto muito emocionante que nos faz pensar sobre todo o nosso percurso, não só na Universidade, mas tudo aquilo que nos trouxe até ao dia de hoje”, admite. No final da cerimónia, muitas famílias aproveitaram ainda para tirar fotografias com os finalistas junto aos respetivos departamentos dos seus cursos. A Bênção de Finalistas é uma cerimónia organizada por um grupo de alunos finalistas, que constitui a Comissão Organizadora da Bênção de Finalistas (CoBEF), através do Centro Universitário Fé e Cultura, em parceria com a UA.
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Lágrimas, flores e dedicatórias: Alameda da UA encheu-se de emoção com a bênção de finalistas
A cerimónia estava marcada para as 10h00, mas meia hora antes já muitas famílias caminhavam apressadas rumo à Alameda do Campus da UA. Munidos de pequenos bancos de praia e carregados de orgulho, procuravam garantir um lugar na primeira fila para assistir de perto a um dos momentos mais marcantes na vida académica dos seus filhos: a bênção de finalistas. Entre essas famílias estava Carla, que veio do Porto especialmente para acompanhar a filha. O dia começou cedo: “Acordei às 7h00”, contou à Ria. Para Carla, este é um marco importante. “É uma meta que a minha filha atingiu”, partilhou com orgulho. A jovem está agora a concluir o curso de Tradução - uma escolha que, entre risos, a mãe admite não ter sido a primeira opção. “A Universidade de Aveiro foi a terceira escolha”, confessa. Ainda assim, a emoção prevalece. “Significa que chegou ao fim e que alcançou um objetivo. E nós estamos aqui para comemorar com ela. É um gosto enorme”, acrescenta Carla, que veio acompanhada pelo marido e pelos avós da finalista. Também Teresa Vicente, vinda da Régua, não quis faltar ao momento que assinala o fim de um ciclo na vida do filho, finalista do curso de Multimédia e Tecnologias da Comunicação. “Acordei às 7h30, mas compensa”, diz com um sorriso. “Sente-se muito orgulho ao olhar para o percurso que fizeram até aqui”, continua. Com os olhos brilhantes, recorda o caminho trilhado. “Já passaram três anos. Entrou onde quis, como quis, e agora está a terminar. É um orgulho imenso”, afirma. Determinada a não perder nenhum instante, Teresa chegou cedo à Alameda. “Queria estar na linha da frente”, realça. Ao seu lado, estavam ainda o seu marido, a namorada e os avós do filho. “Depois da missa vamos almoçar todos juntos, tirar umas fotos e regressar a casa”, partilha, visivelmente emocionada. Entre os milhares de estudantes reunidos no Campus de Santiago, Bruna era uma das que mais se destacava. Finalista do curso de Enfermagem, vive este momento com uma companhia especial. Está grávida de oito meses. “Não estou de todo sozinha… Está aqui comigo o meu querido filho ou filha. Não sei o que é. Nós decidimos que não vamos descobrir já… Só quando nascer”, conta com uma gargalhada. Bruna escolheu a UA como primeira opção e percorreu “500 quilómetros desde o Algarve” para aqui estudar. Agora, no final da caminhada, relembra as dificuldades enfrentadas. “Tem sido muito difícil e é uma conquista muito grande para mim e para a minha família. Não tem sido fácil… Muito menos em Enfermagem, a estagiar todos os meses (…), mas estou muito feliz e aliviada de ter conseguido terminar”, admite. Com o olhar no futuro e o coração no presente, partilha o peso simbólico deste dia. “Para mim, simboliza o fim de uma etapa, mas o começo de outra. Sou oficialmente enfermeira. Mas também acredito que simboliza muito mais para a minha família…”, desabafa. Conclui com emoção e orgulho: “Está feito. É um alívio. Saio daqui de coração cheio e não podia ter escolhido melhor.” Também presente na cerimónia, Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) aproveitou o momento para deixar uma mensagem de esperança e reconhecimento. “Espero que levem sempre Aveiro e a UA como uma segunda casa, senão como a primeira. Espero que seja acima de tudo um futuro cheio de ainda mais vitórias e conquistas”, desejou com um sorriso. Com um olhar nostálgico sobre o passado e recordando o seu próprio ano como finalista, Joana partilhou o turbilhão de emoções que sente ao ver aqueles estudantes prestes a concluir os seus cursos. “Fico com um sentimento de tristeza porque gostava de estar ali. (…) É um dia de facto muito emocionante que nos faz pensar sobre todo o nosso percurso, não só na Universidade, mas tudo aquilo que nos trouxe até ao dia de hoje”, admite. No final da cerimónia, muitas famílias aproveitaram ainda para tirar fotografias com os finalistas junto aos respetivos departamentos dos seus cursos. A Bênção de Finalistas é uma cerimónia organizada por um grupo de alunos finalistas, que constitui a Comissão Organizadora da Bênção de Finalistas (CoBEF), através do Centro Universitário Fé e Cultura, em parceria com a UA.
recorder: As pessoas por detrás das personagens, a vida por detrás do palco
A estreia contou com casa cheia e as sessões seguintes têm seguido o mesmo caminho. Este fim de semana é a última oportunidade para visualizar a peça e, apesar de ainda existirem lugares disponíveis, a probabilidade é que esgotem com brevidade. Horas antes do espetáculo arrancar, chegam ao espaço os atores, os encenadores e os técnicos que garantem que tudo está pronto para que as portas se abram ao público pelas 21h30. Diogo Figueiredo dá vida a Chuck, Daniela Lopes a Billie, Ana Conde é Vera e Inês Hermenegildo interpreta a Lu. Juntos, os formandos do Curso de Formação Teatral 2024-2025 do GrETUA dão vida a recorder. Conversaram com a Ria nos camarins. As roupas com que iam entrar na personagem esperavam num cabide, um microfone repousava numa cadeira vermelha, na mesa de maquilhagem viam-se alguns fósforos e descansavam alguns lápis. Descansavam, por ora – pouco depois, seriam usados para aquecer as vozes e treinar a dicção. A par do lendário “merda” que desejam entre si, é um dos “pequenos rituais” feitos pela equipa antes de entrar em cena, revela Inês. O GrETUA é o ponto de encontro dos quatro intérpretes, que vieram de áreas e percursos distintos antes de encontrarem o espaço por detrás da prisão de Aveiro. Daniela é uma antiga estudante da Universidade de Aveiro. Frequentou o curso de Design, área na qual trabalha atualmente. “Enquanto espectadora, sempre gostei de ir ao teatro”, partilha. “Depois sempre tive alguma curiosidade em experimentar fazer teatro também e foi por isso que eu decidi começar a fazer os cursos aqui do GrETUA”, conta Daniela. É o segundo Curso de Formação Teatral do GrETUA que frequenta: “no ano da pandemia (…) fiz o curso de teatro radiofónico, um registo um bocadinho diferente porque devido à Covid não dava para fazer o curso e as aulas como normalmente são”, lembra. Este ano, depois de ter continuado a “fazer alguns cursos”, decidiu por fim “participar na peça”. Daniela destaca as diferenças entre as experiências, assumindo que recorder tem sido um desafio “muito intenso”. “O facto de serem três abordagens diferentes, com três encenadores diferentes, para nós (…) enquanto intérpretes foi um bocadinho diferente daquilo que estávamos à espera, mas por outro lado é muito interessante pegar num texto e ter três leituras completamente distintas. Isso é muito fixe”, aponta. A intensidade é, de resto, adjetivo utilizado entre todos - intérpretes, equipa técnica e espectadores. Inês Hermenegildo chegou a Aveiro vinda de Lisboa. Trabalhava no Hospital de Aveiro durante o curso e ao fim do dia, pelas 18h30, chega ao GrETUA, onde se junta aos colegas. O seu primeiro contacto prático com o teatro foi mesmo no espaço da academia aveirense. “Nunca tinha feito teatro nem nada que se assemelhasse e vim também de uma área completamente diferente, mas foi algo que eu sempre tive alguma curiosidade, e foi uma ótima conjunção de disponibilidade e de estar no sítio certo”, conta Inês. Chegou ao grupo por sugestão de uma amiga. “Ela disse que devia ir lá espreitar, que eles tinham coisas engraçadas, eu fui e pronto - fui ficando e cá estamos”, conta entre sorrisos. Diogo, por sua vez, já conhecia a casa. Apresentou a tese em dezembro do ano passado e esta é a segunda vez que participa no curso de formação do GrETUA. Começou, segundo conta, “pelo aborrecimento de estar a fazer a tese” e pela vontade de “ter algo mais na vida para além do trabalho”. Recorda a primeira apresentação da peça como “a mais desafiante”, mas sublinha que tem sido “uma aprendizagem constante”. “Foi sem dúvida um desafio aprender três formas de dizer o mesmo texto (…) porque decorar um texto grande com diferentes intenções é uma coisa, agora decorar o mesmo texto com três intenções diferentes, foi desafiante, nunca me tinha passado pela cabeça”, reforça Diogo. Desafio esse que faz com que Diogo se queira manter no teatro. “Não sei como, mas de alguma forma gostava de continuar a fazer teatro, sim”, admite. “O GrETUA acho que é uma porta de entrada para muita gente para este mundo do teatro e não só, das artes em geral, e acho que há muita gente que fica com a vida descarrilada”, aponta Diogo em tom de brincadeira. Ainda assim, até agora, nenhum dos quatro desistiu da área para a qual se formou. Ana Conde também já tinha ligação ao grupo. Está a terminar o mestrado em Biologia, na UA, e colabora com o GrETUA na parte da comunicação. Participou este ano pela primeira vez no curso de teatro. “Achei que era um bocado parvo fazer parte de um grupo que é baseado no teatro e nunca ter tido esta experiência, nunca ter feito o curso”, denuncia bem-humorada. “Sempre gostei muito da área da cultura, sempre fui uma grande consumidora, e por isso é que também me juntei ao grupo, mas nunca tinha feito nada deste género”, admite. Revê-se na personagem que interpreta, apesar de a considerar “uma versão muito mais cool daquilo que eu sou”, e aponta que o facto de não ser de Aveiro é parte da razão pela qual isso acontece. “Revejo-me muito na necessidade de crescer para além da sua origem, (…) acho que é comum a todos os jovens”, desvenda Ana. Além dos quatro interpretes que todas as noites dão vida à história destas personagens, há toda uma equipa técnica por detrás. As cerca de duas horas de peça contam com cerca de um mês – mais hora, menos hora - de preparação de espaços, luzes, sons e outras coisas que fazem também a magia do teatro acontecer. Há luzes e projeções, música original, roldanas e cordas que fazem um palco rodar ao sabor das interpretações. E um véu de uma espécie de tule de cor pérola, que pode ou não fazer lembrar o nevoeiro que as memórias podem ser. A história vai-se tornando mais clara conforme se vai desenrolando, pelo menos até o espetáculo terminar. O final dá lugar à troca de teorias e impressões entre os espectadores. Vão sendo ouvidas pelo espaço e são quase tantas – se não mais - como as pessoas que vão passando pelo espetáculo. Algo que se pode interpretar como um sucesso, visto que era um objetivo desde o início, tanto por parte do autor como dos encenadores. Durante este fim de semana a peça vai ser interpretada duas vezes por dia. A primeira sessão de sábado, dia 17, acontece pelas 16h, e há já poucos bilhetes disponíveis. A segunda sessão realiza-se pelas habituais 21h30, mas os bilhetes já estão esgotados. Domingo, dia de eleições legislativas, a peça sobe a palco a primeira vez pelas 15h e há ainda alguns lugares disponíveis, mas a última sessão já está esgotada. Apesar de poucos lugares vagos, os bilhetes ainda podem ser adquiridos através do formulário online.
Greve da função pública fecha bares e cantinas da UA, exceto em Águeda
Em declarações à Ria, Mário Pelaio, administrador da UA, revelou que, até ao momento, a adesão à greve por parte dos trabalhadores dos SASUA ronda os “25%”. Esta adesão resultou no encerramento das cantinas e bares dos SASUA em todo o campus da UA, com exceção da cantina da ESTGA-UA. No que diz respeito aos serviços de alojamento, a greve não teve qualquer impacto, mantendo-se a sua atividade normal. Relativamente aos restantes departamentos e aos serviços centrais da UA, Mário Pelaio referiu que, embora ainda não existam dados definitivos, não foram até agora reportadas adesões significativas à paralisação. A greve da função pública foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), em protesto contra a degradação das condições de trabalho e a falta de valorização profissional no setor.
Concurso de Previsão Eleitoral: maioria esmagadora prevê vitória da AD
Entre os 228 participantes, 93% acreditam que a AD – Coligação PSD/CDS será a candidatura mais votada a nível nacional. Apenas 6% indicam o Partido Socialista (PS) como provável vencedor. De acordo ainda com a média das previsões dos 228 participantes, a AD deverá obter 31,5% dos votos, seguida do Partido Socialista (PS) com 27,3%. O Chega surge como terceiro partido mais votado, com 17,9%, enquanto a Iniciativa Liberal (IL) regista 6,8%. O Livre aparece com 4,1%, o Bloco de Esquerda (BE) com 3,4%, a CDU com 3,0% e o PAN com 1,6%. Face à previsão dos participantes do concurso, não é expectável que a composição da Assembleia da República sofra grandes alterações em relação à última legislatura e o país poderá continuar a viver um período de grande instabilidade política. Destaca-se a subida da AD, da IL e do Livre e a diminuição da votação do PS, BE, CDU e PAN. O Chega mantém praticamente o mesmo resultado das eleições legislativas de 2024. Estes dados representam apenas a média das previsões submetidas pelos participantes e são disponibilizados exclusivamente para fins informativos, representando um retrato estatístico das expectativas da comunidade académica sobre o resultado das próximas eleições legislativas. Esclarece-se que não se tratam de dados de sondagem e não devem ser interpretados como tal. A maioria dos participantes recorreu a dados de sondagens e a extrapolações de resultados anteriores, ajustadas à realidade atual, como metodologia para submissão das suas previsões. Muitos referiram também o recurso a modelos pessoais que combinavam diferentes fontes com a leitura subjetiva do clima político atual, incluindo a avaliação dos debates eleitorais, a observação de tendências nas redes sociais e a perceção das narrativas dominantes nos media. Em termos estatísticos, a proximidade entre a média e a mediana das previsões indica que os resultados não estão enviesados por valores extremos. A mediana representa a previsão que fica exatamente a meio da distribuição de respostas ordenadas, sendo, por isso, uma medida robusta para confirmar a consistência dos dados. Recorda-se que os vencedores do concurso serão anunciados após a divulgação dos resultados oficiais, sendo o grau de acerto avaliado com base no índice LSq (Least Squares Index), uma adaptação do índice de Gallagher.
Termina dentro de poucas horas o Concurso de Previsão Eleitoral
Aberto a toda a comunidade UA — estudantes, alumnis, docentes, investigadores e pessoal técnico, administrativo e de gestão — o concurso convida à apresentação de previsões sobre a percentagem nacional de votos dos partidos com assento parlamentar, incluindo também uma previsão para o círculo de Aveiro e uma breve descrição da metodologia utilizada. A avaliação será feita através do índice LSq (Least Squares Index), adaptado do conhecido Índice de Gallagher, e os três melhores participantes serão distinguidos com vales FNAC de 100€, 50€ e 20€, respetivamente. A melhor previsão para o círculo de Aveiro receberá uma menção honrosa. A participação é individual e requer apenas um email com domínio @ua.pt. O formulário de participação e o regulamento completo do concurso estão disponíveis online: Formulário de participação Regulamento completo A iniciativa pretende incentivar o pensamento crítico, o envolvimento cívico e a análise de dados, destacando o papel da Universidade de Aveiro no debate sobre as questões políticas e sociais da atualidade.
UA: Semana aberta do DCSPT começa já na próxima segunda-feira
A semana aberta arranca já na segunda-feira, 19 de maio, com uma oferta de “18 workshops, cursos e ações de formação dirigidos a estudantes de diferentes ciclos, investigadores e profissionais”. De acordo com uma nota de imprensa enviada à Ria este será “um dia para experimentar novas ferramentas, desenvolver competências transversais e explorar temas emergentes nas áreas sociais, políticas e territoriais”. As inscrições são limitadas e podem ser efetuadas aqui. O primeiro dia terminará com uma análise aos resultados das eleições legislativas de 2025, num painel moderado pela Rádio Ria e com a leitura dos resultados eleitorais por Carlos Jalali e Eduardo Anselmo Castro, professores associados do DCSPT. A sessão será aberta a toda a comunidade. No dia seguinte, data em que se assinala também o aniversário do DCSPT, dar-se-á início à conferência internacional sobre políticas públicas e ciência de dados, centrada no tema “Territórios Inteligentes”. O evento procurará debater o “papel da ciência dos dados na criação e avaliação de políticas públicas mais eficientes, sustentáveis e inclusivas”. Assim, das 10h30 às 11h30 haverá uma primeira mesa-redonda “Do Desenho à Decisão: Estratégias para Territórios Inteligentes”, seguindo-se das 11h30 às 13h00 uma sessão plenária “Do Global ao Local: Estratégias Inteligentes para Territórios Inclusivos” e das 16h30 às 18h00 uma segunda mesa-redonda “Da Estratégia à Implementação: Perspetivas e Práticas no Terreno”. Na quarta-feira, 21 de maio, a conferência prossegue “com um foco reforçado na produção científica e partilha de investigação no contexto das políticas públicas baseadas em evidências”. Ao longo do dia irão ocorrer sessões paralelas “com apresentações de mais de 130 trabalhos”, “duas plenárias” e “cinco mesas-redondas”. Entre as sessões plenárias estará em discussão a temática do “Direito ao Futuro: Democracia Expandida na Era da Inteligência Artificial” e uma mesa-redonda com a temática “Governação Inteligente: Coesão Territorial, Participação Democrática e Inteligência Artificial”. No dia 22 de maio, a iniciativa arranca com as Jornadas de Administração Pública, um espaço de diálogo entre estudantes, docentes e profissionais sobre os desafios da administração pública no século XXI. “Serão debatidas as competências críticas para uma administração mais digital, colaborativa e centrada no cidadão, bem como os caminhos para integrar essas exigências nos programas formativos e nas estratégias de desenvolvimento profissional”, avança a nota. À tarde será colocado à prova o corpo e a mente com o “All in DCSPT”, um evento que inclui jogos de tabuleiro estratégicos e atividades lúdicas no terreno. No último dia, 23 de maio, a manhã será dedicada às comissões de curso, que dinamizam atividades pensadas para os seus estudantes e todos os interessados na oferta formativa do departamento. A programação inclui momentos de reflexão sobre os percursos formativos até sessões com alumni, oficinas temáticas e conversas inspiradoras. Nessa manhã, a Escola Secundária Dr. Mário Sacramento recebe o DCSPT, numa iniciativa do mestrado em Ciência Política que propõe um jogo para refletir sobre as democracias. À tarde, realiza-se o “OUT in DCSPT”, um espaço aberto para pensar e debater grandes questões sociais, como as desigualdades, a cidadania e a justiça social e territorial. A programação na íntegra pode ser consultada aqui.
Centro de Empreendedorismo da UA quer continuar a explorar a “matéria-prima” da universidade
Marta Marques, coordenadora da UA Coopera, destacou a importância desta celebração como marco de continuidade de um percurso que a UA tem vindo a traçar já há vários anos. "A UA foi uma das primeiras universidades que começou a apostar no empreendedorismo como desígnio, e, portanto, o aparecimento do centro acaba por ser resultado desse trabalho que já vem de alguns anos”, explicou. Recordando a história do espaço, Marta destacou que “estamos no edifício onde foi criada a incubadora da UA, que operou cá durante muitos anos”. Com a criação do Parque de Ciência e Inovação (PCI), a estrutura de apoio ao empreendedorismo interno transitou para novas instalações, reforçando a ligação com a região e com empresas da área da inovação. Ainda assim, a necessidade de manter um espaço dentro do campus persistiu. “Queremos garantir um local onde quem deseja desenvolver competências empreendedoras ou criar o seu próprio negócio possa ter apoio e trabalhar as suas ideias”, afirmou. Durante este primeiro ano, o Centro de Empreendedorismo realizou “84 atendimentos” a ideias de negócio, colaborou com professores em contexto de sala de aula e esteve presente em diversas iniciativas de promoção de competências empreendedoras. Ainda assim, Marta Marques admite, entre risos: "Se estamos contentes com o número de alunos que conseguimos atrair? Não estamos. Acho que também nunca vamos estar." Atualmente, o objetivo do centro passa por “plantar a semente” do empreendedorismo, essencialmente, nos estudantes. “A gente planta a semente, podemos ajudar ao crescimento dessa semente nas fases iniciais e, quando a empresa se cria, a gente entrega nas mãos capazes da incubadora da UA”, simplifica a coordenadora da UA Coopera. Entre os exemplos [de projetos] apontou a criação de uma mala para enfermeiros no Departamento de Ciências Médicas ou na Escola Superior de Saúde. “A ideia é haver um espaço que depois te possa apoiar no caminho que vem a seguir. Podemos chegar à conclusão que ainda não é aquela ideia que vai ser vencedora, mas esse caminho é um caminho do desenvolvimento das ideias das competências empreendedoras que são extraordinariamente úteis”, reforçou. Apesar do assinalar do primeiro aniversário, Marta lembrou que o trabalho está longe de estar concluído já que “o verdadeiro empreendedor nunca está contente com aquilo que tem”. “Nós costumamos dizer que os nossos alunos, a nossa comunidade, têm uma matéria-prima que ainda não está explorada. Há muito potencial que, com o devido contexto, poderá dar origem quer a profissionais mais capazes, quer a novas ideias no negócio. Portanto, o nosso trabalho nunca está fechado”, considerou. O Centro de Empreendedorismo da UA acompanha atualmente diversos projetos, a maioria ainda em “fase embrionária”, mas já existem casos de sucesso que servem de inspiração, como a Graphenest e a Sword Health, esta última considerada um “unicórnio”. “É só garantir que temos o contexto ideal", reforçou Marta Marques. Relativamente aos desafios futuros, Marta não esconde a ambição de tornar o centro ainda mais visível e central no campus. "Quanto mais centrais nós formos, mais pessoas conseguiremos chegar. (...) Era importante ter um espaço para que o empreendedor possa usar, quer para ter as suas próprias reuniões de trabalho (...), mas também com investidores, com potenciais clientes e afins", expôs. O evento culminou num momento simbólico de celebração, reunindo membros da academia, investidores e parceiros. "Ver toda a gente ali com o copo de champanhe a celebrar connosco faz-me acreditar que o trabalho dá frutos e que é possível continuar a sonhar, fazermos mais coisas e melhores", exprimiu a coordenadora da UA Coopera. Numa fase final da conversa, Marta Marques antecipou já o segundo aniversário, que espera que venha a acontecer num “espaço mais nobre, na nova zona das catacumbas". “Quanto mais centrais nós formos, mais pessoas conseguiremos chegar”, desejou.
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Luís Souto reage e pede "sintonia entre o Governo de Portugal" e o Município de Aveiro
No plano local, a candidatura sublinha a vitória da AD nas dez freguesias do concelho de Aveiro e aponta o “enfraquecimento significativo do Partido Socialista” como um sinal claro da rejeição do eleitorado ao projeto socialista: “Aveiro declarou de forma clara que rejeita o socialismo.” Luís Souto encara os resultados como um impulso político rumo às eleições autárquicas de 2025, referindo que a candidatura entra agora numa nova fase “com confiança redobrada, mas com humildade e trabalho”. A nota termina com a assinatura habitual da candidatura, "Com as Pessoas. Por Aveiro", e não faz qualquer referência a nenhuma outro força política.
AD vence no concelho de Aveiro, PS garante segundo lugar graças às freguesias mais urbanas
A AD (PPD/PSD.CDS-PP) venceu de forma clara as eleições legislativas de 2025 no concelho de Aveiro, com 37,22% dos votos (17.165 votos), reforçando o resultado alcançado em 2024 (34,94%) e impondo-se em todas as freguesias. O Partido Socialista (PS), com uma quebra muito significativa — de 25,19% (2024) para 21,05% em 2025 (9.705 votos) —, consegue ainda manter o segundo lugar graças aos resultados mais sólidos nas freguesias mais urbanas e centrais, como a União de Glória e Vera Cruz e Esgueira, onde recupera alguma desvantagem relativamente ao Chega, quando comparado com freguesias mais periféricas. Nestes territórios, mais densamente povoados, o PS ficou ainda assim muito longe do resultado da coligação AD - PSD/CDS. Já o Chega continua a sua trajetória ascendente e ficou muito próximo do PS, com 19,18% (8.844 votos), uma subida de quase 3 pontos percentuais face a 2024 (16,32%). O partido de André Ventura destacou-se especialmente em zonas mais periféricas, como Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz; Oliveirinha; Eixo e Eirol; e Cacia. Em todas estas freguesias conseguiu o segundo lugar, à frente do Partido Socialista. A Iniciativa Liberal também reforçou a sua presença, alcançando 7,46% (3.442 votos), subindo face aos 6,44% do último ano, enquanto o Livre registou uma das maiores subidas em termos proporcionais, passando de 3,70% para 5,10% (2.353 votos), refletindo a sua crescente penetração no eleitorado jovem e urbano. Em contraciclo, o Bloco de Esquerda (BE) sofreu uma queda muito acentuada, passando de 5,17% para apenas 2,18% (1.007 votos), perdendo representação expressiva em todas as freguesias do concelho. Também o PAN perdeu terreno (de 1,97% para 1,46%), enquanto o ADN conseguiu, surpreendentemente, melhorar o seu resultado de 1,11% para 1,47% dos votos. A CDU (PCP-PEV) desce novamente, desta vez para 1,39%. A participação baixou de 67,27% para 65,70%, com 46.113 votantes entre os 70.189 inscritos no concelho. Com estes resultados, a AD consolida a sua força no território aveirense, enquanto o PS tem um queda muito significativa. Já o Chega confirma a tendência de crescimento no concelho e aproxima-se cada vez mais do patamar das forças tradicionais.
Sociedade desportiva do Beira-Mar aprovada: Nuno Quintaneiro aponta já ao futuro
Foi no dia 23 de abril que a direção do SC Beira-Mar, liderada por Nuno Quintaneiro, apresentou a proposta para criação de uma sociedade desportiva na sequência de um pré-acordo celebrado com o empresário brasileiro Breno Dias Silva, que prevê um investimento total de 10 milhões de euros no universo do futebol aurinegro. Esse montante inclui 1,5 milhões de euros para liquidação do passivo do clube, 3,5 milhões para construção de um centro de excelência dedicado ao alto rendimento e 5 milhões para financiamento da equipa sénior ao longo de cinco épocas. Na altura, a proposta gerou dúvidas entre alguns associados, entre os quais vários antigos dirigentes, que manifestaram preocupações com a falta de informação sobre a empresa que participaria na constituição da sociedade desportiva, bem como com a inexistência de uma garantia bancária internacional do valor previsto para a liquidação do passivo. Após o chumbo, a direção do clube anunciou que iria avançar com três alterações principais: a prestação de uma garantia bancária anual de 100 mil euros durante 10 anos (compromisso que já tinha sido assumido por Nuno Quintaneiro na última Assembleia Geral do clube), a inserção de uma cláusula que responsabiliza o investidor pelo passivo da futura sociedade desportiva, caso as quotas ou ações revertam para o clube, e a disponibilização de informação adicional sobre os parceiros envolvidos no projeto. As alterações introduzidas ao documento acabaram por satisfazer a globalidade dos sócios e a Assembleia Geral de ontem, 16 de maio, confirmou o avanço da criação da sociedade desportiva, com praticamente todos os 252 sócios presentes a votarem favoravelmente, com exceção de um sócio que optou pela abstenção. Nuno Quintaneiro, em entrevista à Ria, confessa que se sente “grato, com uma energia e ânimo renovados”, agradecendo a “confiança e a expectativa que é depositada neste novo ciclo que agora se inicia”. Nuno Quintaneiro relembra ainda que os “esclarecimentos e as questões levantadas já tinham sido prestados e assegurados na última Assembleia Geral”. “Não havia, na minha perspetiva, necessidade de votar contra, nem provocar aqui um atraso de três semanas (...) na preparação daquilo que é a próxima época desportiva e estruturação do que será esta relação com a sociedade”, afirma o presidente do SC Beira-Mar. Apesar disso, o presidente do clube aurinegro respeita o “entendimento das pessoas que votaram contra” na última Assembleia Geral e já está focado no futuro. “Agora há um conjunto de atos que vão ter que se suceder, nomeadamente os pressupostos que o investidor vai ter que cumprir e depois há toda a tramitação formal de constituição da sociedade desportiva que também temos que executar”, esclarece. Segundo Nuno Quintaneiro, “se o processo andar rápido, correr bem”, o clube terá a sociedade desportiva formalmente constituída “no espaço de três semanas a um mês”, acreditando que será possível inscrever as duas equipas de futebol sénior (A e B), nas respetivas competições desportivas, já como sociedade desportiva. Quanto à próxima época, Quintaneiro esclareceu que o trabalho de parceria com o investidor é para continuar, recordando que “as decisões do futebol [ao longo dos últimos meses], apesar de tomadas pelo clube, foram sempre em diálogo e em consenso com o parceiro”. “Temos uma visão estratégica partilhada, temos uma filosofia e uma orientação alinhadas e que nos permitem com alguma facilidade gerar consensos nas decisões”, esclareceu, sem antes afirmar, que o que irá mudar é, no fundo, “a capacidade de investimento” que o clube não tinha. Confrontado pela Ria relativamente a um possível atraso na preparação da próxima época, fruto do clube ter passado o último mês a discutir quanto ao avanço da sociedade desportiva, Nuno Quintaneiro deu nota que não consegue “avaliar os danos que possa ter causada”, apesar de transmitir uma mensagem de confiança. “Eu acredito que grande parte das situações serão recuperáveis e conseguiremos minimizá-las. (...) Tenho a consciência de algumas oportunidades que possamos ter perdido neste período. (...) Naquilo que diz respeito ao futebol sénior é mais complicado, porque estamos a falar de contextos em que os melhores atletas, aqueles que na relação qualidade-preço temos mais interesse, naturalmente são mais apetecíveis e sabemos que têm outras propostas, outras ofertas e podem já estar alguns deles comprometidos e não terem ficado à espera”, clarificou. Quanto à escolha do treinador para a próxima época, o presidente da direção do SC Beira-Mar não quis adiantar uma data. “Têm existido conversas sobre o assunto, temos que nos voltar a sentar, voltar a estruturar um orçamento com algum grau de certeza para a partir daqui poder-se trabalhar e tomar decisões. Ou seja, uma coisa é ter perspetivas, outra coisa é tomar decisões e avançar para elas. E nesse sentido, só a partir de agora vamos passar a essa fase”, afirmou. Durante a Assembleia Geral que decorreu ontem, 17 de maio, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro, Nuno Quintaneiro aproveitou para responder a José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro. Recorde-se que o autarca aveirense, durante a sessão solene de comemoração do 25 de abril, fez considerações sobre a forma como decorreu a última Assembleia Geral do SC Beira-Mar. Durante o seu discurso, Ribau Esteves afirmou que era preciso “combater o extremismo da má educação, da agressão física e verbal ignóbil que (...) aconteceu esta semana na Assembleia Geral de uma das nossas associações privadas sem fins lucrativos”, naquilo que foi entendido com uma referência clara à reunião magna do SC Beira-Mar. Em entrevista à Ria, Nuno Quintaneiro recorda que Ribau Esteves não esteve presente na última Assembleia Geral do clube, reconhecendo que está sentido com o edil aveirense pelas considerações que considera “injustas”, “completamente extemporâneas” e “sem qualquer fundamento”. O presidente da direção do SC Beira-Mar afirma que “os sócios manifestaram a sua intenção de voto de forma totalmente livre, esclarecida e houve respeito máximo por todos”, reconhecendo que “após a Assembleia”, possa ter existido no exterior do Estádio Municipal de Aveiro “algumas trocas de bocas entre alguns associados”. Contudo, reafirma que são “situações normais que acontecem na vida em comunidade, em que as pessoas que discutem visões, podem eventualmente cometer algum excesso de linguagem”. “Estou a admitir coisas que não assisti, mas nunca a pôr em causa a democracia na instituição. Isso é absolutamente inaceitável”, remata Nuno Quintaneiro. Por último, o líder aurinegro esclareceu ainda que o clube tem nos seus órgão sociais “pessoas com um percurso notável também de luta pela liberdade”.
Aveiro celebrou o Dia dos Mártires da Liberdade com homenagem e exposição
A cerimónia teve início com a tradicional deposição de uma coroa de flores junto ao Obelisco da Liberdade - monumento erguido em 1909 por iniciativa do Clube dos Galitos, em homenagem aos mártires da liberdade: Francisco Manuel Gravito da Veiga e Lima, Francisco Silvério de Carvalho Magalhães Serrão, Clemente da Silva Melo Soares de Freitas, Manuel Luís Nogueira, Clemente Morais Sarmento e João Ferreira. Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro, presente no evento, manifestou a sua satisfação pela adesão dos aveirenses e focou o seu discurso na exposição “1828 – A Revolução Liberal e os Mártires da Liberdade”, patente na mesma praça e que pretende contar a história da cidade. “Muitas vezes, fala-se do que aconteceu, dando destaque à cidade do Porto, mas foi aqui, em Aveiro, que tudo começou”, recordou. A exposição, que foi posteriormente apresentada aos presentes numa visita guiada, estará “no próximo ano letivo” nas escolas de Aveiro, com o objetivo de “dar a conhecer e perpetuar o nome destes seis ilustres aveirenses, assim como de quem os liderou neste movimento tão importante para o nosso país”, avançou o vice-presidente da Câmara. No seu discurso, Rogério Carlos também reforçou os valores da “liberdade” e do “respeito”, manifestando repúdio face à vandalização recente do Monumento da Muralha de Aveiro. “Situações como aquela que vivemos ontem, no nosso município, com atos de vandalismo a um monumento, não podem acontecer. O respeito é um valor fundamental que deve prevalecer na nossa sociedade”, concluiu. A cerimónia incluiu ainda um momento musical, durante o qual foi interpretada a emblemática canção “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho.
“Aveiro em Família” regressa este sábado com peddy paper na freguesia de Santa Joana
A atividade que decorre este sábado é dirigida ao público em geral. A atividade propõe um percurso em torno do Centro Paroquial e Igreja de Santa Joana, onde os participantes recolhem materiais para criar um painel coletivo. A participação tem um custo simbólico de 1.00 euros e requer inscrição prévia para o email: [email protected]. No sábado, 24 de maio, às 11h00, o ATLAS Aveiro acolhe uma nova sessão de “Contos e Música para Bebés”, dinamizada por Tó Zé Novais e Sofia Morais. A iniciativa combina narração oral e experimentação sonora, sendo dirigida a famílias com bebés dos 3 aos 36 meses. A entrada é gratuita, com inscrição obrigatória aqui. No dia 31 de maio, sábado, às 10h00, também no ATLAS Aveiro, decorre a ação “A nossa Terra em Arquivo”, que oferece uma jornada fotográfica pela história local, revelando o passado da cidade, da ria e das suas gentes. A atividade destina-se a famílias com crianças com mais de 8 anos e requer inscrição através do email: [email protected]. Já em junho, o programa continua no dia 8, sábado, com uma visita guiada à fauna e flora da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, entre as 9h00 e as 14h30. A atividade é gratuita, dirigida a famílias com crianças com mais de 5 anos, e exige inscrição prévia via [email protected]. No dia 14 de junho, sábado, pelas 10h00, o ATLAS Aveiro recebe a ação “Arquivos como instrumento de preservação e acesso à informação”, para famílias com crianças com mais de 8 anos. A entrada é gratuita, mediante inscrição em [email protected], destacando-se o papel dos arquivos na preservação da memória coletiva. O “Solstício na Marinha da Troncalhada” será celebrado a 21 de junho, sábado, às 15h00, no Ecomuseu Marinha da Troncalhada. A atividade inclui uma introdução à salicultura em Aveiro, com oportunidade para degustar salicórnia e flor de sal. O custo é de 1.00 euros, com entrada livre para o público em geral. A encerrar a programação, no dia 28 de junho, sábado, às 11h00, realiza-se a sessão “Histórias Sensoriais”, por Soraia Picado, no ATLAS Aveiro. Dirigida a famílias com crianças entre os 3 e os 6 anos, a participação é gratuita, mediante inscrição aqui.
Câmara de Aveiro assinala Dia Mundial da Hipertensão Arterial com atividades na Praça do Mercado
Ao longo da manhã, entre as 9h00 e as 13h00, o público poderá participar em várias iniciativas de promoção da saúde e estilos de vida saudáveis, com especial atenção à prevenção das doenças cardiovasculares, nomeadamente a hipertensão arterial, destacada em maio, mês do coração. O grupo de reabilitação cardíaca da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULRSA) realizará a habitual caminhada anual, que dará início ao programa às 9h00 (inscrição prévia em [email protected]). Durante o evento, das 10h00 às 13h00, decorrerão avaliações e auto-medições de tensão arterial, com orientações para boas práticas. A chef Sara Oliveira realizará um showcooking com degustação de receitas com baixo teor de sal, promovendo a importância da alimentação saudável e o consumo preferencial de produtos frescos, locais e sazonais, reforçando a necessidade de reduzir a ingestão de sal. O Consórcio “Saúde na Praça”, que integra a CMA, a ULRSA, a Unidade de Cuidados na Comunidade de Aveiro e a Universidade de Aveiro, através da sua Escola Superior de Saúde, tem como missão promover estilos de vida saudáveis e aumentar a literacia em saúde na comunidade.
Ribau Esteves juntou-se a Firmino Ferreira na arruada final da AD (PSD/CDS) em Aveiro
Marcada para as 17h30, no largo exterior do Mercado Manuel Firmino, a arruada final da campanha da AD começou de forma informal. Entre as várias figuras políticas locais presentes - como Luís Souto de Miranda, candidato da coligação 'Aliança Mais Aveiro” à CMA nas eleições autárquicas; Catarina Barreto, presidente da Junta de Freguesia de Aradas; e Ana Cláudia Oliveira, presidente da concelhia do CDS-PP de Aveiro - distribuíam-se bandeiras do PSD e do CDS, enquanto se testava uma coluna de som portátil de onde ecoava o hino da coligação. Apesar da hora marcada, a arruada só arrancou, oficialmente, cerca de uma hora depois, com a chegada de José Ribau Esteves. Recebido num ambiente de festa e boa disposição, Ribau Esteves dirigiu-se a Firmino Ferreira e, em tom descontraído, comentou que já tinha votado nele no último domingo, através do voto antecipado. Pegou num dos folhetos da coligação e, em jeito de brincadeira, questionou-o sobre o que tinha para distribuir pelo povo durante a tarde. Com a comitiva completa, seguiram rumo à ‘Cervejaria Tico-Tico’, ao som da música da AD e das palavras de ordem: “Firmino amigo, Aveiro está contigo”. Pelo caminho, José Ribau Esteves, Firmino Ferreira e Luís Souto de Miranda iam cumprimentando quem encontravam pelas esplanadas dos cafés e distribuindo folhetos e palavras de incentivo. A arruada prosseguiu depois em direção à Avenida Lourenço Peixinho. Questionado pela Ria sobre a razão da sua presença na arruada, Ribau Esteves foi claro: “Faço questão de trabalhar naquilo que é o meu exercício de gestão como presidente da Câmara e (…) como militante do Partido Social-Democrata.” Clarificou, no entanto, que o convite partiu do presidente da concelhia do PSD-Aveiro, Firmino Ferreira, exprimindo que o “sim foi fácil de dizer, foi só ajustar o calendário”. Neste seguimento, o autarca aveirense desvalorizou ainda o impacto direto destas ações, sublinhando que “os momentos finais de campanha são muito mais para gerir a psique de nós que somos candidatos do que para conquistar eleitores”. “As sondagens dão sempre, atualmente, entre 15% e 19% de indecisos. Eu digo sempre que a palavra indecisos está incorreta. Já toda a gente decidiu o que vai fazer”, desabafou. Ribau Esteves confirmou ainda ter votado antecipadamente, justificando-se com uma deslocação oficial. “No domingo, dia 18, o meu avião levanta voo às 6h15 da manhã, rumo ao Japão. Votei antecipadamente e, obviamente, votei na AD. Não há dúvida nenhuma sobre a minha militância, nem sobre a minha opção nestas eleições”, vincou. Apesar de reconhecer “limitações” e “questões em relação à candidatura [da AD]”, o presidente da Câmara de Aveiro defendeu que “é de longe a melhor”, sustentando essa opinião com os programas apresentados e com os perfis dos candidatos a primeiro-ministro. “Pedro Nuno Santos não é uma alternativa capaz e competente”, atirou. Sublinhou ainda a necessidade de estabilidade governativa. “Eu tenho 12 anos de Câmara. Vou conhecer o meu sétimo Governo. Portanto, isto significa que houve 1,7 anos por Governo, o que é mau demais para governar um país. Quero muito que venhamos a ter um Governo de quatro anos”, desejou. Confrontado com a sua ausência na cerimónia de homenagem ao Dia dos Mártires da Liberdade, que decorreu também esta sexta-feira, pelas 18h00 – meia hora depois do início da arruada - Ribau Esteves respondeu que “nunca” esteve presente nessa cerimónia “em 12 anos de mandato”. “É uma questão de gestão da nossa política. (…) Decidi desde o meu primeiro ano que sou presidente da Câmara, que eu vivo o feriado municipal, 12 de maio, mas não estou no 16 de maio. Portanto, nada de diferente no ano 25 em relação aquilo que aconteceu desde o ano de 2014”, reforçou. Sobre a sua participação na campanha, Ribau Esteves sublinhou que esteve presente “em dois momentos”. “Estive quando o presidente do partido, Luís Montenegro, participou na caminhada da Maratona da Europa e estive no almoço dos autarcas em Pombal há oito dias”. Relembrado pela Ria sobre um outro momento – a entrega de listas às eleições legislativas - o presidente da autarquia referiu que esse foi um “momento simbólico”. “Sou um autarca que tenho responsabilidades no PSD por ser o responsável pela ala social-democrata na Associação Nacional de Municípios. Estive no almoço em Pombal dos autarcas faz exatamente hoje oito dias. Com gosto associo-me também neste momento, que é um episódio de encerramento, com o simbolismo que estas coisas têm”, relembrou Ribau Esteves. Recorde-se que esta foi a primeira vez que José Ribau Esteves participou num momento de campanha da AD pelo círculo de Aveiro nestas eleições legislativas sem a presença de Luís Montenegro. Também em entrevista à Ria, no último dia de campanha, Firmino Ferreira revelou que as expectativas são “elevadas”. “Eu acho que nós conseguimos passar a mensagem pelo povo português de que, de facto, é necessário termos um Governo com alguma estabilidade (…) para que se possa continuar a desenvolver um conjunto de projetos e de políticas para os portugueses, que vinha tendo grande sucesso nos últimos 11 meses”, sustentou. Questionado sobre a possibilidade de ser eleito deputado, Firmino respondeu com modéstia, sublinhando que tudo depende da decisão dos eleitores: “Só ocuparei, de facto, o lugar, se os portugueses assim entenderem, nomeadamente os aveirenses, que eu acredito que possam dar esse contributo para que alguém de Aveiro, com raízes de Aveiro e que esteja preparado para defender os interesses de Aveiro no Parlamento Nacional”, garantiu, reforçando que será esse “porta-voz”. Sobre a acumulação de funções, assegurou que não pretende afastar-se do trabalho autárquico. “Vou ser autarca até ao final do mandato em Oliveirinha e vou apoiar os nossos autarcas locais e seguir claramente ponto por ponto”, afirmou. Reconheceu, no entanto, o aumento das exigências que essa dupla responsabilidade implica: “Vai ser mais exigente em todos os aspetos, mas estou preparado para isso, é um desafio que aceito com muita força e com consciência de que posso dar o contributo para resolver um conjunto de coisas.” A escolha do Mercado Manuel Firmino como ponto de partida da arruada final também foi intencional, explicou. “Quando estivemos em Aveiro também praticamente terminámos aqui, portanto, como nós não queremos deixar nada para trás, nós vamos começar daqui em direção ao resto da nossa Avenida e de um conjunto de ruas que são para nós também significantes”, justificou. Firmino frisou ainda que estas ações de rua, apesar de não mudarem votos, têm um valor simbólico. “Sabemos que uma arruada, que uma distribuição de brindes não vai mudar garantidamente o voto de ninguém, mas é uma forma de transmitirmos ao nosso líder, ao nosso primeiro-ministro, Luís Montenegro, que estamos aqui com ele com muita força e que queremos continuar a dar-lhe esse apoio”, afirmou. As eleições legislativas decorrem este domingo, 18 de maio. As diferentes listas dos partidos, pelo círculo eleitoral de Aveiro, “definitivamente admitidas” podem ser consultadas na íntegra aqui.
REGIÃO
Distrital do PS-Aveiro reconhece derrota e promete "reflexão e reestruturação" após queda eleitoral
Em nota enviada às redações, os socialistas saúdam a vitória da coligação AD - PSD/CDS no distrito de Aveiro e garantem que o PS “saberá cumprir, com sentido institucional e responsabilidade democrática, o papel que os eleitores lhe atribuíram”. A estrutura liderada por Hugo Oliveira – deputado eleito também nestas eleições – reconhece que os resultados refletem "a vontade expressa pelos aveirenses" e defende que é tempo de “profunda reflexão e reestruturação” no Partido Socialista que "conduza à reafirmação e ao aprofundamento dos princípios socialista", nomeadamente "a defesa dos trabalhadores, a valorização dos jovens, o apoio às mulheres e às famílias, o fortalecimento dos serviços públicos e o compromisso com um desenvolvimento justo e sustentável para todos". “Cabe-nos, com sentido de responsabilidade, reaproximar o PS das suas bases sociais e da realidade concreta das pessoas, repondo no centro da ação política os valores que historicamente deram força e identidade ao nosso partido”, lê-se na nota. O PS agradece ainda o trabalho de todos os militantes e candidatos envolvidos na campanha, sublinhando o compromisso de continuar a “ouvir as comunidades locais, defender os serviços públicos de qualidade e promover políticas que contribuam para o progresso de todo o distrito”. Nas eleições de 2025, o Partido Socialista ficou em terceiro lugar durante parte da contagem, acabando por assegurar o segundo lugar no distrito com 21,72% dos votos, elegendo 4 deputados – menos um do que em 2024. A AD manteve os 7 eleitos e o Chega foi o único partido a crescer em número de mandatos, passando de 3 para 4 deputados.
AD vence distrito de Aveiro; PS com grande quebra e Chega único a aumentar número de deputados
O Partido Socialista (PS) sofreu uma quebra muito significativa em termos percentuais, descendo de 5 para 4 deputados, com 21,72% dos votos. Durante grande parte da noite, o Chega esteve em segundo lugar no distrito, mas a contagem das freguesias mais urbanas colocou o PS à frente. Ainda assim, o Chega foi o único partido a aumentar o número de deputados, passando de 3 para 4 mandatos, com 20,69% dos votos. A Iniciativa Liberal manteve o seu deputado, com 5,63% dos votos. Os restantes partidos com assento parlamentar não elegeram deputados no distrito de Aveiro. Com estes resultados, a AD - Coligação PSD/CDS não conseguiu desta vez eleger nenhum deputado do Município de Aveiro e Firmino Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Oliveirinha, terá que esperar pela subida ao Governo de alguns dos seus colegas de lista para chegar à Assembleia da República. Por sua vez, Filipe Neto Brandão, deputado socialista natural do concelho de Aveiro, foi novamente eleito deputado pelo Partido Socialista (PS), cargo que ocupa desde as legislativas de 2009. AD (PPD/PSD.CDS-PP): 39,48% – 7 deputados (2024: 35,13% – 7 deputados) PS (Partido Socialista): 21,72% – 90.010 votos – 4 deputados (2024: 27,69% – 5 deputados → perdeu 1 mandato) CH (Chega): 20,69% – 85.760 votos – 4 deputados (2024: 17,25% – 3 deputados → ganhou 1 mandato) IL (Iniciativa Liberal): 5,66% – 23.444 votos – 1 deputado (2024: 5,11% – 1 deputado) L (Livre): 3,09% – 12.805 votos (2024: 2,24%) BE (Bloco de Esquerda): 1,69% – 7.015 votos (2024: 4,10%) ADN: 1,68% – 6.974 votos (2024: 1,36%) PAN (Pessoas-Animais-Natureza): 1,24% – 5.131 votos (2024: 1,72%) PCP-PEV (CDU): 1,19% – 4.923 votos (2024: 1,38%) Aliança Democrática (PPD/PSD.CDS-PP) – 7 deputados 1. Luís Montenegro (cabeça de lista) 2. Emídio Sousa 3. Paula Cardoso 4. Silvério Regalado 5. Salvador Malheiro 6. Adriana Rodrigues 7. Almiro Moreira Partido Socialista (PS) – 4 deputados 1. Pedro Nuno Santos (cabeça de lista) 2. Susana Correia 3. Hugo Oliveira 4. Filipe Neto Brandão Chega – 4 deputados 1. Pedro Frazão (cabeça de lista) 2. Maria José Aguiar 3. Armando Grave 4. Pedro Santos Iniciativa Liberal (IL) – 1 deputado 1. Mário Amorim Lopes (cabeça de lista)
Legislativas: Líder do PSD não teme instabilidade após eleições
“Sei que todos têm uma preocupação que é que destas eleições surjam soluções positivas que tragam maior capacidade de o país crescer, de o país prosperar, para poder haver mais justiça social, para poder haver mais igualdade de oportunidades e que há a procura de uma solução de estabilidade, mas isso dependerá agora das escolhas”, disse Luis Montenegro. Pouco passava das 09h45 quando Luís Montenegro depositou o seu voto na urna da mesa n.º 8 da Escola Primária n.º2 em Espinho, no distrito de Aveiro, onde concorre como cabeça de lista pela AD (Aliança Democrática). Em declarações aos jornalistas, após ter exercido o seu direito de voto, Montenegro disse que espera que haja uma grande taxa de participação nestas eleições. “É muito importante que as portuguesas e os portugueses sintam a responsabilidade de escolherem o seu futuro e, portanto, aproveitem o direito que têm a ser parte ativa, determinante, soberana dessa escolha e possam acorrer às mesas de voto e participar neste ato eleitoral e, através dessa participação, colaborar para a formação da vontade política nacional, a constituição do Parlamento, a futura composição do Governo, a criação das condições para termos um futuro preenchido de prosperidade, de esperança e de estabilidade”, afirmou. O líder do PSD assinalou ainda como “muito bom indício e indicador” a utilização do mecanismo do voto antecipado por parte de mais de 300 mil portugueses, por entender que é uma forma de combater a abstenção e dar a oportunidade às pessoas de poderem adequar as suas vidas pessoais e familiares com este exercício deste direito e dever cívico. “No caso concreto das eleições legislativas, acho que é redobradamente positivo, porque não só se votou de forma antecipada, como também em mobilidade, que é um voto mais difícil, porque estamos a falar de círculos eleitorais e é uma operação mais complexa do que foi, por exemplo, nas europeias, em que só há um círculo, que é o círculo nacional”, acrescentou. Montenegro referiu ainda que vai passar o dia com a família, em Lisboa, onde os seus filhos irão votar, e adiantou que ainda não tem preparado o discurso que fará depois de serem conhecidos os resultados. “Só vou pensar nisso a partir do aparecimento dos resultados, que não vale a pena antecipar muito os cenários (…) gosto de sentir o momento, gosto de sentir aquela emoção também dos resultados chegarem e de se construir aquilo que será o desfecho final das eleições e, portanto, estou muito tranquilo como costuma ser o meu hábito em todas as ocasiões, mesmo aquelas que são, do ponto de vista emocional, mais intensas e também confiante, sem dúvida”, afirmou. Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores. No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais - 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e Fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 26,5 milhões de euros. Concorrem a estas eleições 21 forças políticas, mais três do que nas eleições de março do ano passado. O Partido Liberal Social (PLS) é o único partido estreante neste ato eleitoral, juntando-se a AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.
Ílhavo promete mais de 100 dias de festa no verão com programa que ronda 860 mil euros
Na conferência de imprensa para apresentar o programa “Ílhavo Convida”, a vereadora da cultura, Assunção Ramos, disse que vão ser mais de 100 dias de festa, com uma programação muito diversificada para todos os públicos, sendo que a maior parte dos eventos são gratuitos. O investimento global é de 860.650 euros, sendo que mais de metade deste montante (500 mil euros) vai para os festivais gastronómicos dedicados à sardinha (10 a 13 de julho), ao marisco (31 de julho a 3 de agosto) e ao bacalhau (13 a 17 de agosto). No caso do festival do bacalhau, o evento irá contar com um cartaz musical que reúne nomes como Matias Damásio (dia 13), Ana Moura (14), Mickael Carreira (15), Rui Veloso (16) e Luís Trigacheiro (17). O programa “Ílhavo Convida” começa em junho com o Festival Rádio Faneca, de 6 a 8 de junho, que leva a Ílhavo Jorge Palma. O programa inclui concertos e teatro nos becos, jogos tradicionais, o projeto “casa aberta” e uma rádio criada exclusivamente para o evento. Ainda no mês de junho, Ílhavo recebe dois concertos do Festim – Festival Intermunicipal de Música do Mundo, com dois concertos com o grupo brasileiro Barbatuques (dia 27) e Constantinople (dia 28). O mês de julho arranca com a festa da Vista Alegre que inclui na sua programação a abertura do Festival Internacional de Guitarras de Aveiro (dia 05) com um concerto com Ricardo Gallén e a Orquestra Filarmonia das Beiras, seguindo-se o festival da juventude “Mareato”, que decorre de 3 a 6 e de 11 a 13, na Costa Nova. O Festival “Cabelos Brancos”, que normalmente se realiza no final de setembro, vai decorrer este ano nos dias 25 e 26, para não coincidir com o período da campanha eleitoral. Em agosto, destaque para o 88.º aniversário do Museu Marítimo de Ílhavo e a Festa dos Bacalhoeiros (23 de agosto), outro dos eventos que a autarquia decidiu antecipar para este mês por causa do período eleitoral.
PJ de Aveiro apreendeu 125 quilos de droga e deteve três pessoas
Em comunicado, a PJ esclareceu que os detidos são suspeitos de introduzirem elevadas quantidades de produto estupefaciente na zona centro do país. No decorrer da operação, segundo a PJ, foi apreendida uma grande quantidade de droga, de elevada qualidade e grau de pureza, nomeadamente, dois quilogramas de cocaína e 123 quilogramas de haxixe. Fonte da Judiciária disse à Lusa que a droga foi apreendida quando estava a ser transportada por via terrestre entre Aveiro e o Porto. "Em causa está o fornecimento de diversos canais de abastecimento, conforme o tipo de estupefaciente em causa, praticado em larga escala, conforme demonstrado pela dimensão da apreensão efetuada", refere a mesma nota. A PJ refere ainda que um dos homens detidos possui já antecedentes pelo crime de tráfico de estupefacientes, tendo cumprido anteriormente pena de prisão efetiva.
Aplicação “Pluto” vence concurso de literacia financeira em Albergaria-a-Velha
O projeto foi desenvolvido pelos alunos Duarte Nadais Marques, Tiago Nadais Marques e Afonso Abranches Cabral, da Escola Básica de Branca, sob orientação da professora Cristina Silva. Em 2.º lugar do concurso, que faz parte do programa de empreendedorismo escolar Academia Empreende+ e teve nove projetos finalistas, com 26 estudantes envolvidos, ficou “Repet”, um movimento educativo para melhorar a educação ambiental, concebido pelos alunos Ângelo Miguel Neves Almeida, João Pedro Laranjeiro Ferreira e José Pedro Soares Silva, da Escola Básica Integrada de São João de Loure, sob orientação da professora Elsa Ferreira. O 3.º prémio foi para Alice da Conceição Oliveira Miranda, Mariana Santos Gonçalves e Bárbara Daniela Tavares Lamas, do Colégio de Albergaria, orientados pelo professor José Paiva, com o projeto, “Super Life”, uma aplicação com jogos educativos sobre valores ambientais, cidadania e uso equilibrado dos meios digitais.
Legislativas-Aveiro: Cabeças de lista debateram futuro dos jovens e problemas regionais
Os oito partidos que se apresentam às próximas eleições legislativas, que se realizam já este domingo, dia 18 de maio, estiveram presentes na passada quarta-feira no debate organizado pela Ria e pela AAUAv na Universidade de Aveiro (UA). As quase três horas de debate ficaram marcadas pelas intervenções de Emídio Sousa (AD – PSD/CDS), Hugo Oliveira (PS), Pedro Frazão (CHEGA), Mário Amorim Lopes (IL), Luís Fazenda (BE), Filipe Honório (LIVRE), Isabel Tavares (CDU) e Ana Gonçalves (PAN). A primeira ronda de perguntas, dedicada às políticas de juventude, abordou temas como a habitação, emprego, educação e transportes e a sua relação com a emigração, em especial nas camadas mais jovens da população. Em 2024, aponta o Observatório da Emigração, cerca de 1,8 milhões de portugueses residiam no estrangeiro, 70% com idades entre os 15 e os 39 anos. Também o abandono estudantil, face às despesas com habitação e a propina, foi outro dos temas abordados. Os representantes foram consensuais no reconhecimento das problemáticas, mas as medidas vistas como prioritárias para inverter a situação foram diferentes. Os partidos mais à esquerda (Livre, BE e CDU) sublinharam a necessidade de aumentar salários e de investir em políticas públicas, nomeadamente na habitação, enquanto à direita (IL e Chega) centraram-se mais nas medidas de incentivo às empresas, de forma a atrair investimento e a criar emprego. Emidio Sousa (AD), deu nota de que é necessário “deixar de exportar jovens”, considerando que “as nossas políticas de emprego e de educação estavam a provocar um êxodo de portugueses para o estrangeiro e a sua substituição completamente desregrada por uma imigração descontrolada”. A afirmação foi repetida na ronda que abordou as perguntas do público e mereceu críticas por parte dos partidos à esquerda, nomeadamente PS, BE, CDU e Livre por se aproximar do discurso anti-imigração do Chega. Como solução para a saída de jovens de Portugal, Emídio apontou o “desenvolvimento económico e o investimento” e a necessidade de “inverter este êxodo dos portugueses”, reparando que o governo tem vindo a tomar medidas, embora reconheça que “é impossível fazer coisas em 11 meses”. Os candidatos mais à direita, nomeadamente Iniciativa Liberal e Chega, apontaram também a necessidade de voltar a captar os jovens que têm saído do país. O Chega propõe para tal “isentar os jovens de IRS até aos 100 mil euros”, bem como isentar de IRC as empresas “que tenham nos seus corpos gerentes empreendedores até aos 35 anos”. No mesmo sentido a IL acredita que é necessário “criar oportunidades (…) para que os jovens fiquem cá” e “criar riqueza”. “A carga fiscal é muito importante (…), mas para além disso temos de criar aqui uma condição positiva no país para que as empresas queiram crescer cá, para que pessoas como vocês [estudantes] queiram criar as vossas próprias empresas e postos de trabalho e para que consigamos atrair empresas para Portugal para criar postos de trabalho altamente qualificados”. A oposição (PS) destacou, por sua vez, que os jovens emigram “para onde os salários são mais altos”, considerando que a forma de manter os jovens no país passa por “qualificar e diversificar a economia” e “aumentar os salários”. Também o BE apontou que há problemas estruturais relacionados com a “regulação do mercado de trabalho, baixos salários e precariedade laboral”, salientando ainda “problemas de habitação e de acesso à habitação, que exigem a regulação do mercado de arrendamento”. “Há um défice de política económica, de capacidade de intervir sob os vários mercados com políticas integradas que possam realmente respeitar à solidariedade e à justiça”, terminou Luís Fazenda. A CDU contrapôs esta perspetiva, sublinhando que é “a ausência de políticas que respondam às necessidades dos jovens do nosso país” a principal causa da emigração jovem. Defendeu, ainda, que a valorização dos salários é essencial para permitir que os jovens consigam suportar o custo de vida e construir o seu futuro em Portugal. “A inversão das políticas que têm sido praticadas é uma necessidade, não é com a redução do IRS que se vai resolver o problema dos jovens, é sim com respostas objetivas do ponto de vista do emprego estável e justos, que permitam aos jovens viver dignamente”, sublinhou Isabel Tavares. A ideia foi também reforçada pelo Livre, que utilizou o salário espanhol como referência de atratividade em comparação ao salário português. “O Livre defende a subida do salário mínimo nacional para 1250 euros até ao final da legislatura”, apontou Filipe Honório, que defendeu ainda a necessidade de “crescer salários médios” e de “garantir serviços públicos”. “É com políticas sociais (…) que nós conseguimos reter pessoas”, frisou. O PAN entende “o bem-estar e a garantia autónoma da juventude” como “essencial para construir uma sociedade justa, (…) inclusiva e sustentável”. Para tal, defende “a criação de um programa de combate ao emprego precário” e o “incentivo de contratação estável para jovens qualificados na economia verde e na transição energética”. Ana Gonçalves reconheceu também a dificuldade no acesso à habitação como um obstáculo à fixação dos jovens no país defendendo por essa razão “um programa nacional de arrendamento acessível exclusivo para jovens até aos 35 anos”. Quanto ao abandono escolar, os partidos tenderam a concordar com a solução apontada pelo PAN, que prevê “a conversão dos edifícios públicos [devolutos] (…) para dar resposta à habitação estudantil”. A medida teve a concordância da generalidade dos partidos. Já a redução – ou mesmo a eliminação da propina, no caso da CDU - foi colocada em cima da mesa, mas não reuniu consenso. A medida não tem o apoio da Iniciativa Liberal que apontou a discordância por considerar que “a propina é uma pequena fração” dos custos associados ao ensino superior. “Quando olhamos para a universidade em Portugal, a universidade é frequentada por classe média alta. Devia de ser [mais] democrática do que o que é. As propinas são subsídios aos ricos e é curioso estar a ver a esquerda a querer subsidiar quem mais tem para colocar na universidade”, frisou Miguel Lopes. Emidio Sousa, da AD, partilhou a perspetiva. Note-se, ainda, que o governo de Luís Montenegro voltou esta legislatura a falar na possibilidade de descongelar as propinas, algo que esteve presente nas manifestações realizadas no Dia Nacional do Estudante. O Chega também não defendeu a extinção nem a redução da propina, apontando como solução a adoção de “algo parecido com o modelo inglês” onde “existe um valor de propina (…) que não é cobrado enquanto o aluno está na universidade, [mas] começa a ser cobrado quando o aluno entra no mercado de trabalho”. A mobilidade foi também uma das preocupações, não só por representar um custo para os estudantes, como também pela oferta pública ser considerada insuficiente, especialmente em Aveiro. A CDU criticou, inclusive, as filas que se formam em frente à estação de Aveiro, apontando que a adjudicação da empresa de autocarros aos privados “piora” a oferta. No debate foram ainda abordadas temáticas regionais, nomeadamente a ampliação e requalificação do Hospital de Aveiro, a abolição da totalidade das portagens da A25 e a ferrovia – com especial foco na renovação da Linha do Vouga e na passagem da Linha de Alta Velocidade em Aveiro, com a ligação Aveiro-Salamanca. A ampliação e requalificação do Hospital de Aveiro foi uma questão onde existiu alguma unanimidade, com todos os representantes a assumir a necessidade do avanço da empreitada. Emídio Sousa apontou as várias etapas do processo, assumindo que “quatro anos é perfeitamente confortável” para que o Hospital de Aveiro possa avançar. Por sua vez, Hugo Oliveira lembrou que o primeiro-ministro foi desmentido por José Ribau Esteves relativamente ao Hospital de Aveiro, considerando “revelador” que Luís Montenegro desconheça “o estado em que se encontra” o processo do hospital. Note-se, no entanto, que o programa eleitoral do PS também não faz referência à referida unidade de saúde. Também Luís Fazenda considerou que a intervenção de Emídio “desmentiu” o primeiro-ministro. “Lamento, mas na verdade, neste momento, as palavras do primeiro-ministro são vazias, não tem ainda qualquer tipo de concretização”, apontou. O Chega criticou as posições do PS e do PSD, garantindo que os três deputados do Chega por Aveiro têm defendido a necessidade da empreitada. A IL apontou a importância do Hospital de Aveiro “para assegurar um hospital universitário para a UA para manter aquela que foi a grande conquista da universidade: a criação do curso de medicina”. À esquerda (BE, CDU e Livre) defendem a aposta e o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando a ampliação e requalificação do Hospital de Aveiro como uma necessidade e mais-valia para a região. Quanto às portagens, o Partido Socialista apontou que as mesmas “têm sido reduzidas” tendo lembrado que o partido “se comprometeu a eliminar as portagens” e apontando que é um objetivo para o futuro. Também neste ponto houve unanimidade, com a Iniciativa Liberar a ser o único partido a defender o princípio do utilizador-pagador. “Não nos parece minimamente justo (…) financiar algo que não é utilizado por todos”, apontou Mário Amorim Lopes. Ainda assim, o deputado referiu que “por uma questão de igualdade” se devem eliminar “todos” os pórticos da A25. A ferrovia foi outro dos temas que gerou divisão. A vontade é que a Linha do Vouga, com trabalhos a decorrer neste momento, seja não só requalificada como também prolongada para outas zonas da região. Em simultâneo, a ligação ferroviária de alta velocidade entre Aveiro e Salamanca é também uma reivindicação da região, de forma a reforçar a posição de Aveiro não só a ligação internacional como também no Corredor Atlântico. Nesta matéria, a AD apontou que a prioridade relativamente à alta velocidade é a ligação Porto-Lisboa, tendo considerado que “tudo o resto neste momento é prematuro”. Quanto à Linha do Vouga, o representante do candidato da AD nota que “a aposta na requalificação da Linha do Vouga é uma certeza” e que “o que se pretende fazer no futuro é a eletrificação da linha [do Vouga] com comboios em bitola ibérica e a sua ligação em Espinho diretamente ao Porto”. Avisa, no entanto, que a reivindicação da região “vai levar o seu tempo”. Visão bem diferente é a dada por Hugo Oliveira. O representante socialista indicou que “a Linha do Vouga pode funcionar para esta região como metro de superfície”, assumindo que o “objetivo mesmo é trazer a linha do Vouga à Universidade e a Ílhavo e fazer a sua reparação na totalidade”. Hugo Oliveira expôs ainda que levar a Linha do Vouga até Espinho “como uma plataforma intermodal” é o que pode tornar a oferta mais competitiva. “Acham que o importante é nós entrarmos no comboio e sairmos diretos no Porto, não percebendo que a competitividade de um transporte público tem a ver com o custo, mas principalmente com o seu tempo”, apontou. O Chega considerou ser necessário “executar estas grandes obras para poder dar às populações alternativas de mobilidade”. A IL propôs que haja “uma junção em todas as capitais de distrito” relativamente à ferrovia, por considerar que a mesma “é um instrumento importante”. Sobre a Linha do Vouga o representante da IL considerou “fundamental trabalhar e melhorar o Vouginha porque de facto há uma grande assimetria aqui no distrito: no Norte do distrito os concelhos têm o apoio e estão próximos da Linha do Norte (…) mas de facto quem está mais para dentro (…) está dependente da Linha de Baixo Vouga e, portanto, é necessário reforçá-la”, afirmou. À esquerda, o BE perspetiva “o investimento na modernização e eletrificação da Linha do Vouga” como “um investimento absolutamente estruturante da região”. O bloquista repara ainda como necessário verificar “a interoperabilidade do passe ferroviário com os passes rodoviários das várias articulações existentes ao nível intermunicipal”. Na mesma linha, também a CDU aponta como necessária a requalificação da Linha do Vouga que deverá dar resposta a quem encontra habitação na periferia. “Durante anos fomos os únicos que defendemos que houvesse a requalificação da Linha [do Vouga] e que houvesse resposta às populações por onde ela passa que estão desprovidas de meios de transporte público”, atirou Isabel Tavares que olha ainda para a aposta na ferrovia como uma solução a nível ambiental e como uma forma de resposta à população. Também o Livre assegurou que quer “um futuro onde as pessoas (…) possam voltar a utilizar um meio de transporte que já aqui foi bastante defendido” para melhorar a “qualidade de vida das pessoas”. “Não é só a questão do meio de transporte, o Vouguinha foi essencial para o desenvolvimento não só industrial, como social e cultural daqueles territórios”, reparou. Filipe Honório defendeu ainda que a população está “agarrada” ao automóvel e que o investimento na mobilidade significa também “tempo e lazer” para muitas famílias. “É isso que nós quemos recuperar”, assegurou. Ana Gonçalves concordou com a perspetiva da esquerda (LIVRE, BE e CDU), trazendo para cima da mesa as preocupações da população e das empresas dos locais por onde vai passar a Linha de Alta Velocidade. “Não nos podemos esquecer do impacto que [a Linha de Alta Velocidade] vai ter nas populações que têm as suas casas e as suas empresas, que já estão muito preocupadas por onde é que vai passar a linha (…) tem de ser tudo muito bem pensado, muito bem refletido”, atentou a representante do PAN. Das perguntas enviadas pelo público, foi dado destaque à temática da imigração, nomeadamente no que diz respeito às medidas de combate à imigração ilegal e a medidas de integração das comunidades. De forma geral, PS, BE, CDU, Livre e PAN apontaram o seu rumo de ação para as medidas de integração das comunidades, enquanto a direita, PSD, IL e Chega, focaram-se nas medidas de combate à imigração ilegal. Do lado do PAN, LIVRE, CDU e BE o argumento utilizado é que é necessário acolher os imigrantes da mesma forma que os portugueses têm sido acolhidos em outros países. Além do mais, relembraram a atual contribuição dada pelos imigrantes na economia portuguesa. À direita, o PSD, como anteriormente referido, voltou a aludir à teoria da substituição considerando ainda que “precisamos de imigrantes, (…) mas [que estes] devem vir de uma forma ordenada e devidamente enquadrada no país”. A IL, por sua vez, reconhece que a imigração é “muito importante para Portugal”, mas considera que “não há sistema que aguente tanta gente ao mesmo tempo” e que “isto deu origem a situações que são indignas e desumanas”. Já o Chega aponta que o assunto “está na génese do nascimento do Chega” e que a solução do partido se prende com o “acabar com a imigração ilegal e criar um sistema de quotas em Portugal”. O último tema abordado – o da reforma eleitoral – mostrou que todos os partidos concordam com a ideia de ser uma ação necessária, mas o PS e o PSD assumem que não é um tema para “a próxima legislatura”. Da direita à esquerda, ainda que de formas diferentes, os partidos com menor representação parlamentar acusam os partidos do centrão de falta de vontade política em levar a reforma para a frente. Em Portugal, a eleição de mandatos faz-se através do método de Hondt, um método matemático que distribui os mandatos proporcionalmente ao número de votos, mas criticado por “tendencialmente favorecer os partidos maiores”, lê-se no site oficial da Comissão Nacional de Eleições (CNE).As críticas que têm vindo a ser feitas ao sistema eleitoral prendem-se com os “votos perdidos”, tendencialmente em partidos mais pequenos, que poderiam aumentar a representação parlamentar dos partidos e até fazer com que existissem mais partidos com representação parlamentar. Nas eleições legislativas de 2024, avança o Expresso, “mais de 10% dos votos válidos não foram convertidos em mandatos”, algo que se traduz no “desperdício” de “um em cada nove votos”. O artigo avança ainda que Portalegre é o distrito onde mais votos são desperdiçados e que o BE é o partido mais afetado. No debate, de forma unanime, foi reconhecida a necessidade de se proceder a uma reforma eleitoral, com o representante da AD a frisar que para tal, é “obrigatório” que haja “um amplo consenso político partidário”, algo que acredita existir. Também o representante socialista concordou, reparando que “o país fala muito pouco daquilo que é a regionalização”. “É difícil de o podermos fazer, mas é algo que está previsto na constituição”, reparou ainda o socialista. A IL discordou da perspetiva do PSD, por não acreditar “que os dois maiores partidos (…) do parlamento queiram verdadeiramente reformar o sistema eleitoral e sobretudo incluir um círculo de compensação que permita ir buscar estes 1.2 milhões de votos”. Também BE, Livre e PAN concordam com a perspetiva apontada pelos liberais, defendendo a tese de criar um círculo de compensação nacional. A CDU, por sua vez, reparou que “pode haver algum afastamento e desinteresse” da política por parte do eleitorado, mas considera que o mesmo é “fruto das políticas praticadas e não tanto do sistema eleitoral”. Já o Chega apontou a reforma eleitoral como uma “questão central” do seu programa, defendendo não só a criação do círculo de compensação nacional como também “a criação de círculos uninominais”. Defendem, no entanto, “uma diminuição do número de deputados na Assembleia da Republica”. O debate pode ser visto na íntegra através da página de Facebook da Ria. As eleições legislativas decorrem já este domingo, dia 18.
PAÍS
Legislativas: Projeções das televisões apontam para abstenção entre 34,7% e os 47,7%
A RTP avançou às 19h00 uma previsão de abstenção de 36% a 42%, a SIC com uma previsão entre 34,7% e 39,7 e a CNN entre os 41,5% e os 47,7%.
Legislativas: Votaram, a nível nacional, 25,56% dos eleitores até às 12h00
Esta percentagem é superior à das últimas legislativas, realizadas em 10 de março de 2024, quando a afluência média às urnas à mesma hora se estimava em 25,21%% dos eleitores. Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores. Partindo da percentagem de 25,56% de afluência às urnas, o cálculo aponta para perto de 2,76 milhões eleitores que votaram até às 12h00. No passado domingo, mais de 314 mil eleitores dos 333.347 inscritos para o voto antecipado exerceram o seu direito de voto, correspondendo a uma afluência de 94,45%, segundo o balanço enviado à Lusa pela SGMAI. No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais – 18 dos quais em Portugal Continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e Fora da Europa –, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 26,5 milhões de euros. Concorrem a estas eleições 21 forças políticas, mais três do que nas eleições de março do ano passado. As mesas de voto estarão abertas até às 19h00 em Portugal Continental e na Madeira, enquanto nos Açores fecham uma hora mais tarde, devido à diferença horária.
Sindicato estima adesão de 90% em serviços como escolas e hospitais
Questionado pela Lusa sobre o ponto de situação da paralisação marcada para hoje, o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), Mário Rui, referiu que, “neste momento, a indicação é de 90% a nível nacional”. Os serviços públicos nos setores da educação, saúde, Autoridade Tributária e Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) são os que têm tido uma maior adesão, detalhou. O presidente do STTS, que convocou esta greve, tinha indicado anteriormente à Lusa que era esperada uma "adesão em massa", principalmente nestas áreas. "A greve é nacional, para todos trabalhadores, independentemente do vínculo e da carreira", recordou Mário Rui, salientando que na educação, por exemplo, estão abrangidos assistentes operacionais, técnicos auxiliares, assistentes técnicos e professores, enquanto na saúde poderão aderir à greve profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares de saúde e assistentes operacionais. O dirigente sindical salientou que é esperada uma adesão maior do que a que se verificou em fevereiro, na última greve, apontando que já existe um maior interesse por parte dos trabalhadores, que tiram dúvidas e têm acesso a mais informação. O STTS convocou esta greve devido à degradação das condições de trabalho e falta de valorização. Num comunicado, a estrutura sindical disse que os trabalhadores da administração pública estão “fartos de baixos salários, de desvalorização das carreiras, de promessas vazias e de uma gestão que não reconhece a importância dos serviços públicos para a sociedade”.
Greve da função pública na sexta-feira pode afetar educação, saúde, fisco e registos
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), que convocou esta greve, indicou à Lusa que é esperada uma "adesão em massa". "A greve é nacional, para todos trabalhadores, independentemente do vínculo e da carreira", recordou Mário Rui, salientando que na educação, por exemplo, estão abrangidos assistentes operacionais, técnicos auxiliares, assistentes técnicos e professores, enquanto na saúde poderão aderir à greve profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares de saúde e assistentes operacionais. O dirigente sindical salientou que é esperada uma adesão maior do que a que se verificou em fevereiro, na última greve, apontando que já existe um maior interesse por parte dos trabalhadores, que tiram dúvidas e têm acesso a mais informação. O STTS convocou esta greve para sexta-feira para os trabalhadores da administração pública, devido à degradação das condições de trabalho e falta de valorização. Num comunicado, a estrutura sindical disse que os trabalhadores da administração pública estão “fartos de baixos salários, de desvalorização das carreiras, de promessas vazias e de uma gestão que não reconhece a importância dos serviços públicos para a sociedade”. A greve dos trabalhadores abrangidos pelo âmbito estatutário do sindicato, "independentemente da natureza do vínculo, cargo, função ou setor de atividade, vinculados em regime de emprego público ou em regime laboral comum, integrados nas carreiras gerais, carreiras subsistentes, carreiras não revistas, incluindo a carreira de Polícia Municipal, e carreiras especiais", decorre entre as 00h00 e as 24h00.
Maquinistas e revisores da CP cumprem hoje penúltimo dia de greve
As greves convocadas por vários sindicatos da CP tiveram início em 07 de maio e prolongam-se até esta quarta-feira. Desde segunda-feira e até quarta-feira são cumpridos os serviços mínimos, entretanto, decretados pelo Tribunal Arbitral. Os trabalhadores reivindicam aumentos salariais, a implementação de um acordo de reestruturação das tabelas salariais e a defesa da negociação coletiva. O Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) cumpre hoje o quarto dia de greve ao trabalho suplementar, a decorrer até quarta-feira, enquanto o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) iniciou este domingo uma greve de revisores e trabalhadores de bilheteiras. A greve parcial de revisores e bilheteiras, que teve início no dia 11 e termina no dia 14, decorre entre as 05:00 as 08:30. Ao longo da última semana, a CP – Comboios de Portugal tem vindo a alertar para as perturbações geradas por estas greves. A greve dos maquinistas e dos revisores suprimiu, na segunda-feira, a circulação de 632 comboios (59%) dos 1.071 programados até às 19:00, sobretudo urbanos de Lisboa, indicou a CP.
Salas de cinema superam fasquia de um milhão de espectadores em abril
Comparando só o mês de abril, o número de espectadores contabilizados – 1.006.263 – só tem expressão semelhante antes da pandemia da covid-19, quando em abril de 2019 o ICA registou 1.538.195 entradas. Em matéria de receitas de bilheteira, em abril passado as idas ao cinema renderam 6,3 milhões de euros, num aumento de 62% em relação a abril de 2024. No conjunto do quadrimestre deste ano, a exibição comercial de cinema somou 23 milhões de euros de bilheteira e 3,6 milhões de espectadores, o que representa um aumento de 12% e 9,6%, respetivamente, face a igual período de 2024. “Um Filme Minecraft”, de Jared Hess, estreado a 03 de abril, foi o filme mais visto nesse mês e também do quadrimestre, o que terá contribuído para os aumentos registados, já que obteve 433.624 espectadores e 2,7 milhões de euros de bilheteira. “On Falling”, de Laura Carreira, mantém-se o filme português mais visto este ano em sala, com 11.493 entradas e cerca de 70 mil euros de receita de bilheteira. Do total de filmes exibidos este ano no circuito comercial, o cinema português foi visto por 36.610 espectadores (com uma quota de mercado de 1%) e obteve 170.667 euros de receita (0,7% da quota de mercado).
Eurovisão acontece esta semana na Suíça, e Portugal está em competição
Embora haja 37 países em competição, apenas 26 estarão na final, no sábado, e a avaliar pela média de várias casas de apostas, calculada pelo ‘site’ eurovisionworld.com, especializado no concurso, Portugal não será um deles. Na semifinal de terça-feira, além de Portugal, estarão em competição Islândia, Polónia, Eslovénia, Estónia, Ucrânia, Suécia, Noruega, Bélgica, Azerbaijão, São Marino, Albânia, Países Baixos, Croácia e Chipre. Apenas dez vão passar à final, marcada para sábado e, na sexta-feira à tarde, Portugal surgia em 14.º lugar nas apostas relativas à primeira semifinal. Caso aconteça, não será a primeira vez. Em 2011, 2012, 2014, 2015 e 2019, Portugal falhou a passagem à final. Na terça-feira, além dos Napa, uma outra cantora portuguesa subirá a palco: Iolanda, a representante de Portugal no ano passado, irá atuar a convite da organização. Na segunda semifinal, na quinta-feira, serão escolhidas outras dez canções, entre as 16 em competição. Nesse dia, apresentam-se a concurso: Austrália, Montenegro, Irlanda, Letónia, Arménia, Áustria, Grécia, Lituânia, Malta, Geórgia, Dinamarca, República Checa, Luxemburgo, Israel, Sérvia e Finlândia. Além dos 20 países escolhidos nas duas semifinais irão também competir na final os chamados ‘Big Five’ (França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália) e o país anfitrião, Suíça, que têm entrada direta. No ano passado, na 68.ª edição, que aconteceu em Malmo, na Suécia, Portugal ficou em 10.º lugar no Festival Eurovisão da Canção, com iolanda e a canção “Grito”. Portugal participou pela primeira vez no Festival Eurovisão da Canção em 1964, tendo entretanto falhado cinco edições (em 1970, 2000, 2002, 2013 e 2016). Em 2017, Portugal venceu pela primeira e única vez o concurso com a canção “Amar pelos dois”, de Luísa Sobral, interpretada por Salvador Sobral. A edição deste ano da Eurovisão deverá voltar a ficar marcada, à semelhança da anterior, pelo conflito israelo-palestiniano.
OPINIÃO
"A oportunidade eleitoral perdida", opinião de Miguel Pedro Araújo
Estamos a dois dias do final da campanha eleitoral que culminará, no dia 18 de maio, na delegação de responsabilidades políticas de representatividade nos 230 deputados que formam o Parlamento, através de um dos pilares mais importantes da nossa democracia: o voto livre. Independentemente da maior ou menor coesão e paz social que cada legislatura possa assumir e espelhar, dado o distanciamento político entre eleitor e eleito (ao contrário do que existe, por exemplo, na Governação Local) é nestes processos eleitorais que o cidadão tem a possibilidade, o espaço (momento) e o importante poder de decisão e de ação. A simples cruz dentro do quadrado pode fazer (e faz!) muita diferença. Toda a agitação política que levou à moção de confiança, ao seu chumbo e à consequente dissolução da Assembleia da República, cuja responsabilidade cabe, exclusivamente, ao Governo, à data, faria supor uma capitalização do contexto por parte das oposições, nomeadamente por parte do PS. Por outro lado, estas conjunturas eleitorais são uma óbvia e natural oportunidade para o reforço ou apresentação de novas propostas de projetos de governação que respondam às necessidades das pessoas e do país. Sempre entendi e afirmei que o medo ou o cansaço das eleições nunca esteve do lado dos cidadãos, mas sim nos políticos e nos partidos. A estes é que cabe a responsabilidade de se afirmarem, de apresentarem os seus projetos/programas e de se comprometerem com as pessoas, as empresas, as instituições e o país. O que aconteceu desde 19 de março (data da dissolução da Assembleia da República) até hoje, a dois dias do final da campanha eleitoral, foi um falhanço geral e generalizado. Todos falharam. Excluindo os momentos proporcionados pelos debates, sempre condicionados pelos constrangimentos do tempo, da arbitrariedade dos temas e das questões agendadas, ou pelas dinâmicas do frente-a-frente, e apesar dos programas eleitorais disponíveis (que ninguém lê, nem os mais politizados), a verdade é que esta campanha eleitoral deixa um sabor amargo a desilusão, deceção e oportunidade perdida. Uma oportunidade de mudança que, face ao calendário eleitoral que lhe sucede (autárquicas e presidenciais) e às limitações legais, não poderá (re)acontecer tão cedo. A verdade é que o peso das agências de comunicação, que abandonaram o spin e a propaganda para se dedicarem ao peso da “imagem popular” (e populista) do político em detrimento do discurso programático, transformaram esta campanha eleitoral (mais do que em 2024… muito mais, até) numa banalidade, num vazio, em autênticas bizarrias e surrealismos ao nível de qualquer programa de entretenimento de habilidades e dotes artísticos ou desportivos, ou, ainda, de espaços mediatizados da privacidade e intimidade pessoal. Ao ponto de, ao contrário de outros momentos em que o foco de uma câmara ou a presença de um microfone era uma oportunidade de clarificação, de reforço do conteúdo político e das ideias programáticas, uma simples pergunta jornalística (cumprindo a sua principal função) passou a ser motivo de incómodo, só porque questiona e compromete. No entanto, também é verdade que estas leituras comunicacionais, estudadas, analisadas e intencionais, dizem mais do país que temos e dos eleitores que somos, do que, propriamente, dos profissionais de comunicação/marketing político contratados para que não houvesse espaço crítico que questionasse ou comprometesse, que promovesse a opção e a escolha, que alertasse ou desmascarasse realidades e contextos, a campanha eleitoral ficou-se por mergulhos, corridas, jogos ou equilíbrios motards. O resto centrou-se dentro das bolhas e dos comprometidos partidários. Ao contrário das muitas expectativas iniciais, o país entrou num limbo ou num ilusório e enganador paraíso. Não se falou (praticamente, com raríssimas exceções) da saúde, do SNS e das urgências; não se falou de relatórios suspensos na educação, da falta dos professores, do desinvestimento e abandono do Ensino Superior e do desinvestimento em ciência e investigação; não se falou da Segurança Social, das reformas e do Estado Social, cada vez mais ameaçado; não se falou da economia estagnada e regressiva, da ausência de respostas às empresas e à pressão conjuntural externa; não se falou de política e relação internacionais, da Ucrânia, dos processos negociais para a paz, do genocídio e da crise humanitária em Gaza ou do legítimo direito à existência da Palestina enquanto Estado; não se falou nos desequilíbrios regionais, na falta de coesão territorial cada vez mais acentuada. E pasme-se, ao contrário do que muitos (tal como eu) esperariam mal se falou de habitação ou de imigração. O que assistimos foi a algo que seria impensável em março: um campanha eleitoral vazia, ou esvaziada, politicamente. Vamos ter um “dia de reflexão” (seja lá o que isso ainda signifique) que nada tem para poder ser refletido. Há poucos dias, o Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro (DCSPT-UA) divulgou um estudo, publicado no livro “O Eleitorado Português no Século XXI”, que desconstruía o mito de que os jovens não se interessam por política. Sou testemunho, pelo contacto presente com muitos deles, que isso, de facto, não é verdade: os jovens interessam-se por política. E muito e com sentido e massa críticos. Coisa diferente é os jovens interessarem-se pelos políticos e pelos partidos. Se justificações faltassem, esta campanha é a prova dessa realidade. E poderíamos ir mais longe… o desinteresse dos jovens pelos partidos e pelos políticos alarga-se, cada vez mais, a muitas mais pessoas (basta ver o nível de indecisão que as sondagens ainda apresentam). De qualquer forma, domingo, 18 de maio, seja um dia intenso de cumprimento de um direito democrático e de um dever cívico.
"O Futuro da Universidade de Aveiro está nas mãos de todos", opinião de Roberto Martins
“Quem é o vosso candidato a reitor?” – Uma das perguntas mais comuns que marcam o período de campanha pré-eleitoral para o Conselho Geral (CG) da Universidade de Aveiro (UA). A questão não deveria ser quem, mas sim o que defendem para o futuro da UA. E, a partir daí, inferir o perfil de reitor que cada lista ao CG defende. Agora que já se sabe que haverá duas listas a disputar a eleição dos 10 conselheiros no círculo dos professores e investigadores, é seguro dizer que o recém-fundado movimento “UA50: 50 anos de história, 50 anos de ambição” se diferencia totalmente, pelo facto de responder àquela questão com uma resposta clara: “não temos candidato(a), mas temos uma visão clara e ambiciosa para a instituição e defendemos um perfil de reitor em consonância com esta visão de longo prazo.” A UA é um pilar de inovação, conhecimento e progresso há cinco décadas. No entanto, enfrenta desafios que, se ignorados, podem comprometer a qualidade do ensino, da investigação científica e da cooperação, a participação cívica da comunidade e a própria sustentabilidade da universidade a longo prazo. Portanto, o que está em jogo nas próximas eleições de dia 3 de junho para o CG, enquanto órgão máximo de governo da instituição, é o caminho que a UA tomará nos próximos anos. Não é expectável dos candidatos ao CG um plano de ação, uma vez que o órgão não tem poder executivo, mas sim as linhas gerais sobre o futuro da UA e se (e como) contribuirá para a implementação de um sistema de supervisão (competência do CG) da ação do Reitor e respetiva equipa. Para o efeito, é importante conhecer os candidatos ao CG e o que defendem para garantir que a UA entra num ciclo contínuo de crescimento e expansão nos próximos 50 anos. Mas a verdade é que muitos colegas me têm abordado para questionar sobre porque é que não apoio nenhum putativo candidato a Reitor e porque considero que os demais candidatos ao CG – de todas as universidades portuguesas – deveriam seguir o mesmo princípio basilar. Ora, fruto da minha experiência no atual CG e do entendimento que existe um problema transversal às Instituições de Ensino Superior (IES) portuguesas, relacionado com a captura do CG sobretudo para efeitos da eleição do reitor, a minha posição é simples, mas com impacto disruptivo. Trata-se de garantir a imparcialidade no ato de apreciação e votação da(s) candidatura(s) a reitor (previsivelmente, a última vez a ser eleito pelo CG, se o RJIES for alterado) e o escrutínio contínuo por parte dos conselheiros, quando forem chamados a apreciar os atos do reitor e da sua equipa. A garantia de imparcialidade na apreciação das candidaturas fomentará, previsivelmente, a democraticidade do ato eleitoral para o reitor. Estas poderão ser apresentadas por professores ou investigadores, da UA ou de outras IES (inter)nacionais, tal como já aconteceu noutras IES portuguesas no passado, desde que correspondam a personalidades de reconhecido mérito, com experiência relevante na área da gestão universitária e capacidade de liderança. Cada conselheiro eleito poderá, posteriormente, avaliar a experiência e o plano de ação do(s) candidato(s) e aprovar o que for mais competente para projetar a UA a curto, médio e longo prazo. É por esta razão que as eleições de 3 de junho assumem particular importância, uma vez que os professores e investigadores da UA serão responsáveis pela eleição de 10 representantes que terão o poder de garantir um Conselho Geral forte, independente e representativo e, por sua vez, assegurar que a ação do futuro reitor e da sua equipa conduza a UA na melhor direção possível para se tornar uma referência no panorama regional, nacional e internacional. Num cenário demográfico, político e económico desafiante, a nível nacional e internacional, a UA necessita de um reitor com perfil de liderança capaz de unir a nossa comunidade académica, restaurar o sentimento de pertença à UA, enfrentar os desafios da precariedade, estabilidade e progressão nas carreiras e garantir o bem-estar de todos. Não menos importante, deve ser um defensor da excelência pedagógica, científica, da inovação e da colaboração. Assim, no dia 3 de junho, cabe a cada membro da comunidade académica decidir: queremos uma universidade que perpetue os problemas do passado ou estamos prontos para construir uma UA mais forte, mais justa e mais ambiciosa? A escolha está nas nossas mãos!
"Conselho Geral: Supervisão, Independência e Participação", opinião de Diogo Gomes
No passado dia 19 de Abril, publicou a Radio Ria um artigo sobre as eleições para o Conselho Geral da Universidade de Aveiro, que se realizam no próximo dia 3 de Junho. O artigo aponta também a armadilha do que são atualmente os conselhos gerais na generalidade das Instituições de Ensino Superior (IES): um colégio eleitoral para eleição do reitor. Importa recordar outras competências deste órgão. De acordo com o regulamento jurídico das IES (RJIES), ao Conselho Geral compete a definição das linhas estratégicas através da aprovação dos planos estratégicos e de atividades, garantir a sustentabilidade financeira ao aprovar o orçamento e as contas, decidir sobre a estrutura interna e supervisionar o funcionamento da instituição ao acompanhar e fiscalizar a atividade do reitor e do conselho de gestão. Cientes do problema, os vários partidos têm vindo a trabalhar projetos lei na Assembleia da República, tendo na última legislatura sido apresentados projetos tanto do PSD/CDS (Governo) como do PS. Nestes projetos, o Conselho Geral é desligado da eleição do reitor, que passa a ser feito através de uma eleição direta pelos professores, investigadores, funcionários, estudantes e até alumni. A eleição direta do reitor tem duas grandes vantagens. A primeira - e a mais fácil de entender - é o poder que dá à comunidade universitária, de diretamente votar o candidato a reitor com base nos programas de ação do/a(s) candidato/a(s) admitido/a(s) e não nos manifestos apresentados por listas ao Conselho Geral que elencam um role de propostas e promessas executivas que não podem ser cumpridas por este órgão. A segunda grande vantagem é que liberta os representantes no Conselho Geral de qualquer compromisso de lealdade a um futuro reitor, permitindo desta forma que cumpram o papel de supervisão sobre aqueles que são os atos do reitor, com plena independência e transparência. Infelizmente a revisão do RJIES caiu com a queda do Governo a 12 de março, não se antevendo, num futuro próximo, a aprovação desta importante alteração à lei. Daí se conclui que, a breve trecho, a eleição do futuro reitor da Universidade de Aveiro, em 2026, tal como das demais IES, será feita nos trâmites habituais, com os candidatos a reitor a dinamizar ativamente a construção de listas, para garantir que no futuro os membros eleitos lhes sejam leais garantindo a posterior eleição e um mandato sem grandes percalços. O que está aqui em causa é o que os anglo-saxónicos chamam de “checks and balances”, cujo funcionamento hoje temerariamente testemunhamos no outro lado do atlântico. Para o Conselho Geral cumprir a sua missão, este necessita de ser totalmente independente do(s)candidato(s) a reitor, pelo que as listas ao Conselho Geral precisam evidentemente de partir de membros da comunidade académica, despojados de qualquer compromisso com pretensos candidatos futuros ao cargo. Importa, por isso, eleger representantes que espelhem as opiniões e aspirações dos seus pares e a pluralidade da comunidade académica. Representantes que defendam os supra interesses da instituição, tendo tanto a capacidade de apoiar o reitor na prossecução dos planos e projetos que sejam do interesse da instituição e valorizar o que está a ser bem executado, assim como alertar, chamar à razão, questionar e/ou aconselhar sobre a boa gestão e planeamento da universidade, a curto, médio e longo-prazo. Para que esta não seja uma opinião inconsequente, juntamente com diversos colegas que partilham esta visão constituímos em tempo recorde o movimento “ua50 – 50 anos de história, 50 anos de ambição”. Do movimento saem 4 listas às circunscrições dos professores e investigadores. Com estas listas quisemos provar que não há inevitabilidades e que a UA está viva. Estamos a concorrer ao Conselho Geral com um manifesto claro de independência, sem qualquer apoio a putativos candidatos. A discussão de quem deverá ser o próximo reitor deve ser feita daqui a um ano, em sede própria, isto é, no Conselho Geral da UA que vier a ser eleito.
"Uma Nova Visão de Coesão para Portugal", opinião de André Gomes
Neste tempo em que a fruta da época são as promessas dos vários líderes políticos, nas suas já tradicionais proclamações por “amanhãs que cantam”, não podia deixar de apresentar uma proposta que estou convencido de que poderia vir a ser um importante contributo para resolver, por um lado, um grande problema coletivo — a gestão e a coesão territorial — e, por outro, um desafio individual — a gestão/utilização do património rústico, muitas vezes herdado, não identificado e quase sempre abandonado. A iniciativa que se propõe, passa pela criação de um sistema integrado de troca voluntária de terrenos rústicos por Certificados de Aforro, promovendo, dessa forma, o emparcelamento e gerando receitas, quer através de explorações agrícolas, quer através da venda de créditos de carbono, num movimento que pretende transformar paisagens, reorganizar e valorizar o território nacional. Portugal enfrenta, há várias décadas, um dos maiores desafios no ordenamento e gestão do seu território rural: a fragmentação extrema da propriedade rústica e o progressivo abandono da atividade agrícola, tendência que se agravou entre 2019 e 2023 (Instituto Nacional de Estatística [INE], 2024). Este abandono está certamente relacionado com a falta de um cadastro predial completo — um dos nossos grandes falhanços coletivos. Segundo o Balcão Único do Prédio (BUPi, 2024), até ao final de 2024, apenas cerca de 50% do território nacional tinha sido alvo de cadastro e registo atualizado. Não se consegue gerir um território cuja metade da sua extensão não tem dono devidamente identificado. Prova disso está no facto de Portugal ter registado mais de 440 mil hectares de área ardida entre 2017 e 2022 (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas [ICNF], 2023). As florestas desordenadas e abandonadas continuam a servir de combustível para alimentar o ciclo de incêndios devastadores. Para responder a estes problemas, e após vários anos a convivermos com esta realidade, surge o programa “Certificados por Território”. O conceito é simples: os proprietários poderiam voluntariamente ceder os seus terrenos rústicos ao Estado e, em contrapartida, receberiam Certificados de Aforro — um instrumento de poupança pública, seguro e com rendimento garantido. Esta é uma solução composta por vários passos. O processo iniciar-se-ia com o registo obrigatório do terreno no Balcão Único do Prédio (BUPi), seguido da avaliação pela Autoridade Tributária. Para facilitar o registo e garantir menos conflitos posteriores (não esqueçamos a possibilidade de sobreposição de polígonos), seria importante envolver os técnicos de cadastro predial, designadamente os Solicitadores Portugueses, profissionais habilitados, conhecedores da componente jurídica e que, através da sua Ordem, deram um passo pioneiro nesta matéria com o lançamento da plataforma Geopredial. A sua colaboração (com forte representatividade no território) permitiria agilizar o processo de identificação e georreferenciação dos terrenos, garantindo maior fiabilidade e celeridade ao programa. Após aceitação do valor de avaliação, os proprietários celebrariam uma escritura pública de permuta, transformando património abandonado em poupança segura. O Estado, por seu lado, agregaria as parcelas adquiridas, promovendo o emparcelamento e criando unidades fundiárias com dimensão economicamente viável. Estas unidades poderiam depois ser vendidas ou concessionadas a jovens agricultores, cooperativas ou autarquias, ou, por outro lado, ser afetas a programas de reflorestação estratégica. No caso da opção pela reflorestação, esta privilegiaria as espécies autóctones, mais resilientes aos efeitos das alterações climáticas e ao risco de incêndio. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF, 2023) seria responsável pela plantação e certificação das novas florestas. Estas áreas reflorestadas permitiriam a obtenção de créditos de carbono no Mercado Voluntário de Carbono, cujas receitas resultantes da venda seriam reinvestidas na expansão do próprio programa. Uma das inovações desta proposta reside no envolvimento das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) e das Juntas de Freguesia como possíveis entidades gestoras das áreas reflorestadas. As Juntas, com profundo conhecimento do território e das comunidades locais, estariam bem posicionadas para assegurar uma gestão ativa e sustentável. Adicionalmente, estas entidades poderiam beneficiar de uma nova fonte de rendimento a longo prazo, através da participação nas receitas provenientes da venda de créditos de carbono. O programa “Certificados por Território” apresenta um conjunto abrangente de benefícios, nomeadamente: • Redução do minifúndio e do abandono da propriedade rústica; • Estímulo à atividade económica, agrícola e florestal; • Aumento da área de floresta autóctone e da biodiversidade; • Criação de novas fontes de receita para as freguesias rurais; • Contributo efetivo para o cumprimento das metas de neutralidade carbónica até 2050; • Promoção da literacia financeira e da poupança nacional. Ao articular recuperação fundiária, valorização ambiental e incentivo à poupança, esta proposta poderia transformar um problema estrutural numa oportunidade de desenvolvimento sustentável para Portugal. Está nas nossas mãos transformar o abandono em oportunidade, e garantir que o interior de Portugal tenha, também ele, um amanhã que cante.
"A intimidante combinação de palavras: Inovação Pedagógica", opinião de Joana Regadas
Lê-se num documento lançado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES): “O crescente acesso de jovens ao Ensino Superior tem colocado problemas de desajustamentos no que concerne às tradicionais metodologias de ensino”. Este documento, datado de 2022, evidencia a necessidade de reformulação do papel do Ensino Superior, reforçando que “deverá voltar-se para o desenvolvimento de pessoas autónomas, dotadas de pensamento crítico e criativo”. No entanto, três anos depois, a combinação de palavras inovação pedagógica parece ainda intimidar muitos docentes e até mesmo estudantes. A realidade é que a Universidade de Aveiro se encontra na vanguarda de implementação destas novas metodologias de ensino e pedagogia, no entanto, esta não é transversal a todos os cursos lecionados, parecendo muitas vezes que somos, ao mesmo tempo, duas universidades em espaços temporais diferentes. Enquanto uns aprendem com metodologias deste século, têm salas idealizadas para estas novas metodologias e são parte ativa do seu processo de aprendizagem e avaliação, tantos outros continuam a aprender com aulas totalmente expositivas, com os mesmos slides de há 10 anos, em salas idealizadas para um ensino de 1973 e sem uma única oportunidade de escolherem como preferem aprender e como podem ser parte ativa da sua formação enquanto cidadãos. Muitas questões se levantam para estas diferenças dentro do mesmo ambiente de estudo. Porque é que nem todos os estudantes podem estar no centro do sistema de aprendizagem? O que impede a aplicação destas metodologias de uma forma transversal? Será relutância por parte do corpo docente, ou então os próprios estudantes estão intimidados com a carga horária adicional que estes novos métodos podem trazer? A verdade é que, atualmente, há um desencontro entre o que o estudante prefere e necessita e o que o sistema de ensino fornece, revelando-se urgente repensar o Ensino Superior, readaptar os currículos, formar o corpo docente, replicar os casos de sucesso - como “Do Marketing às Línguas: A arte da Escrita Criativa” e “ARTE: Aprendizagem Reflexiva através do Teatro para a Transformação Socio-Ecológica” - noutras áreas mais desafiantes e não ter receio das novas tecnologias. Apesar da inovação pedagógica parecer a solução para todos os males do Ensino Superior, é preciso não descurar o delicado equilíbrio que pode introduzir na carga horária. Se é exigido ao estudante que se envolva de forma mais ativa e que despenda de mais tempo para conseguir realizar toda esse trabalho prévio e autónomo, é também necessário que os currículos passem a ser pensados de forma que as unidades curriculares estejam interligadas e promovam a interdisciplinaridade, que acaba por ser a segunda palavra mais intimidadora de todo este processo. Para isso, todos os órgãos envolvidos na construção e avaliação de planos curriculares, como comissões de curso e conselho pedagógico, têm de ser uma parte ativa neste processo. A intimidante combinação de palavras, inovação pedagógica, tem de ser um caminho partilhado, e a inovação não pode partir apenas de um dos lados da sala de aula. Certo é que o caminho é longo e pelo meio surgirão sempre novas metodologias, mais informações, e a teia, já com muitos pontos ligados, torna-se cada vez mais preenchida. No entanto, é por esta mesma razão que é necessário sair do conforto da sala de aula tradicional e repensar o papel de professor e aluno, envolvendo todos na pergunta de milhões “Ǫual é o futuro da educação?”.
"O Estado falhou com a Ana Paula Santos. O Estado somos nós", opinião de Miguel Pedro Araújo
O alarme (09/2024) e o despertar da comunidade (03/2025) foram despoletados pela decisão da autarquia de Loures em demolir as “autoconstruções” (o eufemismo atual para “barracas”), erguidas no bairro do Talude Militar, e pelo constante receio que as mulheres sentem pela possibilidade da retirada das crianças por falta de habitação e consequente institucionalização pelo Estado. O caso de Ana Paula Santos (espelho de centenas de outros casos semelhantes), mediatizado há dias, levou à mobilização da comunidade e de alguns movimentos coletivos. De forma resumida (o caso é público, ainda bem), Ana Paula Santos é uma mulher com 38 anos, natural de São-Tomé, principal núcleo de uma família monoparental, mãe de três filhas (4, 9 e 18 anos) que frequentam a escola, cuidadora de idosos, aufere o salário mínimo, é contributiva, mas sem qualquer apoio estatal. Ana Paula, que vive desde a demolição da sua “autoconstrução” em finais de 2024 numa pensão em situação precária, deu à luz, no dia 18, o pequeno Heitor sob a incerteza de poder ficar com o seu filho e de ter um lugar onde morar após a alta hospitalar. Todos estes pormenores não são, de todo, menores, mas antes ‘pormaiores’. Este caso apresenta-nos duas disfuncionalidades do Estado em matéria de Políticas Públicas em Habitação e Ação Social. Na Habitação, a revogação, por este último Governo, de um conjunto de medidas que estavam, há pouco mais de um ano, a ser implementadas sob a tutela da ex-ministra Marina Gonçalves (PS) afigura-se preocupante. Supostas políticas de benefícios dos (apenas alguns) jovens, o fim do congelamento das rendas (87 mil pessoas ficaram sem o apoio extraordinário à renda), a revogação do programa “Arrendar para Subarrendar” ou a nova lei do uso dos solos, para além de não estagnarem ou inverterem a crise habitacional, originaram a que, em apenas um ano de governação (2024-2025), o preço dos solos rústicos tivesse um aumento médio de 71% (fonte: imobiliária ERA) e o das habitações disparado 10,8%, no início de 2025 (comparando com janeiro de 2024, segundo o INE). Não há outro lado da realidade dura e crua. Ninguém constrói, por belo prazer, uma ‘barraca’ a não ser no limite do desespero e da ausência de qualquer alternativa ou apoio, preferindo, mesmo sem condições, quatro paredes e um teto a viver na rua. Ninguém constrói uma ‘barraca’ a não ser porque o Estado falhou na sua responsabilidade enquanto garante de um direito social fundamental e constitucional: uma casa. O mesmo Estado que, não cumprindo a sua função e missão, numa inqualificável incapacidade política de assumir a sua responsabilidade (como o demonstram as recentes afirmações deploráveis de Maria Palma Ramalho, ministra do Trabalho, que disse, publicamente, que a resposta à crise da habitação não é responsabilidade do Governo, mas sim das autarquias… e disse isto sem se ‘rir’), em vez de agir de forma a ser parte (e uma boa parte) da solução, é fator de incremento do problema. Em muitos casos num manifesto atropelo dos direitos e da lei, por exemplo, a Lei de Bases da Habitação que não permite que alguém seja desalojado sem que, antecipadamente, lhe seja garantida uma alternativa. Demolição por mera demolição gera nova ‘autoconstrução’… é da sobrevivência humana. E hoje assistimos, por exemplo na zona de Lisboa, a um preocupante retrocesso social e civilizacional até aos anos 80. Se por si só todos estes contornos são mais que esclarecedores sobre a forma como o Estado age (ou abstém-se de agir) em relação aos mais frágeis e às minorias, o recente relatório intercalar “Portugal, Balanço Social 2024” indica que cerca de 900 mil trabalhadores (8,9% da população), que auferem um rendimento mensal, encontram-se em situação de pobreza absoluta, muitos deles sem recursos para se poderem abrigar debaixo de um teto (13 mil pessoas viviam, em 2023, em situação de sem-abrigo)… ou que 1,3 milhões de portugueses não possuem recursos financeiros para pagar uma dieta adequada. Sendo que por “dieta adequada” entende-se uma despesa mínima em alimentação de 5,5 euros/dia. Mas as milhares de “Anas Paulas” que existem revelam outra falha do Estado: a das políticas públicas de intervenção social. Como se já não fosse, por si só, degradante, estigmatizante e cáustico ser-se pobre, a irresponsabilidade social do Estado, a sua ineficácia na implementação de políticas de coesão e providência social, a sua ação não é a da solução ou a da resposta. O Estado limitou-se, mal, a penalizar duplamente: por um lado falhou nas políticas de alavancagem social (onde se insere a habitação, o emprego e o salário ou os programas de apoio aos mais vulneráveis) e, por outro lado, age punitivamente sobre a própria coesão familiar e relação mãe-filha(o)s. Sendo que neste caso é, também (e muito), questionável a opção linear da retirada da criança do seio familiar a uma mãe que não maltrata os seus filhos, que os protege, que trabalha, mas que apenas não tem condições (porque a sociedade e o Estado não lhas proporcionam, por inércia e inação) para ter uma habitação digna. A própria Comissão Europeia, tal como lembrou há dias a economista Susana Peralta, em 2024 recomendava que a pobreza não devia ser motivo para que crianças fossem colocadas em cuidados alternativos. Isto porque a Comissão Europeia entende que cabe ao Estado promover políticas públicas e encontrar mecanismos que criem condições que evitem a separação familiar. Aliás, algo que a própria UNICEF sempre proclamou no superior interesse e direitos das crianças. Ao caso, tomemos o exemplo da medida governativa que determina que uma família de acolhimento possa receber o apoio até perto dos 800 euros (quase um salário mínimo) por criança acolhida. Excluindo, por agora, a discussão ética e moral sobre eventual mercantilização do processo de acolhimento, fica difícil perceber o porquê do Estado, perante o que é a realidade e o contexto do caso de Ana Paula, não apoiar a procura de uma habitação digna para esta família e subsidiar o arrendamento com este valor de “acolhimento”. O valor que, provavelmente, entregaria, caso o pequeno Heitor (ou as outras 3 filhas de Ana Paula) fossem institucionalizadas (e só neste processo a despesa pública seria mais elevada) e resultasse um processo de acolhimento por outra família. É óbvio que esta análise é a vertente economicista de uma Política Pública. A realidade é que, em muitas circunstâncias, e nesta em particular, mesmo uma Política Pública é muito mais do que uma despesa pública ou um mero subsídio financeiro. São vidas, afetos, relações familiares e sociais, crescimento humano e o fortalecimento de uma sociedade que se pretende coesa, inclusiva, justa e humanitária. E isso, cabe-nos, também, a nós todos.
"De Indecentes e más figuras, está o povo cansado!", opinião de Marcos Sousa
Dia 11 de março de 2025 - e volvido pouco mais de um ano de os portugueses terem dado à Aliança Democrática (AD) uma vitória magra nas últimas eleições legislativas - o Governo caiu, após o chumbo da moção de confiança apresentada pelo próprio. Quanto à moção de confiança, já lá vamos, uma vez que considero pertinente fazer um resumo daquilo que provocou a crise política que estamos a viver. A SpinumViva, fundada em 2021, foi apresentada, primeiramente, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, à época afastado da vida política, como uma empresa familiar constituída para gerir o património da sua família. Contudo, Luís Montenegro voltaria à vida política ativa, ao assumir a liderança do PSD em 2022 e, por conseguinte, transferiu as participações que detinha na SpinumViva para a sua esposa e para os seus filhos, contudo, como é casado em regime de comunhão geral de bens, as participações que havia transferido para a sua esposa continuavam, legalmente, a ser suas. O cenário ficou ainda mais problemático quando a Solverde anunciou que pagava uma avença mensal, de 4.500 euros, à empresa da família do primeiro-ministro. É prudente lembrar que Luís Montenegro já havia prestado serviços à Solverde, relacionados com a assessoria na negociação com o Estado, para a prorrogação da concessão dos casinos de Espinho e do Algarve ao grupo, até dezembro deste ano. Após outras empresas anunciarem que tinham contratos com a SpinumViva, CHEGA e PCP apresentaram moções de censura ao governo, sendo ambas rejeitadas na Assembleia da República. Contudo, no debate da moção de censura apresentada pelo PCP, Luís Montenegro, que já havia anunciado essa intenção numa declaração ao país, revelou que os partidos da oposição deveriam clarificar se existiam ou não condições para o Governo prosseguir com o cumprimento do seu programa sendo que, se essa clarificação não surgisse, o governo apresentaria uma moção de confiança. Foi agendado esse debate e, consequentemente, a votação que originou o chumbo já referido. Como seria de esperar o ambiente do debate foi escaldante, havendo troca de acusações entre o Governo e os vários partidos de oposição, em especial com o PS. Perto do fim do debate, Hugo Soares, líder da bancada parlamentar do PSD, afirmou que o Governo havia tentado de tudo para não levar o país a novas eleições, após o deputado ter sugerido a votação de um requerimento para a pausa nos trabalhos de 30 minutos, com o objetivo de Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos poderem discutir uma solução, algo que o PS rejeitou, alegando que, num debate desta importância, todos os esclarecimentos deveriam ser dados aos portugueses no hemiciclo. Depois, Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares sugeriu que a CPI avançasse e que, em 15 dias se obtivessem as conclusões necessárias, algo que o Partido Socialista rejeitou, uma vez que as Comissões Parlamentares de Inquérito tendem a durar, no mínimo, 90 dias, podendo muitas delas ser prolongadas para 120 dias ou até mais. E, finalmente, após a intervenção de encerramento de Joaquim Miranda Sarmento, ministro de Estado e das Finanças, e quando a votação se iria iniciar, o CDS-PP interpôs, potestivamente, um requerimento que levou o Presidente da Assembleia da República a interromper os trabalhos durante uma hora. Passando agora, à opinião propriamente dita, eu gostaria de começar por uma citação: "Indecente e má figura", foi a expressão que Luís Montenegro usou no 41° Congresso do PSD, realizado em Almada, para se referir à forma como o Governo de António Costa "caiu". Volvidos aproximadamente dois anos, eis que lhe bate à porta uma situação absolutamente confrangedora relacionada à já referida empresa familiar, SpinumViva, cuja sede se encontrava, até à bem pouco tempo, em sua casa. Não sendo jurista, não pretendo comentar a situação do ponto de vista jurídico, pois não possuo conhecimento para tal, contudo não posso deixar de tirar algumas conclusões após todo este processo. Ao longo deste tempo, Luís Montenegro, o seu Governo e as bancadas parlamentares que o sustentam apresentaram uma postura sobranceira, arrogante e, no debate de ontem, tentaram manobrar o desconhecimento que a maioria dos portugueses tem sobre as regras do Regimento da Assembleia da República para mostrar uma aparente predisposição para negociar com a oposição. É possível pensar que o povo, já farto de eleições, irá responsabilizar nas urnas o/os partido/s que pensem ter provocado uma nova crise política, contudo não posso deixar de acreditar que o senhor primeiro-ministro se pôs a jeito, na medida em que os esclarecimentos que tem prestado não têm sido suficientes, deixando o ónus de uma eventual crise política para os partidos políticos da oposição representados na Assembleia da República. Todo este taticismo político que tem sido aplicado ao longo deste processo não faz bem à democracia, esta atitude prepotente e irresponsável do primeiro-ministro português não faz bem à democracia, até o simples facto de Luís Montenegro não admitir qualquer problema ético relacionado à sua conduta deve ser encarado com um problema. Não é normal que uma empresa de um primeiro-ministro receba avenças de uma outra empresa, sobretudo quando se trata de uma empresa que precisa do Estado para garantir grande parte do seu volume de negócios. Dito isto, impõe-se uma reflexão: Luís Montenegro e o seu Governo insistem em propagar a ideia de que tudo isto não passa de uma tentativa da oposição de desestabilizar o país, de criar artificialmente uma crise política. Contudo, é inegável que quem se colocou nesta posição foi o próprio primeiro-ministro, uma vez que, desde o início deste caso, a estratégia governativa tem sido a da fuga para a frente, com respostas pouco convincentes, silêncio e um desrespeito flagrante pelas mais elementares regras de transparência e ética política. Acusar o Partido Socialista de ser um fator de instabilidade no país é anedótico, uma vez que tudo fez para suportar este Governo, viabilizando o Programa de Governo, o primeiro Orçamento de Estado e chumbando duas moções de censura. Contudo, não é possível suportar quem se quer deixar cair ao apresentar uma moção de confiança que já tinha chumbo garantido. Termino, dizendo que o verdadeiro “adulto na sala” foi o Partido Socialista que sempre defendeu a necessidade de estabilidade para governar, mas sem permitir que essa estabilidade sirva de escudo para ocultar práticas que fragilizam a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas. O que está aqui em causa não é apenas uma eventual questão de legalidade – é uma questão de credibilidade, de respeito pelo interesse público e de compromisso com um exercício digno e íntegro do poder e nisso, este governo falhou.
ESTAGIÁRIO
Páscoa na família Souto: falha de comunicação provoca excesso de cabrito no almoço de domingo
Luís Souto, aproveitou este domingo de Páscoa para lançar um vídeo onde ensina os seguidores a cozinhar chanfana. O vídeo é tão longo e didático que a dada altura fazia lembrar as suas aulas de Genética ainda com Power Point em Comic Sans. Fontes próximas admitem que só a introdução demorou mais do que as promessas de Luís Montenegro para a requalificação do Hospital de Aveiro. O vídeo acumula já 13 visualizações, das quais 11 são da esposa do próprio Luís, que o partilhou em todos os grupos de Facebook onde é admin e comentou “meu presidente <3” em cada publicação. Já Alberto Souto, armado em chef rústico, atirou-se ao tradicional cabrito no forno de lenha. Só que a lenha estava molhada - tal como os olhos dos eleitores aveirenses sempre que se lembram do seu último mandato. O vídeo, filmado ao estilo "como acender um forno com zero dignidade", mostra Alberto a soprar brasas com a mesma convicção com que se defendia das críticas sobre endividamento municipal. A dada altura, ouvimos “isto com a antiga equipa da Câmara não acontecia”, mas o cabrito continuou cru e o almoço parece que vai passar a lanche. Fontes próximas garantem que os irmãos não falaram entre si sobre o menu, o que resultou numa quantidade de carne suficiente para alimentar todas as demissões no PSD-Aveiro. A comida era tanta que tiveram de improvisar um novo convidado: Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro, que, agora em fim de mandato, anda a aceitar tudo o que seja petiscos e tainadas. Os irmãos Souto, sempre atentos às oportunidades, ponderam agora lançar um outro familiar para reitor da UA. Entretanto, Ribau Esteves, depois de uma semana de recuperação em casa pelas violentas dores de costas que o impediram de sair da cadeira no Hotel Meliá na apresentação de Luís Souto, já foi visto novamente muito irritado com toda a situação. Fontes próximas afirmam que já viu os vídeos e deixou claro que não apoia nenhum dos irmãos. Sobre Alberto diz que “continua igualzinho, a gastar dinheiro em lenha sem critério”. De Luís afirma que “tem mais vocação para chefe de cozinha do que para presidente”. Ribau terá ainda acrescentado: “o Luís foi o único aveirense que acreditou que as obras do Hospital arrancam esta ano… deve pensar que a Câmara é como a Bimby: é carregar num botão e esperar milagres”. O almoço terminou sem intoxicações alimentares, mas não por falta de sorte. Felizmente, como as urgências do Hospital de Aveiro estão encerradas neste domingo de Páscoa, ninguém se atreveu a repetir o prato. “Mais vale prevenir do que precisar de médico”, terá dito um dos convivas, enquanto escondia o tupperware com sobras de cabrito no porta-bagagens.
PCP-Aveiro avança com moção de censura pelo atraso no anúncio do cartaz da Feira de Março 2025
“A maior festividade do concelho está a ser gerida com mais segredo do que a escolha de Luís Souto de Miranda como candidato à Câmara Municipal de Aveiro (CMA)", acusou o partido em comunicado, reforçando que "a Feira de Março deve pertencer ao povo e não ser um privilégio das elites que sabem o cartaz antes do resto da população". Apesar de oficialmente ainda não haver confirmações, o PCP-Aveiro jura a pés juntos que já sabe que Diogo Piçarra, Bárbara Tinoco e Richie Campbell fazem parte do alinhamento. “Se nós já descobrimos, não nos venham com histórias de que ainda estão a fechar contratos”, disparou um dirigente comunista, visivelmente indignado por não haver ainda um anúncio oficial. Quem não perdeu tempo a reagir foi o atual presidente da CMA. Ribau Esteves garantiu que "o cartaz será revelado quando for a altura certa”, mas relembrando os aveirenses que “se fosse pelo PCP, a Feira de Março era animada pelos Cante Alentejano e terminava com um debate sobre a luta sindical”. Fontes internas do município garantem que o grande motivo para o atraso na divulgação do cartaz tem nome: MC Soutinho, a dupla escolhida para cabeça de cartaz. A escolha não terá agradado a todos os elementos do Executivo Municipal. Segundo as mesmas fontes, Ribau Esteves terá mostrado algum desagrado, confessando que a sua escolha para cabeça de cartaz seriam os Irmãos Verdades, pois, segundo ele, "o alinhamento político e musical seria mais consistente". Perante a insistência da sua equipa, Ribau terá admitido: "Se queriam uma dupla de irmãos, ao menos que fosse uma que tivesse êxitos nos tops e não nas jogatanas políticas”. Já Rogério Carlos, atual vice-presidente da autarquia, mostrou-se mais soltinho depois de ter sido afastado da corrida à liderança da CMA. “Se querem animar o cartaz da Feira de Março deste ano, pelo menos que sejam mais originais. Eu sugiro um dia dedicado aos cantares ao desafio com um despique amigável entre Catarina Barreto e Ângela Almeida ou Filipe Neto Brandão e Manuel Sousa”, afirmou no meio de gargalhadas irónicas enquanto se preparava para assistir ao debate parlamentar que poderá ditar novas eleições legislativas em Portugal. Outro momento alto será o show "Banda das Coligações", onde diferentes partidos políticos se juntam em leilão ao som do hit musical “eu estou à venda”. Fontes próximas garantem que será uma atuação curta, porque nem sempre conseguem tocar a mesma música até ao fim. Entretanto, os aveirenses continuam sem cartaz oficial, mas já têm uma certeza: o verdadeiro espetáculo da Feira de Março não está no palco, está mesmo na política local.
Estagiário: Sérgio Ribau Esteves avança com candidatura independente ao Município de Aveiro
Em exclusivo para a página do Estagiário da Ria, Sérgio quis juntar-se ao “verdadeiro espetáculo circense que se assiste na cidade” e declarou que “num momento particularmente difícil para o meu irmão, eu não podia deixar de dizer presente”. “Os Soutos querem mostrar que controlam esta cidade, mas se estamos nessa onda, então vão ter que levar com os Ribaus”, afirmou enquanto apertava um fato axadrezado emprestado pelo seu irmão, relembrando que, tal como Luís Souto, também ele é cronista no Diário de Aveiro. Ribau Esteves também quis prestar declarações ao Estagiário da Ria: "Sim, posso confirmar que o meu mano avisou-me previamente da sua candidatura." Confrontando pelo Estagiário da Ria relativamente ao facto de Luís Souto não ter contactado Alberto Souto antes do anúncio da sua candidatura, Ribau Esteves afirmou no meio de gargalhadas irónicas: "Olhe, essa pergunta tem que fazer ao Luís Souto, não é ele que se apresenta como especialista em genética?" Enquanto isso, o recém-lançado candidato Sérgio Ribau Esteves parece apostado em criar uma “irmandade eleitoral” para melhorar a imagem da cidade, recordando os aveirenses que tem experiência muito útil em gestão de irmandades. “Se sei gerir a irmandade dos ovos moles, acha que será muito diferente gerir um Município? É tudo uma questão de doçura”, afirmou. O candidato independente aproveitou para dizer, com aquele sorriso de quem domina matemática, que, diferentemente do Alberto Souto – "que se contenta com 101 ideias para Aveiro" – ele tem “mil e uma ideias”. “Não acha que as minhas ultrapassam as do candidato socialista? E não são apenas devaneios mirabolantes, são planos de verdade para mudar a cidade", afirmou enquanto olhava para o programa eleitoral desenhado pelo seu irmão com 1001 árvores preparadas para abate. Agora, Aveiro aguarda ansiosamente para ver se esta súbita multiplicação de irmãos candidatos irá resultar numa revolução familiar na política local… ou apenas num almoço de domingo com demasiadas conversas sobre urnas de voto e propostas mirabolantes. O Estagiário da Ria continua atento a mais novidades, enquanto espreita para ver se ainda resta alguma vaga para ser candidato a sobrinho, primo ou cunhado dos Soutos & Ribaus.
Ribau Esteves negoceia com Fábio Coentrão instalação do viveiro de marisco na Ria de Aveiro
"Durante os meus mandatos batemos todos os recordes de turismo. Demos uma nova vida aos nossos canais com os moliceiros elétricos e amigos do ambiente. Agora está na altura de dar o próximo passo: Aveiro precisa de marisco premium e quem melhor que o Fábio Coentrão para ser o rosto desta nova fase?", declarou Ribau Esteves, enquanto tirava uma fotografia ao lado de uma lagosta gigante, com Rogério Carlos a tentar reproduzir o movimento. Entretanto, o reitor da Universidade de Aveiro também já reagiu à mais recente notícia, revelando interesse em localizar o novo viveiro nas marinhas da UA. “Já falei com o presidente da Câmara Municipal de Aveiro e dei-lhe nota da nossa intenção”, declarou Paulo Jorge Ferreira. Confrontado pelos jornalistas sobre a reação de Ribau Esteves, o reitor da UA realçou: “Gostou muito da iniciativa. Afinal de contas, ainda há dias anunciou o início da construção de uma nova residência privada para os estudantes. Ora todos sabemos o tipo de estudantes que procuram estas residências. Colocar o novo viveiro junto à UA pode ser uma excelente oportunidade para atrair ainda mais estudantes deste mercado”. Quem já reagiu a esta nova investida do edil aveirense foi Alberto Souto de Miranda. “Com sinceridade, desta vez tenho que reconhecer que é uma excelente iniciativa de Ribau Esteves. Todos nós vimos a cara avermelhada com que o presidente terminou a arruada de São Gonçalinho. Penso que se continuar a tirar fotos ao lado de lagostas, certamente que o seu tom de pele não irá dar tanto nas vistas” atirou o candidato à CMA, enquanto escrevia a centésima segunda ideia do livro que só ele leu.
Aquecimento na UA: Reitoria a "banhos de calor", enquanto estudantes fazem Erasmus na Sibéria
No restante campus, a realidade é bem mais glacial. Nos departamentos, estudantes, funcionários e docentes testam, involuntariamente, o conceito de "resiliência climática". Cobertores, luvas e até gorros de lã fazem agora parte do novo traje académico da Universidade de Aveiro. “Estamos a trabalhar na técnica do pinguim: encostadinhos uns aos outros para preservar o calor", revelou um estudante de Engenharia Mecânica, enquanto bufava nas mãos. Mas nem todos têm essa sorte. Em alguns departamentos, mesmo que ligassem o aquecimento o efeito seria mais simbólico do que prático, fruto do estado dos equipamentos. “Temos consciência disso, mas mesmo assim o calor na UA escapa mais rápido do que o nosso orçamento anual”, desabafou um funcionário da área da manutenção dos Serviços de Gestão Técnica. Os aquecedores, que não sentem uma revisão desde o tempo do Renato Araújo (primeiro reitor eleito da UA), são hoje peças de museu que só aquecem corações… de saudade. Quando questionada sobre a disparidade climática entre a Reitoria e o resto do campus, uma fonte anónima (que se identificou apenas como "Manuel Mãos Frias") disse: “É uma questão de prioridades. As decisões importantes para a universidade precisam de mentes quentes e corações confortáveis. Os estudantes? Esses que usem cachecol." Entretanto, os estudantes preparam um novo protesto, já batizado de "Marcha dos Pinguins", para exigir "calor para todos" e "mantas polares para cada departamento". “Se isto continuar assim, o meu próximo Erasmus vai ser no Polo Norte. Ao menos lá, sabemos ao que vamos”, afirmou uma estudante de Economia, enquanto tentava escrever com luvas de ski. Enquanto isso, o Estagiário da Ria recomenda: se for para a Reitoria, leve protetor solar. Nos departamentos? Gorros, cachecóis e, se possível, um saco de água quente.
Ribau Esteves avalia compra da SAD do Beira-Mar
“Se já consegui pôr Aveiro no mapa com a ria, os moliceiros e o monumento do Siza, imaginem o que posso fazer com um clube de futebol. Isto é uma oportunidade para internacionalizar a marca Ribau”, terá dito o presidente entre vários apertos de mão ao adeptos do Beira-Mar. Entre as ideias mais arrojadas está a escolha de Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal, para treinador principal. "É a oportunidade perfeita para ele ganhar notoriedade. Eu tenho-lhe dado mais palco, mas com uma época desastrosa no futebol é certo que o nome dele vai estar em todas as capas de jornal. O futebol é o palco ideal para ele aprender a lidar com pressão…”, afirmou Ribau Esteves. “E se falhar?”, perguntaram os jornalistas. “É só dizer que o árbitro estava comprado”, respondeu prontamente Ribau. Rogério, por sua vez, mostrou entusiasmo contido: "Eu adoro futebol… Embora seja mais de ver do que de jogar. Ainda recentemente meti-me em aventuras e fui parar ao bloco operatório”, brincou o provável futuro treinador principal que tem aparecido em público com muletas. Quem já reagiu a esta novidade foi a presidente da concelhia do PS-Aveiro. "Não há palavras para mais uma tentativa de Ribau Esteves secar tudo à sua volta. Mas bem, se ele conseguir manter o Beira-Mar nos nacionais, já é mais do que aquilo que fez na Câmara", ironizou Paula Urbano Antunes. Nuno Quintaneiro, atual presidente do clube, tem resistido ao tradicional “braço longo” de Ribau e insiste em gerir o clube com independência. “Nós queremos um Beira-Mar sustentável, não um palco político”, declarou recentemente. Contudo, segundo rumores, essa postura mais firme pode ter acelerado os planos de Ribau tomar as rédeas da SAD. "O Quintaneiro está sempre a falar de sustentabilidade financeira, mas o que é isso comparado com um plano de expansão mediática? O Beira-Mar precisa de mediatismo e eu sou o único que pode garantir isso", terá dito Ribau numa reunião privada. Enquanto Ribau sonha com o Beira-Mar a brilhar nos palcos internacionais, os aveirenses esperam para ver se este novo projeto será um golaço ou mais um remate ao lado. A única certeza? Com Ribau no jogo, o espetáculo está garantido – com ou sem eucaliptos no relvado.
Paulo Jorge Ferreira anuncia investimento de 600 trotinetes para reforçar a segurança no campus
O reitor da Universidade de Aveiro surpreendeu a comunidade académica ao declarar, sem apresentar qualquer dado concreto, que o aumento da insegurança no campus está ligado ao crescente número de estudantes internacionais. “Nunca tivemos tantos estudantes internacionais. Coincidência? Não acredito em coincidências”, afirmou, com ar sério, enquanto segurava um relatório... em branco. “Não há razões para alarme. Os vigilantes estão a ser treinados para identificarem ‘comportamentos suspeitos’, como por exemplo estudantes que falem idiomas que não sejam português”, afirmou José Russo Ferreira, responsável pela segurança no campus, que ignorou o facto do seu próprio apelido causar insegurança no campus. A comunidade internacional não demorou a reagir. “Cheguei aqui há três meses e a única coisa que aumentei foi a venda de pastéis de nata no CUA. Insegurança? Só sinto quando tenho exames de Cálculo”, comentou uma estudante vinda da Polónia. Esta medida já foi muito elogiada pelo diretor do Departamento de Física da UA que terá agora os seus meios reforçados para percorrer todas as salas do seu departamento à procura de estudantes que estejam a utilizar as salas de estudo para jogar League of Legends. Já Wilson Carmo, presidente da Associação Académica, rapidamente reagiu à declaração do reitor, classificando-a como “criativa, mas desinformada”. “Queremos dados concretos ou, pelo menos, uma explicação plausível para a correlação entre o aumento de insegurança e os estudantes internacionais. Não vamos aceitar que o barulho de um estudante espanhol a pedir uma caña seja considerado ‘ameaça ao bem-estar do campus’.” Entretanto Manuel Assunção, antigo reitor da UA, veio a público afirmar que a compra já estava prevista nos mandatos anteriores, com um sorriso que parecia ensaiado em frente ao espelho. A Ria sabe que os atrasos no processo de compra das trotinetes foram atribuídos à burocracia habitual da contratação pública, com piadas de bastidores a sugerirem que os vigilantes receberão as trotinetes na mesma altura em que terminarem as filas nos almoços da cantina – ou seja, nunca.
RIA-CHECK
Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e agora propõe uma nova?
Já depois de ter deixado a presidência da Câmara Municipal de Aveiro (CMA), Alberto Souto assinou um artigo de opinião no Diário de Aveiro, na edição de 24 de fevereiro 2010, onde começa por recordar que, durante os seus mandatos como presidente da CMA, construiu cinco pontes entre a Antiga Capitania e o Lago da Fonte Nova, três no Canal de S. Roque e uma sobre a eclusa do Canal das Pirâmides. Mas é logo de seguida que o candidato socialista às próximas autárquicas dá nota que construir uma ponte no Canal Central não foi uma opção para não “estragar”. “Mas, quando pensámos no Canal Central não ousámos estragar: estudámos, estudámos, estudámos e optámos por localizá-la no Canal das Pirâmides”, acrescentou. Também numa carta aberta dirigida ao então presidente da CMA, Élio Maia, o candidato socialista voltou a expressar a sua oposição a uma ponte nessa localização, chamando-a de "casmurrice", "funcionalmente desnecessária" e um "aleijão urbanístico gravíssimo". Agora, na campanha para as eleições autárquicas de 2025, Alberto Souto anunciou uma proposta para uma nova ponte pedonal precisamente no Canal Central, a menos de 50 metros da anterior proposta de Élio Maia. Para justificar a sua ideia, Alberto Souto dá nota que o conceito difere ao ser apresentada como uma "ponte-praça", ou seja, não apenas uma estrutura de atravessamento, mas também um espaço público de lazer. Apesar dessa diferença no conceito, a mudança de posição é evidente. Antes, Alberto Souto via uma ponte no Canal Central como um erro urbanístico, uma "fantasia sem sentido" e afirmava que os “estudos” dessa opção tinham-no ajudado a tomar a decisão de não “estragar” este canal; agora, considera que a nova ponte vai "criar mais Aveiro". Conclusão: é VERDADEIRO que Alberto Souto foi contra uma ponte no Canal Central no passado e que agora propõe uma nova. A mudança de posição é clara, ainda que a proposta atual tenha um conceito diferente.
Ria-Check: Constituição do SC Beira-Mar como sociedade desportiva
"Para o SC Beira-Mar participar nas competições profissionais de futebol tem que se constituir, obrigatoriamente, como uma sociedade desportiva." A afirmação é: VERDADEIRA. Com este momento muito importante na vida do clube, acende-se novamente o debate sobre a relevância da criação de uma sociedade desportiva, muitas vezes levando à desinformação dos sócios, simpatizantes ou simples cidadãos. Ora, segundo a Lei n.º 39/2023, de 4 de agosto, que estabelece o novo regime jurídico das sociedades desportivas, “a participação em competições profissionais de modalidades coletivas é reservada a sociedades desportivas”. A par disso, segundo o artigo 9.º do Regulamento das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, “os clubes participantes na Liga NOS e na LEDMAN LigaPro devem constituir-se, nos termos da lei, sob a forma de sociedade desportiva”. Deste modo, se o SC Beira-Mar atingir competições como a segunda e primeira liga de futebol – que são ambições conhecidas dos órgãos sociais do clube, bem como dos seus sócios e adeptos – terá que obrigatoriamente estar constituído como sociedade desportiva. Recorde-se, neste ponto, que as imposições legais em vigor no que diz respeito à constituição de sociedades desportivas sofreram alterações durante o ano de 2023, precisamente para evitar situações como aquelas que ocorreram no passado com o SC Beira-Mar. No momento da aprovação do novo regime jurídico das sociedades desportivas, o Governo deu nota que que “cerca de 20% das sociedades anónimas desportivas” constituídas até então foram ou estavam “a caminho da extinção, insolvência ou dissolução”. Para evitar que estes cenários se repitam foram várias as alterações introduzidas nesse sentido, destacando-se as seguintes: os investidores passam a ter de demonstrar capacidade económica para fazer o investimento; os detentores de participações sociais e os órgãos de administração não podem ter sido condenados em processos-crime por uma série de crimes; o administrador nomeado pelo clube tem direito a participar em todas as reuniões da sociedade desportiva (uma coisa que até então não estava clara); a introdução de uma figura de um observador (sem direito de voto) nomeado pelos sócios; a impossibilidade de participação em competições a todas as sociedades desportivas que violem de forma grave e continuada os acordos parassociais que celebraram com o clube; ou ainda o facto relevante de que, se a sociedade desportiva não tiver a situação tributária regularizada, isso não irá prejudicar o direito do clube desportivo obter apoio desportivo para outras modalidades.
Ria lança projeto de fact-check e dedica estreia à polémica das portagens de Aveiro na A25
A afirmação é falsa. “O próprio PSD e o CDS votaram contra porque viram logo na proposta inicial que ela não era justa, porque não contemplava este três pórticos”, afirmou ontem Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) e vogal da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro, em declarações à SIC, depois de criticar Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, pela não inclusão da concessão da Costa de Prata da A25 (que liga a Barra a Albergaria-a-Velha e inclui três pórticos com portagens durante o seu troço) na proposta para a abolição das portagens em várias autoestradas do país. Na ata da reunião plenária da Assembleia da República, datada de 2 de maio de 2024, onde se procedeu à discussão do Projeto de Lei n.º 72/XVI do Partido Socialista, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, os deputados do PSD Hugo Soares e Cristóvão Norte afirmam que o seu partido defende “um sistema integrado que respeite o princípio do utilizador-pagador” e uma “redução gradual” das portagens. Na mesma ata não é referido, em nenhum momento, que PSD/CDS iriam votar contra a proposta do PS por esta não incluir os pórticos de Aveiro. Recorde-se que, tal como noticiou a Resnascença, Hugo Soares, líder da bancada do PSD, durante uma reunião do seu grupo parlamentar, invocou “disciplina de voto” a todos os deputados do seu partido, argumentado que “o PSD nunca defendeu a eliminação imediata das portagens e que o projeto de lei da AD que irá a votos no debate prevê a redução de 50% e que a abolição significa uma despesa na ordem dos 200 milhões de euros”. A afirmação é verdadeira. A atual deputada do PSD à Assembleia da República que é ainda presidente da Junta de Freguesia de Esgueira e vice-presidente da Comissão Política da Secção do PSD-Aveiro é uma das autoras do Projeto de Resolução nº 61/XVI/1ª com o título “Pela redução gradual e financeiramente responsável de portagens no interior e nas grandes áreas metropolitanas”, datado de 26 de abril de 2024. Neste Projeto de Resolução, os grupos parlamentares do PSD e CDS-PP recomendam ao Governo “uma redução de portagens ambiciosa”, “com respeito pela sustentabilidade das finanças públicas” e que não coloque “em causa os princípios do utilizador-pagador e poluidor-pagador (...) contemplando as vias A22, A23, A24, A25, A28, A4, A13”. A afirmação é verdadeira. No Projeto de Lei n.º 72/XVI, com o título “Elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, datado de 22 de abril de 2024, o Partido Socialista (PS) apenas colocou na proposta a abolição das portagens no troço da A25 – Beiras Litoral e Alta que liga Albergaria-a-Velha a Vilar Formoso. Durante a discussão na reunião plenária da Assembleia da República, como se pode ler na ata, o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, aproveitou para atacar diretamente Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, por este ser deputado pelo círculo de Aveiro e se ter esquecido de colocar os acessos a Aveiro no projeto de lei do PS para abolição das portagens.
18 MAI 2025
Distrital do PS-Aveiro reconhece derrota e promete "reflexão e reestruturação" após queda eleitoral
Em nota enviada às redações, os socialistas saúdam a vitória da coligação AD - PSD/CDS no distrito de Aveiro e garantem que o PS “saberá cumprir, com sentido institucional e responsabilidade democrática, o papel que os eleitores lhe atribuíram”. A estrutura liderada por Hugo Oliveira – deputado eleito também nestas eleições – reconhece que os resultados refletem "a vontade expressa pelos aveirenses" e defende que é tempo de “profunda reflexão e reestruturação” no Partido Socialista que "conduza à reafirmação e ao aprofundamento dos princípios socialista", nomeadamente "a defesa dos trabalhadores, a valorização dos jovens, o apoio às mulheres e às famílias, o fortalecimento dos serviços públicos e o compromisso com um desenvolvimento justo e sustentável para todos". “Cabe-nos, com sentido de responsabilidade, reaproximar o PS das suas bases sociais e da realidade concreta das pessoas, repondo no centro da ação política os valores que historicamente deram força e identidade ao nosso partido”, lê-se na nota. O PS agradece ainda o trabalho de todos os militantes e candidatos envolvidos na campanha, sublinhando o compromisso de continuar a “ouvir as comunidades locais, defender os serviços públicos de qualidade e promover políticas que contribuam para o progresso de todo o distrito”. Nas eleições de 2025, o Partido Socialista ficou em terceiro lugar durante parte da contagem, acabando por assegurar o segundo lugar no distrito com 21,72% dos votos, elegendo 4 deputados – menos um do que em 2024. A AD manteve os 7 eleitos e o Chega foi o único partido a crescer em número de mandatos, passando de 3 para 4 deputados.
AD vence distrito de Aveiro; PS com grande quebra e Chega único a aumentar número de deputados
O Partido Socialista (PS) sofreu uma quebra muito significativa em termos percentuais, descendo de 5 para 4 deputados, com 21,72% dos votos. Durante grande parte da noite, o Chega esteve em segundo lugar no distrito, mas a contagem das freguesias mais urbanas colocou o PS à frente. Ainda assim, o Chega foi o único partido a aumentar o número de deputados, passando de 3 para 4 mandatos, com 20,69% dos votos. A Iniciativa Liberal manteve o seu deputado, com 5,63% dos votos. Os restantes partidos com assento parlamentar não elegeram deputados no distrito de Aveiro. Com estes resultados, a AD - Coligação PSD/CDS não conseguiu desta vez eleger nenhum deputado do Município de Aveiro e Firmino Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Oliveirinha, terá que esperar pela subida ao Governo de alguns dos seus colegas de lista para chegar à Assembleia da República. Por sua vez, Filipe Neto Brandão, deputado socialista natural do concelho de Aveiro, foi novamente eleito deputado pelo Partido Socialista (PS), cargo que ocupa desde as legislativas de 2009. AD (PPD/PSD.CDS-PP): 39,48% – 7 deputados (2024: 35,13% – 7 deputados) PS (Partido Socialista): 21,72% – 90.010 votos – 4 deputados (2024: 27,69% – 5 deputados → perdeu 1 mandato) CH (Chega): 20,69% – 85.760 votos – 4 deputados (2024: 17,25% – 3 deputados → ganhou 1 mandato) IL (Iniciativa Liberal): 5,66% – 23.444 votos – 1 deputado (2024: 5,11% – 1 deputado) L (Livre): 3,09% – 12.805 votos (2024: 2,24%) BE (Bloco de Esquerda): 1,69% – 7.015 votos (2024: 4,10%) ADN: 1,68% – 6.974 votos (2024: 1,36%) PAN (Pessoas-Animais-Natureza): 1,24% – 5.131 votos (2024: 1,72%) PCP-PEV (CDU): 1,19% – 4.923 votos (2024: 1,38%) Aliança Democrática (PPD/PSD.CDS-PP) – 7 deputados 1. Luís Montenegro (cabeça de lista) 2. Emídio Sousa 3. Paula Cardoso 4. Silvério Regalado 5. Salvador Malheiro 6. Adriana Rodrigues 7. Almiro Moreira Partido Socialista (PS) – 4 deputados 1. Pedro Nuno Santos (cabeça de lista) 2. Susana Correia 3. Hugo Oliveira 4. Filipe Neto Brandão Chega – 4 deputados 1. Pedro Frazão (cabeça de lista) 2. Maria José Aguiar 3. Armando Grave 4. Pedro Santos Iniciativa Liberal (IL) – 1 deputado 1. Mário Amorim Lopes (cabeça de lista)
Luís Souto reage e pede "sintonia entre o Governo de Portugal" e o Município de Aveiro
No plano local, a candidatura sublinha a vitória da AD nas dez freguesias do concelho de Aveiro e aponta o “enfraquecimento significativo do Partido Socialista” como um sinal claro da rejeição do eleitorado ao projeto socialista: “Aveiro declarou de forma clara que rejeita o socialismo.” Luís Souto encara os resultados como um impulso político rumo às eleições autárquicas de 2025, referindo que a candidatura entra agora numa nova fase “com confiança redobrada, mas com humildade e trabalho”. A nota termina com a assinatura habitual da candidatura, "Com as Pessoas. Por Aveiro", e não faz qualquer referência a nenhuma outro força política.
AD vence no concelho de Aveiro, PS garante segundo lugar graças às freguesias mais urbanas
A AD (PPD/PSD.CDS-PP) venceu de forma clara as eleições legislativas de 2025 no concelho de Aveiro, com 37,22% dos votos (17.165 votos), reforçando o resultado alcançado em 2024 (34,94%) e impondo-se em todas as freguesias. O Partido Socialista (PS), com uma quebra muito significativa — de 25,19% (2024) para 21,05% em 2025 (9.705 votos) —, consegue ainda manter o segundo lugar graças aos resultados mais sólidos nas freguesias mais urbanas e centrais, como a União de Glória e Vera Cruz e Esgueira, onde recupera alguma desvantagem relativamente ao Chega, quando comparado com freguesias mais periféricas. Nestes territórios, mais densamente povoados, o PS ficou ainda assim muito longe do resultado da coligação AD - PSD/CDS. Já o Chega continua a sua trajetória ascendente e ficou muito próximo do PS, com 19,18% (8.844 votos), uma subida de quase 3 pontos percentuais face a 2024 (16,32%). O partido de André Ventura destacou-se especialmente em zonas mais periféricas, como Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz; Oliveirinha; Eixo e Eirol; e Cacia. Em todas estas freguesias conseguiu o segundo lugar, à frente do Partido Socialista. A Iniciativa Liberal também reforçou a sua presença, alcançando 7,46% (3.442 votos), subindo face aos 6,44% do último ano, enquanto o Livre registou uma das maiores subidas em termos proporcionais, passando de 3,70% para 5,10% (2.353 votos), refletindo a sua crescente penetração no eleitorado jovem e urbano. Em contraciclo, o Bloco de Esquerda (BE) sofreu uma queda muito acentuada, passando de 5,17% para apenas 2,18% (1.007 votos), perdendo representação expressiva em todas as freguesias do concelho. Também o PAN perdeu terreno (de 1,97% para 1,46%), enquanto o ADN conseguiu, surpreendentemente, melhorar o seu resultado de 1,11% para 1,47% dos votos. A CDU (PCP-PEV) desce novamente, desta vez para 1,39%. A participação baixou de 67,27% para 65,70%, com 46.113 votantes entre os 70.189 inscritos no concelho. Com estes resultados, a AD consolida a sua força no território aveirense, enquanto o PS tem um queda muito significativa. Já o Chega confirma a tendência de crescimento no concelho e aproxima-se cada vez mais do patamar das forças tradicionais.
Legislativas: Projeções das televisões apontam para abstenção entre 34,7% e os 47,7%
A RTP avançou às 19h00 uma previsão de abstenção de 36% a 42%, a SIC com uma previsão entre 34,7% e 39,7 e a CNN entre os 41,5% e os 47,7%.
Legislativas: Líder do PSD não teme instabilidade após eleições
“Sei que todos têm uma preocupação que é que destas eleições surjam soluções positivas que tragam maior capacidade de o país crescer, de o país prosperar, para poder haver mais justiça social, para poder haver mais igualdade de oportunidades e que há a procura de uma solução de estabilidade, mas isso dependerá agora das escolhas”, disse Luis Montenegro. Pouco passava das 09h45 quando Luís Montenegro depositou o seu voto na urna da mesa n.º 8 da Escola Primária n.º2 em Espinho, no distrito de Aveiro, onde concorre como cabeça de lista pela AD (Aliança Democrática). Em declarações aos jornalistas, após ter exercido o seu direito de voto, Montenegro disse que espera que haja uma grande taxa de participação nestas eleições. “É muito importante que as portuguesas e os portugueses sintam a responsabilidade de escolherem o seu futuro e, portanto, aproveitem o direito que têm a ser parte ativa, determinante, soberana dessa escolha e possam acorrer às mesas de voto e participar neste ato eleitoral e, através dessa participação, colaborar para a formação da vontade política nacional, a constituição do Parlamento, a futura composição do Governo, a criação das condições para termos um futuro preenchido de prosperidade, de esperança e de estabilidade”, afirmou. O líder do PSD assinalou ainda como “muito bom indício e indicador” a utilização do mecanismo do voto antecipado por parte de mais de 300 mil portugueses, por entender que é uma forma de combater a abstenção e dar a oportunidade às pessoas de poderem adequar as suas vidas pessoais e familiares com este exercício deste direito e dever cívico. “No caso concreto das eleições legislativas, acho que é redobradamente positivo, porque não só se votou de forma antecipada, como também em mobilidade, que é um voto mais difícil, porque estamos a falar de círculos eleitorais e é uma operação mais complexa do que foi, por exemplo, nas europeias, em que só há um círculo, que é o círculo nacional”, acrescentou. Montenegro referiu ainda que vai passar o dia com a família, em Lisboa, onde os seus filhos irão votar, e adiantou que ainda não tem preparado o discurso que fará depois de serem conhecidos os resultados. “Só vou pensar nisso a partir do aparecimento dos resultados, que não vale a pena antecipar muito os cenários (…) gosto de sentir o momento, gosto de sentir aquela emoção também dos resultados chegarem e de se construir aquilo que será o desfecho final das eleições e, portanto, estou muito tranquilo como costuma ser o meu hábito em todas as ocasiões, mesmo aquelas que são, do ponto de vista emocional, mais intensas e também confiante, sem dúvida”, afirmou. Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores. No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais - 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e Fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 26,5 milhões de euros. Concorrem a estas eleições 21 forças políticas, mais três do que nas eleições de março do ano passado. O Partido Liberal Social (PLS) é o único partido estreante neste ato eleitoral, juntando-se a AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.
Lágrimas, flores e dedicatórias: Alameda da UA encheu-se de emoção com a bênção de finalistas
A cerimónia estava marcada para as 10h00, mas meia hora antes já muitas famílias caminhavam apressadas rumo à Alameda do Campus da UA. Munidos de pequenos bancos de praia e carregados de orgulho, procuravam garantir um lugar na primeira fila para assistir de perto a um dos momentos mais marcantes na vida académica dos seus filhos: a bênção de finalistas. Entre essas famílias estava Carla, que veio do Porto especialmente para acompanhar a filha. O dia começou cedo: “Acordei às 7h00”, contou à Ria. Para Carla, este é um marco importante. “É uma meta que a minha filha atingiu”, partilhou com orgulho. A jovem está agora a concluir o curso de Tradução - uma escolha que, entre risos, a mãe admite não ter sido a primeira opção. “A Universidade de Aveiro foi a terceira escolha”, confessa. Ainda assim, a emoção prevalece. “Significa que chegou ao fim e que alcançou um objetivo. E nós estamos aqui para comemorar com ela. É um gosto enorme”, acrescenta Carla, que veio acompanhada pelo marido e pelos avós da finalista. Também Teresa Vicente, vinda da Régua, não quis faltar ao momento que assinala o fim de um ciclo na vida do filho, finalista do curso de Multimédia e Tecnologias da Comunicação. “Acordei às 7h30, mas compensa”, diz com um sorriso. “Sente-se muito orgulho ao olhar para o percurso que fizeram até aqui”, continua. Com os olhos brilhantes, recorda o caminho trilhado. “Já passaram três anos. Entrou onde quis, como quis, e agora está a terminar. É um orgulho imenso”, afirma. Determinada a não perder nenhum instante, Teresa chegou cedo à Alameda. “Queria estar na linha da frente”, realça. Ao seu lado, estavam ainda o seu marido, a namorada e os avós do filho. “Depois da missa vamos almoçar todos juntos, tirar umas fotos e regressar a casa”, partilha, visivelmente emocionada. Entre os milhares de estudantes reunidos no Campus de Santiago, Bruna era uma das que mais se destacava. Finalista do curso de Enfermagem, vive este momento com uma companhia especial. Está grávida de oito meses. “Não estou de todo sozinha… Está aqui comigo o meu querido filho ou filha. Não sei o que é. Nós decidimos que não vamos descobrir já… Só quando nascer”, conta com uma gargalhada. Bruna escolheu a UA como primeira opção e percorreu “500 quilómetros desde o Algarve” para aqui estudar. Agora, no final da caminhada, relembra as dificuldades enfrentadas. “Tem sido muito difícil e é uma conquista muito grande para mim e para a minha família. Não tem sido fácil… Muito menos em Enfermagem, a estagiar todos os meses (…), mas estou muito feliz e aliviada de ter conseguido terminar”, admite. Com o olhar no futuro e o coração no presente, partilha o peso simbólico deste dia. “Para mim, simboliza o fim de uma etapa, mas o começo de outra. Sou oficialmente enfermeira. Mas também acredito que simboliza muito mais para a minha família…”, desabafa. Conclui com emoção e orgulho: “Está feito. É um alívio. Saio daqui de coração cheio e não podia ter escolhido melhor.” Também presente na cerimónia, Joana Regadas, presidente da direção da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv) aproveitou o momento para deixar uma mensagem de esperança e reconhecimento. “Espero que levem sempre Aveiro e a UA como uma segunda casa, senão como a primeira. Espero que seja acima de tudo um futuro cheio de ainda mais vitórias e conquistas”, desejou com um sorriso. Com um olhar nostálgico sobre o passado e recordando o seu próprio ano como finalista, Joana partilhou o turbilhão de emoções que sente ao ver aqueles estudantes prestes a concluir os seus cursos. “Fico com um sentimento de tristeza porque gostava de estar ali. (…) É um dia de facto muito emocionante que nos faz pensar sobre todo o nosso percurso, não só na Universidade, mas tudo aquilo que nos trouxe até ao dia de hoje”, admite. No final da cerimónia, muitas famílias aproveitaram ainda para tirar fotografias com os finalistas junto aos respetivos departamentos dos seus cursos. A Bênção de Finalistas é uma cerimónia organizada por um grupo de alunos finalistas, que constitui a Comissão Organizadora da Bênção de Finalistas (CoBEF), através do Centro Universitário Fé e Cultura, em parceria com a UA.